quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Preparação para a Festa da Páscoa

QUARESMA




Os três domingos consecutivos da septuagésima, sexagésima e quinquagésima (70, 60 e 50 dias antes da Páscoa), tem por fim encaminhar os fiéis à preparação próxima da festa pascal.

Chama-se Quaresma os 40 dias de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa. Essa preparação existe desde o tempo dos Apóstolos, que limitaram sua duração a 40 dias , em memória do jejum de Jesus Cristo no deserto. Durante esse tempo a Igreja veste seus ministros com paramentos de cor roxa e suprime os cânticos de alegria: O "Glória", o "Aleluia" e o "Te Deum".

Na 4ª. feira depois do domingo da quinquagésima, dia que começa a Quaresma, a Igreja faz imposição das cinzas (quarta-feira de cinzas), para lembrar os fiéis que são pó e em pó hão de tornar.

Nesse tempo santo, convém:

a) fazer penitência, observando a lei do jejum.

b) ouvir com freqüência a Palavra de Deus.

c) preparar-se por uma boa confissão para comunhão pascal.

Em virtude de um indulto especial, concedido à América do Sul, os fiéis de 21 anos completos até 60 anos de idade, são obrigados a jejuar: com abstinência de carne, na quarta-feira de cinzas e nas sextas-feiras; sem abstinência de carne, nas quartas-feiras e na quinta-feira santa.

O quinto domingo da Quaresma chama-se o Domingo da Paixão. A partir deste dia a Igreja, em sinal de luto, encobre com um véu as estátuas e as imagens de Nosso Senhor e dos santos. Na sexta-feira dessa semana é a festa de Nossa Senhora das Dores.

A última semana é a semana santa; chama-se santa, porque nesses dias se comemoram os maiores mistérios praticados por Jesus Cristo para a redenção do gênero humano. Começa com o:

Domingo de Ramos. Antes da missa paroquial, o sacerdote benze solenemente os ramos e os distribui ao clero e aos fiéis, que os levam primeiro em procissão e depois para as suas casas. (a "palha benta" , quando queimada e acompanhada de orações a Santa Bárbara, é eficaz contra trovões e tempestades). Esta cerimônia simboliza a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, seis dias antes de sua paixão. Durante a missa canta-se ou lê-se a narrativa da Paixão, escrita por São Mateus, (na terça-feira a de São Marcos; na quarta a de São Lucas e na sexta a de São João), que exprime claramente quais devem ser os sentimentos e afetos do verdadeiro cristão durante toda a semana santa.

Na quarta, quinta e sexta-feiras, realizam-se, à tarde, ofícios chamados trevas, porque antigamente eram cantados à noite. Findos, apagavam-se as luzes para simbolizar o luto da Igreja e a escuridão que baixou à terra quando Nosso Senhor morreu. Conservou-se esse costume até hoje, apagando as velas do candeeiro triangular e as do altar, uma por uma, no fim de cada salmo. Durante o ofício das trevas cantam-se as lamentações do Profeta Jeremias sobre Jerusalém. Os três últimos tem igualmente, cada um, ofícios e cerimônias peculiares para os atos religiosos.

A quinta-feira santa é consagrada à comemoração da instituição do Santíssimo Sacramento e do sacerdócio católico. As principais cerimônias desse dia são:

1. Em cada igreja paroquial e conventual celebra-se uma só missa, na qual os outros sacerdotes recebem, de forma particular, a ceia do Senhor, em que Jesus fez pela primeira vez a consagração e os Apóstolos comungaram de sua mão.

2. A Igreja parece esquecer sua dor por um instante para festejar o grande mistério da Eucaristia. Os paramentos sacerdotais e o véu da cruz do altar-mor são de cor branca; ouve-se o cântico "Glória", durante o qual repicam solenemente todos os sinos, emudecendo depois até ao Sábado de Aleluia.

3. O padre consagra duas Hóstias grandes, uma das quais conserva para o ofício da sexta-feira santa porque naquele dia, em que Jesus ofereceu o sacrifício cruento no monte Calvário, não há consagração nas santas funções.

4. Terminada a missa, leva-se solenemente para outro altar, festivamente preparado e chamado santo sepulcro, a segunda Hóstia grande que acaba de ser consagrada e que há de servir no dia imediato, para a missa dos pré-santificados.

5. Depois da cerimônia precedente, retiram-se do altar-mor o Santíssimo, adornos, panos, etc., enquanto o sacerdote, com os ministros, reza o salmo 21, no qual Davi profetizou a Paixão do Salvador com as circunstâncias de sua morte no Calvário.

Os bispos consagram nas catedrais, durante a Missa, os Santos Óleos que devem servir para a administração do Batismo e da Extrema-unção, e em seguida o Santo Crisma, usado no Batismo, na Confirmação e na Ordem.

6. Em memória da humildade de Jesus, que neste dia lavou os pés dos Apóstolos, o bispo em sua catedral, os superiores em suas igrejas de convento, lavam os pés de doze pobres (ou ministros), beijam-nos com respeito, enxugam-nos com as próprias mãos, compenetrados dos mesmos sentimentos de humildade e caridade que tinha o Salvador. (É a cerimônia de "Lava-pés").

7. Durante todo esse dia as irmandades e os fiéis em geral fazem guarda de honra a Jesus Sacramentado. (Adoração do Santíssimo Sacramento)

Sexta-feira Santa. As cerimônias desse dia são todas lúgubres e tristes, porque visam representar o seu fundador. O celebrante e os ministros aproximam-se do altar. Chegados lá, prostram-se, estendidos no chão; depois erguem-se e procede-se à leitura de uma lição da Sagrada Escritura e da Paixão. Seguem as orações solenes que a Igreja faz por todo o mundo, mesmo por seus maiores inimigos, para imitar Nosso Senhor, que morreu por todos os homens. Ao concluí-las o celebrante, despindo a casula, dirige-se ao lado da epístola e descobre sucessivamente os braços e a cabeça da cruz; coloca-a no degrau do altar e, de pés descalços, prostra-se três vezes, adorando Jesus Cristo representado sobre a cruz. Finda esta cerimônia, traz-se ao altar, em procissão solene, a Hóstia Consagrada, que desde a véspera achava-se no santo sepulcro. Chegado o préstito ao altar, o sacerdote a levanta, para ser adorada, e comunga.

Sábado de Aleluia. Este dia é consagrado especialmente a honrar a sepultura de Nosso Senhor. As principais cerimônias são:

1. Bênção do fogo novo, que se tira de um silex, e com o qual se acende um círio de três bicos, outras velas e a lâmpada do santuário.

2. Bênção do Círio Pascal;

3. Leitura das profecias;

4. Bênção da Água Batismal;

5. Ladainha de todos os santos; e

6. Missa solene com glória, durante a qual se tocam os sinos e se cantam as aleluias. Ao meio dia acaba-se o tempo de Jejum, portanto, fim do tempo quaresmal.

Domingo - Festa da Páscoa. Lembra a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Como o predissera, ressurgiu dos mortos ao terceiro dia, provando assim sua divindade e a verdade da doutrina que ensinou.

Aproveitemos o tempo que nos é concedido viver nesta terra, para que possamos cumprir todos os preceitos do Senhor. Com muito empenho, especialmente neste tempo quaresmal, fujamos das más inclinações e peçamos a Deus forças para podermos proporcionar frutos da mais digna penitência e sincera conversão.



Página Oriente

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