São Paulo (RV) - Com o objetivo de aprofundar e promover uma reflexão sobre sua história, a Companhia de Jesus promove em São Paulo o Simpósio Nacional Bicentenário da Restauração da Companhia de Jesus (1814-2014). Pesquisadores nacionais e internacionais participarão do evento que se realizará de 8 a 10 de maio no InterContinental São Paulo Hotel. O encontro é aberto ao público, que poderá inscrever-se no site www.bicentenariosj.com.br.
A Companhia de Jesus reúne mais de 18 mil jesuítas em 130 países dos cinco continentes. Ao longo dos mais de 470 anos de história, os jesuítas tiveram presença missionária em todo o mundo, com forte atuação nas áreas social, educacional e cultural. Essa atuação levou à supressão da Ordem de 1773 a 1814. A restauração da Companhia, será a temática de diálogo no Simpósio, no que remete a questões religiosas, políticas e sociais.
“A supressão da Companhia de Jesus por 41 anos interrompeu mais de dois séculos de muito vigor, entusiasmo e criatividade apostólicas da Ordem religiosa. No entanto, esse fato não conseguiu sufocar o Espírito que está na origem da sua existência”, explicou o Pe. Carlos Alberto Contieri, Coordenador das comemorações do bicentenário da Restauração da Companhia de Jesus no Brasil. “Acreditamos que os segredos da eficácia da Companhia de Jesus para seu retorno – acrescentou - foram os Exercícios Espirituais, que criam homens livres e despertos, com independência de critério e ousadia apostólica, assim como o seu trabalho reconhecido desde aquela época até os dias de hoje nas áreas de educação”. Pe. Contieri também é Diretor do Pateo do Collegio, na região central da cidade de São Paulo, e do Museu de Arte Sacra dos Jesuítas (MASJ), em Embu das Artes.
É a primeira vez que a Companhia de Jesus do Brasil realiza no país um simpósio acadêmico e de abrangência nacional. Entre os conferencistas, estarão Pe. Francisco Ivern, Vice-reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ), abordando o tema “Desafios contemporâneos da Companhia de Jesus”; Dr. José Eduardo Franco, Diretor do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, falando sobre “A supressão da Companhia de Jesus: Pombal e as Cortes Bourbônicas”; Dr. Edgard Leite Ferreira Neto, membro titular da Academia Brasileira de Filosofia, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro com o tema “A restauração da Companhia de Jesus no Brasil” e Dr. Leandro Karnal, professor de História da América na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com o tema “Bicentenário da restauração: memória e identidade”.
O simpósio terá ainda mesas-redondas e temáticas com pesquisadores, entre eles Pe. Bartomeu Melià, jesuíta espanhol, Diretor do Departamento de Língua e Cultura Guaraní do centro de Estudos Paraguaios Antonio Guasch; Pe. Antonio Júlio Limpo Trigueiros, português e Diretor da Biblioteca da Casa de Escritores da Revista Broteria e Dr. João Paulo Oliveira e Costa, professor Catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
A Companhia de Jesus foi fundada em 1534, quando Inácio de Loyola e seus companheiros, Francisco Xavier, Simão Rodrigues, Pedro Fabro, Laínez, Salmerón e Bobadilha, reuniram-se em Paris (França) e decidem fundar a nova Ordem religiosa. A Companhia recebeu aprovação aprovação eclesial do Papa Paulo III em 1540. Mais de 200 anos depois de seu nascimento, ela enfrentaria o seu pior momento: a sua supressão, em 1773, na Europa e seus domínios, permanecendo apenas na Rússia e na Prússia. A Companhia de Jesus foi restaurada em todo o mundo pelo Papa Pio VII, no ano de 1814.
A Rede Jesuíta de Educação engloba mais de 180 colégios, 200 universidades e faculdades e 2724 centros de Educação Popular Fé e Alegria.
(MP - JE)
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