Pelo terceiro dia consecutivo, ônibus do transporte coletivo e bases da polícia sofreram ataques criminosos em Santa Catarina. Desde segunda-feira, segundo a Polícia Militar, foram registrados ao menos 36 ataques e duas manifestações --quando moradores incendiaram caçambas de lixo e jogaram pedras em casas, na parte continental de Florianópolis.
Segundo a PM, desde a noite de segunda-feira 58 pessoas foram detidas para serem ouvidas e, destas, 31 foram presas.
A PM não informou quantas continuam presas até agora.
Na manhã desta quinta-feira, em Itajaí (93 km de Florianópolis), o mecânico Marcelo Lima viu quando o veículo começou a pegar fogo em frente à casa da mãe dele. "As chamas estavam mais na parte de trás do ônibus, mas fiquei com medo de pegar fogo em tudo", afirma. Por isso, ele entrou no ônibus e dirigiu por alguns metros até parar o coletivo em um terreno baldio.
A onda de ataques já atinge dez cidades do Estado --Florianópolis, São José, Palhoça, Tijucas, Gaspar, Navegantes, Itajaí, Blumenau, Criciúma e Balneário Camboriú.
Na capital, Florianópolis, moradores do bairro Ingleses viveram mais uma noite de pânico. Um ônibus foi incendiado em frente a uma igreja, que estava lotada.
O incêndio bloqueou a porta principal da igreja, e os fieis tiveram dificuldade para sair do local, segundo a polícia. Ninguém ficou ferido.
Já em Palhoça, na Grande Florianópolis, o motorista de um ônibus teve queimaduras leves nas pernas. Segundo o boletim de ocorrência, ele ficou assustado com o ataque dos criminosos e teve dificuldade para tirar o cinto de segurança. Um passageiro do mesmo ônibus torceu o pé ao pular do veículo, que foi incendiado na noite de quarta-feira.
Durante a madrugada, uma base da Polícia Militar em São José (na Grande Florianópolis) e uma da Guarda Municipal de Balneário Camboriú também foram alvejadas por tiros.
Com três ônibus incendiados desde segunda-feira, a empresa de transporte coletivo Canasvieiras só retirou os veículos da garagem nesta quinta quando o dia estava claro, às 7h da manhã.
Foram duas horas de atraso, o que provocou muitas filas nos terminais de ônibus e mais preocupação entre os moradores.
O presidente do Setuf (Sindicado das Empresas de Transporte Urbano da Grande Florianópolis), Waldir Gomes da Silva, diz que solicitou ao governo do Estado escolta para todos os ônibus que circulam nas regiões mais atingidas pelos ataques.
Na manhã de hoje, o governador Raimundo Colombo disse, em entrevista à RBS TV, que a segurança no transporte coletivo é prioridade e que policiais farão escolta dos ônibus nas regiões que sofreram ataques. Em algumas linhas, a escolta começou a ser feita na noite de quarta-feira.
Outra preocupação da cúpula de segurança pública é com a realização de eventos durante o feriado na capital. Uma micareta está programada para hoje, amanhã e sábado. "Teremos um atendimento especial a esses eventos. Já nos reunimos com serviço de inteligência das polícias e traçamos estratégias para a segurança dessas pessoas", afirmou o governador.
Colombo disse que não descarta ajuda do governo federal e que desde terça-feira está em contato com o Ministério da Justiça para obter informações sobre estratégias de combate aos ataques. "Se percebermos que precisamos de reforço, vamos solicitar", afirmou.
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