quinta-feira, 28 de julho de 2016

Recomendação ecumênica do Padre Marcelo Rossi - Por Eder Silva

Acostumados com as vazias e anticatólicas declarações do Padre Marcelo Rossi, o admirado show-Man da protestante Renovação Carismática, cada vez mais somos impelidos a acreditar que nessa árvore, nutrida pela seiva herética do protestantismo, dificilmente encontraremos os bons frutos da ortodoxia.

Não iremos, e tampouco queremos, destacar todos os erros desse sacerdote especializado em profanar o calvário de Cristo, transformando-o numa sacrílega “baderna carismática”, acompanhada de danças, histerias e corinhos sensuais. Para este artigo, analisaremos apenas algumas linhas de uma recente e ecumênica orientação desse padre que, além de constituir péssimo exemplo para os católicos, afastou-se completamente da doutrina católica sobre a Caridade.

Ao ser questionado sobre a ação da Igreja para evitar a perda de fiéis, o sacerdote cantor respondeu convictamente:

 “Sei que os católicos realmente estão diminuindo a cada ano. Mas não devemos atacar os evangélicos. Eu, inclusive, gosto e tenho vários amigos dessa religião, além de gravar muitas músicas evangélicas” (Padre Marcelo Rossi. Mídia Max, 23/07/2012).

Para um Padre que acredita existir uma centelha divina em todo homem, tal qual afirmam os gnósticos, não fica difícil entender a razão de seu afável ecumenismo.

A aceitação dessa doutrina esotérica conduz necessariamente a uma relação positiva com os hereges. Afinal, por que polemizar ou condenar se as falsas religiões também são depositárias da verdade e portadoras de sementes divinas? Portanto, segundo a concepção gnóstica do Padre Marcelo Rossi, seria preciso compartilhar experiências com os sectários através de uma amizade pacífica e unificadora da religião.

Essa é, muito provavelmente, a causa da bajulação do padre Rossi aos filhos da serpente.

É fácil demonstrar que o ensinamento desse padre carismático não corresponde ao que ensina Cristo, a Igreja e os santos. A simples definição de caridade faz compreender seu erro de proteção e exaltação dos lobos oriundos da revolta protestante.

Comecemos pela Sagrada Escritura.

Os Salmos, que por sinal não devem soar agradáveis aos ouvidos ecumênicos, são extremamente reveladores da caridade que devemos a Deus e ao próximo.

Evidentemente, não se trata do amor “Ágape” segundo a visão esotérica do padre Marcelo Rossi, e sim do verdadeiro amor, segundo a infalível Palavra de Deus.

Padre Marcelo Rossi recomenda respeito e amizade com os hereges.

Rei Davi, que não era um soberano ecumênico e bajulador, ensina-nos o explícito oposto:

“Oxalá extermineis os ímpios, ó Deus, e que se apartem de mim os sanguinários! Eles se revoltam insidiosamente contra vós, perfidamente se insurgem vossos inimigos. Pois não hei de odiar, Senhor, aos que vos odeiam? Aos que se levantam contra vós, não hei de abominá-los? Eu os odeio com ódio mortal, eu os tenho em conta de meus próprios inimigos” (Salmo CXXXVIII, 19-22).

Não precisamos provar que a conciliação entre esse preceito divino e a prática bajuladora do Padre Marcelo Rossi é evidentemente impossível. Não precisamos provar que a conciliação entre esse preceito divino e a prática bajuladora do Padre Marcelo Rossi é evidentemente impossível.

E o que dizer do convívio voluntário e amigável com os hereges, inclusive compartilhando de suas ideias e do péssimo gosto musical? E o que dizer do convívio voluntário e amigável com os hereges, inclusive compartilhando de suas ideias e do péssimo gosto musical?

O próprio Rei Davi responde: O próprio Rei Davi responde:

“Tenho sempre diante dos olhos vossa bondade, e caminho na vossa verdade.Entre os homens iníquos não me assento, nem me associo aos trapaceiros.Detesto a companhia dos malfeitores, com os ímpios não me junto” (Salmo XXV, 3-5).

Enquanto Davi proclama detestar a companhia dos ímpios e malfeitores, o sacerdote carismático declara ter gosto e amizade pelos maus que afastam impiamente as almas de Deus. Enquanto Davi proclama detestar a companhia dos ímpios e malfeitores, o sacerdote carismático declara ter gosto e amizade pelos maus que afastam impiamente as almas de Deus.

Essa mesma orientação sobre a proximidade com os hereges encontramos na segunda Epístola do Apóstolo São João:

“Se alguém vier a vós sem trazer esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis” (II São João 1,10).

Não saudar e muitos menos receber amigavelmente os pregadores de mentiras, instrui o amado Apóstolo de Cristo.
Padre Rossi, desobedecendo a doutrina apostólica, não só saúda, como exalta e recebe em seu espaçoso coração ecumênico os pregadores de uma outra doutrina, hereticamente diversa da perene tradição católica.

É importante frisar que esse texto do Apóstolo foi utilizado pelo Papa Pio XI em sua Encíclica Mortalium Animos para condenar as famigera
es ecumênicas, que, a exemplo do Vaticano II, pretendiam unir católicos e não católicos na fraternidade maçônica, e não na única e verdadeira Fé Católica, sem a qual é impossível agradar a Deus.

A caridade de São Paulo também diverge da adulação traidora dos amantes de corinhos “evangélicos”.

O padre Rossi proíbe atacar os “evangélicos”, ainda que, pela destruição e manipulação arbitrária da Sagrada Escritura, estejam arrastando muitas almas para o inferno. Ele não quer combater o câncer protestante que se alastra pelo mundo, inclusive entre os católicos, por obra da Renovação Carismática Anti-Católica.

São Paulo Apóstolo não era carismático. Ele falava de modo inteligível. Não se exibia com um fanático enrolar de línguas. Também não era ecumênico. Não era amigo de lobo. Ocupadíssimo com as coisas de Deus, não tinha ele tempo e muito menos desejo de cantar e dançar musiquetas sensuais na Missa. Ele era bispo e católico. E, por isso, pregou severamente contra os hereges:

“Com efeito, há muitos insubmissos, charlatães e sedutores, principalmente entre os da circuncisão. É necessário tapar-lhes a boca (…) repreende-os severamente, para que se mantenham sãos na fé” (Tito 1, 10-13).

São Paulo calava a boca dos hereges.

Padre Marcelo dança e canta com os hereges.

São Paulo repreendia-os severamente, para convertê-los para Deus.

Padre Marcelo atua como advogado dos inimigos da Virgem, tratando-os amigavelmente e cooperando para a perdição definitiva dos pecadores.

Quanta impiedade! Um sacerdote aliado aos blasfemadores da Virgem Maria. Justo ele que tanto se diz devoto de Nossa Senhora!

No escrito dos Santos encontramos a mesma doutrina sobre a caridade católica sintetizada no seguinte princípio: “Corrigir os que erram e instruir os que não sabem”.

Ensino e correção, que padre Marcelo Rossi substitui por omissão e bajulação.

Vergonhosa traição!

Ao contrário de certos padres que só querem cantar, pular e dançar, ou mesmo se maquiar em salões de beleza , como certos “favos de mel”, os santos padres estudavam e faziam penitências. Defendiam a Fé. Convertiam almas. Pregavam a verdade. Atacavam os hereges e as heresias. Eram santos! Eram padres! Eram católicos!

Santo Agostinho, que não bajulou ou fez ecumenismo com os hereges de seu tempo, ensinou sobre a necessidade de corrigir os desvios do próximo:

 
 “Se descuidares de corrigir, te tornas pior que aquele que pecou” (apud Santo Tomás. Suma Teológica. Parte II-II, art. 33, a. 2). “Se descuidares de corrigir, te tornas pior que aquele que pecou” (apud Santo Tomás. Suma Teológica. Parte II-II, art. 33, a. 2).
 
Aplicando esse princípio à orientação e postura do padre Rossi, temos a conclusão de que, apoiando os hereges do protestantismo ao invés de corrigi-los, ele se torna um pecador muito pior. Aplicando esse princípio à orientação e postura do padre Rossi, temos a conclusão de que, apoiando os hereges do protestantismo ao invés de corrigi-los, ele se torna um pecador muito pior.
 
Antes que pululem os protestos carismáticos, adiantamos que tiramos apenas uma conclusão, julgando o ato exterior do padre, com base no ensino indiscutível de santo Agostinho. Antes que pululem os protestos carismáticos, adiantamos que tiramos apenas uma conclusão, julgando o ato exterior do padre, com base no ensino indiscutível de santo Agostinho.
 
Os descontentes que reclamem com o ilustre mestre de Hipona. Os descontentes que reclamem com o ilustre mestre de Hipona.
 
São Jerônimo, outro exemplo sublime de virtude, também declarou não ter simpatia pelos hereges, fazendo deles seus inimigos pessoais: São Jerônimo, outro exemplo sublime de virtude, também declarou não ter simpatia pelos hereges, fazendo deles seus inimigos pessoais:
 
“Jamais poupei os hereges e empreguei todo o meu zelo para fazer dos inimigos da Igreja meus inimigos pessoais” (apud Papa Bento XV. Spiritus Paraclitus, nº. 41).

Movido pelo espírito, que certamente não é o Santo, padre Marcelo faz o absurdo inverso, tornando os inimigos da Igreja seus amigos pessoais. Movido pelo espírito, que certamente não é o Santo, padre Marcelo faz o absurdo inverso, tornando os inimigos da Igreja seus amigos pessoais.
 
Escrevendo a Rufino, São Jerônimo diz uma verdade que parece ter sido escrita especialmente contra a bajulação carismática do padre Marcelo Rossi: Escrevendo a Rufino, São Jerônimo diz uma verdade que parece ter sido escrita especialmente contra a bajulação carismática do padre Marcelo Rossi:

 “Há um ponto sobre o qual não poderei estar de acordo contigo: que, transigindo com os hereges, possa parecer não católico” (op. cit, idem.).

Para concluir essa seqüência de citações, transcrevo a importantíssima explicação de São Luís Maria Grignon de Montfort sobre a inimizade entre a descendência da Virgem e a descendência da serpente:

 “Deus não pôs somente inimizade, mas inimizades, e não somente entre Maria e o demônio, mas também entre a posteridade da Santíssima Virgem e a posteridade de demônio. Quer dizer, Deus estabeleceu inimizades, antipatias e ódios secretos entre os verdadeiros filhos e servos da Santíssima Virgem e os filhos e escravos do demônio. Não há entre eles a menor sombra de amor, nem correspondência íntima existe entre uns e outros” (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 51-57).

Ora, os hereges ilegitimamente chamados de “evangélicos” são inimigos mortais da Virgem Maria. Não reconhecem suas glórias e tampouco lhe tributam a devida veneração. Blasfemam contra Sua Imaculada Conceição, negam Sua Perpetua Virgindade, e contestam sua gloriosa assunção. São declaradamente inimigos da Mulher. Logo, não pertencem à raça da Virgem Maria. Eles são filhos do demônio, movendo guerra odiosa contra a Mãe do Senhor.

Diz a Sagrada Escritura que Deus colocou ódio, a guerra, e não amor ou a bajulação entre essas duas descendências. Não existe diálogo ou ecumenismo entre os filhos da Mulher e os filhos da serpente infernal. Somente os padres traidores desse século para pretenderem fazer uma aliança amorosa entre a raça da Virgem e a raça do diabo.

Padre Marcelo Rossi tem amizade com a raça da serpente. É bajulador dos filhos das trevas. Acaricia o lobo que devora suas ovelhas. Enquanto as serpentes “evangélicas” despejam calúnias e blasfêmias contra a Mãe de Deus, padre Marcelo os trata com amor e carinho, cantando alegremente a ciranda traidora do ecumenismo.

Cristo defendeu o Templo de Jerusalém da profanação, atacando os vendilhões com violentas chicotadas. Ora, Nossa Senhora é o Templo do Verbo Encarnado. Portanto, com muito mais razão devemos, sobretudo o padre Rossi, defender a Virgem Santíssima, Sacrário de Cristo, atacando com o chicote da verdade os profanadores desse Templo puríssimo.

Assim deve o senhor fazer, padre.

Embora sejamos nós a parte menos importante da Igreja, que deveria receber de sua pregação o tesouro da verdade católica, mesmo em nossa insignificância, mas por amor à Virgem Maria, Mãe de Nosso Senhor, ousamos questioná-lo mais uma vez, para que, no momento de silêncio, e não de histeria carismática, possa refletir:

Como pode dizer-se amigo daqueles que ofendem sua mãe, padre? Como bajula as cobras que vomitam blasfêmias contra a Mulher? Como não defende o senhor a honra da Mãe de Cristo, que também é sua santa mãe? Por acaso a amizade com as cobras vale mais que a fidelidade à Mãe de Deus? Se realmente o senhor é devoto de Maria como declara, que levante bravamente e feche a boca da raça inimiga da Mulher, cumprindo a ordem de São Paulo. Proceda como um verdadeiro sacerdote e filho de Maria, para que, ao pé da cruz, também possa ouvir de Nosso Senhor: “Mãe, eis aí o teu filho”.

Pela Santificação do Clero, te rogamos Virgem Maria! - Por Eder Silva

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terça-feira, 26 de julho de 2016

Missa de abertura da JMJ Cracóvia 2016

O Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislau Dziwisz, preside à missa de abertura da JMJ de Cracóvia 2016.

Assista:


quarta-feira, 13 de julho de 2016

Bíblia de Jerusalém

A Bíblia de Jerusalém é a edição brasileira (1981, com revisão e atualização na edição de 2002) da edição francesa Bible de Jérusalem, que é assim chamada por ser fruto de estudos feitos pela Escola Bíblica de Jerusalém, em francês: École Biblique de Jérusalem. De acordo com os informativos da Paulus Editora, a edição "revista e ampliada inclui as mais recentes atribuições das ciências bíblicas. A tradução segue rigorosamente os originais, com a vantagem das introduções e notas científicas."

Essas notas diferenciais em relação às outras traduções prestam-se a ajudar o leitor nas referências geográficas, históricas, literárias etc. Suas introduções, notas, referências marginais, mapas e cronologia — traduções de material elaborado pela Escola Bíblica de Jerusalém — fazem dela uma ferramenta útil como livro de consulta, para quem precisa usar passagens bíblicas como referência literária ou de citações.
Se para os cristãos e parte dos judeus a Bíblia foi escrita por homens sob inspiração divina, para um não-cristão, um ateu ou um agnóstico, a Bíblia pode servir como referência literária, já que se trata de um dos mais antigos conjuntos de livros da civilização.

A Escola Bíblica de Jerusalém é o mais antigo centro de pesquisa bíblica e arqueológica da Terra Santa. Foi fundada em 1890 pelo Padre Marie-Joseph Lagrange (1855-1938) sobre terras do convento dominicano de St-Étienne à Jérusalem, convento fundado em 1882 sob o nome original de Escola Prática de Estudos Bíblicos, título que sublinhava sua especificidade metodológica.

Quase sessenta anos depois, em 1956, foi publicada pela primeira vez, em francês, em um só volume, a Bíblia da Escola de Jerusalém, contemplando uma tradução que levava em consideração o progresso das ciências. Para tanto, foram convidados para a colaboração os mais diversos pesquisadores: historiadores, arqueólogos, lexicógrafos, linguistas, teólogos, exegetas, cientistas sociais, geógrafos e cartógrafos. Atribui-se que foi a diversidade de colaboradoras que garantiu traduções acuradas, em temas que cada qual conhecia com profundidade. Mas, em contrapartida, a Bíblia não tinha homogeneidade de texto. Cada qual escrevia no seu estilo.
A próxima etapa, portanto, foi empreender esforços na harmonização do texto, trabalho terminado quase duas décadas depois, em 1973, quando se publicou uma edição revisada, aí então já sob o título Bible de Jérusalem, cuja primeira edição brasileira chamou-se Bíblia de Jerusalém (1981, Paulus Editora). A revisão francesa, de 1998, acabou gerando a nova edição brasileira (Nova Bíblia de Jerusalém), revista e atualizada, pela mesma Paulus Editora, em 2002. Nesta tradução dos originais para a língua portuguesa, também colaboraram exegetas católicos e protestantes.

Os exegetas apontam que o grande diferencial da Bíblia de Jerusalém é que, além da tradução dos originais do hebraico, aramaico e grego, existe a contextualização histórica, dentro do ambiente físico, ambiental e cultural relativo à época em que cada livro foi escrito. Trata-se de uma obra que representara "a união do monumento e do documento", de acordo com Lagrange, criador da Escola Bíblica de Jerusalém, unindo assim "a arqueologia, a crítica histórica e a exegese dos textos".

A Bíblia de Jerusalém é considerada atualmente, pela maioria dos linguistas, como um das melhores bíblias de estudo, aplicável não apenas ao trabalho de teólogos, religiosos e fiéis, mas também para tradutores, pesquisadores, jornalistas e cientistas sociais, independente de serem católicos, protestantes, ortodoxos ou judeus, ou mesmo de qualquer outra religião ou crença.

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sábado, 9 de julho de 2016

Reencarnação - Argumentos católicos contra os fundamentos do espiritismo

Reencarnação na arte hindu
A doutrina da reencarnação é comum a vários sistemas religiosos, todos de fundo gnóstico. Ela provém de um erro a respeito do problema do mal e da justiça divina. Modernamente, a doutrina da reencarnação se tornou muito difundida pelo espiritismo.

Os reencarnacionistas defendem a tese de que cada pessoa teria várias vidas, e se reencarnaria para pagar os pecados de uma vida anterior. Desse modo, cada vida nos seria concedida para expiar erros, que não conhecemos, de uma vida que teríamos tido. Cada reencarnação seria um castigo pelos males que praticamos em vidas anteriores. Não haveria inferno. O castigo do homem seria viver neste mundo material, e não tornar-se puro espírito. Para os reencarnacionistas, "o inferno é aqui".

Eles recusam admitir que esta vida é única, e que, após a morte, somos julgados por Deus e premiados com o céu, ou punidos temporariamente no purgatório, ou condenados eternamente ao inferno. Exigem uma "nova oportunidade", enquanto recusam mudar de vida agora. A eles poderia ser aplicado o que diz um autor a respeito do tempo e do adiamento dos deveres: "Por que prometes fazer, num futuro que não tens, aquilo que recusas fazer no tempo que tens?". Assim também o que defende a teoria da reencarnação pretende melhorar nas futuras vidas – que imagina terá – o que se recusa a melhorar já, na vida que tem.

Para os hinduístas, a reencarnação poderia se dar pela transmigração do espírito até no corpo de um animal ou planta. Para os espíritas, a reencarnação se daria apenas em corpos humanos.

REFUTAÇÃO

    Se a alma humana se reencarna para pagar os pecados cometidos numa vida anterior, deve-se considerar a vida como uma punição, e não um bem em si. Ora, se a vida fosse um castigo, ansiaríamos por deixá-la, visto que todo homem quer que seu castigo acabe logo. Ninguém quer ficar em castigo longamente. Entretanto, ninguém deseja, em sã consciência, deixar de viver. Logo, a vida não é um castigo. Pelo contrário, a vida humana é o maior bem natural que possuímos.


    Se a alma se reencarna para pagar os pecados de uma vida anterior, dever-se-ia perguntar quando se iniciou esta série de reencarnações. Onde estava o homem quando pecou pela primeira vez? Tinha ele então corpo? Ou era puro espírito? Se tinha corpo, então já estava sendo castigado. Onde pecara antes? Só poderia ter pecado quando ainda era puro espírito. Como foi esse pecado? Era então o homem parte da divindade? Como poderia ter havido pecado em Deus? Se não era parte da divindade, o que era então o homem antes de ter corpo? Era anjo? Mas o anjo não é uma alma humana sem corpo. O anjo é um ser de natureza diversa da humana. Que era o espírito humano quando teria pecado essa primeira vez?


    Se a reencarnação fosse verdadeira, com o passar dos séculos haveria necessariamente uma diminuição dos seres humanos, pois que, à medida que se aperfeiçoassem, deixariam de se reencarnar. No limite, a humanidade estaria caminhando para a extinção. Ora, tal não acontece. Pelo contrário, a humanidade está crescendo em número. Logo, não existe a reencarnação.
    Respondem os espíritas que Deus estaria criando continuamente novos espíritos. Mas então, esse Deus criaria sempre novos espíritos em pecado, que precisariam sempre se reencarnar. Jamais cria ele espíritos perfeitos?
    Se a reencarnação dos espíritos é um castigo para eles, o ter corpo seria um mal para o espírito humano. Ora, ter corpo é necessário para o homem, cuja alma só pode conhecer através do uso dos sentidos. Haveria então uma contradição na natureza humana, o que é um absurdo, porque Deus tudo fez com bondade e ordem.


    Se a reencarnação fosse verdadeira, o nascer seria um mal, pois significaria cair num estado de punição, e todo nascimento deveria causar-nos tristeza Morrer, pelo contrário, significaria uma libertação, e deveria causar-nos alegria. Ora, todo nascimento de uma criança é causa de alegria, enquanto a morte causa-nos tristeza. Logo, a reencarnação não é verdadeira.
    Vimos que se a reencarnação fosse verdadeira, todo nascimento seria causa de tristeza. Mas, se tal fosse certo, o casamento - causador de novos nascimentos e reencarnações – seria mau. Ora, isto é um absurdo. Logo, a reencarnação é falsa.


    Caso a reencarnação fosse uma realidade, as pessoas nasceriam de determinado casal somente em função de seus pecados em vida anterior. Tivessem sido outros os seus pecados, outros teriam sido seus pais. Portanto, a relação de um filho com seus pais seria apenas uma casualidade, e não teria importância maior. No fundo, os filhos nada teria a ver com seus pais, o que é um absurdo.


    A reencarnação causa uma destruição da caridade. Se uma pessoa nasce em certa situação de necessidade, doente, ou em situação social inferior ou nociva -- como escrava, por exemplo, ou pária – nada se deveria fazer para ajudá-la, porque propiciar-lhe qualquer auxílio seria, de fato, burlar a justiça divina que determinou que ela nascesse em tal situação como justo castigo de seus pecados numa vida anterior. É por isso que na Índia, país em que se crê normalmente na reencarnação, praticamente ninguém se preocupa em auxiliar os infelizes párias. A reencarnação destrói a caridade. Portanto, é falsa.


    A reencarnação causaria uma tendência à imoralidade e não um incentivo à virtude. Com efeito, se sabemos que temos só uma vida e que, ao fim dela, seremos julgados por Deus, procuramos converter-nos antes da morte. Pelo contrário, se imaginamos que teremos milhares de vidas e reencarnações, então não nos veríamos impelidos à conversão imediata. Como um aluno que tivesse a possibilidade de fazer milhares de provas de recuperação, para ser promovido, pouco se importaria em perder uma prova - pois poderia facilmente recuperar essa perda em provas futuras - assim também, havendo milhares de reencarnações, o homem seria levado a desleixar seu aprimoramento moral, porque confiaria em recuperar-se no futuro. Diria alguém: "Esta vida atual, desta vez, quero aproveitá-la gozando à vontade. Em outra encarnação, recuperar-me-ei" . Portanto, a reencarnação impele mais à imoralidade do que à virtude.


    Ademais, por que esforçar-se, combatendo vícios e defeitos, se a recuperação é praticamente fatal, ao final de um processo de reencarnações infindas?
    Se assim fosse, então ninguém seria condenado a um inferno eterno, porque todos se salvariam ao cabo de um número infindável de reencarnações. Não haveria inferno. Se isso fosse assim, como se explicaria que Cristo Nosso Senhor afirmou que, no juízo final, Ele dirá aos maus: "Ide malditos para o fogo eterno"? (Mt. XXV, 41)


    Se a reencarnação fosse verdadeira, o homem seria salvador de si mesmo, porque ele mesmo pagaria suficientemente suas faltas por meio de reencarnações sucessivas. Se fosse assim, Cristo não seria o Redentor do homem. O sacrifício do Calvário seria nulo e sem sentido. Cada um salvar-se-ia por si mesmo. O homem seria o redentor de si mesmo. Essa é uma tese fundamental da Gnose.


    Em conseqüência, a Missa e todos os Sacramentos não teriam valor nenhum e seriam inúteis ou dispensáveis. O que é outro absurdo herético.
    A doutrina da reencarnação conduz necessariamente à idéia gnóstica de que o homem é o redentor de si mesmo. Mas, se assim fosse, cairíamos num dilema:
        Ou as ofensas feitas a Deus pelo homem não teriam gravidade infinita;
        Ou o mérito do homem seria de si, infinito.

    Que a ofensa do homem a Deus tenha gravidade infinita decorre da própria infinitude de Deus. Logo, dever-se-ia concluir que, se homem é redentor de si mesmo, pagando com seus próprios méritos as ofensas feitas por ele a Deus infinito, é porque seus méritos pessoais são infinitos. Ora, só Deus pode ter méritos infinitos. Logo, o homem seria divino. O que é uma conclusão gnóstica ou panteísta. De qualquer modo, absurda. Logo, a reencarnação é uma falsidade.


    Se o homem fosse divino por sua natureza, como se explicaria ser ele capaz de pecado? A doutrina da reencarnação leva, então, à conclusão de que o mal moral provém da própria natureza divina. O que significa a aceitação do dualismo maniqueu e gnóstico. A reencarnação leva necessariamente à aceitação do dualismo metafísico, que é tese gnóstica que repugna à razão e é contra a Fé.


    É essa tendência dualista e gnóstica que leva os espíritas, defensores da reencarnação, a considerarem que o mal é algo substancial e metafísico, e não apenas moral. O que, de novo, é tese da Gnose.
    Se, reencarnando-se infinitamente, o homem tende à perfeição, não se compreende como, ao final desse processo, ele não se torne perfeito de modo absoluto, isto é, ele se torne Deus, já que ele tem em sua própria natureza essa capacidade de aperfeiçoamento infindo.
    A doutrina da reencarnação, admitindo várias mortes sucessivas para o homem, contraria diretamente o que Deus ensinou na Sagrada Escritura.

    Por exemplo, São Paulo escreveu:

    "O homem só morre uma vez" (Heb. IX, 27).

    Também no Livro de Jó está escrito:

    "Assim o homem, quando dormir, não ressuscitará, até que o céu seja consumido, não despertará, nem se levantará de seu sono" (Jó, XIV,12).
    Finalmente, a doutrina da reencarnação vai frontalmente contra o ensinamento de Cristo no Evangelho. Com efeito, ao ensinar a parábola do rico e do pobre Lázaro, Cristo Nosso Senhor disse que, quando ambos morreram, foram imediatamente julgados por Deus, sendo o mau rico mandado para o castigo eterno, e Lázaro mandado para o seio de Abraão, isto é, para o céu. (Cfr. Lucas XVI, 19-31)

    E, nessa mesma parábola Cristo nega que possa alguma alma voltar para ensinar algo aos vivos.

Em adendo a tudo isto, embora sem que seja argumento contrário à reencarnação, convém recordar que na, Sagrada Escritura, Deus proíbe que se invoquem as almas dos mortos.

No Deuteronômio se lê: "Não se ache entre vós quem purifique seu filho ou sua filha, fazendo-os passar pelo fogo, nem quem consulte os advinhos ou observe sonhos ou agouros, nem quem use malefícios, nem quem seja encantador, nem quem consulte os pitões [os médiuns] ou advinhos, ou indague dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina todas estas coisas e por tais maldades exterminará estes povos à tua entrada" (Deut. XVIII-10-12).


Orlando Fedeli

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sexta-feira, 8 de julho de 2016

Ave Gemma Coeli - Canto Gregoriano à Virgem Maria

A presente compilação inclui 20 faixas dedicadas a Virgem Maria, todas de altíssima qualidade vocal e sonora. O diferencial deste CD é que as letras dos cantos vêm escritas em latim seguidas pela tradução, frase por frase, em português. O recurso permite que o ouvinte compreenda o que está escutando, incentivando-o inclusive a cantar com o coro. No encarte há um breve histórico do coral argentino que interpreta as canções, fundado no ano de 1991. De início, suas apresentações se restringiam a missas e atos litúrgicos. Com o tempo, o repertório começou a se ampliar: passou a incluir obras mais elaboradas e a trabalhar o gênero sacro, entre composições clássicas universais e da comunidade de Taizé.

Mosteiro de Solesmes – A Igreja Canta seus Santos


Cantus:


1. Introit: Statuit
2. Introit: Sacerdotes tui
3. Introit: Sacerdotes eius
4. Gradual: Ecce sacerdos
5. Alleluia: Amavit
6. Offertory: Inveni
7. Offertory: Bonum est
8. Lauds Antiphons
9. Hymn: Iste confessor
10. Introit: In medio
11. Introit: Os iusti
12. Introit: Lex Domini
13. Introit: Meditatio
14. Gradual: Venite
15. Alleluia: Spiritus
16. Alleluia: Disposui
17. Offertory: Veritas
18. Communion: Tu mandasti
19. Communion: Quod dico
20. Communion: Qui meditabitur
21. Antiphon: O Doctor
22. Hymn: Aeterne sol
23. Introit: Laetabitur
24. Introit: In virtute tua
25. Gradual: Venite filii





Vida Monástica - Cantos Gregorianos













 
Cantus:

01 - De profundis Mi ritual.
02 - Gloria XV Mi ritual.
03 - Improperium Mi ritual.
04 - Kyrie XI, A Mi ritual.
05 - Laetatus sum Mi ritual.
06 - Nos autem Mi ritual.
07 - Oculli omnium Mi ritual.
08 - Os iusti Mi ritual.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Santo Tomás de Aquino - Oração para fins diversos

Que eu chegue a ti, Senhor, por um caminho seguro e reto; caminho que não se desvie nem na prosperidade nem na adversidade, de tal forma que eu te dê graças nas horas prósperas e nas adversas conserve a paciência, não me deixando exaltar pelas primeiras nem abater pelas outras.
Que nada me alegre ou entristeça, exceto o que me conduza a ti ou que de ti me separe.
Que eu não deseje agradar nem receie desagradar senão a ti.
Tudo o que passa torne-se desprezível a meus olhos por tua causa, Senhor, e tudo o que te diz respeito me seja caro, mas tu, meu Deus, mais do que o resto.
Qualquer alegria sem ti me seja fastidiosa, e nada eu deseje fora de ti.
Qualquer trabalho, Senhor, feito por ti me seja agradável e insuportável aquele de que estiveres ausente.
Concede-me a graça de erguer continuamente o coração a ti e que, quando eu caia, me arrependa.

sábado, 2 de julho de 2016

O abraço de Aparecida a Papa emérito Bento XVI

Celebração de 65 anos de ordenação sacerdotal de Bento XVI - ANSA
Um dos eventos que marcaram a semana no Vaticano foi a celebração dos 65 anos de ordenação sacerdotal do Papa emérito Bento XVI.
Inúmeros cardeais participaram da cerimônia, entre eles o Arcebispo de Aparecida, Card. Raymundo Damasceno Assis. Ao saudar o Papa Francisco, Card. Raymundo reiterou que o Santuário Nacional aguarda sua visita para celebração dos 300 anos da imagem de Nossa Senhora, em 2017.
Já a Bento XVI, que o criou Cardeal em 2010, Card. Raymundo falou de um evento especial. Ouça abaixo: