Cidade do Vaticano (RV) - A canonização do Pe. José de Anchieta nos leva ao encontro com Deus para um momento de oração e de reflexão do qual emerge a pergunta: o que significa - espiritualmente - esta canonização?
Em primeiro lugar nos diz que o amor sempre vence - e vence para sempre. A dedicação de Anchieta aos indígenas, aos negros africanos, aos órfãos e viúvas e a todos os marginalizados de nosso Brasil colonial, muito elogiada mas também criticada, na época, pelos escravagistas e senhores colonizadores e, hoje, por pessoas desinformadas, foi reconhecida pela Igreja - a grande defensora dos Direitos Humanos.
O que se passa no coração de quem ama, no interior de um lar onde reina o Amor, só quem vive, só quem participa é que poderá avaliar a intensidade deste amor e o quanto é bom amar e ser amado. Por isso, o mergulhar nas cartas de Anchieta, nos comentários de seus contemporâneos, feito por alguém que ama e ‘experiencia’ ser amado, leva à definição de que o coração do Apóstolo do Brasil foi o de um grande amante. Não é à toa que ele escreveu a respeito do golpe de lança que o Coração de Jesus recebeu na cruz, dizendo que quem rompeu o coração do Senhor não foi a lança do soldado, mas Seu grande amor pela Humanidade.
Além disso, podemos tirar a lição de que o amor continua. A amplitude da devoção a Anchieta em todo o Brasil significa que o povo mantém com ele uma grande, permanente e profunda relação de amor, de troca de afetos.
Finalmente, aprendemos ainda que no amor, o amar provoca amar, isto é, uma vez que me sinto amado, sou levado a amar.
Que esta canonização nos leve a seguir o conselho da Igreja; tenham em Anchieta um exemplo de cristão a ser seguido. Estejam atentos aos seus valores, suas opções. Ser devoto de Anchieta é mais que acender velas e colocar flores diante de sua imagem, vai além da mera devoção. Ser devoto de Anchieta é seguir Jesus mais de perto. É ter Maria como Mãe e Mestra. É ter um coração voltado para os menos favorecidos. É procurar encontrar Deus em todos o lugares, em toda parte e sempre estar atento em ser uma ponte entre o Senhor da Vida e o homem, sua criatura tão querida. (CAS)
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