Arcanjo (do grego: αρχάγγελος, transl. arkhángelos) é o nome dado ao anjo que ocupa a segunda classe em sua hierarquia celestial religiosa. Arcanjos existem em diversas tradições religiosas, como ojudaísmo, o cristianismo e o islamismo. A Bíblia cita apenas o nome de um arcanjo: Miguel. Ao contrário do que muita gente pensa Gabriel é citado e nomeado como sendo um anjo e não um arcanjo. No entanto há outras teorias a respeito em outras crenças e religiões, outros arcanjos são reconhecidos tanto pelos judeus quanto por alguns cristãos. O Livro de Tobias menciona Rafael, que também é considerado por muitos um arcanjo. Tobias faz parte do cânone católico da Bíblia, e da Septuaginta ortodoxa; o livro, no entanto, é considerado apócrifo pelos fieis e praticantes de outras fés. Os arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael são venerados na Igreja Católica Romana no dia 29 de setembro (Miguel, anteriormente, em 24 de março). Os arcanjos cujos nomes são mencionados na literatura do Islão são Gabriel, Miguel, Rafael e Azrael. Outras tradições identificam um grupo de Sete Arcanjos, cujos nomes variam, dependendo da fonte.
No judaísmo
A Bíblia hebraica usa os termos מלאכי אלוהים (malakhi Elohim, "Anjos de Deus"), מלאכי אֲדֹנָי (malakhi Adonai, "Anjos do Senhor"), בני אלוהים (b'nai elohim, "filhos de Deus") e הקדושים (ha-qodeshim, "os santos") para se referir aos seres interpretados tradicionalmente comomensageiros angelicais. Outros termos são utilizados em textos posteriores, como העליונים (ha-elyonim, "os elevados"). De fato, anjos são pouco comuns, com exceção de obras posteriores, como o Livro de Daniel, embora sejam mencionados rapidamente nas histórias de Jacó (que, de acordo com diversas interpretações, teria lutando contra um anjo) e Lot, que foi avisada por um anjo da destruição iminente das cidades de Sodoma e Gomorra. Daniel é a primeira figura bíblica que se refere aos anjos individualmente, por seus nomes.
Especula-se, portanto, que o interesse judaico nos anjos tenha se desenvolvido durante o cativeiro na Babilônia. De acordo com o rabino Simeão ben Lakish, de Tiberíade (230 - 270 d.C.), todos os nomes específicos dos anjos teriam sido trazidos pelos judeus da Babilônia.
Não existem referências explícitas a arcanjos nos textos canônicos da Bíblia hebraica (Antigo Testamento). No judaísmo pós-bíblico certos anjos passaram a assumir uma importância particular, desenvolvendo personalidades e papéis únicos. Embora se acredite que estes arcanjos tivessem proeminência entre as hostes celestiais, nenhuma hierarquia sistematizada foi desenvolvida. Metatroné considerado o mais importante dos anjos na Merkabah e no misticismo cabalístico, e frequentemente desempenha a função de escriba. É mencionado brevemente no Talmude, e figura com destaque nos textos místicos da Merkabah. Miguel, que atua como guerreiro e representante de Israel (Daniel, 10:13), é visto de maneira particularmente benevolente. Gabriel é mencionado no Livro de Daniel (Daniel, 8:15-17) e, rapidamente, no Talmude, bem como em muitos textos místicos da Merkabah. As referências mais antigas aos arcanjos foram feitas na literatura dos períodos intertestamentais (por exemplo, 4 Esdras 4:36).
Dentro da tradição rabínica, na Cabala e no capítulo 20 do Livro de Enoque, e na Vida de Adão e Eva, o tradicional número de arcanjos é mencionado como sendo de pelo menos sete, que são os principais. Três arcanjos superiores também são referenciados com frequência: Miguel, Rafael e Gabriel. Existe alguma confusão acerca de um dos oito nomes a seguir, no que tange ao que é listado como não sendo realmente um arcanjo: Uriel, Sariel, Raguel e Remiel (possivelmente o Ramiel do Apocalipse de Baruque, que presidiria sobre as visões verdadeiras), Zadequiel, Jofiel, Haniel e Chamuel. O filósofo judaico medieval Maimônides escreveu uma hierarquia angelical judaica.
Adicionalmente, lares que seguem as tradições judaicas costumam entoar uma canção de boas-vindas aos anjos antes do início do jantar da noite de sexta-feira (sabá), intitulada "Shalom Aleichem", que significa "a paz esteja convosco". Isto tem sua origem numa declaração atribuída ao rabino Jose ben Judah, que dois anjos acompanhariam cada fiel ao retornar a seu lar depois dos serviços das noites de sexta-feira na sinagoga, anjos associados com a 'boa inclinação' (yetzir ha-tov) e a 'má inclinação' (yetzir ha-ra).
No cristianismo
O Novo Testamento fala frequentemente de anjos (por exemplo, anjos trazem mensagens a Maria, José e os pastores; anjos falam com Jesus após a sua tentação no deserto, outro anjo o visita durante sua agonia, anjos são vistos na tumba do Cristo ressurrecto, e são anjos que libertam os apóstolos Pedro e Paulo da prisão); somente duas referências, no entanto, são feitas a "arcanjos": Miguel, na Epístola de Judas (1:9) e Primeira Epístola aos Tessalonicenses (4:16), onde a "voz de um arcanjo" será ouvida quando do retorno de Cristo.
Catolicismo romano
No catolicismo romano, três arcanjos são cultuado pelo nome:
- São Miguel
- São Gabriel
- São Rafael (Tobias, 3:17 e 12:15)
São Gregório, o Grande, num sermão, dá o nome de outros quatro:
- Uriel, mencionado no Segundo Livro de Esdras,
- Fanuel, (Orfiel, Ofaniel) &
- Zaraquiel (Saracael), ambos mencionados no Livro de Enoque
- Simiel (Proclamador de Deus).
Ortodoxo
A tradição ortodoxa oriental menciona "milhares de arcanjos"; no entanto, apenas sete arcanjossão venerados pelo nome. Uriel é incluído, e os outros três mencionados com mais frequência são Selafiel, Jegudiel e Baraquiel (um oitavo, Jeremiel, é por vezes mencionado como arcanjo). A Igreja Ortodoxa celebra a Sinaxe do Santo Arcanjo Miguel e todos os outros incorpóreos celestes em 8 de novembro do [[calendário litúrgico ortodoxo oriental] (para as igrejas que utilizam o calendário juliano, 8 de novembro equivale ao 21 de novembro do calendário gregoriano). Entre outros feriados em homenagem aos arcanjos estão a Sinaxe do Santo Arcanjo Gabriel, em 26 de março (8 de abril), e o Milagre do Santo Arcanjo Miguel em Colossas, em 6 de setembro (19 de setembro). Além destes, toda as segundas-feiras do ano são dedicadas aos Anjos, com uma menção especial feita nos hinos litúrgicos de Miguel e Gabriel. Na iconografia ortodoxa, cada anjo tem uma representação simbólica:
- Miguel, que vem do hebraico "Quem é como Deus?" ou "Quem é igual a Deus?". São Miguel foi descrito, no cristianismo primitivo, como um comandante, que empunha em sua mão de direita uma lança com a qual ataca Lúcifer/Satã, e em sua mão esquerda um ramo verde de palmeira. No top de sua lança se encontra uma fita de linho com uma cruz vermelha. O arcanjo Miguel é considerado especificamente como um 'Guardião da Fé Ortodoxa', e um combatente contra as heresias.
- Gabriel, que significa "Homem de Deus" ou "Poder de Deus". É o arauto dos mistérios divinos, especialmente a Encarnação de Deus e de todos os mistérios relacionados a ela. É retratado desta maneira: em sua mão direita segura uma lanterna acesa, e, na sua mão esquerda, um espelho de jaspe. O espelho simboliza a sabedoria de Deus como um mistério escondido.
- Rafael, que significa "cura de Deus" ou "Deus, o que cura" (Tobias, 3:17 e 12:15). Rafael é retratado ao conduzir Tobias (que carrega um peixe pescado no rio Tigre) com sua mão direita, e segurando um jarro de alabastro, usado à época pelos médicos, em sua mão esquerda.
- Uriel, que significa "Fogo de Deus", ou "Luz de Deus" (III Esdras 3:1, 5:20). É retratado empunhando uma espada contra os persas em sua mão direita, e uma chama na esquerda.
- Sealtiel, que significa "Intercessor de Deus" III Esdras, 5:16). É retratado com seu rosto e seus olhos inclinados para baixo, com suas mãos sobre o peito, em oração.
- Jegudiel, significa "Glorificador de Deus". É retratado com uma grinalda dourada em sua mão direita, e um chicote de três pontas na mão esquerda.
- Baraquiel, que significa "Benção de Deus". É retratado segurando uma rosa branca em sua mão, contra seu peito.
- Jeremiel, que significa "Exaltação de Deus". É venerado como um inspirador de pensamentos exaltados, que elevam uma pessoa a Deus (III Esdras, 4:36). Por vezes é considerado um oitavo arcanjo.
A edição da Bíblia usada pelos protestantes, que exclui os apócrifos, nunca menciona qualquer "Rafael", que portanto não é reconhecido por qualquer uma destas denominações. Rafael é, no entanto, mencionado no Livro de Tobias, um dos livros deuterocanônicos. Na história, Rafael vem ao auxílio de Tobit, curando-o de sua cegueira, e de seu filho, Tobias, expulsando um demônio que o teria matado. Rafael também desempenha um papel importante no Livro de Enoque.
No cânone da Igreja Ortodoxa Etíope, especificamente em I Enoque, Saraqael é descrito como um dos anjos que supervisiona "os espíritos que pecam no espírito." (20:7, 8)
Ocorrências no texto bíblico
Na Bíblia, encontram-se apenas duas referências à palavra "arcanjo", ocorrendo ambas no singular, conforme abaixo vertidas na Bíblia de Jerusalém:
- 1 Tessalonicenses 4:16
- "Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro."
- Judas 9
- "E, no entanto, o arcanjo Miguel, quando disputava com o diabo, discutindo a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a pronunciar uma sentença injuriosa contra ele, mas limitou-se a dizer: O Senhor te repreenda!"
Miguel
A palavra arcanjo na Bíblia está diretamente relacionada com Miguel. Algumas denominações religiosas encaram Miguel como mais um entre outros arcanjos. Outras identificam-no diretamente com Jesus Cristo.
Conceito das principais religiões
Na Teologia do judaísmo, na maioria das denominações cristãs e no islamismo, os arcanjos (grego singular Αρχάγγελος, Archángelos, grego antigo (plural) Αρχάγγελοι, Archángel[o]i, hebreu Mala'achim) são uma categoria de anjos. Eles constituem, ou presidem, cada um dos nove coros ou coortes - de - anjos; sendo que as correntes cristãs, de diversas denominações, garantem que com Cristo os coros ou coortes - de - anjos aumentaram, algumas identificando o número em torno de quinze.
- De acordo com a tradição do catolicismo, mais antiga, baseada no Antigo Testamento, identifica-se a existência de três a quatro arcanjos: Miguel, chefe da milícia celeste, Gabriel, mensageiro celeste e Raphael protetor dos viajantes (algumas vezes Uriel é incluído entre eles), como o quarto arcanjo; que, para alguns estudiosos, membros da Gnose, do livro do Apocalipse de São (para os católicos) João, identificam os arcanjos como os "Sagrados Cavaleiros, dos Sete Selos, que é aberto por Cristo, o rei ou messias, prometido por Moisés, desde o Gênesis".
- Na doutrina das Igrejas Protestantes, a nomenclatura dos arcanjos pode obedecer aos esquemas seguintes:
- Miguel, Gabriel, e Lúcifer:
- Lúcifer perdendo sua posição por volta do ano 0 após uma disputa com Miguel.
- Lúcifer perdendo sua posição em algum momento da Criação por se autoproclamar Deus. Ele queria ser igual a Deus e para isso desafiou Deus dizendo que o homem conseguiria viver sem o Seu Criador. 1ª tentação, A queda do homem, Livro de Gênesis.
- Lúcifer perdendo sua posição em algum momento no fim dos tempos por causa de uma disputa com Miguel.
- Algumas correntes protestantistas afirmam que Lúcifer sempre foi o Arcanjo mais leal de todos, mas, para que a repulsa que esse nutria por algumas correntes ideológicas (planos traçados às humanidades) se dissipasse ou aumentasse, a ele foi dada a tarefa de receber em seu reino os piores homens e viver na escuridão, ou seja, "alheio à luz da realidade dos homens", "por trás", pois só assim cumpriria sua tarefa, se reaproximando da verdadeira luz, "a qual é negra como a noite e brilha como a refração das gotas do orvalho" .
- Miguel e Lúcifer em um dos momentos acima mencionados.
- Miguel e Gabriel.
- Algumas denominações cristãs, como as Testemunhas de Jeová e a Igreja Adventista do Sétimo Dia, ensinam que existe apenas um arcanjo, designado por Miguel e o identificam com sendo o próprio Jesus Cristo. A razão apresentada prende-se com Miguel ser o único que é diretamente chamado de arcanjo e o termo "arcanjo" ser usado somente na sua forma singular na Bíblia. Muitos téologos protestantes também ensinavam assim: no Século XIX, o erudito bíblico Joseph Benson e o luterano E. W. Hengstenberg; também Spurgeon e John Gill ensinaram essa interpretação. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ensina também que existe apenas um arcanjo, Miguel, mas nega que ele seja o próprio Jesus Cristo.
- No Islão os arcanjos são Miguel ou Mikail, Gabriel ou Jibril, Rafael ou Israfil e Azrael ou Azrail. Lúcifer era o líder de todos os anjos, apesar de ele não ser um anjo, mas perdeu sua posição durante a Criação por ter recusado a ordem de Deus de aceitar Adão (e o Homem) como um ser superior.
- Para a gnose, os arcanjos são muitos e formam uma categoria de seres com grau de consciência superior ao dos anjos. Eles teriam sido humanos num passado muito remoto, posteriormente atingiram um grau de consciência semelhante ao dos anjos e mais recentemente foram além, tornando-se arcanjos. Cristo seria o mais evoluído de todos os arcanjos.
- Segundo a religião cristã protestante, Deus criou 7 arcanjos: Miguel (guerreiro de Deus), Raphael(curador e exorcista de Deus), Gabriel (mensageiro de Deus), Uriel, Samuel, Jofiel e Ezequiel.
- Segundo uma crença pagã, Deus criou 7 Arcanjos: Miguel, Rafael, Gabriel, Uriel, Samuel, Jofiel e Izacael. Dizia-se que Izacael era muito mais poderoso que Miguel, e quando Lúcifer caiu ele também caiu, mas não porque fosse desobediente e ganancioso como Lúcifer, mas por pura vontade, Ele caiu e tomou a forma humana, está escondido até hoje e Leviatã o procura assim como Miguel porque ambos querem convertê-lo ou para o bem ou para o mal; a intenção de Miguel é de que Izacael volte para o céu e a o ajude a prender Satã de novo quando ele sair do inferno. Já a intenção de Lúcifer é a vingança, o Diabo quer que Izacael destrua Miguel.
Depois que Izacael caiu, Deus criou Ezequiel, porém é o Arcanjo menos poderoso da guarnição celestial.
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