Por Fr. Alexandre Patucci de Lima, OFM Conv
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Os Milagres na Igreja Católica: Uma questão Apologética?
Por Fr. Alexandre Patucci de Lima, OFM Conv
Debate sobre batismo infantil, pecado original e salvação
Por Rondinelly Ribeiro
Você parece muito certo a respeito da ausência de provas bíblicas, o famoso uso do recurso do silêncio, que diz que se algo não está escrito expressamente Bíblia, é porque não existe, ou não é verdade. Acho que você deveria saber que, antes de tudo, a ausência de qualquer prova não é uma prova de ausência. Isso é básico, aprenda isso. Você me pede um versículo que mostre, de forma clara, onde está escrito que devemos batizar as crianças. Depois da minha resposta, queria, então, fazer outra pergunta para você, mas vamos adiante.
Não temos testos Bíblicos que nos ensinam o não Batismo de crianças, como também não temos textos que incentivam a essa prática.
Os filhos dos salvos nascem santos, pois pertencem a Familha do Altíssimo, receberam o Seu Maravilhoso Nome e estão cobertos pelo Maravilhoso Sangue do Ungido.
6 – Para ser salvo basta conhecer quem é o filho do Altíssimo.
8 – Quando Jesus diz “nascer da água” devemos entender “ter fé”.
- OS SALVOS - Os que se tornaram filhos do Altíssimo quando creram Nas Boas Novas de Salvação e foram Salvos
10 – O pecado original não existe.
Vejo o quanto são interessantes as conclusões que você chegou, para tentar justificar que não se devem batizar crianças. A mim me parece que um ponto crucial da sua conclusão passa exatamente pela interpretação do versículo de 1 Cor 7,14.
"Pois o marido não cristão é santificado pela esposa, e a esposa não cristã é santificada pelo marido. Se não fosse assim, os vossos filhos seriam impuros, quando na realidade, são santos".
“A doutrina do pecado original é, por assim dizer, “o reverso” da Boa Notícia de que Jesus é o Salvador de todos os homens, de que todos têm necessidade da salvação e de que a salvação é oferecida a todos graças a Cristo. A Igreja, que tem o senso de Cristo, sabe perfeitamente que não se pode atentar contra a revelação do pecado original sem atentar contra o mistério de Cristo.” (§389)“A Revelação dá-nos a certeza de fé de que toda a história humana está marcada pelo pecado original cometido livremente por nossos primeiros pais (Conc. Trento, DS 1513; PioXII, HG, DS 3897; Paulo VI, 11/07/1966). (§390)“O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador (Gn 3,1-11) e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. Todo pecado, daí em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em sua bondade.” (§397)
“Constituído em um estado de santidade, o homem estava destinado a ser plenamente “divinizado” por Deus na glória. Pela sedução do Diabo, quis “ser como Deus” (Gn 3,5), mas “sem Deus, e antepondo-se a Deus, e não segundo Deus” (S. Máximo Confessor, Ambiguorum liber). (§398)“A Escritura mostra as conseqüências dramáticas desta primeira desobediência. Adão e Eva perdem de imediato a graça da santidade original (Rm 3,23). Têm medo deste Deus (Gn 3,9-10), do qual fizeram uma falsa imagem, a de um Deus enciumado de suas prerrogativas (Gn 3,5).(§399)“Afirmamos, portanto, com o Concílio de Trento, que o pecado original é transmitido com a natureza humana, ‘não por imitação, mas por propagação’, e que ele é, portanto, ‘próprio de cada um’ ” (SPF 16). (§419)
Homens, amai vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para limpá-la com o banho de água e com a palavra, e consagrá-la. (Ef 5,25-26).Mas, quando apareceu a bondade do nosso Deus e Salvador e seu amor pelo homem, não por méritos que tivéssemos adquirido, mas tão somente por sua misericórdia, nos salvou com o banho do novo nascimento e a renovação pelo Espírito Santo(Tt 3,4-5).
Orígenes, "de acordo com o costume da Igreja, o batismo é conferido às crianças" [Homilia a Leviticus 8:3:11, (244 d.C.}]Santo Agostinho: "O costume da madre Igreja de batizar crianças certamente não deve ser zombado...nem que esta tradição seja algo que não dos apóstolos" (Interpretação Literal do Gênesis 10:23:39 (408 d.C.).
Se uma pessoa que ouviu e creu na Palavra de Boas novas vier a morrer sem ter sido batizada, ela será salva ou não?
Mt 5,27-32 – Todo aquele que olhar para uma mulher
Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
Neste Evangelho, Jesus nos fala a respeito da fidelidade matrimonial e da indissolubilidade do casamento. O cristianismo é baseado no amor eterno, que é Deus. E a família é uma imagem da Santíssima Trindade. Até os nomes coincidem: Pai, filho... Por isso o amor na família tem de ser total e sem limites, um amor até a morte de um dos dois.
O amor verdadeiro é sempre total, desde o seu primeiro instante. Sentir tentação por uma mulher não é pecado. Mas consentir nessa tentação, olhando para ela com o desejo de possuí-la, é pecado.
Como a atração sexual, que é o instinto da conservação da espécie, é muito profundo em nós, superado apenas pelo instinto da conservação da própria vida (alimentar-se...), o cristão deve ser, neste ponto, radical: “Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno”. Jesus tomou como exemplo o olho e a mão, porque são coisas muito importantes para nós. Se até a esses membros temos de renunciar, se forem ocasião de pecado, quanto mais renunciar a uma paixão por alguém, fora do plano de Deus.
Jesus não quer no seu Reino gente medíocre. “Quem põe a mão no arado, e olha para trás, não é digno de mim”, disse ele.
Existe outro ponto em que Jesus foi radical. Disse ele ao jovem rico: “Vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (Mc 10,21).
Seguir a Jesus é uma coisa maravilhosa. Tudo o que renunciamos, ganhamos cem vezes mais. Mas precisamos estar dispostos a renunciar a tudo o que contradiz ao seu Evangelho. O mundo pecador é malandro, e nos apresenta o caminho do “mais ou menos”, ou da mediocridade. Mas é pura enganação. Uma tentação nossa é querer servir a dois senhores, levando uma vida dupla: hora servindo a Deus, hora ao pecado. A pessoa que faz isso torna-se “nem fria nem quente”. Jesus não gosta de uma pessoa assim. Ele prefere vomitá-la de sua boca.
Havia, certa vez, numa pequena cidade do interior, um homem muito bom, que o povo chamava de Sr. Dito. Ele tinha um burrinho e com esse animal passava pelas ruas recolhendo donativos para os pobres. O povo sabia que era ele, por causa da campainha que o burrinho trazia amarrada ao pescoço. Quando ouviam a campainha, saíam à porta de suas casas com os donativos para o Sr. Dito. Durante a noite, o burrinho ficava no curral do Sr. Dito.
Um dia, quando escureceu, um ladrão foi lá e roubou o burrinho. Levou-o para o seu curral, e foi dormir. Mas o ladrão não conseguia dormir porque cada vez que o burrinho se mexia, a campainha fazia barulho e o acordava.
Já tarde da noite, o ladrão foi lá, tirou a campainha do pescoço do burrinho e a colocou perto da água. Mais tarde, o burrinho foi tomar água, esbarrou na campainha, esta soou e acordou o ladrão.
Ele voltou ao curral e escondeu a campainha debaixo do capim. O burrinho foi comer o capim, mexeu na campainha, esta soou novamente e acordando o ladrão. Não havia jeito.
Quando eram três da madrugada, o ladrão perdeu a paciência, foi ao curral, pegou o burrinho com campainha e tudo e devolveu ao curral do Sr. Dito.
No outro dia cedo, quando o Sr. Dito se levantou, lá estava em seu curral o burrinho com a campainha, como se nada tivesse acontecido.
Nós também temos uma campainha, que soa quando fazemos uma coisa errada. É a nossa consciência, que fica sempre nos inquietando. Não adianta querer esconder essa campainha, porque ela continua soando e nos inquietando, onde quer que esteja. Não adianta correr dela, porque ela vai atrás. Ela só nos deixa em paz quando nos libertamos do pecado. Foi Deus q criou esta campainha, porque nos ama e não nos quer longe dele e infelizes.
Deus sabe direitinho quando que olhamos para uma mulher com o desejo de possuí-la e quando a olhamos na inocência, como se ela fosse nossa irmã. O mesmo vale para a mulher em relação ao homem. E ele criou em nós este “sensor” da consciência porque nos ama e por isso nos quer sempre junto dele e felizes.
Maria Santíssima não servia a dois senhores, mas somente a Deus. Por isso nunca fez pecado. Imaculada, Maria de Deus, rogai por nós!
Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
Evangelho (Marcos 14,12-16.22-26)
Quinta-Feira, 11 de Junho de 2009
SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO
— Eis o pão que os anjos comem/ transformado em pão do homem;/ só os filhos o consomem:/ não será lançado aos cães!
— Em sinais prefigurado,/ por Abraão foi imolado,/ no cordeiro aos pais foi dado,/ no deserto foi maná...
— Bom pastor, pão de verdade,/ piedade, ó Jesus, piedade,/ conservai-nos na unidade,/ extingui nossa orfandade,/ transportai-nos para o Pai!
— Aos mortais dando comida,/ dais também o pão da vida;/ que a família assim nutrida/ seja um dia reunida/ aos convivas lá do céu!
— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós!
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
12No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava o cordeiro pascal, os discípulos disseram a Jesus: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?”
13Jesus enviou então dois dos seus discípulos e lhes disse: “Ide à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao vosso encontro. Segui-o
14e dizei ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda dizer: onde está a sala em que vou comer a Páscoa com os meus discípulos?’
15Então ele vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada com almofadas. Aí fareis os preparativos para nós!”
16Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito, e prepararam a Páscoa.
22Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-lhes, dizendo: “Tomai, isto é o meu corpo”.
23Em seguida, tomou o cálice, deu graças, entregou-lhes, e todos beberam dele.
24Jesus lhes disse: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos.
25Em verdade vos digo, não beberei mais do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus”.
26Depois de ter cantado o hino, foram para o monte das Oliveiras.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Quarta-feira, 11 de junho de 2009.
Quarta-feira, 11 de junho de 2008
São Barnabé (Apóstolo), Ofício de memória 2ª Semana do Saltério (Livro III), cor Vermelha
Feliz foi Barnabé, santo de Deus, que mereceu ser contado entre os apóstolos. Era na
verdade um homem bom cheio do Espírito Santo e de fé (At 11,24).
Hoje: Dia do Educador Sanitário
Santos: Barnabé (considerado também como um dos virtuais Apóstolos), Paula Frassinetti, Parísio (monge camaldulense), Maria Rosas Mola e Vallvé; Félix e Fortunato (Aquiléia), João de São Facundo (professor de Direito e de Teologia em Salamanca e eremita de Santo Agostinho).
Oração: Ó Deus, que designastes São Barnabé, cheio de fé e do Espírito Santo para converter as nações, fazei que a vossa Igreja anuncie por palavras e atos o evangelho de Cristo que ele proclamou intrepidamente.. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
I Leitura: Atos (At 11,21b-26; 13,1-3)
Acreditar no evangelho e se converter
Naqueles dias, 11,21bmuitas pessoas acreditaram no Evangelho e se converteram ao Senhor. 22A notícia chegou aos ouvidos da Igreja que estava em Jerusalém. Então enviaram Barnabé até Antioquia.
23Quando Barnabé chegou e viu a graça que Deus havia concedido, ficou muito alegre e exortou a todos para que permanecessem fiéis ao Senhor, com firmeza de coração. 24É que ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E uma grande multidão aderiu ao Senhor.
25Então Barnabé partiu para Tarso, à procura de Saulo. 26Tendo encontrado Saulo, levou-o a Antioquia. Passaram um ano inteiro trabalhando juntos naquela Igreja, e instruíram uma numerosa multidão. Em Antioquia os discípulos foram, pela primeira vez, chamados com o nome de cristãos.
13,1Na Igreja de Antioquia, havia profetas e doutores. Eram eles: Barnabé, Simeão, chamado o Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado junto com Herodes, e Saulo. 2Um dia, enquanto celebravam a liturgia, em honra do Senhor, e jejuavam, o Espírito Santo disse: “Separai para mim Barnabé e Saulo, a fim de fazerem o trabalho para o qual eu os chamei”. 3Então eles jejuaram e rezaram, impuseram as mãos sobre Barnabé e Saulo, e deixaram-nos partir. Palavra do Senhor!
Comentando a I Leitura[1]
Expansão para Antioquia e ajuda a Jerusalém
Os primeiros missionários para Antioquia só falavam aos judeus, mas cristãos da ilha de Chipre e de Cirene, na Líbia africana, converteram também muitos gregos. A Igreja mãe judaica em Jerusalém enviou Barnabé, originário de Chipre, para investigar esse progresso inesperado. Depois que confirmou esse novo tipo de Igreja que incluía pagãos, Barnabé obteve a ajuda de Paulo par lidar com ela. Em Antioquia, foi usado o nome “cristão” pela primeira vez, talvez porque a afluência de pagãos diferenciasse essa Igreja das comunidades judaicas.
Quando profetas cristãos anunciaram que estava para acontecer uma grande fome, a Igreja de Antioquia enviou ajuda às igrejas da Judéia, demonstrando gratidão pelos missionários que lhes foram enviados.
Salmo: 97 (98), 1.2-3ab.3c-4.5-6 (R/.2b)
O Senhor fez conhecer seu poder
salvador, e às nações sua justiça
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
Cantai Salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso Rei!
Evangelho: Mateus (Mt 10,7-13)
Todo aquele que se encoleriza com
seu irmão, será réu em juízo
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! 9Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; 10nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento.
11Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida. 12Ao entrardes numa casa, saudai-a. 13Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz”. Palavra da Salvação!
Comentário o Evangelho[2]
Portadores de paz
Os apóstolos foram orientados a saudar seus hospedeiros, dizendo: "A paz esteja nesta casa!" Esta saudação pode ser entendida como mera formalidade, e sinal de boa educação. Sem dúvida, Jesus não estava ensinando aos apóstolos apenas uma regra de boas maneiras.
A palavra hebraica shalom, traduzida como paz, é rica de sentidos. Significa prosperidade, bem estar, saúde, boa convivência com o próximo, respeito pela dignidade alheia, e tantas coisas mais. Tudo isto tem a ver com o Reino de Deus que anunciavam. Portanto, a paz desejada correspondia à salvação messiânica instaurada na história humana pelo ministério de Jesus. Aos apóstolos competia a tarefa de fazê-la chegar a todas as pessoas que encontrassem ao longo de suas andanças missionárias.
Os milagres que os missionários iriam realizar devem ser entendidos no contexto da construção da paz almejada por Jesus. Ao curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios, estavam se colocando a serviço da vida, da reconstrução da dignidade humana, da libertação de todas as formas de opressão, da reconciliação das pessoas com Deus. Em suma, entregavam-se, de corpo e alma, à construção da paz. Quem os acolhia, tornava-se beneficiário desta paz messiânica e salvífica que os apóstolos tinham para oferecer.
São Barnabé[3]
Embora eleito por Nosso Senhor, Barnabé faz parte do Colégio apostólico e, como São Paulo, é enumerado entre os primeiros propagandistas da religião de Jesus Cristo. Descendente da tribo de Levi, Barnabé era natural da ilha de Cipre, onde a família possuía vivenda. Tinha primitivamente o nome de José.
Discípulo de Gamaliel em Jerusalém, fez belos progressos no estudo das ciências e, sendo homem de caráter puro e espírito generoso, associou-se aos discípulos de Nosso Senhor. Depois da ascensão de Jesus Cristo, foi Barnabé um dos primeiros a vender os bens e entregar aos Apóstolos o troco da venda. Ao que parece, gozava José de grande estima entre os Apóstolos, que lhe mudaram o nome de para Barnabé, isto é, "filho da consolação". Se dermos crédito a São João Crisóstomo, o nome de Barnabé foi-lhe dado por causa da grande habilidade de consolar os aflitos.
O novo Apóstolo tomou logo parte ativa na administração da Igreja, e foi ele quem apresentou São Paulo e São Tiago. A presença de Paulo em Jerusalém, de perseguidor que fora da Igreja, causava isso, tornava-se necessária uma recomendação especial; e esta foi tão bem feita, que São Pedro não pôs dúvida em hospedar o antigo perseguidor em sua própria casa, pelo período de quinze dias.
Quatro ou cinco anos depois, vemo-lo em Antioquia, para onde os Apóstolos o tinham mandado: pois a Igreja de Antioquia tinha feito grandes progressos.
As conversões tornaram-se tão numerosas, que Barnabé pediu o auxílio de São Paulo. Ambos trabalharam, com resultados esplêndidos, na nova comunidade, e foram os fiéis de Antioquia os primeiros que receberam o nome de cristãos. Barnabé apresenta-se como Apóstolo zelosíssimo, cheio de fé e do Espírito Santo, sempre disposto à luta contra as dificuldades que se lhe opunham... A vida foi-lhe continuado martírio, razão por que os Apóstolos, reunidos em Jerusalém, afirmaram em referência a ele e São Paulo, que esses dois Apóstolos sacrificaram a vida por amor do nome de Jesus Cristo. Foram eles os portadores das esmolas arrecadadas em Antioquia, para os cristãos famintos em Jerusalém.
Aos Apóstolos reunidos em oração, veio do Espírito Santo a inspiração de separar Paulo e Barnabé, para a pregação do Evangelho entre os pagãos. Para esse fim lhes impuseram as mãos, invocando sobre eles o Espírito Santo.
Sendo assim formalmente recebidos no Colégio dos Apóstolos, iniciaram os trabalhos apostólicos em Selêucia, na Síria. Associou-se-lhes João Marcos, sobrinho de Barnabé, e os Apóstolos estenderam a missão de Salamina e Pafos no Chipre, e a Perge na Panfília. Foi lá que João Marcos, com bastante pesar de Barnabé, se separou dos companheiros.
Paulo e Barnabé continuaram as viagens apostólicas e pregaram o Evangelho em Pisídia, na Icônia, Licaônia e Listris. Os pagãos, estupefatos pelos grandes milagres que testemunhavam, julgaram ver em Paulo o deus Mercúrio; na figura imponente de Barnabé, porém, quiseram reconhecer o deus Júpiter. Tão grande foi o entusiasmo pelos Apóstolos de Cristo, que quiseram construir um altar em sua honra e oferecer-lhes oblações, como a divindades, intento a que Barnabé e Paulo energicamente se opuseram.
Após longas viagens, voltaram a Antioquia, onde então se pronunciou o desacordo entre os cristãos por causa da observância da lei Mosaica. Barnabé e Paulo discordaram da opinião dos cristãos de origem judaica, que julgavam obrigatória a observação daquelas leis para todos os cristãos, mesmo para os que tinham vindo ou viessem do paganismo.
Um Concílio apostólico, celebrado no ano de 51, em Jerusalém, decidiu essa questão no sentido favorável a Barnabé e Paulo. Barnabé aliou-se outra vez a João Marcos e com ele trabalhou, ainda muitos anos na vinha do Senhor.
É opinião de muitos que tenha chegado até Milão. São Carlos Borromeu, fazendo referência a São Barnabé, chama-o Apóstolo de Milão. Barnabé morreu na ilha de Chipre, vítima do fanatismo religioso dos judeus, que os lapidaram. O corpo foi descoberto em 485. Sobre o peito estava uma cópia do Evangelho de São Marcos, feita por ele mesmo.