quarta-feira, 29 de junho de 2011

Papa Bento XVI na Solenidade de São Pedro e São Paulo.

Papa Bento XVI na
Solenidade de São Pedro e São Paulo.
29.06.2011 - Cidade do Vaticano: - Bento XVI Celebrou o Santo Sacrifício da Missa na Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, na Basílica de São Pedro, na manhã desta quarta-feira. O Papa está completando hoje, 60 anos de vida sacerdotal. O Santo Padre saudou também os novos arcebispos que receberam o Pálio e explicou os significados do Pálio, um deles é a comunhão dos Pastores da Igreja com Pedro e seus sucessores.
Amados irmãos e irmãs!
"Non iam servos, sed amicos" - "Já não vos chamo servos, mas amigos" (cf. Jo 15, 15). Passados sessenta anos da minha Ordenação Sacerdotal, sinto ainda ressoar no meu íntimo estas palavras de Jesus, que o nosso grande Arcebispo, o Cardeal Faulhaber, com voz já um pouco fraca, mas firme, dirigiu a nós, novos sacerdotes, no final da cerimônia da Ordenação.
Segundo o ordenamento litúrgico daquele tempo, esta proclamação significava então a explícita concessão aos novos sacerdotes do mandato de perdoar os pecados. "Já não sois servos, mas amigos": eu sabia e sentia que esta não era, naquele momento, apenas uma frase "de cerimônia"; e que era mais do que uma mera citação da Sagrada Escritura. Estava certo disto: neste momento, Ele mesmo, o Senhor, di-la a mim de modo muito pessoal.
No Batismo e na Confirmação, Ele já nos atraíra a Si, acolhera-nos na família de Deus. Mas o que estava a acontecer naquele momento ainda era algo mais. Ele chama-me amigo. Acolhe-me no círculo daqueles que receberam a sua palavra no Cenáculo; no círculo daqueles que Ele conhece de um modo muito particular e que chegam assim a conhecê-Lo de modo particular.
Concede-me a faculdade, que quase amedronta, de fazer aquilo que só Ele, o Filho de Deus, pode legitimamente dizer e fazer: Eu te perdôo os teus pecados. Ele quer que eu – por seu mandato – possa pronunciar com o seu "Eu" uma palavra que não é meramente palavra mas ação que produz uma mudança no mais íntimo do ser.
Sei que, por detrás de tais palavras, está a sua Paixão por nossa causa e em nosso favor. Sei que o perdão tem o seu preço: na sua Paixão, Ele desceu até ao fundo tenebroso e sórdido do nosso pecado. Desceu até à noite da nossa culpa, e só assim esta pode ser transformada. E, através do mandato de perdoar, Ele permite-me lançar um olhar ao abismo do homem e à grandeza do seu padecer por nós, homens, que me deixa intuir a grandeza do seu amor. Diz-me Ele em confidência: "Já não és servo, mas amigo".
Ele confia-me as palavras da Consagração na Eucaristia. Ele considera-me capaz de anunciar a sua Palavra, de explicá-la retamente e de a levar aos homens de hoje. Ele entrega-Se a mim. "Já não sois servos, mas amigos": trata-se de uma afirmação que gera uma grande alegria interior mas ao mesmo tempo, na sua grandeza, pode fazer-nos sentir ao longo dos decênios calafrios com todas as experiências da própria fraqueza e da sua bondade inexaurível.
"Já não sois servos, mas amigos": nesta frase está encerrado o programa inteiro de uma vida sacerdotal. O que é verdadeiramente a amizade? Idem velle, idem nolle – querer as mesmas coisas e não querer as mesmas coisas: diziam os antigos. A amizade é uma comunhão do pensar e do querer. O Senhor não se cansa de nos dizer a mesma coisa: "Conheço os meus e os meus conhecem-Me" (cf. Jo 10, 14). O Pastor chama os seus pelo nome (cf. Jo 10, 3). Ele conhece-me por nome. Não sou um ser anônimo qualquer, na infinidade do universo. Conhece-me de modo muito pessoal.
E eu? Conheço-O a Ele? A amizade que Ele me dedica pode apenas traduzir-se em que também eu O procure conhecer cada vez melhor; que eu, na Escritura, nos Sacramentos, no encontro da oração, na comunhão dos Santos, nas pessoas que se aproximam de mim mandadas por Ele, procure conhecer sempre mais a Ele próprio. A amizade não é apenas conhecimento; é sobretudo comunhão do querer. Significa que a minha vontade cresce rumo ao "sim" da adesão à d’Ele.
De fato, a sua vontade não é uma vontade externa e alheia a mim mesmo, à qual mais ou menos voluntariamente me submeto ou então nem sequer me submeto. Não! Na amizade, a minha vontade, crescendo, une-se à d’Ele: a sua vontade torna-se a minha, e é precisamente assim que me torno de verdade eu mesmo. Além da comunhão de pensamento e de vontade, o Senhor menciona um terceiro e novo elemento: Ele dá a sua vida por nós (cf. Jo 15, 13; 10, 15).
Senhor, ajudai-me a conhecer-Vos cada vez melhor! Ajudai-me a identificar-me cada vez mais com a vossa vontade! Ajudai-me a viver a minha existência, não para mim mesmo, mas a vivê-la juntamente convoco para os outros! Ajudai-me a tornar-me sempre mais vosso amigo!
Essa palavra de Jesus sobre a amizade situa-se no contexto do discurso sobre a videira. O Senhor relaciona a imagem da videira com uma tarefa dada aos discípulos: "Eu vos destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça" (Jo 15, 16). A primeira tarefa dada aos discípulos, aos amigos, é pôr-se a caminho – destinei, para que vades –, sair de si mesmos e ir ao encontro dos outros. A par dessa, podemos ouvir também a frase que o Ressuscitado dirige aos seus e que aparece na conclusão do Evangelho de Mateus: "Ide fazer discípulos de todas as nações…" (cf. Mt 28, 19).
O Senhor exorta-nos a superar as fronteiras do ambiente onde vivemos e levar ao mundo dos outros o Evangelho, para que permeie tudo e, assim, o mundo se abra ao Reino de Deus. Isto pode trazer-nos à memória que o próprio Deus saiu de Si, abandonou a sua glória, para vir à nossa procura e trazer-nos a sua luz e o seu amor. Queremos seguir Deus que Se põe a caminho, vencendo a preguiça de permanecer cômodos em nós mesmos, para que Ele mesmo possa entrar no mundo.

Depois da palavra sobre o pôr-se a caminho, Jesus continua: dai fruto, um fruto que permaneça! Que fruto espera Ele de nós? Qual é o fruto que permanece? Sabemos que o fruto da videira são as uvas, com as quais depois se prepara o vinho. Por agora detenhamo-nos sobre esta imagem. Para que as uvas possam amadurecer e tornar-se boas, é preciso o sol mas também a chuva, o dia e a noite. Para que deem um vinho de qualidade, precisam de ser pisadas, há que aguardar com paciência a fermentação, tem-se de seguir com cuidadosa atenção os processos de maturação.
Características do vinho de qualidade são não só a suavidade, mas também a riqueza das tonalidades, o variado aroma que se desenvolveu nos processos da maturação e da fermentação. E por acaso não constitui já tudo isto uma imagem da vida humana e, de modo muito particular, da nossa vida de sacerdotes? Precisamos do sol e da chuva, da serenidade e da dificuldade, das fases de purificação e de prova mas também dos tempos de caminho radioso com o Evangelho. Num olhar de retrospectiva, podemos agradecer a Deus por ambas as coisas: pelas dificuldades e pelas alegrias, pela horas escuras e pelas horas felizes. Em ambas reconhecemos a presença contínua do seu amor, que incessantemente nos conduz e sustenta.
Agora, porém, devemos interrogar-nos: de que gênero é o fruto que o Senhor espera de nós? O vinho é imagem do amor: este é o verdadeiro fruto que permanece, aquele que Deus quer de nós. Mas não esqueçamos que, no Antigo Testamento, o vinho que se espera das uvas boas é sobretudo imagem da justiça, que se desenvolve numa vida segundo a lei de Deus. E não digamos que esta é uma visão veterotestamentária, já superada. Não! Isto permanece sempre verdadeiro.
O autêntico conteúdo da Lei, a sua summa, é o amor a Deus e ao próximo. Este duplo amor, porém, não é qualquer coisa simplesmente doce; traz consigo o peso da paciência, da humildade, da maturação na educação e assimilação da nossa vontade à vontade de Deus, à vontade de Jesus Cristo, o Amigo. Só deste modo, tornando verdadeiro e reto todo o nosso ser, é que o amor se torna também verdadeiro, só assim é um fruto maduro.
A sua exigência intrínseca, ou seja, a fidelidade a Cristo e à sua Igreja requer sempre que se realize também no sofrimento. É precisamente assim que cresce a verdadeira alegria. No fundo, a essência do amor, do verdadeiro fruto, corresponde à palavra relativa ao pôr-se a caminho, ao ir: amor significa abandonar-se, dar-se; leva consigo o sinal da cruz. Neste contexto, disse uma vez Gregório Magno: Se tendeis para Deus, tende cuidado que não O alcanceis sozinhos (cf. H Ev 1, 6, 6: PL 76, 1097s). Trata-se de uma advertência que nós, sacerdotes, devemos ter intimamente presente cada dia.
Queridos amigos, talvez me tenha demorado demasiado com a recordação interior dos sessenta anos do meu ministério sacerdotal. Agora é tempo de pensar àquilo que é próprio deste momento.
Na solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, antes de mais nada dirijo a minha mais cordial saudação ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I e à Delegação por ele enviada, cuja aprazível visita na ocasião feliz da festa dos Santos Apóstolos Padroeiros de Roma vivamente agradeço. Saúdo também os Senhores Cardeais, os Irmãos no Episcopado, os Senhores Embaixadores e as autoridades civis, como também os sacerdotes, os colegas da minha Missa Nova, os religiosos e os fiéis leigos. A todos agradeço a presença e a oração.
Aos Arcebispos Metropolitanos nomeados depois da última festa dos grandes Apóstolos, será agora imposto o pálio. Este, que significa? Pode recordar-nos em primeiro lugar o jugo suave de Cristo que nos é colocado aos ombros (cf. Mt 11, 29-30). O jugo de Cristo coincide com a sua amizade. É um jugo de amizade e, consequentemente, um "jugo suave", mas por isso mesmo também um jugo que exige e plasma. É o jugo da sua vontade, que é uma vontade de verdade e de amor. Assim, para nós, é, sobretudo, o jugo de introduzir outros na amizade com Cristo e de estar à disposição dos outros, de cuidarmos deles como Pastores.
E assim chegamos a um novo significado do pálio: este é tecido com a lã de cordeiros, que são benzidos na festa de Santa Inês. Deste modo recorda-nos o Pastor que Se tornou, Ele mesmo, Cordeiro por nosso amor. Recorda-nos Cristo que Se pôs a caminho pelos montes e descampados, aonde o seu cordeiro – a humanidade – se extraviara. Recorda-nos como Ele pôs o cordeiro, ou seja, a humanidade – a mim – aos seus ombros, para me trazer de regresso a casa.
E assim nos recorda que, como Pastores ao seu serviço, devemos também nós carregar os outros, pô-los por assim dizer aos nossos ombros e levá-los a Cristo. Recorda-nos que podemos ser Pastores do seu rebanho, que continua sempre a ser d’Ele e não se torna nosso. Por fim, o pálio significa também, de modo muito concreto, a comunhão dos Pastores da Igreja com Pedro e com os seus sucessores: significa que devemos ser Pastores para a unidade e na unidade, e que só na unidade, de que Pedro é símbolo, guiamos verdadeiramente para Cristo.
Sessenta anos de ministério sacerdotal! Queridos amigos, talvez me tenha demorado demais nos pormenores. Mas, nesta hora, senti-me impelido a olhar para aquilo que caracterizou estes decênios. Senti-me impelido a dizer-vos – a todos os presbíteros e Bispos, mas também aos fiéis da Igreja – uma palavra de esperança e encorajamento; uma palavra, amadurecida na experiência, sobre o fato que o Senhor é bom. Mas esta é sobretudo uma hora de gratidão: gratidão ao Senhor pela amizade que me concedeu e que deseja conceder a todos nós. Gratidão às pessoas que me formaram e acompanharam. E, subjacente a tudo isto, a oração para que um dia o Senhor na sua bondade nos acolha e faça contemplar a sua glória. Amém.

Fonte: Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

A Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana.


A SANTA MADRE IGREJA

CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA.



Naquele tempo; JESUS ENTÃO LHE DISSE...

...“E Eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra Ela. Eu te darei as chaves do reino do céus: tudo que ligares na terra será ligado no céus, e tudo o que desligares na terra será desligado no céus”. (Mt 16,18-20)

        “ O Senhor Jesus, antes de subir ao Céu, confiou aos seus discípulos o mandato de anunciar o Evangelho a todo o mundo e de batizar todas as nações: “Ide a todo o mundo e pregai o Evangelho a todas as criaturas. Quem acreditar e for batizado será salvo, mas que não acreditar será condenado”. (Mc.16, 15-16); Todo o poder me foi dado no Céu e na terra. Ide, pois, fazer discípulos de todas as nações, batizai-os em nome do PAI, do FILHO e do ESPÍRITO SANTO e ensinai-lhes a cumprir tudo quanto vos mandei. E EU estou sempre convosco, até o fim dos tempos”. (Mt. 28, 18-20; Lc. 24, 46-48; Jô. 17, 18; 20, 21, At. 1,8).

         A missão universal da Igreja nasce do mandato de JESUS CRISTO e realiza-se através dos séculos, com a proclamação do mistério de DEUS, PAI, FILHO e ESPÍRITO SANTO e do mistério da encarnação do Filho, como acontecimento de salvação para toda a humanidade. São estes os conteúdos fundamentais da profissão de fé cristã:

     “Creio em um só Deus, Pai todo poderoso, Criador do Céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, JESUS CRISTO, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. E se encarnou pelo ESPÍRITO SANTO, no seio da Virgem MARIA e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do PAI. De novo há de vir em Sua Glória, para julgar os vivos e os mortos; e o Seu Reino não terá fim. Creio no ESPÍRITO SANTO, Senhor que dá a vida, e procede do PAI. Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ELE que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos, e a vida do mundo que há de vir”.

         O Senhor Jesus, único Salvador, não formou uma simples comunidade de discípulos, mas constituiu a Igreja como mistério salvífico: Ele mesmo está na Igreja e a Igreja Nele (Jo. 15, 1-11; Gl. 3, 28; Ef. 4, 15-16; At. 9, 5); por isso, a plenitude do mistério salvífico de CRISTO pertence também a Igreja, unida de modo inseparável ao Seu Senhor. JESUS CRISTO, com efeito, continua a estar presente e a operar a salvação na Igreja e através da Igreja (Cl. 1, 24-27), que é o Seu Corpo (1 Cor. 12, 12-13; 27; Cl. 1, 18). E, assim como a cabeça e os membros de um corpo vivo embora não se identifiquem, são inseparáveis, CRISTO e a Igreja não podem confundir-se nem mesmo separar-se, constituindo ao invés um único “CRISTO TOTAL”. Uma tal inseparabilidade é expressa no Novo Testamento também com a analogia da Igreja Esposa de Cristo (1Cor. 11, 2; Ef. 5, 25-29; Ap. 21, 2; 9).

         Assim, e em relação com a unicidade e universalidade da mediação salvífica de Jesus Cristo, deve crer-se firmemente como verdade de fé católica a unicidade da Igreja por Ele fundada (Mt. 16, 18). Como existe um só CRISTO, também existe um só Seu Corpo e uma só Sua Esposa: “uma só Igreja católica e apostólica”. Por outro lado, as promessas do Senhor de nunca abandonar a Sua Igreja (Mt. 16, 18; 28, 20) e de guiá-la com o Seu ESPÍRITO (Jo. 16, 13) comportam que, segundo a fé católica, a unicidade e unidade, bem como tudo o que concerne a integridade da Igreja, jamais virão a faltar.

           Os fiéis são obrigados a professar que existe uma continuidade histórica – radicada na sucessão apostólica – entre a Igreja fundada por Cristo e a Igreja Católica: “Esta é a única Igreja de CRISTO (...) que o nosso Salvador, depois da Sua Ressurreição, confiou a Pedro para apascentar (Jô. 21, 17), encarregando-o a ele e aos demais Apóstolos de a difundirem e de a governarem (Mt. 28, 18 - ss); levantando-a para sempre como coluna e esteio da verdade (Tm. 3, 15). Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele”.

Com a expressão “subsistit in” o Concílio Vaticano II quis harmonizar duas afirmações doutrinais: por um lado, a de que a Igreja de CRISTO, não obstante as divisões dos cristãos, continua a existir plenamente só na Igreja Católica e, por outro, a de que “existem numerosos elementos de santificação e de verdade fora de sua composição”, isto é, nas igrejas e comunidades eclesiais que ainda não vivem em plena comunhão com a Igreja Católica. A cerca destas, porém, deve afirmar-se que “o seu valor deriva da mesma plenitude da graça e da verdade que foi confiada a Igreja Católica”.

         Existe portanto uma única Igreja de Cristo, que subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele”. (Declaração “Dominus Jesus”)

         Há mais de 2700 anos DEUS ESPÍRITO SANTO já tinha definido esta verdade ao profeta Isaías:

         “Eis Meu Servo que EU amparo, Meu Eleito ao qual dou toda a Minha afeição, faço repousar sobre ELE meu ESPÍRITO, para que leve ás nações a VERDADEIRA RELIGIÃO. Ele não grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, não extinguirá a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a franqueza a VERDADEIRA RELIGIÃO; não desanimará, nem desfalecerá, até que tenha estabelecido a VERDADEIRA RELIGIÃO; sobre a Terra, e até que as ilhas desejem Seus ensinamentos”. (Is. 42, 1-4)

         Esta profecia cumpriu-se, quando Nosso Senhor JESUS CRISTO ungiu o Apóstolo Pedro como responsável pela condução da Sua Igreja: “E Eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra Ela”. (Mt 16,18)

         “Apoiada na Sagrada Escritura e na tradição, ensina (o Concílio) que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único Mediador e o caminho da salvação é CRISTO, que se nos torna presente no Seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo (Mc. 16,16; Jo. 3,5), ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo batismo como por uma porta. Por isso, não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja Católica foi fundada por Deus, através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disto não quiserem nela entrar ou nela preservar”. (Constituição dogmática “Lunem Gentium” (14a))

         “A Igreja foi fundada no tempo por CRISTO Redentor”. (“Gaudium et spes” (40 b))

         “O CRISTO Senhor fundou uma só e única Igreja”. (“Untatis Redint gratio” (1a))

         “Ele fundou sua Igreja como o Sacramento da salvação”. (“Adgentes” (5a))

         “(...) Jesus aponta Sua Igreja como caminho normativo. Não fica, pois, à discrição do homem o aceita-la ou não, sem conseqüências”. (Puebla – 1979)

         “De nossa análise consta que a autêntica Igreja não pode ser entendida como uma utopia que visaria atingir todas as “Comunidades” hoje divididas e separadas. A verdadeira Igreja, bem como sua unidade, não são exclusivamente uma realidade futura. Elas já se encontram na Igreja Católica, na qual está realmente presente a Igreja de CRISTO”. (Pontifícia Comissão Teologia Internacional – 1984)

         “Não se salva, contudo, embora incorporada à Igreja, aquele que, não perseverando na caridade, permanece no seio da Igreja com o corpo, mas não com o coração. (...) Se a Ela (os batizados) não correspondem por pensamentos, palavras e obras, longe de se salvarem, serão julgados com maior severidade”. (Lúmen Gentium, nº 14)

         Sua Santidade, o Papa Bento XVI, é o papa de número 265 na história da Igreja, portanto, o 264º sucessor de São Pedro. Ou seja, desde que Nosso Senhor Jesus Cristo delegou aos homens o poder máximo: A condução de Sua Igreja, única instrumento pleno de salvação das almas.

terça-feira, 28 de junho de 2011

O Terço e o Rosário - Método para rezar com fruto o santo rosário, segundo São Luis Maria Grignion de Montfort.

O Terço e o Rosário


Método para rezar com fruto o santo rosário, segundo São Luis Maria Grignion de Montfort


O Rosário é formado por 150 Ave-Marias, o Terço por 50 Ave-Marias.





1. Fazer o Sinal da Cruz

Em nome do Pai, (+) do Filho e do Espírito Santo. Amém.

2. Fazer o Oferecimento do Terço

Uno-me a todos os santos que estão no Céu, a todos os justos que estão sobre a Terra, a todas as almas fiéis que estão neste lugar. Uno-me a Vós, meu Jesus, para louvar dignamente Vossa Santa Mãe, e louvar-Vos a Vós, nela e por Ela. Renuncio a todas as distrações que me vierem durante este Rosário, que quero recitar com modéstia, atenção e devoção, como se fosse o último da minha vida.
Nós Vos oferecemos, Trindade Santíssima, este Credo, para honrar os mistérios todos de nossa Fé; este Pater (Pai Nosso) e estas três Ave-Marias, para honrar a unidade de vossa essência e a trindade de vossas pessoas. Pedimo-Vos uma fé viva, uma esperança firme e uma caridade ardente. Assim seja.
 
Pausa para meditar

3. Rezar o Credo, segurando a cruz do terço

Creio em Deus Pai Todo-Poderoso,
criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho Nosso Senhor,
o qual foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu de Maria Virgem,
padeceu sob Pôncio Pilatus,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu aos infernos,
ao terceiro dia ressurgiu dos mortos,
subiu ao Céu, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e mortos.
Creio no Espírito Santo.
Na Santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.
Amém.

4. Rezar 1 Pai Nosso, segurando a conta grande logo após a cruz

Dizer: Louvemos a Maria, Filha bem amada do Pai Eterno.
Em seguida rezar 1 Ave Maria, segurando a conta pequena que se segue.
Dizer: Louvemos a Maria, Mãe admirável de Deus Filho.
Em seguida rezar 1 Ave Maria, segurando a conta pequena que se segue.
Dizer: Esposa fidelíssima de Deus Espírito Santo.
Em seguida rezar 1 Ave Maria, segurando a conta pequena que se segue.

5. Rezar 1 Glória ao Pai.

Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre e por todos os séculos dos séculos, Amém.

6. Em seguida, Ó Meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu, principalmente as que mais precisarem.




 

Mistérios Gozosos – Rezar às segundas e quintas-feiras


Primeiro Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta primeira dezena, em honra a vossa Encarnação no seio de Maria; e vos pedimos, por esse mistério, e por sua intercessão uma profunda humildade. Assim seja.

Pausa para meditar.

Rezar 1 Pai Nosso, segurando a conta maior que se segue.

Rezar 10 Ave Marias, segurando as 10 contas menores que se seguem.

Rezar 1 Glória ao Pai.

Em seguida, Ó Meu Jesus. ** Proceder da mesma forma nos mistérios seguintes.

Graças ao mistério da Encarnação, descei em nossas almas. Assim seja.


Segundo Mistério

Nos vos oferecemos, Senhor Jesus, esta segunda dezena, em honra da visitação de vossa santa Mãe à sua prima santa Isabel e da santificação de São João Batista; e vos pedimos, por esse mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, a caridade para com o nosso próximo. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério da visitação, descei em nossas almas. Assim seja.


Terceiro Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta terceira dezena, em honra ao vosso nascimento no estábulo de Belém; e vos pedimos, por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, o desapego dos bens terrenos e ao amor a pobreza. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério do nascimento de Jesus, descei em nossas almas. Assim seja.


Quarto Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta quarta dezena, em honra a vossa apresentação ao templo, e da purificação de Maria; e vos pedimos, por este mistério e por sua intercessão, uma grande pureza de corpo de alma. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério da purificação descei, descei em nossas almas. Assim seja.


Quinto Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta quinta dezena, em honra ao vosso reencontro por Maria; e vos pedimos, por este mistério; e por sua intercessão, a verdadeira sabedoria.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério do reencontro de Jesus, descei em nossas almas. Assim seja.





Mistérios Dolorosos – Rezar às terças e sextas-feiras


Sexto Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta sexta dezena, em honra a vossa agonia mortal no Jardim das Oliveiras; e vos pedimos, por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, a contrição de nossos pecados. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério da agonia de Jesus, descei em nossas almas. Assim seja.


Sétimo Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta sétima dezena, em honra a vossa sangrenta flagelação; e vos pedimos, por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe santíssima, a mortificação de nossos sentidos. Assim seja.

Pausa para meditar

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério da flagelação de Jesus, descei em nossas almas. Assim seja.


Oitavo Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta oitava dezena, em honra de vossa coroação de espinhos; e vos pedimos por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, o desprezo do mundo. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério da coroação de espinhos, descei em nossas almas. Assim seja.


Nono Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta nona dezena, em honra do carregamento da Cruz; e vos pedimos, por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, a paciência em todas as nossas cruzes. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério do carregamento da cruz, descei em nossas almas. Assim seja.


Décimo Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta décima dezena, em honra a vossa crucificação e morte ignominiosa sobre o calvário; e vos pedimos por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, a conversão dos pecadores, a perseverança dos justos e o alívio das almas do purgatório. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério da crucificação de Jesus descei em nossas almas. Assim seja.





Mistérios Gloriosos – Rezar às quartas-feiras, sábados e domingos.


Décimo Primeiro Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta undécima dezena, em honra a vossa ressurreição gloriosa; e vos pedimos, por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, o amor a Deus e o fervor ao vosso serviço. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério da ressurreição, descei em nossas almas. Assim seja.


Décimo Segundo Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta duodécima dezena, em honra a vossa triunfante ascensão; e vos pedimos, por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, um ardente desejo do céu, nossa cara pátria. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério da ascensão descei, em nossas almas. Assim seja.


Décimo Terceiro Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta décima terceira dezena, em honra do mistério de Pentecostes; e vos pedimos, por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, a descida do Espírito Santo em nossas almas. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério de Pentecostes, descei em nossas almas. Assim seja.


Décimo Quarto Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta décima quarta dezena, em honra da ressurreição e triunfal assunção de vossa Mãe ao céu; e vos pedimos, por este mistério e por sua intercessão, uma terna devoção a tão boa mãe. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças ao mistério da assunção descei em nossas almas. Assim seja.


Décimo Quinto Mistério

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus esta décima quinta dezena, em honra da coroação gloriosa de vossa Mãe Santíssima no céu; e vos pedimos, por este mistério e por sua intercessão, a perseverança na graça e a coroa da glória. Assim seja.

Pausa para meditar.

Pai Nosso, 10 Ave-Marias, Glória, Ó Meu Jesus.

Graças aos mistérios da coroação gloriosa de Maria, descei em nossas almas. Assim seja.





Fazer o Agradecimento ao final do terço ou do santo rosário.


Rezar 1 Salve Rainha.

Salve Rainha, Mãe de misericórdia,
vida, doçura e esperança nossa, Salve!
A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia pois advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei.
E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre.
Ó clemente ! ó piedosa ! ó doce sempre Virgem Maria!
 
V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo


Rezar a Ladainha de Nossa Senhora.

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
 
Pai celeste que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
 
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das Virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da divina graça,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe imaculada,
Mãe intacta,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem clemente,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede de sabedoria,
Causa da nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso honorífico,
Vaso insígne de devoção,
Rosa mística,
Torre de David,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da aliança,
Porta do céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Rainha dos anjos,
Rainha dos patriarcas,
Rainha dos profetas,
Rainha dos apóstolos,
Rainha dos mártires,
Rainha dos confessores,
Rainha das virgens,
Rainha de todos os santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha elevada ao céu,
Rainha do sacratíssimo Rosário,
Rainha da paz,
 
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
perdoai-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
tende piedade de nós.
 
V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
 
Oremos.
Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos vossos servos perpétua saúde de alma e de corpo; e que, pela gloriosa intercessão da bem-aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres da presente tristeza e gozemos da eterna alegria.
Por Cristo Nosso Senhor.
Amém.
(no mês de outubro)
V. Rogai por nós, Rainha do Sacratíssimo Rosário,
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.


Fazer a Saudação Final

Eu vos saúdo, Maria, Filha bem-amada do eterno Pai, Mãe admirável do Filho, Esposa mui fiel do Espírito Santo, templo augusto da santíssima trindade; eu vos saúdo soberana Princesa, a quem tudo está submisso no céu e na terra; eu vos saúdo, seguro refúgio dos pecadores, nossa Senhora da Misericórdia, que jamais repeliste pessoa alguma. Pecador que sou, me prostro aos vossos pés, e vos peço de me obter de Jesus, vosso amado filho, a contrição e o perdão de todos os meus pecados, e a divina sabedoria. Eu me consagro todo a vós, com tudo o que possuo. Eu vos tomo, hoje, por minha Mãe e Senhora. Tratai-me, pois, como o ultimo de vossos filhos e o mais obediente de vossos escravos. Atendei, minha Princesa, atendei aos suspiros de um coração que seja amar-vos e servi-vos fielmente. Que ninguém diga que, entre todos que a vós recorreram, seja eu o primeiro desamparado. Ó minha esperança, Ó minha vida, Ó minha fiel e imaculada Virgem Maria defendei-me, nutri-me, escutai-me, instruí-me, salvai-me. Assim seja. Em Nome do Pai, (+) do Filho e do Espírito Santo. Amém.



Indulgências do Rosário

a) Os fiéis quando recitarem a terça parte do Rosário com devoção podem lucrar:
         Uma indulgência de 5 anos (Bula "Ea quae ex fidelium", Sixto IV, 12 de maio 1479 ; S. C. Ind., 29 de agosto 1899 ; S. P. Ap., 18 de março 1932).
         Uma indulgência plenária  nas condições usuais, se eles rezarem [o terço] durante o mês inteiro(Pio XII ,22 de janeiro1952.)
.
b) Se rezarem a terça parte do Rosário em companhia de outros         Uma indulgência de 10 anos, uma vez ao dia;
         Uma indulgência plenária no ultimo Domingo de cada mês, juntamente com confissão, Comunhão e visita a uma igreja ou oratório público, se realizarem tal recitação ao mês três vezes em alguma das semanas precedentes.
, seja em público ou privado, podem lucrar:
 

Se, de qualquer forma, rezarem juntos em família, além da indulgência parcial de 10 anos, lhes é concedido:
  • Uma indulgência plenária duas vezes ao mês, se realizarem a recitação diariamente durante um mês, forem à confissão, receberem a Santa Comunhão e visitarem alguma igreja ou oratório. (S. C. Ind., 12 de maio de 1851 e 29 agosto de 1899; S. P. Ap., 18 de março de 1932 e 26 de julho de 1946).
  • Os fiéis que diariamente recitam a terça parte do Rosário com devoção em um grupo familiar além das indulgências concedidas em b) também lhes é concedida uma Indulgência Plenária sob condição de Confissão, Comunhão a cada Sábado, em dois outros dias da semana  e em cada uma das Festas da Beatíssima Virgem Maria no Calendário Universal, nomeadamente – A Imaculada Conceição, a Purificação, a Aparição da Beata Senhora em Lourdes, a Anunciação, as Sete Dores (sexta-feira da semana da paixão), a Visitação, Nossa Senhora do Carmo; Nossa Senhora das Neves, a Assunção, o Imaculado Coração de Maria, a Natividade da Santíssima Virgem, as Sete Dores (15 de setembro), Nossa Senhora do Sacratíssimo Rosário, a Maternidade da Beata Virgem Maria, a Apresentação da Beata Virgem Maria (S.P. Ap. 11 de outubro d e 1959)

c) Aqueles que piamente recitarem a terça parte do Rosário na presença do Santíssimo Sacramento         Uma indulgência plenária, sob condição de confissão e Comunhão (B. Apostólico, 4 de setembro de 1927) , publicamente exposto ou mesmo reservado no tabernáculo, nas vezes que o fizerem, poderão lucrar:
 

Notas:
1.     As dezenas podem ser separadas se o terço todo for completado no mesmo dia (S. C. Iml.., 8 de julho de 1908.)
2.     Se, como é o costume durante a recitação do Rosário, os fiéis fizeram uso do terço, eles podem lucrar outras indulgências em adição àquelas enumeradas acima, se o terço for abençoado por um religioso da Ordem dos Pregadores ou outro padre tendo faculdades especiais. (S. C. Ind., 13 de abril de 1726. 22 de Janeiro de 1858 e 29 de Agosto de 1899). Raccolta 395

 
Exercícios de Devoção

Os fiéis que a qualquer tempo do ano devotamente oferecerem suas orações em honra a Nossa Senhora do Rosário, com a intenção de continuar as mesmas por nove dias consecutivos, podem lucrar:  
  • Uma indulgência de 5 anos uma vez a qualquer dia da novena;  
  • Uma indulgência plenária sob as condições usuais no encerramento da novena.  (Pio IX, Audiência de  3 de Janeiro de 1849; S. C. dos Bispos e Religiosos, 28 de Janeiro de 1850; S. C. Ind., 26 de novembro de 1876; S. P. Ap., 29 de junho de 1932) V Raccolta 396
Os fiéis que resolverem realizar um exercício de devoção em honra a Nossa Senhora do Rosário por quinze ininterruptos Sábados (ou sendo impedidos, por quantos respectivos Domingos imediatamente seguintes), se devotamente recitarem no mínimo a terça parte do Rosário ou meditarem seus mistérios em alguma outra maneira, podem lucrar:  
  • Uma indulgência plenária sob as condições usuais, em qualquer destes quinze Sábados ou Domingos correspondentes (S. C. Ind., 21 de setembro de 1889 e 17 de setembro de 1892; S. P. Ap.. 3 de agosto de 1936). Raccolta 397
Os fiéis que durante o mês de Outubro recitarem no mínimo a terça parte do Rosário, publica ou privadamente, podem lucrar:  
  • Uma indulgência de 7 anos por dia;
  • Uma indulgência plenária, se realizarem este devoto exercício na Festa do Rosário e em sua Oitava, e além disso, forem à confissão, receberem a Santa Comunhão e visitarem uma igreja ou oratório público;  
  • Uma indulgência plenária, juntamente com confissão, Santa Comunhão e visita a uma igreja ou oratório público, se realizarem a mesma recitação do Santo Rosário por no mínimo dez dias depois da Oitava da supracitada Festa ((S. C. Ind.,  23 de Julho de 1898 e 29 de Agosto de 1899; S. P. Ap., 18 de Março de 1932). Raccolta 398
  • Uma indulgência de 500 dias pode ser lucrada uma vez ao dia pelos fiéis que, beijando o Santo Rosário que carregam consigo, ao mesmo tempo recitarem a primeira parte da Ave Maria até “Jesus”, inclusive. (Sagrada Congregação da Penitenciária Apostólica. 30 de março de 1953)

 

Palavras de São Luís Maria Grignion de Montfort sobre o Santo Rosário


"Não é possível expressar quanto a Santíssima Virgem estima o Rosário sobre todas as demais devoções, e quão magnânimo é ao recompensar os que trabalham para pregá-lo, estabelecê-lo e cultivá-lo. Recitado enquanto são meditados os mistérios sagrados, o Rosário é manancial de maravilhosos frutos e depósito de toda espécie de bens. Através dele, os pecadores obtêm o perdão; as almas sedentas se saciam; os que choram acham alegria; os que são tentados, a tranqüilidade; os pobres são socorridos; os religiosos, reformados; os ignorantes, instruídos; os vivos triunfam da vaidade, e as almas do purgatório (por meio de sufrágios) encontram alívio. Perseverai, portanto, nessa santa devoção, e tereis a coroa admirável preparada no Céu para a vossa fidelidade”.

MONTFORT, São Luís Maria Grignion de, Tratado Da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, Rio De Janeiro: Vozes, 28º edição

Explicação do Símbolo da Fé (Credo).




Por São Francisco Xavier - Ternate, Agosto-Setembro de 1546 - Cópia em português, feita em 1553.



Folgai, cristãos, de ouvir e saber como Deus, criando,
fez todas as coisas para serviço dos homens.

1. Primeiramente, criou os céus e a terra, os anjos, o sol, a lua, as estrelas, o dia com a noite, as ervas, os frutos, aves e alimárias que vivem na terra, o mar e os rios, os peixes que vivem nas águas; e, acabadas de criar todas as coisas, por derradeiro criou o homem à sua imagem e semelhança.

O primeiro homem que Deus criou foi Adão, e a primeira mulher Eva. Depois que Deus criou Adão e Eva, no paraíso terreal, os bendisse e casou e lhes mandou que fizessem filhos e povoassem a terra de gente. De Adão e Eva viemos, todas as gentes do mundo.

E pois Deus a Adão não deu mais de uma mulher, claro está que, contra Deus, os moiros e gentios e os maus cristãos têm muitas mulheres; e também é verdade que os que estão amancebados vivem contra Deus, pois casou Deus primeiro Adão e Eva que lhes mandasse que crescessem e [se] multiplicassem, fazendo filhos de bênção[2].

E assim, os que adoram em pagodes, como fazem os infiéis, e os que crêem em feitiços e sortes e adivinhadores[3] pecam, gravemente, contra Deus, porque adoram e crêem no diabo e o tomam por seu senhor, deixando a Deus que os criou e lhes deu alma e vida e corpo e quanto têm, perdendo, os tristes, por suas idolatrias, o céu, que é lugar das almas, e a glória do paraíso, para o qual foram criados. Mas, os cristãos verdadeiros e leais a seu Deus e Senhor crêem e adoram, de vontade e coração, um só Deus verdadeiro, Criador dos céus e da terra. Bem o mostram quando vão às igrejas e vêem suas imagens que são lembranças dos santos que estão com Deus, em a glória do paraíso: põem, então, os cristãos os joelhos no chão, quando estão nas igrejas, e alevantam as mãos para os céus, onde está o Senhor Deus que é todo o seu bem e consolo, confessando o que diz São Pedro:

Creio em Deus Padre todo-poderoso, criador do céu e da terra.

2. Criou Deus primeiro os anjos nos céus que os homens na terra. São Miguel, principal de todos, e a maior parte dos anjos adoraram logo ao seu Deus, dando-lhe graças e louvores que os criou. Lúcifer, pelo contrário, e com ele muitos anjos, não quiseram adorar ao seu Criador mas, com soberba, disseram: «Assubamos e sejamos semelhantes a Deus que está nos altos céus». E, pelo pecado da soberba, Deus lançou a Lúcifer e aos anjos que eram com ele, dos céus ao inferno.

Lúcifer, com inveja de Adão e de Eva, primeiros homens que em graça Deus criou, os atentou de pecado de soberba, no paraíso terreal, aconselhando-os que seriam como Deus, se comessem do fruto que seu Criador lhes defendeu[4]. Adão e Eva, com desejos de serem como Deus, consentiram na tentação: comeram logo do fruto defeso, perdendo a graça na qual foram criados.
E, por seus pecados, o Senhor Deus os lançou do paraíso terreal: viveram fora dele, em trabalhos, novecentos anos, fazendo penitência do pecado que fizeram. Foi tão grande o seu pecado, que nem Adão nem filhos dele o podiam satisfazer, nem tornar a ganhar a glória do paraíso, a qual perderam por sua soberba: por quererem ser como Deus. De maneira que as portas dos céus se fecharam, sem poderem lá entrar nem Adão nem filhos dele, pelo pecado que fizeram.

Ó cristãos, que será de nós, coitados?! Se os demónios, por um pecado de soberba, foram lançados dos céus ao inferno, e Adão e Eva, por outro pecado de soberba, do paraíso terreal, como [é que] nós, tristes pecadores, subiremos aos céus, com tantos pecados, sendo clara nossa perdição?[5]

3. São Miguel, nosso amigo verdadeiro, e os anjos que ficaram nos céus, havendo piedade e compaixão de nós outros, pecadores, todos os anjos juntos pediram ao Senhor Deus misericórdia do mal [em] que nos viram pelo pecado de Adão e Eva. Diziam os anjos nos céus: «Ó bom Deus e Senhor piedoso e Pai de todas as gentes! Já, Senhor, é chegado o tempo da salvação das gentes! Abri, Senhor, as portas dos céus aos vossos filhos, pois nasceu, de Santa Ana e Joaquim, aquela Virgem sem pecado de Adão, sobre todas as mulheres santíssima, por nome Maria! A sua virtude e santidade é sem par. De maneira que, em Virgem tão excelente, vós, Senhor, podeis formar, do seu sangue virginal, um corpo humano, assim como, Senhor, formastes o corpo de Adão, pela santa vossa vontade. Em tal corpo, pois sois poderoso, podeis, Senhor, juntamente criar uma alma mais santíssima que todas quantas criastes. Então, no mesmo instante, a segunda Pessoa, Deus Filho, descenderá[6] dos céus, onde está, a encarnar no ventre da Virgem Maria. E, desta Virgem tão excelente, nascerá Jesus Cristo, vosso Filho, Salvador de todo o mundo. Assim, Senhor, se cumprirão as escrituras e promessas que fizestes aos profetas e patriarcas, amigos vossos, que estão no limbo, esperando o vosso Filho, Jesus Cristo, seu Senhor e Redentor»[7].

O alto Deus, soberano e poderoso, movido de piedade e compaixão, vendo nossa miséria grande, mandou ao anjo São Gabriel, dos céus à cidade de Nazaré, onde estava a Virgem Maria, com uma embaixada, que dizia: «Deus te salve, Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo, benta és tu, entre as mulheres. O Espírito Santo virá sobre ti, e a virtude do altíssimo Deus te alumiará, e o que de ti nascer se chamará Jesus Cristo, Filho de Deus». A Virgem Santa Maria respondeu ao anjo São Gabriel: «Eis aqui a serva do Senhor, seja feita em mim a sua santa vontade». No mesmo instante que a Virgem Santa Maria obedeceu à embaixada que, de parte de Deus Pai, São Gabriel lhe trouxe, Deus formou, no ventre desta Virgem, um corpo humano do seu sangue virginal e, juntamente, criou uma alma no mesmo corpo. A segunda Pessoa, Deus Filho, naquele instante, encarnou no ventre da Virgem Maria, unindo a alma e o corpo tão santíssimos! E do dia em que o Filho de Deus encarnou, até ao dia em que nasceu, nove meses se passaram. Acabado este tempo, Jesus Cristo, Salvador de todo mundo, sendo Deus e homem verdadeiro, nasceu da Virgem Santa Maria!

Continua...

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Notas

1. Ensinava-se cantando, ao gosto das crianças. Cf. SCHURHAMMER, Epp. Xav. I 352-354, onde nos fala da catequese ritmica de S. Francisco Xavier, tão vulgar no seu tempo.
2. No reino de Ternate, onde Xavier redigiu esta explicação do Credo, viviam portugueses em costumes morais muito influenciados por pagãos e maometanos. Deles escreve Valignano: «De Amboino foi o P. M. Francisco a Maluco… e achou os portugueses vivendo em muito peor estado que os de Malaca, porque… se persuadiam ser-lhes lícito ter todas as mancebas que queriam, para não pecar com as casadas» (MX I 74; VALIGNANO, História 98).
3. Isto podia-se dizer em primeiro lugar dos pagãos, mas também dos maometanos e das mulheres indígenas dos portugueses.
4. Proibiu.
5. Neste lugar expõe Xavier interpelações da meditação dos «três pecados», que faz parte dos Exercícios Espirituais de S. Inácio de Loyola, que tanta impressão lhe fizeram na sua conversão (cf. S. INACIO DE LOYOLA, Exercícios Espirituais, nn.45-53).
6. Descerá.
7. Considerações inspiradas na «Contemplação da Encarnação» nos Exercícios Espirituais inacianos (S. INÁCIO DE LOYOLA, Exercícios Espirituais, nn.101-109).

Fonte: Obras Completas - São Francisco Xavier - Editorial A.O. - Braga e Edições Loyola - São Paulo, Brasil.