sexta-feira, 12 de junho de 2009
Mt 5,27-32 – Todo aquele que olhar para uma mulher
Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
Neste Evangelho, Jesus nos fala a respeito da fidelidade matrimonial e da indissolubilidade do casamento. O cristianismo é baseado no amor eterno, que é Deus. E a família é uma imagem da Santíssima Trindade. Até os nomes coincidem: Pai, filho... Por isso o amor na família tem de ser total e sem limites, um amor até a morte de um dos dois.
O amor verdadeiro é sempre total, desde o seu primeiro instante. Sentir tentação por uma mulher não é pecado. Mas consentir nessa tentação, olhando para ela com o desejo de possuí-la, é pecado.
Como a atração sexual, que é o instinto da conservação da espécie, é muito profundo em nós, superado apenas pelo instinto da conservação da própria vida (alimentar-se...), o cristão deve ser, neste ponto, radical: “Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno”. Jesus tomou como exemplo o olho e a mão, porque são coisas muito importantes para nós. Se até a esses membros temos de renunciar, se forem ocasião de pecado, quanto mais renunciar a uma paixão por alguém, fora do plano de Deus.
Jesus não quer no seu Reino gente medíocre. “Quem põe a mão no arado, e olha para trás, não é digno de mim”, disse ele.
Existe outro ponto em que Jesus foi radical. Disse ele ao jovem rico: “Vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (Mc 10,21).
Seguir a Jesus é uma coisa maravilhosa. Tudo o que renunciamos, ganhamos cem vezes mais. Mas precisamos estar dispostos a renunciar a tudo o que contradiz ao seu Evangelho. O mundo pecador é malandro, e nos apresenta o caminho do “mais ou menos”, ou da mediocridade. Mas é pura enganação. Uma tentação nossa é querer servir a dois senhores, levando uma vida dupla: hora servindo a Deus, hora ao pecado. A pessoa que faz isso torna-se “nem fria nem quente”. Jesus não gosta de uma pessoa assim. Ele prefere vomitá-la de sua boca.
Havia, certa vez, numa pequena cidade do interior, um homem muito bom, que o povo chamava de Sr. Dito. Ele tinha um burrinho e com esse animal passava pelas ruas recolhendo donativos para os pobres. O povo sabia que era ele, por causa da campainha que o burrinho trazia amarrada ao pescoço. Quando ouviam a campainha, saíam à porta de suas casas com os donativos para o Sr. Dito. Durante a noite, o burrinho ficava no curral do Sr. Dito.
Um dia, quando escureceu, um ladrão foi lá e roubou o burrinho. Levou-o para o seu curral, e foi dormir. Mas o ladrão não conseguia dormir porque cada vez que o burrinho se mexia, a campainha fazia barulho e o acordava.
Já tarde da noite, o ladrão foi lá, tirou a campainha do pescoço do burrinho e a colocou perto da água. Mais tarde, o burrinho foi tomar água, esbarrou na campainha, esta soou e acordou o ladrão.
Ele voltou ao curral e escondeu a campainha debaixo do capim. O burrinho foi comer o capim, mexeu na campainha, esta soou novamente e acordando o ladrão. Não havia jeito.
Quando eram três da madrugada, o ladrão perdeu a paciência, foi ao curral, pegou o burrinho com campainha e tudo e devolveu ao curral do Sr. Dito.
No outro dia cedo, quando o Sr. Dito se levantou, lá estava em seu curral o burrinho com a campainha, como se nada tivesse acontecido.
Nós também temos uma campainha, que soa quando fazemos uma coisa errada. É a nossa consciência, que fica sempre nos inquietando. Não adianta querer esconder essa campainha, porque ela continua soando e nos inquietando, onde quer que esteja. Não adianta correr dela, porque ela vai atrás. Ela só nos deixa em paz quando nos libertamos do pecado. Foi Deus q criou esta campainha, porque nos ama e não nos quer longe dele e infelizes.
Deus sabe direitinho quando que olhamos para uma mulher com o desejo de possuí-la e quando a olhamos na inocência, como se ela fosse nossa irmã. O mesmo vale para a mulher em relação ao homem. E ele criou em nós este “sensor” da consciência porque nos ama e por isso nos quer sempre junto dele e felizes.
Maria Santíssima não servia a dois senhores, mas somente a Deus. Por isso nunca fez pecado. Imaculada, Maria de Deus, rogai por nós!
Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
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