quinta-feira, 14 de março de 2013

Card. Braz de Aviz: "Igreja na direção de uma simplicidade maior" (Mp3).

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Cidade do Vaticano (RV) – Um dos membros do Colégio Cardinalício é Dom João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, e arcebispo emérito de Brasília. Ele participou do Conclave e conversou com Cristiane Murray, dizendo-se muito feliz com a escolha de Papa Francisco.
Nós tivemos estes poucos momentos juntos, ficamos muito felizes que o conclave foi bastante rápido, bem parecido com o que elegeu Bento XVI. Em apenas um dia e meio, conseguimos pensar este perfil, para a Igreja no momento atual. Esta pessoa com a imensa graça de Pedro, de poder ser o ponto de unidade de toda a Igreja e nos conduzir realmente a Cristo, ao Pai e ao Filho, a Trindade Santíssima. Nós pensamos, realmente, em estar disponível àquilo que o Senhor queria dizer para nós. Esta foi uma das notas do Conclave. Não tivemos nenhum momento de acirramento, de tensão interna; tivemos idéias diferentes, sim, momentos de escolha, que fizemos em direções diferentes, mas sempre com o desejo de acertar, e no momento em que o nome do Cardeal Bergoglio começou a vir à tona, nós começamos a sentir que talvez seria o momento para esta escolha, que é nova, mas percebemos também nos cardeais que são aqui da Europa esta sensibilidade, e isto para nós foi muito bonito porque não temos dentro do conclave esta disputa de partes como muitas vezes a imprensa coloca, ou estas tensões de grupos que servem a um ou outro grupo.


Há estas diferenças, que temos em nossa Constituição e em nossas convicções, mas há um profundo senso de comunhão, o que permitiu que nós logo logo nos identificássemos com o nome do Papa Francisco. Foi então uma alegria muito grande. Ontem, enquanto o cumprimentávamos ou o abraçávamos, havia este sentimento de alegria profunda: vimos que Deus conduz a Igreja; que Deus tem um lugar no qual onde se manifesta de modo particular, e é ali, no Conclave, quando nós, cardeais, nos abrimos a isto. Foi um clima de muita oração, acompanhados por uma Igreja que rezava – isto nos impressionou muito – vieram notícias de várias partes do mundo de que muitas gente estava rezando. Este é um patrimônio escondido, que ninguém pode medir o patrimônio do conclave. Estamos realmente muito felizes. Ontem, no jantar que fizemos com o Papa na Domus Mariae, uma alegria imensa. Eu penso que será um momento muito belo para a Igreja do Brasil, da América Latina e também para a Igreja de todo o mundo”.

 Podemos agora pensar numa Igreja com um olhar latino-americano, mais profético?

Diria sim, neste momento talvez uma Igreja que vai, como já desejava Bento XVI, na direção de uma simplicidade maior, de uma fraternidade maior, e acho que será justamente na base deste testemunho evangélico que é sobretudo o que conta. Este testemunho do Evangelho, de amor aos pobres, este estar perto como irmãos, uns dos outros, não excluindo ninguém, criando fraternidade. Eu acho que a Igreja deve caminhar muito para isso, e aqui a Cúria romana também. Agora, há uma esperança muito concreta de que isso se acelere muito mais, o que nos deixa muito felizes. Agradeço a todos os que rezaram, de modo particular no Brasil, mas também em todos os outros países, e agradecer também essa Igreja que manifesta nesses momentos tanto da renúncia de Bento 16, como agora na posse de Francisco, a atitude tão profunda de estar perto. Eu via nos olhos de Bento 16, por exemplo, a alegria de ver a Praça que ecoava com ele. Ontem à noite, a mesma coisa com Francisco. Esta é a Igreja de Deus que dá esperança, que faz pensar que Deus está agindo e para nós, isto é uma benção, e que Deus abençoe cada um de vocês que caminharam conosco”. 

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(CM)


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