domingo, 12 de abril de 2009

Na Vigília Pascal, Papa diz que humanidade está desorientada.

Bento XVI pede que 'luz de Cristo não se apague nestes tempos'.
Na cerimônia ele batizou adultos dos EUA, da China e da Itália.
Da EFE
Bento XVI presidiu esta noite na basílica de São Pedro do Vaticano a Vigília Pascal, em que afirmou que o homem atual vive desorientado, sem saber em que valores educar os jovens, e pediu a Deus que não apague a luz em meio às confusões da atualidade. "Quanta compaixão deve sentir Cristo em nosso tempo por tantas grandiloquências, após as quais se esconde na realidade uma grande desorientação? Aonde iremos? Quais são os valores sobre os quais devemos nos regular?", questionou o Papa.




A Vigília Pascal é a mais solene celebração do ano litúrgico (Foto: Gregorio Borgia/AP)
O pontífice disse ainda que Cristo é a luz e pediu que a chama que acendeu nos homens "não se apague entre as confusões destes tempos, mas seja cada vez maior e mais luminosa".
O bispo de Roma discursou durante a homilia, em que explicou que a luz, a água e o canto novo, o aleluia, são os três símbolos da Vigília Pascal. A vigília é um dos ritos mais antigos da liturgia e se celebra nesta noite que Santo Agostinho chamou "mãe de todas as vigílias", em alusão à espera da ressurreição do filho de Deus.
A vigília começou no átrio da basílica, em meio ao mais profundo dos silêncios, com a bênção do fogo novo e o Círio Pascal, símbolo de Cristo, "Luz do Mundo". O Papa realizou com uma punção uma incisão sobre o Círio Pascal, gravando uma cruz, a primeira e a última letra do alfabeto grego - alfa e ômega- e o número do ano 2009. Ao mesmo tempo, em latim, disse: "Cristo ontem e hoje, princípio e fim, alfa e ômega. A ele pertence o tempo e a eternidade, a glória e o poder pelos séculos dos séculos".


Procissão


Depois, começou a procissão rumo ao altar maior, em meio a uma total escuridão no templo, iluminado pouco a pouco com as velas das milhares de pessoas presentes, todas elas acesas uma a uma com a chama do Círio Pascal. Uma vez no altar maior, foram acesas todas as luzes, que deixaram aparecer as maravilhas que cercam o templo e começou a proclamação pascal (Exultet). Seguindo uma tradição da Igreja primitiva, na qual os catecúmenos - adultos que aspiram o batismo - eram batizados na noite da Vigília Pascal, o Bispo de Roma batizou uma chinesa, uma americana e três italianos.
Na homilia, Bento XVI, que concelebrou com 30 cardeais, se referiu a luz, água e aleluia, afirmando que onde há luz nasce a vida e o caos pode se transformar em cosmos. Da água, disse que sem ela não há vida e após ressaltar a simbologia do batismo pediu que os batizados sejam sempre fontes de água pura, fresca, viva, pessoas que transmitem sossego e renovação.
"No batismo, o Senhor não só nos transforma em pessoas de luz, mas também em fontes das quais brota água viva. Todos conhecemos pessoas desse tipo, como (...) madre Teresa de Calcutá ou Francisco de Assis, mas também se encontra em pessoas da vida diária", afirmou. O papa ressaltou que a ressurreição de Jesus é uma explosão de luz, que supera a morte.
"Desde que Cristo ressuscitou, a gravitação do amor é mais forte que a do ódio, a força de gravidade da vida é mais forte que a da morte. E não é esta realmente a situação da Igreja em todos os tempos? Sempre se tem a impressão de que vai afundar e sempre se salva", afirmou. Bento XVI oficiará amanhã na Praça de São Pedro a missa do Domingo da Ressurreição e depois lerá uma mensagem pascal e dará a bênção Urbi et Orbi em mais de 50 idiomas. O local já foi preparado com milhares de flores, em sua maioria amarelas e brancas - cores do Vaticano - e com composições de cravos, lírios e tulipas, procedentes da Holanda.


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