A vida monástica nunca nasce por geração espontânea como, aliás, qualquer gênero de vida. Para haver vida, é preciso haver geração por parte de outros, que por sua vez também foram gerados.
O Mosteiro da Ressurreição - herdeiro e protagonista de uma Tradição viva, - foi fundado em 30 de junho de 1981 por alguns monges provenientes do Mosteiro de São Bento de São Paulo.
A fundação deveria ser no sul do país, onde a vida monástica era quase desconhecida. O mosteiro, que seria dedicado à Ressurreição do Senhor, teve início no santuário mariano da Vila Velha, ao lado do conhecido ponto turístico e em terreno pertencente ao Estado do Paraná, cedido em comodato à Cúria diocesana.
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quinta-feira, 23 de junho de 2016
domingo, 5 de abril de 2015
segunda-feira, 30 de março de 2015
Sábado Santo - Exultet (Ouça).
A Vigília Pascal é a mais importante celebração do Ano Litúrgico. Ela é considerada a "Mãe de todas as noites". Nela celebramos a vitória de Cristo sobre a morte e o pecado, através da sua ressurreição, que constitui o centro da nossa fé cristã: "Se Cristo não tivesse ressuscitado vã seria a nossa fé", nos assegura São Paulo.
A Vigília Pascal é uma belíssima celebração, na qual é feito um memorial de toda a história da salvação, desde a criação, até a ressurreição de Cristo, que é a garantia da nossa ressurreição, pois pelo batismo, fomos sepultados com Ele na sua morte para que assim como Cristo ressuscitou dos mortos, nós também possamos caminhar por uma vida nova e possuir desde já as primícias da vida eterna. Por isso, essa é na Igreja a noite batismal por excelência; é a noite em que os catecúmenos recebem os sacramentos e os fiéis renovam as suas promessas batismais.
Cada rito e gesto dessa celebração é muito significativo e merece ser bem celebrado e participado.
"Ó noite de alegria verdadeira que une de novo o Céu e a terra inteira".
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Reflexão para Segunda-Feira de Páscoa (Ouça).
Cidade do Vaticano (RV) - Nesta semana, chamada de Semana da Oitava Pascal, vivemos a Eucaristia como se celebrássemos o Domingo de Páscoa, tal é sua importância grandiosa. A Páscoa é a Festa das Festas, é a celebração máxima dos cristãos. Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição nos deu a vida plena com o Pai, para toda a eternidade.
Somos levados, por causa de todo o simbolismo e por causa de nossa tendência a sermos solidários com quem padece, a vivenciarmos, com facilidade, os mistérios da Paixão do Senhor. Com certeza, mais uma vez, nossos templos estiveram lotados de pessoas para as celebrações de quinta e, mais ainda, para a de sexta-feira santa.
É a sensibilidade que nos provoca a consciência de que somos cristãos e de que é preciso parar e rever nossa caminhada.
Somos levados, por causa de todo o simbolismo e por causa de nossa tendência a sermos solidários com quem padece, a vivenciarmos, com facilidade, os mistérios da Paixão do Senhor. Com certeza, mais uma vez, nossos templos estiveram lotados de pessoas para as celebrações de quinta e, mais ainda, para a de sexta-feira santa.
É a sensibilidade que nos provoca a consciência de que somos cristãos e de que é preciso parar e rever nossa caminhada.
Regina Caeli: A alegria da Páscoa não é uma maquiagem, mas vem do coração (Ouça).
Cidade do Vaticano (RV) – Nesta Segunda-feira de Páscoa, o Papa Francisco rezou com os fiéis e peregrinos na Praça S. Pedro a oração do Regina Caeli, que neste tempo pascal substitui a oração do Angelus.
Nesta semana, disse o Papa, podemos continuar com as felicitações de Páscoa, como se fosse um único dia. “É o grande dia que o Senhor fez.”
O sentimento dominante que transparece dos relatos evangélicos da Ressurreição é a alegria repleta de estupor, e na Liturgia nós revivemos o estado de espírito dos discípulos pela notícia que as mulheres traziam: Jesus ressuscitou!
“Deixemos que esta experiência, impressa no Evangelho, se imprima também nos nossos corações e transpareça na nossa vida. Deixemos que o estupor jubiloso do Domingo de Páscoa se irradie nos pensamentos, nos olhares, nas atitudes, nos gestos e nas palavras... Mas isso não é uma maquiagem! Vem de dentro, de um coração imerso na fonte desta alegria, como o de Maria Madalena, que chorou pela perda do seu Senhor e não acreditava nos seus olhos vendo-o ressuscitado.”
Quem faz esta experiência, acrescentou o Pontífice, se torna testemunha da Ressurreição, porque num certo sentido ele mesmo ressuscita. Então é capaz de levar um “raio” da luz do Ressuscitado nas diversas situações humanas: naquelas felizes, tornando-as mais belas e preservando-as do egoísmo; e naquelas dolorosas, trazendo serenidade e esperança.
Nesta Semana, disse ainda o Papa, nos fará bem pensar na alegria de Maria, a Mãe de Jesus. Assim como a sua dor foi íntima, a ponto de traspassar a sua alma, do mesmo modo a sua alegria foi íntima e profunda, e desta os discípulos puderam compartilhar.
Nesta semana, disse o Papa, podemos continuar com as felicitações de Páscoa, como se fosse um único dia. “É o grande dia que o Senhor fez.”
O sentimento dominante que transparece dos relatos evangélicos da Ressurreição é a alegria repleta de estupor, e na Liturgia nós revivemos o estado de espírito dos discípulos pela notícia que as mulheres traziam: Jesus ressuscitou!
“Deixemos que esta experiência, impressa no Evangelho, se imprima também nos nossos corações e transpareça na nossa vida. Deixemos que o estupor jubiloso do Domingo de Páscoa se irradie nos pensamentos, nos olhares, nas atitudes, nos gestos e nas palavras... Mas isso não é uma maquiagem! Vem de dentro, de um coração imerso na fonte desta alegria, como o de Maria Madalena, que chorou pela perda do seu Senhor e não acreditava nos seus olhos vendo-o ressuscitado.”
Quem faz esta experiência, acrescentou o Pontífice, se torna testemunha da Ressurreição, porque num certo sentido ele mesmo ressuscita. Então é capaz de levar um “raio” da luz do Ressuscitado nas diversas situações humanas: naquelas felizes, tornando-as mais belas e preservando-as do egoísmo; e naquelas dolorosas, trazendo serenidade e esperança.
Nesta Semana, disse ainda o Papa, nos fará bem pensar na alegria de Maria, a Mãe de Jesus. Assim como a sua dor foi íntima, a ponto de traspassar a sua alma, do mesmo modo a sua alegria foi íntima e profunda, e desta os discípulos puderam compartilhar.
domingo, 20 de abril de 2014
Francisco na homilia de Sábado Santo: "Voltar à Galiléia!" (Ouça).
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu, na noite deste sábado santo, na Basílica Vaticana, à solene Vigília pascal, que contou com a participação de numerosos fiéis, provenientes de diversas partes do mundo.
Após o rito preparatório, da bênção do fogo e do solene anúncio pascal, o Santo Padre fez sua homilia, partindo, precisamente, do Evangelho da ressurreição de Jesus, referindo-se, de modo particular, às mulheres que foram ao sepulcro, na manhã seguinte.
Elas queriam honrar o corpo do Senhor, mas encontram o túmulo aberto e vazio. Mas, um anjo do Senhor lhes disse: «Não tenham medo! Ele ressuscitou dos mortos». E ao saírem de lá, se encontraram com o próprio Jesus, que lhes disse: «Vão anunciar aos meus irmãos, que me verão na Galileia».
Depois da morte de Jesus, os discípulos se dispersaram; tudo parecia ter acabado; as certezas e as esperanças, enfraquecidas. Mas, o incrível anúncio das mulheres brotou como um raio de luz na escuridão. A notícia se espalhou: Jesus ressuscitou!
O Anjo do Senhor e o próprio Jesus pediram às mulheres para avisar aos discípulos para irem à Galileia. Por que a Galiléia? E o Papa explicou:
“A Galileia é o lugar da primeira chamada, onde tudo começou! Trata-se de voltar para lá, ao lugar da primeira chamada. Jesus havia passado pelas margens do lago, enquanto os pescadores consertavam as redes. Ele os chamou e, deixando tudo, o seguiram. Voltar à Galileia significa reler tudo, a partir da cruz e da vitória: a pregação, os milagres, a nova comunidade, o entusiasmo e até a traição, a partir do supremo ato de amor”.
Cada um de nós também tem uma Galileia, o lugar da redescoberta do nosso Batismo, a fonte viva, de onde encontramos a energia e a da raiz da nossa fé e da nossa experiência cristã. Galileia significa retorno à Graça de Deus, que nos toca no início do caminho da nossa vida cristã: a experiência do encontro pessoal com Jesus, que nos chama a segui-lo e a participar da sua missão.
Por fim, o Bispo de Roma convidou os fiéis presentes a se perguntarem: qual é a nossa Galileia, onde reencontrar nosso Senhor e deixar-se abraçar pela sua misericórdia?
O Evangelho da Páscoa é claro: é preciso voltar à Galileia para nos encontrarmos com Jesus ressuscitado e nos tornarmos suas testemunhas. A Galileia dos gentios é o horizonte do Ressuscitado, o horizonte da Igreja, o intenso desejo de encontrar o Senhor! (MT)
Após o rito preparatório, da bênção do fogo e do solene anúncio pascal, o Santo Padre fez sua homilia, partindo, precisamente, do Evangelho da ressurreição de Jesus, referindo-se, de modo particular, às mulheres que foram ao sepulcro, na manhã seguinte.
Elas queriam honrar o corpo do Senhor, mas encontram o túmulo aberto e vazio. Mas, um anjo do Senhor lhes disse: «Não tenham medo! Ele ressuscitou dos mortos». E ao saírem de lá, se encontraram com o próprio Jesus, que lhes disse: «Vão anunciar aos meus irmãos, que me verão na Galileia».
Depois da morte de Jesus, os discípulos se dispersaram; tudo parecia ter acabado; as certezas e as esperanças, enfraquecidas. Mas, o incrível anúncio das mulheres brotou como um raio de luz na escuridão. A notícia se espalhou: Jesus ressuscitou!
O Anjo do Senhor e o próprio Jesus pediram às mulheres para avisar aos discípulos para irem à Galileia. Por que a Galiléia? E o Papa explicou:
“A Galileia é o lugar da primeira chamada, onde tudo começou! Trata-se de voltar para lá, ao lugar da primeira chamada. Jesus havia passado pelas margens do lago, enquanto os pescadores consertavam as redes. Ele os chamou e, deixando tudo, o seguiram. Voltar à Galileia significa reler tudo, a partir da cruz e da vitória: a pregação, os milagres, a nova comunidade, o entusiasmo e até a traição, a partir do supremo ato de amor”.
Cada um de nós também tem uma Galileia, o lugar da redescoberta do nosso Batismo, a fonte viva, de onde encontramos a energia e a da raiz da nossa fé e da nossa experiência cristã. Galileia significa retorno à Graça de Deus, que nos toca no início do caminho da nossa vida cristã: a experiência do encontro pessoal com Jesus, que nos chama a segui-lo e a participar da sua missão.
Por fim, o Bispo de Roma convidou os fiéis presentes a se perguntarem: qual é a nossa Galileia, onde reencontrar nosso Senhor e deixar-se abraçar pela sua misericórdia?
O Evangelho da Páscoa é claro: é preciso voltar à Galileia para nos encontrarmos com Jesus ressuscitado e nos tornarmos suas testemunhas. A Galileia dos gentios é o horizonte do Ressuscitado, o horizonte da Igreja, o intenso desejo de encontrar o Senhor! (MT)
Urbi et Orbi: Boa Nova não é somente uma palavra, é Vida. Apelos de paz contra guerras e doenças (Ouça).
Cidade do Vaticano (RV) – Uma súplica de paz por todos os povos da terra: assim se concluiu a Missa celebrada esta manhã pelo Papa Francisco, na Praça S. Pedro, na Páscoa da Ressurreição.
Cerca de 100 mil fiéis lotaram a Praça, que – como é tradição – estava toda enfeitada por milhares de flores holandesas.
A cerimônia teve início com o rito do "Resurrexit", ou seja, o anúncio da Ressurreição do Senhor. Coincidindo este ano a celebração da Páscoa nas comunidades de rito latino e as que seguem o calendário juliano, a celebração papal incluiu também um antiquíssimo Cântico do patrimônio da liturgia pascal bizantina, que recorda as mulheres que vão ao Sepulcro para ungir o corpo de Jesus e recebem a boa nova de que o Senhor ressuscitou.
A Missa de Páscoa não foi concelebrada e não foi feita homilia, pois o Papa concedeu a bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo) ao final da celebração. Após a oração do Regina Coeli e de entoado o Aleluia, o Santo Padre percorreu a Praça São Pedro em seu papamóvel, para a alegria da multidão.
A seguir, Francisco foi até o balcão central da Basílica Vaticana para a mensagem de Páscoa.
Ao lado dos Cardeais Jean-Louis Tauran e Beniamino Stella, o Pontífice recordou que a ressurreição de Cristo é o ápice do Evangelho. “Se Cristo não tivesse ressuscitado, o Cristianismo perderia o seu valor”, disse, ressaltando que em cada situação humana, marcada pela fragilidade, pelo pecado e pela morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho de amor gratuito e fiel: “é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído”.
Cerca de 100 mil fiéis lotaram a Praça, que – como é tradição – estava toda enfeitada por milhares de flores holandesas.
A cerimônia teve início com o rito do "Resurrexit", ou seja, o anúncio da Ressurreição do Senhor. Coincidindo este ano a celebração da Páscoa nas comunidades de rito latino e as que seguem o calendário juliano, a celebração papal incluiu também um antiquíssimo Cântico do patrimônio da liturgia pascal bizantina, que recorda as mulheres que vão ao Sepulcro para ungir o corpo de Jesus e recebem a boa nova de que o Senhor ressuscitou.
A Missa de Páscoa não foi concelebrada e não foi feita homilia, pois o Papa concedeu a bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo) ao final da celebração. Após a oração do Regina Coeli e de entoado o Aleluia, o Santo Padre percorreu a Praça São Pedro em seu papamóvel, para a alegria da multidão.
A seguir, Francisco foi até o balcão central da Basílica Vaticana para a mensagem de Páscoa.
Ao lado dos Cardeais Jean-Louis Tauran e Beniamino Stella, o Pontífice recordou que a ressurreição de Cristo é o ápice do Evangelho. “Se Cristo não tivesse ressuscitado, o Cristianismo perderia o seu valor”, disse, ressaltando que em cada situação humana, marcada pela fragilidade, pelo pecado e pela morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho de amor gratuito e fiel: “é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído”.
sábado, 19 de abril de 2014
Padre Paulo Ricardo: Mensagem de Páscoa.
Celebremos a vitória da Páscoa, do Bom Pastor que deu a vida por suas ovelhas.
Santo Tomás de Aquino, ao analisar a paixão de Cristo, o Seu sofrimento, o Seu amor e tudo quanto Ele teve de suportar em Sua humanidade, chega à conclusão de que Cristo sofreu mais por Sua compaixão que por Sua paixão:"A dor da compaixão foi maior que a da paixão e o motivo é que: 1. a caridade, com a qual ele sofria os nossos males, era preponderante sobre o equilíbrio do seu complexo psicofísico, com o qual sofria pela sua paixão; 2. além disto, para ele era mais preciosa a honra divina, que fora ofendida pelas nossas culpas, por quanto dependia de nós, do que a sua vida física; e, como sinal disto, suportou aquela dor a fim de eliminar esta [ofensa]."
"A dor da compaixão foi maior que a da paixão", isto é, o sofrimento que Ele experimentou em sua humanidade não foi tão grande quanto aquele que sofreu movido pela caridade, pelo amor por nós. Jesus sofreu ao ver-nos perdidos e abandonados no pecado. Por isso, em Sua compaixão infinita, "desceu aos infernos" de nossa miséria; como Bom Pastor, desceu conosco ao "vale da sombra da morte".
Eis o grande dom da Páscoa. Cristo entra nos cenáculos de nossa vida e deseja: "A paz esteja convosco!". Apaziguando os nossos corações, Ele diz que não precisamos ter medo. O Bom Pastor deu a vida por suas ovelhas, desceu ao vale tenebroso para resgatar-nos; em sua grande compaixão, Ele – que não precisava – sofreu a paixão de suas ovelhas; e, agora, Ele mesmo carrega-nos em seu regaço.
Eis a vitória da Páscoa, a paz que podemos encontrar no coração de Cristo. "Se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com ele": se com Ele descemos ao "vale da sombra da morte", agora temos a esperança de estar com Ele, um dia, na glória do Céu.
Uma feliz e santa Páscoa a todos!
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Papa: "Na Cruz, vemos a monstruosidade do homem quando se deixa guiar pelo mal" (Ouça).
Cidade do Vaticano (RV) – “Nosso Jesus, guia-nos da cruz à ressurreição e ensina-nos que o mal não terá a última palavra, mas o amor, a misericórdia e o perdão”: palavras pronunciadas pelo Papa Francisco ao final da Via-Sacra no Coliseu de Roma – uma meditação que não estava prevista.
Francisco evocou os sofrimentos provocados pela doença e o abandono e condenou as injustiças cometidas por "cada Caim contra o seu irmão".
Após as 14 estações, Francisco disse que Deus colocou na cruz de Cristo o peso dos pecados da humanidade, "a amargura" da traição, a "vaidade" dos prepotentes, a "arrogância dos falsos amigos".
"Era uma cruz pesada, como a noite das pessoas abandonadas, como a morte dos entes queridos", afirmou, recordando todavia que era também "uma cruz gloriosa", porque simboliza o amor de Deus, que é maior do que nossas injustiças e nossas traições.
Na cruz vemos a monstruosidade do homem quando se deixa guiar pelo mal, mas também vemos a imensidão da misericórdia de Deus, que não nos trata segundo os nossos pecados, mas segundo a sua misericórdia.
Diante da cruz de Jesus, vemos, quase tocando com as mãos, quanto somos amados eternamente por Deus – disse ainda o Pontífice, recordando que neste momento nos sentimos seus filhos e não "coisas" ou objetos.
Citando S. Gregório Nazianzeno, o Papa completou: “Nosso Jesus, guia-nos da cruz à ressurreição e ensina-nos que o mal não terá a última palavras, mas o amor, a misericórdia e o perdão. Todos juntos, recordemos os doentes, lembremos todas as pessoas abandonadas sob o peso da cruz, a fim de que encontrem na provação da cruz a força da esperança, da esperança da ressurreição e do amor de Deus".
Injustiças, precariedade, desemprego: cerca de 40 mil fiéis acompanharam, no Coliseu, a procissão com os últimos do mundo, com os “novos crucificados”. Para Francisco, cada estação da Via-Sacra corresponde a uma ferida contemporânea: o peso da crise, os imigrantes, os doentes terminais, a exploração das mulheres, mas também a experiência da prisão, da tortura, da solidão.
As meditações foram propostas pelo Arcebispo italiano de Campobasso-Boiano, Dom Giancarlo Bregantini, com o tema “Rosto de Cristo, Rosto do Homem”.
Francisco evocou os sofrimentos provocados pela doença e o abandono e condenou as injustiças cometidas por "cada Caim contra o seu irmão".
Após as 14 estações, Francisco disse que Deus colocou na cruz de Cristo o peso dos pecados da humanidade, "a amargura" da traição, a "vaidade" dos prepotentes, a "arrogância dos falsos amigos".
"Era uma cruz pesada, como a noite das pessoas abandonadas, como a morte dos entes queridos", afirmou, recordando todavia que era também "uma cruz gloriosa", porque simboliza o amor de Deus, que é maior do que nossas injustiças e nossas traições.
Na cruz vemos a monstruosidade do homem quando se deixa guiar pelo mal, mas também vemos a imensidão da misericórdia de Deus, que não nos trata segundo os nossos pecados, mas segundo a sua misericórdia.
Diante da cruz de Jesus, vemos, quase tocando com as mãos, quanto somos amados eternamente por Deus – disse ainda o Pontífice, recordando que neste momento nos sentimos seus filhos e não "coisas" ou objetos.
Citando S. Gregório Nazianzeno, o Papa completou: “Nosso Jesus, guia-nos da cruz à ressurreição e ensina-nos que o mal não terá a última palavras, mas o amor, a misericórdia e o perdão. Todos juntos, recordemos os doentes, lembremos todas as pessoas abandonadas sob o peso da cruz, a fim de que encontrem na provação da cruz a força da esperança, da esperança da ressurreição e do amor de Deus".
Injustiças, precariedade, desemprego: cerca de 40 mil fiéis acompanharam, no Coliseu, a procissão com os últimos do mundo, com os “novos crucificados”. Para Francisco, cada estação da Via-Sacra corresponde a uma ferida contemporânea: o peso da crise, os imigrantes, os doentes terminais, a exploração das mulheres, mas também a experiência da prisão, da tortura, da solidão.
As meditações foram propostas pelo Arcebispo italiano de Campobasso-Boiano, Dom Giancarlo Bregantini, com o tema “Rosto de Cristo, Rosto do Homem”.
quinta-feira, 17 de abril de 2014
Na Quinta-feira Santa, Papa insiste em pedir 'alegria' aos sacerdotes.
Cidade do Vaticano (RV) – Às 9h30 da manhã desta Quinta-feira Santa, o Santo Padre Francisco presidiu na Basílica Vaticana a Santa Missa do Crisma, Liturgia celebrada neste dia em todas as Igrejas Catedrais. A Missa foi concelebrada pelo Papa com diversos cardeais, bispos e presbíteros.
Na celebração eucarística, os sacerdotes renovam as promessas feitas no momento de sua ordenação (pobreza, castidade e obediência); e são abençoados o óleo dos enfermos, dos catecúmenos e do crisma.
O Papa iniciou a celebração alguns minutos antes do previsto. Na homilia, cujo tema foi “Ungidos com o óleo da alegria!”, ele disse que “a alegria dos sacerdotes tem a sua fonte no Amor do Pai, e o Senhor deseja que a alegria deste amor esteja em nós e seja completa”.
“Na nossa alegria sacerdotal, encontro três características significativas: uma alegria que nos unge, sem nos tornar untuosos, suntuosos e presunçosos, uma alegria incorruptível e uma alegria missionária que irradia para todos e todos atrai, começando, inversamente, pelos mais distantes”.
Na celebração eucarística, os sacerdotes renovam as promessas feitas no momento de sua ordenação (pobreza, castidade e obediência); e são abençoados o óleo dos enfermos, dos catecúmenos e do crisma.
O Papa iniciou a celebração alguns minutos antes do previsto. Na homilia, cujo tema foi “Ungidos com o óleo da alegria!”, ele disse que “a alegria dos sacerdotes tem a sua fonte no Amor do Pai, e o Senhor deseja que a alegria deste amor esteja em nós e seja completa”.
“Na nossa alegria sacerdotal, encontro três características significativas: uma alegria que nos unge, sem nos tornar untuosos, suntuosos e presunçosos, uma alegria incorruptível e uma alegria missionária que irradia para todos e todos atrai, começando, inversamente, pelos mais distantes”.
Reconciliar-se com Deus e com o próximo o lava-pés aos enfermos (Ouça).
Cidade do Vaticano (RV) – No ano passado, os detentos. Este ano, os doentes.
Na tarde desta Quinta-Feira Santa, o Papa preside à Missa da Ceia do Senhor, com o rito do Lava-pés, no Centro Santa Maria da Providência, em Roma.
Trata-se de um centro de saúde que acolhe cerca de 200 pacientes, principalmente para o tratamento de doenças psicomotoras.
Mas ao lavar os pés de um doente, o que o Papa Francisco quer nos dizer com este gesto?
Ouça a reflexão do Secretário-Geral da Ordem dos Ministros dos Enfermos, o camiliano Pe. Alberto Marques de Sousa.
(BF)
Na tarde desta Quinta-Feira Santa, o Papa preside à Missa da Ceia do Senhor, com o rito do Lava-pés, no Centro Santa Maria da Providência, em Roma.
Trata-se de um centro de saúde que acolhe cerca de 200 pacientes, principalmente para o tratamento de doenças psicomotoras.
Mas ao lavar os pés de um doente, o que o Papa Francisco quer nos dizer com este gesto?
Ouça a reflexão do Secretário-Geral da Ordem dos Ministros dos Enfermos, o camiliano Pe. Alberto Marques de Sousa.
(BF)
terça-feira, 3 de abril de 2012
Vigília Pascal.
Diacono canta o canto Exultet
A Vigília de Páscoa, também chamado de Vigília Pascal ou a Grande Vigília, é a celebração mais importante do calendário litúrgico cristão, por ser a primeira celebração oficial da Ressurreição de Jesus. Historicamente, é durante essa celebração que as pessoas (especialmente adultos) são batizados e adultos catecúmenos são recebidos em plena comunhão com a Igreja. É realizada nas horas de escuridão entre pôr-do-sol no Sábado Santo e o amanhecer da Páscoa. É marcada pela primeira entoação desde o início da Quaresma do Glória e doAleluia, uma característica litúrgica do Tempo Pascal. Do mesmo modo na Ortodoxia Oriental, a Divina Liturgia, que é celebrada durante a Vigília de Páscoa é a mais importante e elaborada do ano eclesiástico.
Na Igreja Católica Apostólica Romana
Na tradição católica romana, a Vigília Pascal consiste de quatro partes:
1)Breve Lucernário
2)Liturgia da Palavra ou Celebração da Palavra
3)Liturgia Batismal ou Celebração da Água
4)Liturgia Eucarística ou Celebração da Eucarístia
1)Breve Lucernário
2)Liturgia da Palavra ou Celebração da Palavra
3)Liturgia Batismal ou Celebração da Água
4)Liturgia Eucarística ou Celebração da Eucarístia
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Angelus do Papa Bento XVI (26/02/2012).
Angelus
Praça de São Pedro - Vaticano
Domingo, 26 de fevereiro de 2012
Queridos irmãos e irmãs!Neste primeiro domingo de Quaresma, encontramos Jesus que, depois de ter recebido o batismo no Rio Jordão, por meio de João Batista (cfr Mc 1,9), é tentado no deserto (cfr Mc 1,12-13).
A narração de São Marcos é concisa, priva dos detalhes que lemos nos outros dois Evangelhos de Mateus e de Lucas. O deserto do qual fala há diversos significados, pode indicar o estado de abandono e de solidão, o “lugar” da fraqueza do homem onde não há apoios e seguranças, onde a tentação se faz mais forte. Mas isso pode indicar também um lugar de refugio e abrigo, como foi para o povo de Israel escapar da escravidão egípcia, onde se pode experimentar, de modo particular, a presença de Deus. Jesus, no deserto, “esteve quarenta dias, tentado pelo demônio” (Mc 1,13).
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Quaresma, preparação para a Festa da Páscoa.
Os três domingos consecutivos da septuagésima, sexagésima e quinquagésima (70, 60 e 50 dias antes da Páscoa), tem por fim encaminhar os fiéis à preparação próxima da festa pascal.
Chama-se Quaresma os 40 dias de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa. Essa preparação existe desde o tempo dos Apóstolos, que limitaram sua duração a 40 dias , em memória do jejum de Jesus Cristo no deserto. Durante esse tempo a Igreja veste seus ministros com paramentos de cor roxa e suprime os cânticos de alegria: O "Glória", o "Aleluia" e o "Te Deum".
domingo, 12 de abril de 2009
Páscoa 2009.
Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro!
A todos vós formulo cordiais votos de Páscoa com as palavras de Santo Agostinho: «Resurrectio Domini, spes nostra – a ressurreição do Senhor é a nossa esperança» (Agostinho, Sermão 261, 1). Com esta afirmação, o grande Bispo explicava aos seus fiéis que Jesus ressuscitou para que nós, apesar de destinados à morte, não desesperássemos, pensando que a vida acaba totalmente com a morte; Cristo ressuscitou para nos dar a esperança (cf. ibid.).
Com efeito, uma das questões que mais angustia a existência do homem é precisamente esta: o que há depois da morte? A este enigma, a solenidade de hoje permite-nos responder que a morte não tem a última palavra, porque no fim quem triunfa é a Vida. E esta nossa certeza não se funda sobre simples raciocínios humanos, mas sobre um dado histórico de fé: Jesus Cristo, crucificado e sepultado, ressuscitou com o seu corpo glorioso. Jesus ressuscitou para que também nós, acreditando n’Ele, possamos ter a vida eterna. Este anúncio situa-se no coração da mensagem evangélica. Declara-o com vigor São Paulo: «Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a nossa fé». E acrescenta: «Se tão somente nesta vida esperamos em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens» (1 Cor 15, 14.19). Desde a alvorada de Páscoa, uma nova primavera de esperança invade o mundo; desde aquele dia, a nossa ressurreição já começou, porque a Páscoa não indica simplesmente um momento da história, mas o início duma nova condição: Jesus ressuscitou, não para que a sua memória permaneça viva no coração dos seus discípulos, mas para que Ele mesmo viva em nós, e, n’Ele, possamos já saborear a alegria da vida eterna.
Portanto a ressurreição não é uma teoria, mas uma realidade histórica revelada pelo Homem Jesus Cristo por meio da sua «páscoa», da sua «passagem», que abriu um «caminho novo» entre a terra e o Céu (cf. Heb 10, 20). Não é um mito nem um sonho, não é uma visão nem uma utopia, não é uma fábula, mas um acontecimento único e irrepetível: Jesus de Nazaré, filho de Maria, que ao pôr do sol de Sexta-feira foi descido da cruz e sepultado, deixou vitorioso o túmulo. De facto, ao alvorecer do primeiro dia depois do Sábado, Pedro e João encontraram o túmulo vazio. Madalena e as outras mulheres encontraram Jesus ressuscitado; reconheceram-No também os dois discípulos de Emaús ao partir o pão; o Ressuscitado apareceu aos Apóstolos à noite no Cenáculo e depois a muitos outros discípulos na Galileia.
O anúncio da ressurreição do Senhor ilumina as zonas escuras do mundo em que vivemos. Refiro-me de modo particular ao materialismo e ao niilismo, àquela visão do mundo que não sabe transcender o que é experimentalmente constatável e refugia-se desconsolada num sentimento de que o nada seria a meta definitiva da existência humana. É um facto que, se Cristo não tivesse ressuscitado, o «vazio» teria levado a melhor. Se abstraímos de Cristo e da sua ressurreição, não há escapatória para o homem, e toda a sua esperança permanece uma ilusão. Mas, precisamente hoje, prorrompe com vigor o anúncio da ressurreição do Senhor, que dá resposta à pergunta frequente dos cépticos, referida nomeadamente pelo livro do Coeleth: «Há porventura qualquer coisa da qual se possa dizer: / Eis, aqui está uma coisa nova?» (Co 1, 10). Sim – respondemos –, na manhã de Páscoa, tudo se renovou. «Mors et vita / duello conflixere mirando: dux vitae mortuus / regnat vivus – Morte e vida defrontaram-se / num prodigioso combate: / O Senhor da vida estava morto; / mas agora, vivo, triunfa». Esta é a novidade! Uma novidade que muda a vida de quem a acolhe, como sucedeu com os santos. Assim aconteceu, por exemplo, com São Paulo.
No contexto do Ano Paulino, várias vezes tivemos ocasião de meditar sobre a experiência do grande Apóstolo. Saulo de Tarso, o renhido perseguidor dos cristãos, a caminho de Damasco encontrou Cristo ressuscitado e foi por Ele «conquistado». O resto já sabemos. Aconteceu em Paulo aquilo que ele há-de escrever mais tarde aos cristãos de Corinto: «Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O que era antigo passou: tudo foi renovado!» (2 Cor 5, 17). Olhemos para este grande evangelizador que, com o audaz entusiasmo da sua acção apostólica, levou o Evangelho a muitos povos do mundo de então. Que a sua doutrina e o seu exemplo nos estimulem a procurar o Senhor Jesus; nos animem a confiar n’Ele, porque o sentido do nada, que tende a intoxicar a humanidade, já foi vencido pela luz e a esperança que dimanam da ressurreição. Já são verdadeiras e reais as palavras do Salmo: «Nem as trevas, para Vós, têm obscuridade / e a noite brilha como o dia» (139/138, 12). Já não é o nada que envolve tudo, mas a presença amorosa de Deus. Até o próprio reino da morte foi libertado, porque também aos «infernos» chegou o Verbo da vida, impelido pelo sopro do Espírito (Sal 139/138, 8).
Se é verdade que a morte já não tem poder sobre o homem e sobre o mundo, todavia restam ainda muitos, demasiados sinais do seu antigo domínio. Se, por meio da Páscoa, Cristo já extirpou a raiz do mal, todavia precisa de homens e mulheres que, em todo o tempo e lugar, O ajudem a consolidar a sua vitória com as mesmas armas d’Ele: as armas da justiça e da verdade, da misericórdia, do perdão e do amor. Tal foi a mensagem que, por ocasião da recente viagem apostólica aos Camarões e a Angola, quis levar a todo o Continente Africano, que me acolheu com grande entusiasmo e disponibilidade de escuta. De facto, a África sofre desmedidamente com os cruéis e infindáveis conflitos – frequentemente esquecidos – que dilaceram e ensanguentam várias das suas Nações e com o número crescente dos seus filhos e filhas que acabam vítimas da fome, da pobreza, da doença. A mesma mensagem repetirei com vigor na Terra Santa, onde terei a alegria de me deslocar daqui a algumas semanas. A reconciliação difícil mas indispensável, que é premissa para um futuro de segurança comum e de pacífica convivência, não poderá tornar-se realidade senão graças aos esforços incessantes, perseverantes e sinceros em prol da composição do conflito israelita-palestiniano. Da Terra Santa, o olhar estende-se depois para os países limítrofes, o Médio Oriente, o mundo inteiro. Num tempo de global escassez de alimento, de desordem financeira, de antigas e novas pobrezas, de preocupantes alterações climáticas, de violências e miséria que constringem muitos a deixar a própria terra à procura duma sobrevivência menos incerta, de terrorismo sempre ameaçador, de temores crescentes perante a incerteza do amanhã, é urgente descobrir perspectivas capazes de devolverem a esperança. Ninguém deserte nesta pacífica batalha iniciada com a Páscoa de Cristo, o Qual – repito-o – procura homens e mulheres que O ajudem a consolidar a sua vitória com as suas próprias armas, ou seja, as armas da justiça e da verdade, da misericórdia, do perdão e do amor.
Resurrectio Domini, spes nostra – a ressurreição de Cristo é a nossa esperança! É isto que a Igreja proclama hoje com alegria: anuncia a esperança, que Deus tornou inabalável e invencível ao ressuscitar Jesus Cristo dos mortos; comunica a esperança, que ela traz no coração e quer partilhar com todos, em todo o lugar, especialmente onde os cristãos sofrem perseguição por causa da sua fé e do seu compromisso em favor da justiça e da paz; invoca a esperança capaz de suscitar a coragem do bem, mesmo e sobretudo quando custa. Hoje a Igreja canta «o dia que o Senhor fez» e convida à alegria. Hoje a Igreja suplica, invoca Maria, Estrela da Esperança, para que guie a humanidade para o porto seguro da salvação que é o coração de Cristo, a Vítima pascal, o Cordeiro que «redimiu o mundo», o Inocente que «nos reconciliou a nós, pecadores, com o Pai». A Ele, Rei vitorioso, a Ele crucificado e ressuscitado, gritamos com alegria o nosso Aleluia!
SANTA MISSA DE PÁSCOA
HOMILIA DE SUA SANTIDADE BENTO XVI
Domingo de Páscoa 12 de abril de 2009
HOMILIA DE SUA SANTIDADE BENTO XVI
Domingo de Páscoa 12 de abril de 2009
Amados irmãos e irmãs!
«Cristo, o nosso cordeiro pascal, foi imolado» (1 Cor 5, 7): ressoa hoje esta exclamação de São Paulo que ouvimos na segunda leitura, tirada da primeira Carta aos Coríntios. É um texto que remonta apenas a uns vinte anos depois da morte e ressurreição de Jesus e no entanto – como é típico de certas expressões paulinas – já encerra, numa síntese admirável, a plena consciência da novidade cristã. Aqui, o símbolo central da história da salvação – o cordeiro pascal – é identificado em Jesus, chamado precisamente «o nosso cordeiro pascal». A Páscoa hebraica, memorial da libertação da escravidão do Egipto, previa anualmente o rito da imolação do cordeiro, um cordeiro por família, segundo a prescrição de Moisés. Na sua paixão e morte, Jesus revela-Se como o Cordeiro de Deus «imolado» na cruz para tirar os pecados do mundo. Foi morto precisamente na hora em que era costume imolar os cordeiros no Templo de Jerusalém. O sentido deste seu sacrifício tinha-o antecipado Ele mesmo durante a Última Ceia, substituindo-Se – sob os sinais do pão e do vinho – aos alimentos rituais da refeição na Páscoa hebraica. Podemos assim afirmar com verdade que Jesus levou a cumprimento a tradição da antiga Páscoa e transformou-a na sua Páscoa.
A partir deste novo significado da festa pascal, compreende-se também a interpretação dos «ázimos» dada por São Paulo. O Apóstolo refere-se a um antigo costume hebraico, segundo o qual, por ocasião da Páscoa, era preciso eliminar de casa todo e qualquer resto de pão fermentado. Por um lado, isto constituía uma recordação do que tinha acontecido aos seus antepassados no momento da fuga do Egipto: saindo à pressa do país, tinham levado consigo apenas fogaças não fermentadas. Mas, por outro, «os ázimos» eram símbolo de purificação: eliminar o que era velho para dar espaço ao novo. Agora, explica São Paulo, também esta antiga tradição adquire um sentido novo, precisamente a partir do novo «êxodo» que é a passagem de Jesus da morte à vida eterna. E dado que Cristo, como verdadeiro Cordeiro, Se sacrificou a Si mesmo por nós, também nós, seus discípulos – graças a Ele e por meio d’Ele –, podemos e devemos ser «nova massa», «pães ázimos», livres de qualquer resíduo do velho fermento do pecado: nada de malícia ou perversidade no nosso coração.
«Celebremos, pois, a festa (…) com os pães ázimos da pureza e da verdade»: esta exortação de São Paulo, que conclui a breve leitura que há pouco foi proclamada, ressoa ainda mais forte no contexto do Ano Paulino. Amados irmãos e irmãs, acolhamos o convite do Apóstolo; abramos o espírito a Cristo morto e ressuscitado para que nos renove, para que elimine do nosso coração o veneno do pecado e da morte e nele infunda a seiva vital do Espírito Santo: a vida divina e eterna. Na Sequência Pascal, como que respondendo às palavras do Apóstolo, cantámos: «Scimus Christum surrexisse a mortuis vere – sabemos que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos». Sim! Isto é precisamente o núcleo fundamental da nossa profissão de fé; é o grito de vitória que hoje nos une a todos. E se Jesus ressuscitou e, por conseguinte, está vivo, quem poderá separar-nos d’Ele? Quem poderá privar-nos do seu amor, que venceu o ódio e derrotou a morte?
O anúncio da Páscoa propaga-se pelo mundo com o cântico jubiloso do Aleluia. Cantemo-lo com os lábios; cantemo-lo sobretudo com o coração e com a vida: com um estilo «ázimo» de vida, isto é, simples, humilde e fecundo de obras boas. «Surrexit Christus spes mea: / precedet suos in Galileam – ressuscitou Cristo, minha esperança / precede-vos na Galileia». O Ressuscitado precede-nos e acompanha-nos pelas estradas do mundo. É Ele a nossa esperança, é Ele a verdadeira paz do mundo. Amen.
Na Vigília Pascal, Papa diz que humanidade está desorientada.
Bento XVI pede que 'luz de Cristo não se apague nestes tempos'.
Na cerimônia ele batizou adultos dos EUA, da China e da Itália.
Na cerimônia ele batizou adultos dos EUA, da China e da Itália.
Da EFE
Bento XVI presidiu esta noite na basílica de São Pedro do Vaticano a Vigília Pascal, em que afirmou que o homem atual vive desorientado, sem saber em que valores educar os jovens, e pediu a Deus que não apague a luz em meio às confusões da atualidade. "Quanta compaixão deve sentir Cristo em nosso tempo por tantas grandiloquências, após as quais se esconde na realidade uma grande desorientação? Aonde iremos? Quais são os valores sobre os quais devemos nos regular?", questionou o Papa.
O pontífice disse ainda que Cristo é a luz e pediu que a chama que acendeu nos homens "não se apague entre as confusões destes tempos, mas seja cada vez maior e mais luminosa".
O bispo de Roma discursou durante a homilia, em que explicou que a luz, a água e o canto novo, o aleluia, são os três símbolos da Vigília Pascal. A vigília é um dos ritos mais antigos da liturgia e se celebra nesta noite que Santo Agostinho chamou "mãe de todas as vigílias", em alusão à espera da ressurreição do filho de Deus.
A vigília começou no átrio da basílica, em meio ao mais profundo dos silêncios, com a bênção do fogo novo e o Círio Pascal, símbolo de Cristo, "Luz do Mundo". O Papa realizou com uma punção uma incisão sobre o Círio Pascal, gravando uma cruz, a primeira e a última letra do alfabeto grego - alfa e ômega- e o número do ano 2009. Ao mesmo tempo, em latim, disse: "Cristo ontem e hoje, princípio e fim, alfa e ômega. A ele pertence o tempo e a eternidade, a glória e o poder pelos séculos dos séculos".
Procissão
Depois, começou a procissão rumo ao altar maior, em meio a uma total escuridão no templo, iluminado pouco a pouco com as velas das milhares de pessoas presentes, todas elas acesas uma a uma com a chama do Círio Pascal. Uma vez no altar maior, foram acesas todas as luzes, que deixaram aparecer as maravilhas que cercam o templo e começou a proclamação pascal (Exultet). Seguindo uma tradição da Igreja primitiva, na qual os catecúmenos - adultos que aspiram o batismo - eram batizados na noite da Vigília Pascal, o Bispo de Roma batizou uma chinesa, uma americana e três italianos.
Na homilia, Bento XVI, que concelebrou com 30 cardeais, se referiu a luz, água e aleluia, afirmando que onde há luz nasce a vida e o caos pode se transformar em cosmos. Da água, disse que sem ela não há vida e após ressaltar a simbologia do batismo pediu que os batizados sejam sempre fontes de água pura, fresca, viva, pessoas que transmitem sossego e renovação.
"No batismo, o Senhor não só nos transforma em pessoas de luz, mas também em fontes das quais brota água viva. Todos conhecemos pessoas desse tipo, como (...) madre Teresa de Calcutá ou Francisco de Assis, mas também se encontra em pessoas da vida diária", afirmou. O papa ressaltou que a ressurreição de Jesus é uma explosão de luz, que supera a morte.
"Desde que Cristo ressuscitou, a gravitação do amor é mais forte que a do ódio, a força de gravidade da vida é mais forte que a da morte. E não é esta realmente a situação da Igreja em todos os tempos? Sempre se tem a impressão de que vai afundar e sempre se salva", afirmou. Bento XVI oficiará amanhã na Praça de São Pedro a missa do Domingo da Ressurreição e depois lerá uma mensagem pascal e dará a bênção Urbi et Orbi em mais de 50 idiomas. O local já foi preparado com milhares de flores, em sua maioria amarelas e brancas - cores do Vaticano - e com composições de cravos, lírios e tulipas, procedentes da Holanda.
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