domingo, 14 de março de 2010

Olhar somente para Jesus Cristo.


OLHAR SOMENTE PARA JESUS CRISTO
(Jo 12, 9)



“Uma grande multidão de judeus, tendo sabido que ele estava ali, veio, não só por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, que ele ressuscitara dos mortos”.





Milhões de católicos que não possuem uma intenção pura imitam esses judeus de Jo 12, 9 “... veio, não só por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro”.




Tomás de Kempis escreve: “É necessário, pois, que purifiques a tua intenção, para que seja pura e reta, e se enderece só a Jesus, sem deter-se nunca nos objetos inferiores”.




Os judeus não foram à casa de Marta e Maria, em Betânia, somente para ver Jesus Cristo, mas também para ver Lázaro.




Infeliz daquele que divide o coração entre Deus e as criaturas e que deseja o Eterno sem se desapegar daquilo que passa. Deus é ciumento e não aceita um coração dividido entre Ele e “Lázaro”: “Deus é um patrão que não aceita concorrentes, nem quer ser servido pela metade. Exige a totalidade” (Santa Catarina de Sena).




Jamais devemos olhar para Cristo Jesus e para “Lázaro”. “Lázaro” é tudo aquilo que desvia os nossos olhos de Deus: “Ninguém pode servir a dois senhores. Quem serve a um despreza o outro” (Lc 16, 13), e: “Os dois não combinam. O mundo oferece exatamente o contrário... Quem se põe ao serviço das realidades terrenas, fora do plano divino, peca e torna-se escravo do pecado, que é privação. O homem se reduz a nada, sem Deus, que é tudo” (Santa Catarina de Sena).




Santa Teresa de Jesus escreve: “Só Deus basta!”, e São Luis Maria Grignion de Montfort também escreve: “Deus só!”, e Santo Agostinho ainda diz: “Quero ser propriedade vossa”.




Se sabemos que “... somente em Deus a nossa alma repousa... que dele vem a nossa salvação... que ele é nossa rocha... salvação... nossa fortaleza... nossa esperança... nossa glória... nosso abrigo...” (Sl 62, 2-8); por que então perdermos tempo direcionando os nossos olhos para “Lázaro”, isto é, para coisas inferiores?




Na caminhada rumo ao céu muitos são aqueles que se distraem e acabam tomando outro rumo. Olham para Cristo e para “Lázaro”, e por falta de fortaleza e perseverança se perdem pelo caminho.




Quem olha para Cristo e para “Lázaro” jamais terá paz em sua alma imortal: “Deus está em nós, mas de modo escondido. Para encontrá-lo cumpre afastar-nos de tudo segundo o afeto e a vontade. Significa isto desapegar-nos, renunciar, aniquilar-nos, morrer espiritualmente a nós mesmos e a todas as coisas, não tanto e não só com o afastamento material, mas, acima de tudo, com o desapego do afeto e da vontade. É o caminho do nada, do desapego total; é a morte do homem velho, condição indispensável para revestir-nos de Cristo para viver em Deus” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).




Fixemos os nossos olhos somente em nosso Salvador e jamais busquemos algo fora d’Ele: “Eia, pois, ó alma formosíssima entre todas as criaturas, que tanto desejas saber o lugar onde está teu Amado, a fim de o buscares e a ele te unires! Já te foi dito que és tu mesma o aposento onde ele mora e o recôndito e esconderijo em que se oculta. Nisso tenho motivo de grande contentamento e alegria, vendo que todo o meu Bem e esperança se encontram tão perto de mim, a ponto de estar dentro de mim, ou, por melhor dizer, não posso estar sem ele... Que mais hei de querer ou buscar fora de mim, se tenho dentro de mim minhas riquezas e meus deleites, minha satisfação, meu reino, isto é, meu Amado a quem desejo ardentemente? Convosco, ó meu Deus, alegro-me e me regozijo, no meu recolhimento interior! Aqui vos desejo, adoro-vos, sem ir procurar-vos fora de mim, porque me distrairei, cansar-me-ei, sem poder encontrar-vos nem gozar com maior segurança” (São João da Cruz).





Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 23 de fevereiro de 2010



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