segunda-feira, 27 de junho de 2016

A aparição do Anticristo e a 2ª vinda de Jesus Cristo

Nota: O texto que apresentamos aos nossos leitores é parte de um comentário da Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses feito pelo Doutor dos Santos e o mais Santo dos Doutores da Igreja, isto é, de Santo Tomás de Aquino.

A tradução para a língua portuguesa foi feita por Rodrigo Santana através de um texto editado em castelhano disponível no site da Congregação para o Clero (http://www.clerus.org) e vertido do latim de Sancti Thomae Aquinatis Doctoris Angelici su per Secundam Epístolam Sancti Pauli Apostoli ad Thessalonicenses expositio editado por Petri Marietti em 1896.

A versão da epístola comentada por Santo Tomás é o da Vulgata de São Jerônimo da qual traduzimos os textos utilizados nesta tradução do comentário.

Lição 1: 2 Tessalonicenses 2,1-5

Admoestamo-los a não apartar-se da verdade, como se o dia do juízo estivesse próximo, porque primeiro há de dar-se a conhecer o Anticristo, que São Paulo chama o homem do pecado.

1 Entretanto, irmãos, vos suplicamos, pelo advento de Nosso Senhor Jesus Cristo, e de nossa união à Ele.
2 que não abandoneis rapidamente vossos sentimentos, nem os assusteis com supostas revelações, com certos discursos, ou com cartas que se suponham enviadas por nós, como se o dia do Senhor estivesse muito próximo.
3 Não deixai-vos seduzir por nada e de nenhum modo, porque não virá este dia sem que primeiro haja acontecido a apostasia geral dos fiéis, e aparecido o homem do pecado, o filho da perdição,
4 o qual se oporá à Deus e se levantará contra tudo o que se diz Deus, ou se adora, até chegar a por seu assento no templo de Deus, dando-se a entender que é Deus.
5 Não vos recordais que, quando estava entre vós, vos dizia estas coisas?

No capítulo anterior o Apóstolo correu o véu aos acontecimentos futuros no que mostra as penas dos maus e o prêmio dos bons; aqui anuncia os perigos que correrá a Igreja no tempo do Anticristo; e primeiro anuncia a verdade desses perigos futuros, e exorta-os logo a permanecer na verdade.

Quanto ao primeiro, excluída a falsidade, os instrui na verdade.

Traz-lhes também a consideração à (tripla) razão que servirá para persuadi-los, e a que: “a não deixar-se alterar tão facilmente”; e toma do meio que pudera abordá-los. Induze-os, não com mandatos (Fil 1) senão com seus próprios rogos: “os suplicamos”.

Pelo advento de Cristo, embora terrível para os maus (Am 5), desejável para os bons (2Tm 4; Ap 22);

Pelo desejo e amor de toda a congregação dos Santos, “nele mesmo”, e à saber, onde está Cristo, porque “onde está o corpo, ali se juntarão as águias” (Mt 24).

Ou nele mesmo, porque todos os Santos, em lugar e glória, estarão no mesmo, segundo o mesmo: “junta-lhe seus santos”.

Mas a que os induz? “a que não mudeis de ligeiro vossos sentimentos”. Mas uma coisa é mover-se e outra ser presa do terror.

Move-se de seu sentir quem deixa o que teve; como se dissera: não deixes tão rapidamente minha doutrina. “Quem pronto crê é cabeça leviana” (Eclo. 19).

Mas o terror é um gênero de trepidação, como o medo do contrário. Por isso disse: “nem os aterrorizeis”, como o ímpio, em cujos ouvidos “soa sempre um estrondo que lhe aterra” (Jó 15,21).

Também se houver paz, é suspeita sempre ciladas e traições, “pois sendo como é medrosa a maldade, traz consigo o testemunho de sua própria condenação” (Sab 17,10).

a) “não abandoneis rapidamente vossos sentimentos, nem os assusteis com supostas revelações”.

Dá de mão ao que poderia movê-los, em especial e no geral: “que nada os seduza”; e é um seduzido ou enganado por uma falsa revelação; donde diz: “com supostas revelações” ou pelo espírito, isto é: se alguns disserem que o Espírito Santo revelou-lhe algo de encontro a minha doutrina, “não os aterrorizeis” (1Jo 4; Ez. 13).

Algumas vezes também Satanás transfigura-se em anjo de luz, como se diz em 2Co 11 e 3 Reis, 22: “sairei e serei um espírito mentiroso na boca de todos seus profetas”;

b) por um raciocínio ou falsa exposição da Escritura; por isso diz: “com certos discursos” (2Tm 2; Ef 5);

c) por uma autoridade distorcida a um perverso sentido.

“Segundo que também nosso caríssimo irmão Paulo os escreveu conforme à sabedoria que lhe foi dada, como o faz em todas suas cartas... nas quais há algumas coisas difíceis de entender, cujo sentido os indoutos e inconstantes pervertem, da mesma maneira que nas demais escrituras de que abusam, para sua própria perdição” (2 Pedro,3,16).

Mas sobre o que versava o engano?: “como se o dia do Senhor estivesse já muito próximo”.

E adiciona: “ou com cartas que se supunham enviadas por nós”; porque na Primeira Carta, se mal se entende, parece dizer que a vinda do Senhor está já à porta, como aquilo: “logo nós os que vivemos...”

continua no próximo post: a apostasia que precederá a manifestação do Anticristo

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