terça-feira, 12 de março de 2013

Oito anos atrás, a missa "pro eligendo" presidida pelo Card. Ratzinger.

Cidade do Vaticano (RV) – Quase oito anos atrás, na Basílica Vaticana, celebrou-se a mesma missa “Pro eligendo Pontifice” que foi presidida esta manhã pelo Cardeal Angelo Sodano. Naquela ocasião, o Decano do Colégio Cardinalício era o então Card. Joseph Ratzinger.

O futuro Papa iniciou sua homilia falando de “hora de grande responsabilidade”. Comentando as leituras do dia, o Cardeal alemão aplicou na atualidade as palavras de São Paulo sobre fé “madura” e fé “infantil”:

Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento... A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por estas ondas lançada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, ao coletivismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante. Cada dia surgem novas seitas e realiza-se quanto diz São Paulo acerca do engano dos homens, da astúcia que tende a levar ao erro (cf. Ef 4, 14). Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, muitas vezes é classificado como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar "aqui e além por qualquer vento de doutrina", aparece como a única atitude à altura dos tempos hodiernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades.


Os católicos, afirmou o então Decano, tem outra medida: o Filho de Deus, o verdadeiro homem. É ele a medida do verdadeiro humanismo. "Adulta" não é uma fé que segue as ondas da moda e a última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente radicada na amizade com Cristo. É esta amizade que nos abre a tudo o que é bom e nos dá o critério para discernir entre verdadeiro e falso, entre engano e verdade. Devemos amadurecer esta fé, para esta fé devemos guiar o rebanho de Cristo. 

O Cardeal Ratzinger concluiu pedindo ao Senhor um pastor que guiasse os católicos ao conhecimento de Cristo: 

O nosso ministério é um dom de Cristo aos homens, para construir o seu corpo o mundo novo. Vivamos o nosso ministério assim, como dom de Cristo aos homens! Mas nesta hora, sobretudo, peçamos com insistência ao Senhor, para que depois do grande dom do Papa João Paulo II, nos ofereça um pastor segundo o seu coração, um pastor que nos guie ao conhecimento de Cristo, ao seu amor, à verdadeira alegria.
(BF)


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