segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Myrian Rios critica novelas, fala da vida como missionária e diz viver em castidade há nove anos.

Myrian Rios em foto de Simone Marinho
RIO - Sucesso na primeira versão de "Ti-ti-ti" como Gabriela, Myrian Rios não assiste ao remake escrito por Maria Adelaide Amaral para o horário das 19h da Globo. Depois de se tornar missionária da Comunidade Católica Canção Nova, a atriz, de 52 anos, garante ligar a TV apenas para acompanhar telejornais e programas educativos. Conferir como a jovem Carolina Oliveira está se saindo no papel que ela viveu em 1985, nem pensar.
- Sou missionária há nove anos e não assisto mais às novelas. É um tipo de entretenimento muito vulgar, sem profundidade, que foi ficando sem conteúdo - critica Myrian. 


Apresentadora do programa "Porta a porta", semanal que divulga produtos religiosos no canal Canção Nova (disponível para quem tem parabólica), a atriz tampouco pretende rever o seu trabalho em "O clone", a última novela da qual participou, agora em reprise no "Vale a pena ver de novo", na Globo. A deputada estadual recém-eleita no Rio pelo PDT considera os folhetins atuais muito mais apelativos do que os produzidos no passado. 



 
- O Roberto Talma (diretor de núcleo da Globo) veio me perguntar se eu tinha abandonado a carreira. Eu abandonei essa coisa descartável. Mas posso fazer uma novela, por exemplo, educativa, com uma mensagem. O importante é ter um conteúdo que acrescente - diz Myrian, para afirmar em seguida: - Eu não sou ex-atriz, não existe essa coisa de ex.
Nascida em Belo Horizonte, ela estreou em novelas em "O feijão e o sonho", de 1976, depois de ter sido descoberta num concurso de talentos na TV Globo. Atuou em mais de dez produções, como "Marron glacé" (1979), "Coração alado" (1980) e "Bambolê" (1987). Nesta última, interpretou Ana Galhardo, a protagonista da trama. 


" Não é porque sou vegetariana há 30 anos que os meus filhos precisam ser. Mas procuro educá-los para serem íntegros e tementes a Deus. Não sei se eles vão seguir a castidade, como eu "





- Tenho orgulho da minha carreira. Amei fazer "Marron glacê", do Cassiano Gabus Mendes. E, depois, ainda fiz com ele "Ti-ti-ti" - lembra. 


Hoje, Myrian tem outras prioridades. Contratada do Canção Nova desde 2003, ela quer tocar mais um projeto para a TV como apresentadora. Em seu site oficial, se descreve como "Missionária católica, mãe, filha, irmã, amiga, atriz, uma mulher de fé". 


- Sempre fui de família católica, mas não existe falar que sou convertida. A minha conversão como missionária é diária. Quero ser melhor do que fui ontem. Busco minha santidade diariamente. No dia a dia a gente acaba se magoando e criando um coração mais duro. Vamos perdoar, procurar reconciliar - sugere a atriz, enquanto toma uma água de coco, num quiosque da Lagoa Rodrigo de Freitas. 


O lugar foi escolhido por ela para o encontro com a Revista da TV. Mas Myrian não parece à vontade enquanto posa para as fotos. Já durante a entrevista, é franca. Até para falar sobre a importância do sexo em sua vida. 

- O fato de ter me tornado missionária mudou muita coisa. Eu vivo em castidade há nove anos - revela a atriz. - Hoje posso namorar, mas seria um namoro santo. Relação sexual só depois de casada - explica Myrian, atualmente solteira. 

Ela defende que a "mulher precisa se preservar para se amar e valorizar".
- Não é através do relacionamento sexual que você conhece a outra pessoa. E, sim, conversando. Pela maneira como um homem te beija e te abraça você também pode conhecê-lo melhor - acredita. 

Ex-mulher de Roberto Carlos, com quem viveu por 12 anos, Myrian sempre cita o músico de forma carinhosa. Ela evita entrar em detalhes sobre a relação dos dois. Mas dá sinais de que são bons amigos, por exemplo, ao declarar que o cantor votou nela nas últimas eleições:
- Imagina se o Roberto não iria votar em mim... 

O contato de Myrian com a política começou quando ela tornou-se amiga da primeira-dama do Estado, Adriana Ancelmo Cabral, há quatro anos: 


- Nossos filhos estudam juntos e nos aproximamos. Adriana me levou para Bangu, para conhecer o presídio de menores infratores. Como missionária, o que poderia fazer era rezar. Passei um ano indo lá para pregar a palavra de Deus.
A atriz perdeu as contas dos pedidos de ajuda que recebeu no presídio. E decidiu que poderia atuar de uma outra forma se estivesse na política.
- No início eu fiquei muito desmotivada. Você ouve tanta coisa. A minha bandeira política é a educação com qualidade, uma escola em tempo integral. Quero resgatar o projeto do Professor Darcy Ribeiro. Foi só por isso que aceitei o desafio. Posso ser missionária e deputada - frisa. 


Mãe de Edmar Filho, de 14 anos, do casamento com o cirurgião Edmar da Fontoura Lopes Neto, e de Pedro Arthur, de 9, da relação com o ator André Gonçalves, Myrian diz ter um papo aberto com os filhos em casa: 


- Não é porque sou vegetariana há 30 anos que eles precisam ser. Mas procuro educar os meus filhos para serem homens íntegros e tementes a Deus. Não sei se eles vão seguir a castidade, como eu. Mas digo que a mulher não pode ser usada como uma coisa descartável, só para ficar. Eu já converso com eles até sobre aborto. 

Apesar de orientar, Myrian garante dar certas liberdades aos filhos. 

- Lá em casa não é uma ditadura. Eu prefiro que o Pedro não veja novela. Mas ele gosta de assistir ao pai na televisão - conta. 

A atriz diz que o caçula quer ser ator. E não se mostra contra os planos do filho:
- Pedro decidiu que quer ser artista. Ele faz aula de teatro e de hip hop. Está no sangue. Quando o André chama o Pedro para ir ao Maracanã, é o Edmar quem vai. Pedro quer é visitar o Projac. 

A relação com os ex, garante Myrian, é a mais cordial possível:
- Os meus dois filhos têm pais presentes. 


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