O ex-presidente israelense Shimon Peres, durante uma visita à cidade de Sderot: ele defendeu a criação de uma ONU das religiões
Cidade do Vaticano - O ex-presidente israelense Shimon Peres, recebido nesta quinta-feira pelo Vaticano em audiência privada pelo papa Francisco, declarou que propôs a criação de uma "ONU das religiões" diante da ineficácia da atual ONU política.
"Atualmente as guerras explodem com a desculpa da religião. Enfrentamos centenas, quase milhares de movimentos terroristas que pretendem matar em nome de Deus", declarou Peres, de 91 anos, em uma entrevista ao semanário italiano católico Famiglia Cristiana.
"Para lutar contra esta deriva temos a Organização das Nações Unidas. É uma instituição política que não tem nem as armas que as nações dispõem, nem a convicção que a religião produz", acrescentou o ex-presidente israelense, cujo mandato terminou no fim de julho.
"Devido ao fato de a ONU já ter tido o seu momento, o que nos serviria agora seria uma Organização de religiões unidas, uma ONU das religiões. Seria a melhor maneira de se opor aos terroristas que matam em nome da fé", acrescentou Peres.
Peres, que visitou em muitas ocasiões o Vaticano, disse que gostaria de ver o papa Francisco à frente desta "ONU das religiões".
"Talvez pela primeira vez na história o Santo Padre é um líder respeitado como tal pelas religiões mais diferentes. Diria ainda mais, talvez seja o único líder respeitado", declarou Peres.
O Vaticano não forneceu nenhuma informação sobre o encontro privado entre os dois homens.
No início de junho, pouco depois de sua viagem ao Oriente Médio, o papa Francisco recebeu Shimon Peres e o presidente palestino Mahmud Abbas no Vaticano para uma oração conjunta.
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