quinta-feira, 2 de julho de 2015

Via Crúcis de Nosso Senhor Jesus Cristo.


A via-crúcis (do latim Via Crucis, "caminho da cruz") é o trajeto seguido por Jesus carregando a cruz, que vai do Pretório até o Calvário. O exercício da via-sacra, como também é chamada, consiste em que os fiéis percorram, mentalmente, a caminhada de Jesus a carregar a Cruz desde o Pretório de Pilatos até o monte Calvário, meditando simultaneamente à Paixão de Cristo. Tal exercício, muito usual no tempo da quaresma, teve origem na época das Cruzadas (do século XI ao século XIII): os fiéis que, então, percorriam, na Terra Santa, os lugares sagrados da Paixão de Cristo, quiseram reproduzir, no Ocidente, a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa em Jerusalém. O número de estações, passos ou etapas dessa caminhada foi sendo definido paulatinamente, chegando à forma atual, de quatorze estações, no século XVI. O papa João Paulo II introduziu, em Roma, a mudança de certas cenas desse percurso não relatadas nos Evangelhos por outros quadros narrados pelos evangelistas. A nova configuração ainda não se tornou geral. O exercício da via-sacra tem sido muito recomendado pelos Sumos Pontífices, pois ocasiona frutuosa meditação da Paixão do Senhor Jesus.
Esta reflexão é baseada em quatorze estações ou etapas, em que cada uma apresenta uma cena da Paixão a ser meditada pelo discípulo de Cristo:

  1. Estação: Jesus é condenado à morte
  2. Estação: Jesus carrega a cruz às costas
  3. Estação: Jesus cai pela primeira vez
  4. Estação: Jesus encontra a sua Mãe
  5. Estação: Simão Cirineu ajuda a Jesus
  6. Estação: Verônica limpa o rosto de Jesus
  7. Estação: Jesus cai pela segunda vez
  8. Estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
  9. Estação: Jesus cai pela terceira vez
  10. Estação: Jesus é despojado de suas vestes
  11. Estação: Jesus é pregado na cruz
  12. Estação: Jesus morre na cruz
  13. Estação: Jesus é descido da cruz
  14. Estação: Jesus é Sepultado

Existem diversas meditações de autores espirituais sobre a via crucis ou via sacra. Dentre elas, as que foram utilizadas em Roma, durante os últimos anos, foram: Via Crucis com a Mãe, 2006; Via Crucis do cardeal Ratzinger, 2005; Via Crucis de João Paulo II, 2004; Via Crucis de João Paulo II, 2000; Via Crucis de Karol Wojtyla, 1976 e ainda são conhecidas as vias-crúcis de são Josemaría Escrivá e a Via Cucis de Ernestina Champourcin, 1952. Por volta de 200 anos atrás a Igreja Católica decidiu adicionar a décima quinta estação, para que os cristãos recordassem que seu Salvador havia vencido a morte e que a Via Crucis não termina na morte e sim na vida nova.


Quando associado à Via Crucis, Jesus é especialmente venerado sob o nome de Nosso Senhor dos Passos (Download Católico).

A Via-Sacra




Meditações sobre a Paixão de Cristo, do livro A Paixão

  As meditações sobre a Paixão de Cristo deste impresso foram todas extraídas de A Paixão, o
livro que foi ditado por Jesus à confidente estigmatizada Catalina (Katya) Rivas, com exceção do
primeiro parágrafo da Oitava Estação, que é do Capítulo 23 do Evangelho de São Lucas.
A versão original castelhana de A Paixão recebeu Imprimatur do Arcebispo de Cochabamba,
Bolívia, em 2 de abril de 1988. Katya residia na mencionada cidade nesse período.

Por favor, compartilhe este presente!

  Se Jesus falou ao seu coração enquanto você lia este livro, por favor, compartilhe
estas palavras, tirando cópias deste documento para divulgá-lo para
pessoas que você julgue que serão abençoadas por esta leitura. Por favor,
permita que o Espírito Santo o guie na evangelização, de acordo com os dons
que Ele lhe concedeu.

Introdução

  Deixa-te abraçar por Meu mais ardente desejo de que todas as almas venham a purificar-
se na água da penitência... Que sejam penetradas por sentimentos de confiança e não
de temor, porque sou Deus de Misericórdia e sempre estou disposto a recebê-las em Meu
Coração.
Estou junto a ti, quando fazes o que te peço; é como se Me matasses a grande sede que
Me secou até os lábios na Cruz.
Eu Me farei presente cada vez que invocarem Minha Paixão com amor. Concederei que
vivas unida a Mim na dor que experimentei quando, no Getsêmani, conheci os pecados de
todos os homens.
Pensai em tudo que tive que padecer para salvar o homem, para poder reinar em seu
coração, para tornar possível sua entrada no reino de Meu Pai.
Agora, vamos ao relato de Minha Paixão... Relato que dará glória ao Pai e santidade a
outras almas eleitas...
Façamos juntos o Caminho da Cruz.


Primeira Estação


Jesus é condenado à morte







† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Coroado de espinhos e coberto com um manto púrpura, os soldados Me apresentaram
de novo a Pilatos. Não encontrando em Mim um delito para castigar-Me, buscava meios para
libertar-Me e Me expôs à vista do povo, no lastimoso estado em que Me encontrava, propondo-
lhes dar-Me a liberdade e condenar em Meu lugar a Barrabás, que era um ladrão e
criminoso famoso. A uma voz respondeu o povo: “Que morra e que Barrabás seja posto em
liberdade”.

Almas que Me amais, vede como Me compararam a um criminoso. Vede como Me rebaixaram
mais do que ao mais perverso dos homens. Medita por um momento o indizível martírio
de Meu Coração, ao se ver preterido a Barrabás. Sou o mais odiado dos homens e Me
condenam à morte, como um ladrão infame. Pilatos pronunciou a sentença. Meus filhinhos,
considerai atentamente o quanto sofreu Meu Coração...
† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!


Segunda Estação


Jesus recebe a Cruz


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Vamos continuar, filhinha. Segue-Me no caminho do Calvário, oprimido sob o peso da
Cruz...

Enquanto Meu Coração estava abismado de tristeza pela perdição eterna de Judas, os
cruéis algozes, insensíveis à Minha dor, carregaram sobre Meus ombros chagados a dura e
pesada Cruz em que haveria de consumar o mistério da Redenção do mundo.
Contemplai-Me, anjos do céu. Vede o Criador de todas as maravilhas, o Deus a Quem
rendem adoração os espíritos celestes, caminhando em direção ao Calvário e levando sobre
Seus ombros o lenho santo e bendito que irá receber Seu último suspiro.
Vede-Me também vós, almas que desejais ser Minhas fiéis imitadoras. Meu Corpo, destroçado
por tanto tormento, caminha, sem forças, banhado de suor e de sangue...
† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!


Terceira Estação

Jesus cai pela primeira vez



† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Sofro, sem que ninguém se compadeça de Minha dor! A multidão Me acompanha e não
há uma só pessoa que tenha piedade de Mim. Todos Me rodeiam como lobos famintos, desejosos
de devorar sua presa... É que todos os demônios saíram do inferno para tornar mais
duro o Meu sofrimento.

A fadiga que sinto é tão grande, a Cruz tão pesada, que na metade do caminho caio desfalecido.
Vede como Me levantam aqueles homens desumanos do modo mais brutal: um Me
agarra por um braço, outro puxa Minhas vestes, que estão grudadas em Minhas feridas, tornando
a abri-las... Este Me pega pelo pescoço, outro pelos cabelos, outros descarregam
terríveis golpes em todo o Meu Corpo, com os punhos e até com os pés. A Cruz cai sobre
Mim e seu peso Me causa novos ferimentos. Meu rosto roça sobre as pedras do caminho e o
sangue que escorre por ele cai em Meus olhos, que estão quase fechados pelos golpes; o
pó e a lama se juntam ao sangue e fico como o objeto mais repugnante.
† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!



Quarta Estação

Jesus encontra Sua Mãe



† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Segui Comigo uns momentos e, a poucos passos, ver-Me-eis na presença de Minha Mãe
Santíssima que, com o Coração transpassado pela dor, sai ao Meu encontro com dois objetivos:
para recobrar nova força de sofrer à vista de Seu Deus e para dar a Seu Filho, com Sua
atitude heróica, alento para continuar a obra da Redenção.

Considerai o martírio destes dois Corações. Quem mais ama Minha Mãe é Seu Filho...
Não pode Me dar nenhum alívio e sabe que o fato de vê-la aumentará ainda mais Meus sofrimentos;
mas também aumentará Minha força para cumprir a vontade do Pai.

Quem mais amo na terra é Minha Mãe; e não apenas não a posso consolar, como o estado
lamentável em que Me vê proporciona a Seu coração um sofrimento semelhante ao Meu.
Deixa escapar um soluço. A morte que sofro em Meu Corpo, recebe-a Minha Mãe em Seu
Coração!... Como se cravam em Mim Seus olhos e os Meus se cravam também nEla! Não
pronunciamos uma só palavra, mas quantas coisas dizem Nossos Corações neste doloroso
olhar.

† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!


Quinta Estação


Simão Cireneu ajuda Jesus

a carregar a Cruz


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Vou a caminho do Calvário. Aqueles homens iníquos, temendo ver-Me morrer antes de
chegar ao fim, entendem-se entre si para buscar alguém que Me ajude a carregar a Cruz e
requisitaram um homem das redondezas chamado Simão. Este homem Me ajuda a carregar
parte da Cruz, mas não toda a Minha Cruz...

Há almas que caminham assim atrás de Mim. Aceitam Me ajudar a carregar Minha Cruz,
mas se preocupam ainda com o consolo e o descanso. Muitas outras consentem seguir-Me
e, assim, abraçaram a vida perfeita. Mas não abandonam o interesse próprio, que continua
sendo, em muitos casos, seu primeiro cuidado; por isso vacilam e deixam cair Minha Cruz,
quando lhes pesa demasiado. Procuram a maneira de sofrer o menos possível, medem sua
abnegação, evitam o quanto podem a humilhação e o cansaço e, talvez lembrando-se com
pena daqueles que deixaram, tratam de procurar para si certas comodidades, certos prazeres.
† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!

Sexta Estação


Verônica enxuga o rosto de Jesus


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Pelo contrário, há almas, e não poucas, que, movidas pelo desejo de sua salvação, mas
sobretudo pelo amor que lhes inspira a visão do que por elas sofri, decidem-se a seguir-Me
no caminho do Calvário; abraçam-se à vida perfeita e se entregam ao Meu serviço, não para
ajudar-Me a carregar parte da Cruz, mas para levá-la toda inteira. Seu único desejo é
dar-Me descanso, consolar-Me; oferecem-se com este fim a tudo o que lhes pede Minha
vontade, buscando tudo que possa Me agradar. Não pensam nem nos méritos, nem na recompensa
que os aguarda, nem no cansaço, nem no sofrimento que lhes caberá. A única
coisa em que pensam é o amor que podem Me demonstrar, o consolo que procuram para
Mim...

Se Minha Cruz se apresenta sob a forma de uma enfermidade, se se esconde debaixo de
um emprego contrário a suas inclinações e pouco conforme a suas aptidões, se vai acompanhada
de algum esquecimento das pessoas que as rodeiam, aceitam-na com inteira submissão.
Ah!, estas almas são as que verdadeiramente carregam Minha Cruz, adoram-na, servemse
dela para buscar Minha Glória, sem outro interesse nem paga que o Meu amor. São as
que Me consideram e glorificam...

† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!


Sétima Estação

Jesus cai pela segunda vez


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Vede o Cireneu atrás de Mim, ajudando-Me a carregar a Cruz e considerai sobretudo
duas coisas: este homem carece de boa vontade; é um mercenário, porque se Me acompanha
e compartilha Comigo o peso da Cruz, é porque foi requisitado. Por isso, quando
sente demasiado cansaço, deixa cair mais peso sobre Mim e assim caio por terra duas vezes.
Meu Pai envia anjos para que Me ajudem a Me sustentar, para que Meu Corpo não perca
a consciência ao cair; para que a batalha não seja ganha antes do tempo e Eu perca todas as
Minhas almas.

Caminho sobre as pedras que destroçam Meus pés, tropeço e caio uma e outra vez. Olho
para os lados do caminho em busca de um pequeno olhar de amor, de uma entrega, de uma
união a Minha dor, mas... não vejo ninguém.

Filhos Meus, que seguem Meus passos, não solteis vossa cruz por mais pesada que esta
vos pareça. Fazei isto por Mim, pois carregando vossa cruz ajudar-Me-eis a carregar a Minha
e, pelo duro caminho, encontrareis Minha Mãe e as almas santas que irão vos dando
ânimo e alívio.

† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!

Oitava Estação

Jesus consola as mulheres

de Jerusalém


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos
filhos. Porque virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram
e os peitos que não amamentaram! Então dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros:
Cobri-nos!

Tende como coisa certa que, se não vedes o resultado de vossos sofrimentos, de vossa
abnegação, ou o vedes mais tarde, nem por isso foram vãos e sem fruto mas, pelo contrário,
o fruto será abundante.

A alma que verdadeiramente ama, não conta o que sofreu e trabalhou, nem espera tal ou
qual recompensa; busca somente aquilo que crê dar glória para seu Deus... Por Ele, não
regateia trabalhos nem fadigas. Não se agita nem se inquieta, nem muito menos perde a paz
se se vê contrariada ou humilhada; porque o único móvel de suas ações é o amor, e o amor
abandona as conseqüências e os resultados. Eis aqui o fim das almas que não buscam recompensa.
A única coisa que esperam é Minha Glória, Meu consolo, Meu descanso; por isso
tomaram toda a Minha Cruz e todo o peso que Minha Vontade deseja carregar sobre elas.
† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!

Nona Estação


Jesus cai pela terceira vez


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Extenuado de fadiga, mal posso andar. Meus pés sangram pelas pedras do caminho...
Três vezes caí no trajeto. Uma, para dar aos pecadores, habituados ao pecado, a força de se
converterem. Outra, para dar alento às almas que caem por fragilidade, e às almas cegas
pela tristeza e inquietação, para animá-las a levantar-se e a empreender com coragem o
caminho da virtude. E a terceira, para ajudar as almas a sair do pecado na hora da morte.
Filhos Meus, chamai-Me por Meu nome, pois Jesus quer dizer tudo. Eu lavarei vossos
pés, aqueles pés que pisaram uma senda escorregadia e que agora estão feridos pelos choques
contra as pedras. Eu os enxugarei, sararei, beijarei, e ficarão sãos, e já não conhecerão
outra senda senão a que conduz a Mim.

Alma que Me pertences, não faças caso desse cruel inimigo e, sentindo a moção da graça
no início de tua luta, acode ao Meu Coração; sente, contempla como verte uma gota de Seu
Sangue sobre tua alma e vem a Mim. Já sabes onde Me encontro: sob o véu da fé...
Levanta-o e diz-Me com inteira confiança tuas penas, tuas misérias, tuas quedas... Escuta
com respeito Minhas palavras e não temas pelo passado. Meu Coração o submergiu no abismo
de Minha Misericórdia e Meu amor.

† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!


Décima Estação

Jesus é despojado de Suas vestes


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Vê com que crueldade Me rodeiam estes homens endurecidos. Uns pegam a Cruz e a
estendem no chão; outros Me arrancam as vestes grudadas às feridas, que se abrem de novo
e o sangue volta a jorrar.

Vede, filhos queridos, quanta é a vergonha e a ignomínia que padeço ao ver-Me assim,
diante daquela imensa multidão. Que dor para Minha alma!

Os algozes que arrancam a túnica, que com tanto esmero Me vestiu Minha Mãe em Minha
infância e que ia crescendo à medida em que Eu crescia, tiram sorte sobre ela. Qual seria a
aflição de Minha Mãe, que contempla esta cena?

Contemplai um instante estas mãos e estes pés ensangüentados... Este corpo despido,
coberto de feridas, urina e de sangue. Sujo... Esta cabeça traspassada por agudos espinhos,
empapada de suor, cheia de pó e coberta de sangue...

† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!


Décima Primeira Estação

Jesus é pregado na Cruz


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Mas chegou a hora e, estendendo-Me sobre a Cruz, os algozes pegam Meus braços e esticam
para que cheguem aos furos, feitos nela... Todo o Meu Corpo se quebranta, balançase
de um lado a outro e os espinhos da coroa penetram em Minha cabeça, ainda mais profundamente.
Ouvi a primeira martelada que prega Minha mão direita... ressoa até as profundezas
da terra. Ouvi ainda... já pregam Minha mão esquerda e, ante semelhante espetáculo,
os Céus se estremecem, os Anjos se prostram. Eu guardo o mais profundo silêncio.
Nem uma queixa, nem um gemido escapa de Meus lábios, mas Minhas lágrimas se mesclam
com o sangue que cobre Meu rosto.

Assim que cravaram as mãos, pegam cruelmente os pés... As chagas se abrem, os nervos
se rompem em Minhas mãos e braços... os ossos se desconjuntam... A dor é intensa! Meus
pés são traspassados e Meu Sangue banha a terra!...

Contempla teu Jesus, estendido sobre a Cruz, sem poder fazer o menor movimento...
despido, sem fama, sem honra, sem liberdade... Tudo Lhe foi tirado! Não há quem se apiede
e se compadeça de Sua dor! Só recebe tormentos, escárnios e zombarias!
† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!


Décima Segunda Estação

Jesus morre na Cruz


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Filhos Meus, ouvistes e vistes Meus sofrimentos; acompanhai-Me até o fim e compartilhai
de Minha dor.

Já está erguida Minha Cruz. Eis a hora da Redenção do mundo!

Sou alvo de zombarias para a multidão... mas também de admiração e de amor pelas almas.
Esta Cruz, até agora instrumento de suplício, onde expiravam os criminosos, passará a
ser, a partir daí, a luz e a paz do mundo.

Pelas almas agonizantes, ofereci ao Pai Minha morte, e elas terão a Vida. No último grito
que lancei da Cruz, abracei toda a humanidade passada, presente e futura.
Meus filhos, não há cruzes gloriosas na terra; estão todas envoltas em mistério, em trevas,
em exasperação. Em mistério, porque não a compreendem; em trevas, porque ofuscam
a mente, porque atingem justamente onde não se deseja ser atingido.
† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!


Décima Terceira Estação

Jesus é descido da Cruz


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Não vos lamenteis, nem vos retardeis; digo-vos que levei não somente a Cruz de madeira
que Me conduziu à Glória, mas sobretudo, aquela Cruz invisível mas permanente, que era
formada pelas cruzes de vossos pecados. Sim, e de vossos sofrimentos. Tudo o que vós sofreis
foi objeto de Minhas penas, posto que não sofri somente para vos dar a Redenção, mas
também pelo que vós deveis sofrer agora. Olhai o amor que Me une a vós; nele tendes a
confirmação de Meu Santo Querer. Uni-vos a Mim, observando como Eu Me comportei
entre ilimitadas amarguras.

Tomei como símbolo um madeiro, uma cruz. Levei-o, com grande amor, pelo bem de
todos. Sofri verdadeira aflição, para que todos pudessem se alegrar em Mim. Mas hoje,
quantos crêem nAquele que verdadeiramente vos amou e vos ama?... Contemplai-Me na
imagem do Cristo que chora e sangra. Ali e assim Me tem o mundo.

† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!

Décima Quarta Estação

Jesus é sepultado


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

Criei o mundo e criei também a árvore que haveria de Me proporcionar a madeira de
Minha Cruz; criei e cultivei a sarça que haveria de Me dar os espinhos de Minha Coroa Real.
Sepultei nas entranhas da terra o ferro com o qual haveriam de forjar Meus Cravos. Oh, mistério
de incompreensível amor! Criei um ninho para o pássaro, uma toca para a fera, para o
rico um palácio, para o trabalhador uma casa, um berço para o bebê, um asilo para o ancião;
quando vim em pessoa visitar Minha Terra, não houve lugar para Mim nas pousadas do
mundo. Era uma noite fria, gelada, aquela noite da Minha Vinda aos homens. Vim aos homens,
porém os homens não Me conheceram. Não havia lugar para Mim...E agora?...(*)
Filhos Meus, pobres pecadores! Não vos afasteis de Mim, espero-vos dia e noite no Sacrário.
Não repreenderei vossos crimes. Não jogarei em vosso rosto os vossos pecados. O
que farei será lavar-vos com o Sangue de Minhas chagas. Não temais, vinde a Mim. Não sabeis
quanto vos amo!

† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!

Décima Quinta Estação

A Ressurreição de Jesus


† Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos!

Porque pela Vossa Santa Cruz redimistes o mundo!

À Sexta-Feira Santa se seguiu a aurora gloriosa do Domingo da Ressurreição... É Meu
Sangue redentor, que rega as terras áridas que ficaram desertas do mundo das almas; e
correrá sempre sobre a terra este Sangue, enquanto houver um homem a salvar. Eu não
morri na Cruz entre mil tormentos para povoar de almas o inferno, mas de eleitos o Paraíso.
Novamente, filhos Meus, pobres pecadores! Não vos afasteis de Mim, espero-vos dia e
noite no Sacrário. Não repreenderei vossos crimes. Não jogarei em vosso rosto os vossos
pecados. O que farei será lavar-vos com o Sangue de Minhas chagas. Não temais, vinde a
Mim. Não sabeis quanto vos amo!

Vinde agora, filhos Meus, à Minha Igreja, e visitai-Me. Sou vosso Elevado Senhor que vos
espera no Tabernáculo. Estou totalmente presente, Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Quereis
conhecer-Me? Então vinde e passai um tempo Comigo. Eu vos amo, estimados filhos.
† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!


Uma contemplação da

Paixão de Cristo

A via-crúcis1 (do latim Via Crucis, "caminho da cruz") é o trajeto seguido por Jesus carregando a cruz, que vai do Pretório até o Calvário. O exercício da via-sacra2 , como também é chamada, consiste em que os fiéis percorram, mentalmente, a caminhada de Jesus a carregar a Cruz desde o Pretório de Pilatos até o monte Calvário, meditando simultaneamente à Paixão de Cristo. Tal exercício, muito usual no tempo da quaresma, teve origem na época das Cruzadas (do século XI ao século XIII): os fiéis que, então, percorriam, na Terra Santa, os lugares sagrados da Paixão de Cristo, quiseram reproduzir, no Ocidente, a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa em Jerusalém. O número de estações, passos ou etapas dessa caminhada foi sendo definido paulatinamente, chegando à forma atual, de quatorze estações, no século XVI3 . O papa João Paulo II introduziu, em Roma, a mudança de certas cenas desse percurso não relatadas nos Evangelhos por outros quadros narrados pelos evangelistas. A nova configuração ainda não se tornou geral. O exercício da via-sacra tem sido muito recomendado pelos Sumos Pontífices, pois ocasiona frutuosa meditação da Paixão do Senhor Jesus. Esta reflexão é baseada em quatorze estações ou etapas, em que cada uma apresenta uma cena da Paixão a ser meditada pelo discípulo de Cristo:


Filhos Meus, pobres pecadores! Não vos afasteis de Mim, espero-vos dia e noite no Sacrário. Não repreenderei vossos crimes. Não jogarei em vosso rosto os vossos pecados. O que farei será lavar-vos
com o Sangue de Minhas chagas. Não temais, vinde a Mim. Não sabeis quanto vos amo!
Contemplai Minhas feridas e vede se há alguém que tenha sofrido tanto quanto Eu, para demonstrarvos seu amor.

Contemplai um instante estas mãos e estes pés ensangüentados... Este corpo despido, coberto de
feridas, urina e de sangue. Sujo... Esta cabeça traspassada por agudos espinhos, empapada de suor,
cheia de pó e coberta de sangue...

Contempla teu Jesus, estendido sobre a Cruz, sem poder fazer o menor movimento... despido, sem
fama, sem honra, sem liberdade...
Se Me amas de verdade, a que não estarás disposto para assemelhar-te a Mim? O que recusarás para
obedecer-Me, comprazer-Me e consolar-Me?...

Contemplai-Me na imagem do Cristo que chora e sangra. Ali e assim Me tem o mundo.
† Oh Jesus obedientíssimo, manso e humilde de coração, tende piedade de nós!