segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Santo André Apóstolo
Santo André nasceu em Betsaida, no tempo de Jesus, e de início foi discípulo de João Batista até que aproximou-se do Cordeiro de Deus e com São João, começou a segui-lo, por isso André é reconhecido pela Liturgia como o "protocleto", ou seja, o primeiro chamado: "Primeiro a escutar o apelo, ao Mestre, Pedro conduzes; possamos ao céu chegar, guiados por tuas luzes!"
Santo André se expressa no Evangelho como "ponte do Salvador", porque é ele que se colocou entre seu irmão Simão Pedro e Jesus; entre o menino do milagre da multiplicação dos pães e Cristo; e, por fim, entre os gentios (gregos) e Jesus Cristo. Conta-nos a Tradição que depois do Batismo no Espírito Santo em Pentecostes, Santo André teria ido pregar o Evangelho na região dos mares Cáspio e Negro.
Apóstolo da coragem e alegria, Santo André foi fundador das igrejas na Acaia, onde testemunhou Jesus com o seu próprio sangue, já que foi martirizado numa cruz em forma de X, a qual recebeu do santo este elogio: "Salve Santa Cruz, tão desejada, tão amada. Tira-me do meio dos homens e entrega-me ao meu Mestre e Senhor, para que eu de ti receba o que por ti me salvou!"
Santo André Apóstolo, rogai por nós!
FICAI ACORDADOS
(Lc 21, 25-28. 34-36)
“25 Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e na terra, as nações estarão em angústia, inquietas pelo bramido do mar e das ondas; 26 os homens desfalecerão de medo, na expectativa do que ameaçará o mundo habitado, pois os poderes dos céus serão abalados. 27 E então verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. 28 Quando começarem a acontecer essas coisas, erguei-vos e levantai a cabeça, pois está próxima a vossa libertação. 34 Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados pela devassidão, pela embriaguez, pelas preocupações da vida, e não se abata repentinamente sobre vós aquele Dia, 35 como um laço; pois ele sobrevirá a todos os habitantes da face de toda a terra. 36 Ficai acordados, portanto, orando em todo momento, para terdes a força de escapar de tudo o que deve acontecer e de ficar de pé diante do Filho do Homem”.
Em Lc 21, 25-28 diz: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e na terra, as nações estarão em angústia, inquietas pelo bramido do mar e das ondas; os homens desfalecerão de medo, na expectativa do que ameaçará o mundo habitado, pois os poderes dos céus serão abalados. E então verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. Quando começarem a acontecer essas coisas, erguei-vos e levantai a cabeça, pois está próxima a vossa libertação”.
O sol, a lua, as estrelas darão tristes sinais, e a consternação passará sobre os povos; o mar rugirá e os homens morrerão de medo na expectativa do que sucederá. E virá das nuvens, em poder e em glória, o Filho do homem.
Quando sucederem estas coisas, vós – que sois bons – levantai a fronte, pois está próxima a vossa redenção.
Jesus Cristo dirige-nos estas palavras justamente no 1º Domingo do Advento. Preparemo-nos para o Santo Natal, que é a recordação da primeira vinda de Jesus Cristo ao mundo; preparemo-nos bem e achar-nos-emos contentes na segunda vinda de Jesus ao mundo para o Juízo Universal: “No dia do Juízo Final, duas coisas causarão o maior pavor: o aparecimento da Cruz e o d’Aquele que nela foi crucificado. Se nesta vida nós nos fizéssemos amigos da Cruz e do Crucificado, fugiríamos à ira futura e acharíamos misericórdia naquele momento supremo” (Pe. João Colombo).
Edições Theologica comenta esse trecho de São Lucas.
O Senhor, aplicando a Si mesmo a profecia de Daniel (7, 13-14), fala da Sua vinda gloriosa no fim dos tempos. Os homens contemplarão o poder e a glória do Filho do homem, que vem para julgar os vivos e os mortos. Este juízo compete a Cristo também enquanto homem. A Sagrada Escritura descreve a solenidade deste juízo. Nele confirma-se a sentença dada já a cada um no juízo particular, e brilharão com total resplendor a justiça e a misericórdia que Deus teve com os homens ao longo da história: “Era razoável que não só se estabelecessem prêmios para os bons e castigos para os maus na vida futura, mas que também se decretasse num juízo geral e público, a fim de que se tornasse para todos mais notório e grandioso, e para que todos tributassem a Deus louvores pela Sua justiça e providência” (Catecismo Romano, I, 8,4).
É, pois, esta vinda do Senhor dia terrível para os maus e dia de gozo para aqueles que Lhe foram fiéis. Os discípulos hão de levantar a cabeça com gozo, porque se aproxima a sua redenção. Para eles é o dia do prêmio. A vitória obtida por Cristo na Cruz – vitória sobre o pecado, sobre o demônio e sobre a morte – manifesta-se aqui em todas as suas consequências. Por isso o apóstolo São Paulo recomenda-nos que vivamos “aguardando a bem-aventurança esperada e a vinda gloriosa do grande Deus e Salvador nosso Jesus Cristo” (Tt 2, 13).
Paulo VI escreve: “Subiu ao Céu (O Senhor), donde há de vir de novo, então com glória, para julgar os vivos e os mortos, cada um segundo os próprios méritos: os que tenham respondido ao amor e à piedade de Deus irão para a vida eterna, mas os que os tenham rejeitado até ao fim serão destinados ao fogo que nunca cessará” (Credo do Povo de Deus, n.° 12).
O Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena comenta esse trecho de São Lucas.
Um dos pontos centrais do advento é o grande fato: nasceu o Salvador, da Virgem Maria. Preocupa-se a Igreja com que não se limite o povo cristão a fazer do Natal de Jesus apenas comemoração tradicional; quer, ao contrário, que se prepare o povo a reviver em profundidade o inefável mistério do Verbo de Deus feito homem “para nossa salvação” (Credo). E porque esta só será completa, ou seja, atingirá toda a humanidade apenas no fim dos tempos, quando “se verá o Filho do homem... vir com grande poder e esplendor” (Lc 21, 27), são os fiéis solicitados a viver em contínuo advento. A recordação do Natal do Senhor deve ser vivida “na expectativa de que se cumpra a feliz espera e venha o nosso Salvador Jesus Cristo” (Missal romano). O Senhor veio, vem e virá; cumpre agradecer, acolher e esperar. Se a vida do cristão sair desta órbita, falirá.
Ao iniciar o advento com a leitura do Evangelho que fala do fim do mundo e da última vinda do Senhor, não pretende a Igreja assustar seus filhos, mas adverti-los de que o tempo passa, a vida terrena é provisória, a meta das esperanças e dos desejos não pode ser a cidade terrestre, mas a celeste. Se o mundo atual está perturbado pelas guerras, desordens, dispersão de ideias, depravação, costumes... tudo isto deve ser o aviso: repudiando a Deus, perece o homem. Somente por Deus poderá ser salvo. E então: “Reanimai-vos e levantai as cabeças, porque se aproxima a vossa libertação” (Lc 21, 28).
Em Lc 21, 34-36 diz: “Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados pela devassidão, pela embriaguez, pelas preocupações da vida, e não se abata repentinamente sobre vós aquele Dia, como um laço; pois ele sobrevirá a todos os habitantes da face de toda a terra. Ficai acordados, portanto, orando em todo momento, para terdes a força de escapar de tudo o que deve acontecer e de ficar de pé diante do Filho do Homem”.
Edições Theologica comenta esse trecho.
No fim do Seu discurso, o Senhor exorta à vigilância como atitude necessária para todos os cristãos. Devemos estar vigilantes porque não sabemos nem o dia nem a hora em que o Senhor virá pedir-nos contas. Por isso, importa viver em todos os momentos pendentes da vontade divina, fazendo em cada instante o que temos de fazer. Há que viver de tal modo que, venha quando vier a morte, sempre nos encontre preparados. Para aqueles que vivem assim, a morte repentina nunca é uma surpresa. A estes diz São Paulo: “Vós, irmãos, não viveis em trevas para que aquele dia vos arrebate como um ladrão” (1Ts 5, 4). Vivamos, pois, em contínua vigilância. Consiste a vigilância na luta constante para não nos apegarmos às coisas deste mundo (a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida; cfr 1 Jo 2, 16), e na prática assídua da oração que nos faz estar unidos a Deus. Se vivermos deste modo, aquele dia será para nós um dia de gozo e não de terror, porque a nossa vigilância terá como resultado, com a ajuda de Deus, que as nossas almas estejam prontas, em graça, para receber o Senhor. Assim o nosso encontro com Cristo não será um juízo condenatório, mas um abraço definitivo com que Jesus nos introduzirá na casa do Pai: “Não brilha na tua alma o desejo de que teu Pai-Deus fique contente quando te tiver de julgar?” (São Josemaría Escrivá, Caminho, n° 746).
Esse trecho de São Lucas é comentado pelo Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena.
Pretende a Igreja suscitar nos corações o desejo e a necessidade da salvação, o anelo para com o Salvador. Em vez de deixar-nos submergir e abater pelas vicissitudes terrenas, cumpre dominá-las e vivê-las em vista da vinda do Senhor: “Velai sobre vós mesmos, que os vossos corações não se tornem pesados com devassidões, embriaguez e solicitudes da vida, para que aquele dia não vos apanhe de improviso” (Lc 21, 34). Cumpre, portanto, “vigiar continuamente na oração” (Lc 21, 36) e valer-se do tempo para progredir no amor de Deus e do próximo. Eis o desejo e a exortação de São Paulo: “Irmãos, o Senhor vos faça crescer e avantajar na caridade mútua e para com todos... que Ele torne firmes e irrepreensíveis os vossos corações na santidade... para a vinda de Nosso Senhor Jesus” (1 Ts 3, 12-13). Aquela justiça e aquela santidade que o Salvador veio trazer à terra devem germinar e crescer no coração do cristão e, dali, estender-se pelo mundo.
O Pe. Paulo Ségneri comenta Lc 21, 36.
“Ficai acordados, portanto, orando em todo momento, para terdes a força de escapar de tudo o que deve acontecer e de ficar de pé diante do Filho do Homem”.
Com estas palavras o Senhor quer dar-te a entender que a obra da tua salvação eterna não terá que depender nem totalmente de ti e nem totalmente d’Ele. Não totalmente de ti, e por isso diz: “reza”; não totalmente d’Ele, e por isso diz: “sê vigilante”. Deves, portanto, realizar por tua parte tudo quanto te é possível: reflexivo, prudente, forte contra as tentações e constantemente vigilante sobre ti mesmo. E depois, como se com tudo isto nada tivesses feito, deves rezar, recorrer a Deus, suplicando-Lhe com toda humildade que te proteja com sua santíssima graça. Esta é a verdadeira regra para salvar-te.
Ora, isso não é suficiente fazê-lo de quando em quando, ou apenas começar a fazê-lo: é preciso fazê-lo em todo momento: sempre. Há quem julgue que basta vigiar e rezar apenas quando as tentações se tornam presentes. Não é assim. Olha só como agem os cães fiéis: vigiam sobre o próprio rebanho mesmo quando não há perigo de lobos e de ladrões. Por quê? Para que não apareçam. O mesmo deves fazer relativamente à tua alma: vigiar e rezar mesmo quando não sofres tentações, para que não apareçam: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26, 41).
Quando não te encontras vigilante sobre ti mesmo, quando abandonas a oração, quando começas a não preocupar-te com a tentação e deixas de invocar a Deus durante o dia, já te encontras sob o influxo da tentação que provém de ti mesmo; já, assim, jogas fora a arma, tornando-te incapaz de defender-te.
Quais serão os frutos desta solicitude? “Evitar todos esses males que devem suceder” e “aparecer com confiança diante do Filho do homem”; desse modo será possível livrar-se de um péssimo destino e ir ao encontro de um destino feliz. Somente com relação aos justos diz-se que se encontrarão fortes e seguros diante do grande tribunal: “De pé, porém, estará o justo, em segurança” (Sb 5, 1), graças ao testemunho de sua boa consciência. A respeito dos ímpios diz-se que cairão, sem a mínima esperança de poder levantar-se: “Os ímpios não se sustentarão no dia do juízo” (Sl 1, 5).
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 25 de novembro de 2009
domingo, 29 de novembro de 2009
O Papa Bento XVI abre tempo do Advento com Celebração das Vésperas
O PAPA BENTO XVI
ABRE TEMPO DO ADVENTO
COM CELEBRAÇÃO DAS VÉSPERAS
Cidade do Vaticano, 28.11.09: "Se Jesus está presente, não existe mais nenhum tempo desprovido de sentido e vazio." Se Ele está presente podemos continuar esperando mesmo quando os outros não mais puderem assegurar-nos nenhum apoio, mesmo quando o presente se torna enfadonho": foi o que disse o papa na homilia das Primeiras Vésperas do I Domingo do Advento, por ele presididas no final desta tarde na Basílica Vaticana.
Caros irmãos e irmãs,
Com esta celebração vespertina entramos no tempo litúrgico do Advento. Na leitura bíblica que acabamos de ouvir, extraída da 1ª Carta aos Tessalonicenses, o apóstolo Paulo nos convida a preparar a "vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo" (5,23) guardando-nos irrepreensíveis, com graça de Deus. Paulo usa exatamente a palavra "vinda", em latim adventus, da qual provém o termo Advento.
Reflitamos brevemente sobre o significado desta palavra, que pode ser traduzida como "presença", "chegada", "vinda". Na linguagem do mundo antigo era um termo técnico, utilizado para indicar a chegada de um funcionário, a visita do rei ou do imperador em uma província. Mas, podia também indicar a vinda da divindade, que sai de seu escondimento para se manifestar com poder, ou que é celebrada por sua presença no culto. Os cristãos adotaram a palavra "advento" para expressar a sua relação com Jesus Cristo: Jesus é o Rei, que entra nesta pobre "província" denominada terra para visitar a todos; na festa de seu advento faz participar todos os que n'Ele crêem, todos os que crêem em sua presença em meio à assembléia litúrgica. Com a palavra adventus, se pretendia substancialmente dizer: Deus está aqui, ele não se retirou do mundo, não nos deixou a sós. Embora não possamos vê-lo nem tocá-lo como acontece com as realidades sensíveis, Ele está aqui e vem visitar-nos em diversos modos.
O significado da expressão "advento" compreende então também o de visitatio, que quer dizer simples e diretamente "visita"; neste caso, trata-se de uma visita divina: Ele entra em minha vida e quer se dirigir a mim. Todos experimentamos na existência quotidiana, o fato de termos pouco tempo para o Senhor e pouco tempo também para nós. Acabamos deixando-nos absorver pelo "fazer". Não seria talvez apropriado dizer que somos muitas vezes tomados pela atividade, que a sociedade com seus múltiplos interesses monopoliza a nossa atenção? Não seria talvez apropriado afirmar que se dedica muito tempo à diversão e ao lazer de diferentes tipos? Às vezes as coisas nos "arrastam".
O Advento, este tempo litúrgico forte que estamos iniciando, nos convida a parar em silêncio para compreender uma presença. É um convite a entender que cada evento do dia são sinais que Deus dirige a nós, prova da atenção que Ele tem por cada um de nós. Quão freqüentemente Deus nos faz perceber algo de seu amor! Manter, por assim dizer, um "diário interior" deste amor seria uma bonita e salutar tarefa para a nossa vida! O Advento nos convida e nos impulsiona à contemplação do Senhor presente. A certeza de sua presença não deveria nos ajudar a ver o mundo com olhos diferentes? Não deveria nos ajudar a considerar toda a nossa existência como "visita", como um modo no qual Ele pode vir a nós e nos tornar mais próximos, em cada situação?
Outro elemento fundamental do Advento é a espera, espera que ao mesmo tempo esperança. O Advento nos impele a compreender o sentido do tempo e da história como "kairós", como ocasião favorável à nossa salvação. Jesus mostrou esta realidade misteriosa em muitas parábolas: no relato dos servos convidados a esperar o retorno do patrão; na parábola das virgens que esperam o esposo; ou ainda nos relatos sobre a semeadura e colheita. O homem, em sua vida, está em constante espera: quando é criança, quer crescer; quando adulto busca a realização e o sucesso; com o passar dos anos, aspira ao merecido repouso. Mas chega o tempo no qual ele descobre que esperou pouco se, independente da profissão ou do status social, não lhe resta mais nada para esperar. A esperança marca o caminho da humanidade, mas para os cristãos esta é animada por uma certeza: o Senhor está presente no correr da nossa vida, nos acompanha e um dia enxugará também as nossas lágrimas. Um dia, não distante, tudo encontrará seu cumprimento no Reino de Deus, Reino de justiça e de paz.
Mas existem maneiras muito diferentes de esperar. Se o tempo não é preenchido por um presente dotado de sentido, a espera pode tornar-se insuportável; se espera-se algo, mas no momento não há nada, se o presente permanece vazio, cada segundo que passa parece infinitamente longo, e a espera se transforma num fardo muito pesado, porque o futuro permanece totalmente incerto. Quando, porém, o tempo é dotado de sentido, e em cada instante percebemos algo de específico e de válido, então a alegria da espera torna o presente mais precioso.
Caros irmãos e irmãs, vivamos intensamente o presente onde já nos alcançam os dons do Senhor, vivamo-lo com nosso olhar voltado para o futuro, um futuro cheio de esperança. O Advento cristão se torna assim ocasião para reavivar em nós o verdadeiro sentido da espera, retornando ao coração da nossa fé, que é o mistério de Cristo, o Messias esperado ao longo de séculos e nascido na pobreza de Belém. Vindo em meio a nós, nos encontrou e continua a nos oferecer o dom de seu amor e de sua salvação.
Presente entre nós, nos fala em diversos modos: na Sagrada Escritura, no ano litúrgico, nos santos, nos eventos da vida cotidiana, em toda a criação, que muda de aspecto conforme a condição de que Ele lhe esteja por detrás ou que seja ofuscada pela névoa de uma origem incerta e de futuro incerto. Por sua vez, nós podemos falar com Ele, apresentar a ele os sofrimentos que nos afligem, a impaciência, as perguntas que brotam no coração. Acreditemos que Ele sempre nos ouve! E se Jesus está presente, não existe mais nenhum momento vazio e sem sentido. Se Ele está presente, podemos prosseguir esperando também quando os outros não podem nos assegurar ajuda; também quando o presente se torna cansativo.
Caros amigos, o Advento é o tempo da presença e da espera do eterno. Exatamente por este motivo, em particular, é um tempo de alegria, de alegria interiorizada, que nenhum sofrimento pode cancelar. A alegria pelo fato de que Deus se fez criança. Esta alegria, em modo invisível presente entre nós, nos encoraja a caminhar confiantes. Modelo e apoio deste íntimo gáudio é a Virgem Maria, através da qual nos foi dado o Menino Jesus. Que Ela obtenha para nós, como fiel discípula de seu Filho, a graça de viver este tempo litúrgico vigilantes e laboriosos na espera. Amém!
Fonte: Rádio Vaticano.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
O Advento
O tempo litúrgico do Advento marca o começo de um novo ano litúrgico. Ao contrário do calendário civil, que segue o ciclo solar, o calendário litúrgico da Igreja segue o ciclo lunar. O início de um novo ano litúrgico não quadra, portanto, com o final do ano civil; ele é móvel, variando de um ano para o outro.Neste ano de 2009, começará relativamente mais cedo, no dia 29 de Novembro.Durante este tempo litúrgico, a Igreja emprega nas suas cerimónias, quando não há festas, a cor roxa, que é utilizada também na Quaresma. É portanto um tempo de penitência; é assim que a Igreja se prepara para uma festividade solene, como é o Natal.
Facto digno de consideração: no 1° Domingo do Advento a liturgia tradicional apresenta-nos, no Evangelho, um discurso de Nosso Senhor sobre a Parusia, ou sua segunda vinda. A intenção é a de se mostrar a íntima relação entre as duas vindas de Jesus Cristo; a primeira, já ocorrida, que é comemorada na festa do Natal. E a segunda, que acontecerá no dia do Juízo Final.Ponhamo-nos então nas mesmas disposições dos bons judeus daqueles tempos, que esperavam a vinda (Advento) do Messias: sabendo que Ele virá uma segunda vez, já não como Salvador, cheio de misericórdia, mas antes como Justo Juiz. Tenhamos sempre em vista estes dois aspectos do plano divino em relação a nós, que são a sua Justiça e a sua Misericórdia. O Menino Jesus deitado no presépio e envolto em faixas, revela a misericórdia de um Deus que, para nos salvar, chegou a tal ponto de rebaixamento, fazendo-se semelhante a nós em tudo, menos no pecado. As leituras escatológicas, no entanto, advertem nos que aquele mesmo Menino não deve ser objecto de uma piedade sentimental, “adocicada”; pois Ele é Senhor e Juiz, que julgará vivos e mortos, e cujo Reino não terá fim.
Será o Papa um falso profeta com a incumbência de organizar uma religião satânica mundial?
Por André Caetanu
Os falsos profetas sempre existiram e sempre existirão na história da Igreja.
Os lobos vestidos em pele de cordeiro afastam cada vez mais pessoas da Igreja de Cristo. Você está preparado?
Compreendendo como realmente agem os difamadores da Igreja Católica, você poderá ver o progresso deles nas notícias do dia a dia!!
Aprenda a proteger a si mesmo e aos seus amados!
Após ler nossos artigos, você nunca mais verá as notícias da mesma forma.
Agora você está no "VERITATIS ESPLENDOR"
A princípio, gostaria de dizer que é tarefa triste para um cristão ter que escrever para contrapor doutrinas propagadas por um irmão que, em tese, diz seguir os ensinamentos de um Deus em comum que há 2.000 anos se fez carne para a remissão dos pecados de toda a humanidade. Falo isso porque Jesus, quando orou por sua Igreja, disse: “Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo 17, 11).
É certo que em dois milênios de história “cristãos” cometeram erros graves, o próprio Senhor, conforme atesta o Evangelho, antecipou tais condutas, ora por meio de parábolas, referindo-se à rede que apanha peixes bons e ruins (Mateus 13, 47-50), ao joio que cresce no meio do trigo (Mateus 13, 24-30), à festa de casamento que o convidado se apresenta sem veste nupcial (Mateus 22, 11-14), ora diretamente, quando se referiu ao destino funesto do causador de escândalos (Lucas 17)[1]. Ciente de todas essas verdades o Papa João Paulo II, em um gesto magnífico de humildade, no ano de 2003, pediu perdão pelos pecados cometidos, no passado da Igreja, por seus filhos.
Contudo, alguns dos mais de 33.000 ramos protestantes fomentam uma verdadeira campanha caluniosa contra a Igreja Católica. Colocam-se a criar teorias conspiratórias envolvendo o catolicismo, os quais são absorvidos por espíritos menos desavisados, inclusive pelos próprios católicos que não possuem conhecimento aprofundado de sua Religião para defendê-la.
Falo isso porque já fiz parte desse grupo de falsos “defensores do verdadeiro cristianismo”. Passei por três denominações evangélicas, procurando a verdade em todas, já que todas divergiam acerca de ensinamentos importante sobre a fé, acusando umas as outras de erro, até que pela graça de Deus fui convencido dos meus sérios equívocos sobre a Religião pela qual hoje sou apaixonado. Disse um dia o Mestre dos Mestres: “e conhecerás a verdade e ela te libertará”
Este artigo escrevi para esclarecer algumas inverdades proferidas contra a Igreja, precisamente pelo site Espada do Espírito, cujos textos causam uma ferida profunda em almas menos esclarecidas acerca do cristianismo. Por causa da minha profunda ignorância acerca de teologia, causei muitos danos ao verdadeiro rebanho, muitas vezes utilizando artigos desse site devastador. Almejo alertar a outros católicos que não tomem o rumo enganoso que eu tomei.
Conhecendo os autores das inverdades.
O site evangélico Espada do Espírito representa um ramo do protestantismo denominado fundamentalista. Não no sentido de que não transigem em matéria de verdade revelada por Deus, o que, a princípio, seria bom, mas no de que “apresentam a Bíblia, Palavra inspirada de Deus, como a única e suficiente fonte necessária para ensinar sobre Cristo e a vida cristã”[2]. “Rejeitam qualquer método crítico de estudo do texto sagrado” [3]. Nada mais é que um prisma da “Sola Scriptura” em versão ultra-radical.
Lê-se no item 1 de sua “Declaração de Fé: “1) Na plena e verbal inspiração da Bíblia, do Antigo e do Novo Testamento, que não há erro nem contradição nas Sagradas Escrituras. Cremos que as Escrituras são a autoridade suprema e final em matéria de fé e de prática. [2 Timóteo 3:16-17; 2 Pedro 1:19-21]”.
O fundamentalismo teve início nos EUA. Neste, diga-se de passagem, nasceram outras denominações “cristãs” consideradas como seitas pelo próprio protestantismo, haja vista as estranhas doutrinas que ensinam, são elas o Mormismo, o Adventismo e as Testemunhas de Jeová.
Segundo o mesmo documento dos Bispos da Igreja Católica:
“[O fundamentalismo] simplesmente não reivindica [para si] um ensinamento com autoridade, visível e audível, para vincular o indivíduo ou a congregação. Sua mensagem é evidentemente dirigida aos adolescentes e jovens adultos católicos, especialmente àqueles que passam por problemas familiares, ou estão desiludidos com a vida, a moralidade e a religião, ou que tiveram uma educação católica seriamente inadequada nos fundamentos doutrinários e bíblicos, [deficiente] na vida de oração e sacramentos (como essa carapuça servia na minha cabeça) Para tais pessoas [referidas acima], buscar as respostas em [pessoas] devotas, estudiosas, generosas, íntimas com a oração e a Bíblia é de simples compreensão”[4].
O Professor Felipe Aquino, notório apologista da Igreja, salienta que:
“Atualmente nos Estados Unidos são, de modo geral, fundamentalistas os pastores eletrônicos, que fazem sucesso no país, principalmente na classe média branca. Um exemplo, entre outros, é o do famoso missionário televisivo J. Swaggart, que em 1998 atingia semanalmente 9.300.000 pessoas e tinha a receita de 140.000.000 de dólares; suas pregações visavam principalmente ao comunismo, ao humanismo secularista e à Igreja Católica, tidos como inimigos. Desejam ocupar o lugar da Igreja Católica, considerada como “Cristianismo viciado”[5].
Nos Estados Unidos o The Cuting Edge Ministries, é organizado pelo Pastor David Bay, ex-membro do Exército Americano, no qual exerceu funções na área de criptografia. Bay esteve na guerra do Vietnã e atualmente trabalha no Varejo, no Estado de Massachussetts[6]. É formado em Pedagogia e Inglês, especializado em História e Administração. Também prega, junto com sua esposa, na escola dominical de uma Igreja Batista Fundamentalista que, segundo ele, “proclama destemidamente toda a palavra de Deus”.
O responsável pela tradução dos artigos do Pastor Bay no Brasil é um fiel Batista chamado Jeremias R.D.P. dos Santos, leigo, profissional do ramo da tradução, segundo o que consta em seu perfil[7].
Desse modo, como vocês podem ver, nenhum deles possui formação em Teologia, ou pelo menos não informam este dado. Não que isto seja necessário para escrever sobre temas cristãos, no entanto, pergunto: será que os autores possuem o conhecimento necessário para tecer considerações tão-profundas acerca de escatologia, ou seja, sobre interpretações de profecias sobre a consumação dos tempos?
É fora de dúvida o fato de que São Pedro ao dizer “que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação” (2 Pedro 1.20) profetizou justamente para que o rebanho, a quem recebeu o dever de apascentar, não dessem ouvidos a falsificadores da fé cristã, dos quais o nosso conhecido Bay, sem sombra de dúvidas, é um dos maiores representantes.
Mostrarei, com base na mesma lógica do autor, que há algo de errado no site Espada do Espírito.
Conhecendo o enfoque da página difamadora.
O fim do mundo, a segunda vinda de Cristo, a organização do reino do anticristo na terra por meio da denominada Nova Ordem Mundial são as preocupações de Bay e Jeremias.
Nos inúmeros artigos escritos na página percebe-se que os autores fazem uma leitura dos acontecimentos mundiais contemporâneos, cotejando-os com base nas profecias bíblicas, principalmente as contidas nos livros de Daniel e do Apocalipse, e em livros de ocultismos escritos por “satanistas”.
Sentem-se dirigidos “por Deus para servi-lo neste importante e exclusivo tempo na história mundial, ou seja, o breve aparecimento do Anticristo!! Estamos maravilhados com a compreensão que Deus nos concedeu sobre as profecias e as doutrinas bíblicas, e como elas se relacionam ao mundo e aos eventos nacionais durante o período preparatório que levará à Nova Ordem Mundial. Temos sido levados a muitos autores, tanto cristãos quanto ocultistas, que nos mostram dramaticamente como o mundo está progredindo em direção a essa Nova Ordem Mundial, o Reino do Anticristo”[8]
Crêem “que Deus comissionou a The Cutting Edge/A Espada do Espírito para advertir seu povo sobre esses eventos vindouros. Baseamos nosso trabalho em algumas Escrituras fundamentais referentes ao fim dos tempos”[9].
Todavia, a fonte de inspiração “divina” dos citados profetas do apocalipse talvez tenha esquecido de os ensinar a não fazerem acusações infundadas contra a Igreja, a qual, desconhecem profundamente, sem sombra de dúvidas.
Síntese das mentiras proferidas contra a Igreja Católica.
O “compêndio” de inverdades do Pastor Bay pode ser lido visto na sua integralidade no artigo “A pratica de magia branca no Catolicismo Romano Tradicional”[10]. Em tal texto temos um grande exemplo do que uma mente doentia e ignorante pode produzir. Criar estórias com base em interpretações equivocadas para iludir mentes incautas é fácil para qualquer um, no entanto, sustentá-las à luz de uma análise crítica é tarefa impossível a um caluniador.
Figuram, no referido texto, velhas acusações proferidas contra a Igreja pelos diversos ramos do protestantismo, tais como que o Papa é o falso profeta descrito em Apocalipse; a missa Católica é um ritual de magia branca disfarçado de celebração cristã; a veneração a Nossa Senhora é uma forma disfarçada de culto a uma deusa pagã; a “doutrina” do celibato tem origem demoníaca, motivo pelo qual existem tantos padres pedófilos na Igreja[11] etc.
Afirma o Pastor Bay no artigo intitulado “A Religião Mundial Já Está Oficialmente Criada!![12] Equivalente Espiritual das Nações Unidas” que, segundo Apocalipse 13:11 ("Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada”) , no fim dos tempos surgirá um falso profeta que liderará tal “religião mundial” da besta apocalíptica.
Como se poderia esperar, já que isso é propagado desde o cisma provocado por Lutero no século XVI, a pessoa que mais se encaixa nessa diabólica função, segundo a doutrina protestante, é o Papa, representante terreno da Igreja Católica.
Na sua lógica falaciosa, continua Bay: sabemos que esse Profeta é falso e satânico pela próxima frase em Apocalipse 13:11, "mas falava como dragão". Nas Escrituras, Satanás é chamado de "dragão" [Apocalipse 12:9], de modo que sabemos que esse Falso Profeta será energizado por Satanás, exatamente como o Anticristo. Depois, em Apocalipse 16:13-14, vemos que o Anticristo e o Falso Profeta serão possessos por entidades demoníacas, que para o Apóstolo João tinham a aparência de rãs [a propósito, esse é um tipo de possessão demoníaca comum e que aflige muitas pessoas que aderem às religiões de Nova Era]”. (grifou-se)
Depois, com base em palavras proferidas em um seminário organizado pela Casa de Teosofia de Boston com o nome de "Possíveis e Prováveis Eventos no Futuro, declara que "No momento apropriado na história, o papa visitará o setor judeu/cristão/mulçumano de Jerusalém para anunciar que todas as religiões devem ser combinadas em uma só. Assim, o papa foi selecionado para ser o líder global da Religião da Nova Ordem Mundial!! Isso torna-o o Falso Profeta da Bíblia.
Adotando idêntico argumento exposto por Bay em seus artigos, esse Profeta seria o chefe da Religião do movimento da “Nova Era” - arquitetada secretamente pela maçonaria - capaz de enganar a todos com promessas de paz e segurança, para depois inserir neles a Marca da Besta (666) com exceção dos cristãos fundamentalistas que lêem o Espada do Espírito e se preveniram das artimanhas do Diabo, é claro, pois nesse momento já terão sido “arrebatados” vivos pelos anjos de Deus e estarão na glória com o Senhor Jesus. Ufa!!!!
Contudo, como a omissão de fatos, inclusive da Sagrada Escritura, é uma característica peculiar de Bay, vou lembrar os eleitores de alguns dados “esquecidos” ou “ignorados” pelo referido “profeta do apocalipse”.
1- Que os católicos também esperam o surgimento do anticristo noticiado na Bíblia.
Vejamos o que diz o ponto 675 do Catecismo da Igreja:
“Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalará a fé de muitos crentes. A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra" desvendará o "mistério de iniquidade" sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um pseudomessianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de seu Messias que veio na carne”.
Assim, como poderia o “falso profeta” permitir que uma pista tão-grande desta “enganação mundial vindoura” permanecesse justamente no livro de ensinamentos de doutrina da “Religião Satânica” responsável pela perseguição dos “verdadeiros crentes?” A lógica determina que a Igreja escondesse todo e qualquer ensinamento sobre essa apostasia mundial da fé, para que assim os fiéis incorressem em engano.
Que vacilo do diabo hein!!!
Ademais, a própria tentativa de personificação da figura do maligno em uma pessoa determinada é motivo de diversos erros na história do protestantismo. A Bíblia não deixa claro se tal “entidade” será um homem ou até mesmo um movimento ideológico.
Por isso devemos nos manter na prática da fé, em sua plenitude, esperando a volta do Senhor a qualquer momento. “Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor” (Mateus, 24-42). Somente para ilustrar, pedimos isso em nossas missas, precisamente no centro da oração eucarística: “Anunciamos Senhor a Vossa morte e proclamamos a Vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus” ou “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos vossa vinda!”.
Quem desejar se aprofundar um pouco mais nesse tema delicado, por favor, leia o artigo de Dom Estevão Bitencourt “Fim do Mundo: anticristo quem é ele”, publicado na Revista Pergunte e Responderemos nº 436, – Ano: 1998 – pág. 411 (existe um link na página inicial do Veritatis).
2- Que a Igreja rejeita o ecumenismo nos moldes afirmados pelo Pastor Bay.
Outra mentira deslavada do Pastor Bay e seu fiel escudeiro Jeremias reside na afirmação de que a Igreja Católica vai liderar uma religião mundial formada por todos os credos: A Religião do Anticristo!!!!.
Nesta todas as formas de culto são admitidas, todos os caminhos são válidos. Para isso, ambos acusam toda e qualquer tentativa de ecumenismo de ser uma artimanha do demônio para atingir o referido fim. Enganam-se mais uma vez os caluniadores. A Igreja jamais ensinou e jamais vai ensinar essa forma de heresia.
A Declaração Dominus Iesus[13], de autoria de João Paulo II, abomina o relativismo religioso. Pastor Bay, observe o que disse o Cardeal Joseph Ratzinger, atual Papa, quando fez a apresentação da citado documento eclesiástico:
“No vivo debate contemporâneo sobre a relação entre o Cristianismo e as outras religiões, se torna cada vez mais comum a idéia de que todas as religiões sejam para os seus seguidores caminhos igualmente válidos de salvação. Trata-se de uma persuasão cada vez mais difundida, não só em ambientes teológicos, mas também em setores sempre mais vastos da opinião pública católica e não católica, especialmente aquela mais influenciada pela orientação cultural que hoje prevalece no Ocidente, que se pode definir, sem medo de ser desmentido, com a palavra: relativismo.
A assim denominada teologia do pluralismo religioso na verdade já era afirmada gradualmente desde os anos cinqüenta do século XX, mas só hoje assumiu uma importância fundamental para a consciência cristã”.
Seguindo a lógica do Pastor Bay, a Igreja, e seu Pastor Humano Principal, o Papa, deveriam pregar justamente o contrário, ou seja, que todos os caminhos levam a Deus, que um adorador de Shiva e um Cristão estão igualmente certos em matéria de fé. Verifica-se exatamente o contrário, isto é, que a Igreja ensina que existe um único e verdadeiro caminho para se chegar a Deus: a fé em Jesus Cristo.
O Cardeal Giacomo Biffi atacou esse movimento satânico quando, recentemente, apresentou a Bento XVI e à Cúria Romana "a advertência profética de Vladimir S. Soloviev" sobre o anticristo[14]:
“Citando a obra de Soloviev, Três diálogos (1899), o arcebispo emérito de Bolonha recordou que o anticristo se apresenta como pacifista, ecologista e ecumenista. Convocará um Concílio ecumênico e buscará o consenso de todas as confissões cristãs, concedendo algo a cada um. As massas o seguirão, menos alguns pequenos grupos de católicos, ortodoxos e protestantes, disse”.
Vejam que após ler esses textos da Igreja, os artigos de Bay chegam a ser hilários.
Desta forma, percebemos nesse pequeno fragmento que a doutrina Católica rejeita integralmente este tipo de ensinamento. Ressalte-se, por sinal, que para o Católico, salvo em circunstâncias muito especiais, é pecado mortal participar de cultos de outros credos. Com certeza o Pastor Bay não sabe isso, ou pelo menos teve preguiça em pesquisar sobre o assunto.
O Veritatis possui um artigo sobre esse importante assunto: http://www.veritatis.com.br/article/2403/ecumenismo. É dever de todo Católico estudar sua fé, para assim não se deixar arrastar pela melodia de “Hamelin” de hereges do estilo Espada do Espírito.
3- Que a Igreja Católica condena veemente o movimento da Nova Era, este sim essencialmente satânico, pois prega a doutrina deísta de um ser supremo impessoal, de que todos os credos levam a Deus, a reencarnação, o misticismos orientais, e, por conseguinte, a inexistência do pecado.
Observem o que declara a intervenção do cardeal Paul Poupard na apresentação de um documento sobre a “New Age”:
1. Da New Age (Nova Era) já se falou muito e continuar-se-á a falar. Quanto a mim, pedi a um especialista, Jean Vernette, que fizesse uma análise dos Movimentos da New Age para a terceira edição do meu Grande Dizionario delle Religioni (Grande Dicionário das Religiões), que os descreve com os seguintes termos: "Os Movimentos da New Age, como um grande rio fluente, com múltiplos afluentes, representam uma forma típica de sensibilidade religiosa contemporânea, como uma nova religiosidade que reveste muitos caracteres da Gnose eterna" (Piemme, 2000, pp. 1497-1498). Além disso, à New Age foram dedicados recentemente dois números especiais da Revista trimestral de cultura religiosa, intitulada Religioni e sette nel mondo [Religiões e seitas no mundo] (1996, nn. 1-2). No meu editorial, apresentei este fenómeno recorrendo às seguintes expressões: "O fenómeno da New Age, juntamente com muitos outros Movimentos religiosos, constitui um dos desafios mais urgentes para a fé cristã. Trata-se de um desafio religioso e, ao mesmo tempo, cultural: a New Age propõe teorias e doutrinas sobre Deus, o homem e o mundo, que são incompatíveis com a fé cristã. Além disso, a New Age é o sintoma de uma cultura em profunda crise e, ao mesmo tempo, uma resposta errónea a esta situação de crise cultural: às suas inquietações e interrogações, às suas aspirações e esperanças" (Religioni e sette nel mondo, 6 [1996], pág. 7)[15].
Vale a pena ler o texto em sua integralidade, bem como o texto já publicado pelo Veritatis em: www.veritatis.com.br/article/852
Não é estranho que o “falso profeta” personificado no Sumo-Pontífice católico faça parte de uma Religião que ataque a Nova Era? Meus amigos, a verdade sempre prevalecerá.
4- A Igreja Católica repudia a maçonaria.
Mais uma vez é bom lembrar o que asseverou o nosso atual Papa, ainda quando Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé:
“Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo facto que no novo Código de Direito Canónico ela não vem expressamente mencionada como no Código anterior.
Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redaccional seguido também quanto às outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.
Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçónicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçónicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão. (grifou-se)
Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de Fevereiro de 1981 (cf. AAS 73, 1981, p. 240-241).
O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao subscrito Cardeal Prefeito, aprovou a presente Declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua publicação”[16].
Este aspecto sobre a Maçonaria é muito importante. Nunca me esqueço quando ouvi de um Pastor Presbiteriano que a sua Igreja não possui nenhum pronunciamento oficial contra esta sociedade secreta, justamente pela ajuda que os Maçons prestaram aos Pastores Protestantes quando estes tentavam estabelecer suas Igrejas no Brasil, país “dominado” pela Igreja Católica. Vejam bem quem incorre em relativismo de fé. Que pena que eu tenho desses fiéis!!!
Não há dúvidas que a Maçonaria é a grande responsável pela propagação de ideologias relativistas ecumênicas, graças a Deus que tenho o privilégio de pertencer a uma Igreja que, como em todos os assuntos relevantes para uma boa formação cristã, possui um documento claro advertindo os fiéis acerca da enganação das sociedades Maçônicas. Louvado seja Deus! Nenhum católico poderá dizer que jamais foi advertido sobre este assunto.
Eis, irmãos, os principais argumentos que comprovam que a Igreja Católica não se enquadra nas elucubrações do desinformado Pastor Bay.
Não há dúvidas de que existe algo de muito errado no mundo atual, a apostasia da fé, o hedonismo, o consumismo, doutrinas de prosperidade no interior do cristianismo etc.
Tudo demonstra que a humanidade nunca esteve tão-enferma, no entanto, quem, no contexto mundial, combate veementemente essa onda de atitudes sacrílegas? Quem nega o casamento homossexual, o divórcio, a eutanásia, o aborto, enquanto a maioria das outras “Igrejas Cristãs” não dá a cara para bater, talvez com medo de perder fiéis e o seu sagrado dízimo? Qual é o líder cristão que tem coragem de pronunciar em cadeia nacional aos “poderosos magnatas da comunicação” que valores como matrimônio e virgindade são ridicularizados na mídia? Qual a Igreja que sempre teve a coragem de declarar suas doutrinas seja contra toda e qualquer autoridade? Que é considerada pela comunidade científica ateísta como um “espinho” na “evolução” da humanidade?
Amigo, quando alguém fala a igreja faz isso ou fez aquilo, de qual igreja você lembra? Da Luterana, Batista, Anglicana? Com certeza lembra da Igreja Católica, porque ela é única que precisa somente do substantivo “Igreja” para ser referida.
Com certeza, a Igreja mais atacada no atual contexto mundial não poderia assumir o papel de liderar a “apostasia mundial da fé”.
A humanidade hedonista deseja, sim, o fim de essa Igreja “inconveniente”, responsável por lembrá-la, volta e meia, que o mundo não tem um fim em si mesmo e que o homem não pode se esquecer de Deus.
Por essa razão que fico profundamente emocionado quando ouço, em meu país, o Pastor visível da minha Igreja dizer que “não abrirá mão dos princípios morais, o cerne da doutrina católica, para atrair um imenso contingente de ovelhas desgarradas. Prefere um rebanho menor, mas seguidor dos mandamentos da Igreja”[17], enquanto a maioria das Igrejas Protestantes brigam a socos por novos fiéis. Viva o nosso Papa!!!!
Segundo a revista Veja[18]:
“A clareza de Bento XVI deixou muitos comentaristas atônitos. Foi-se ouvir até prostitutas sobre o que o papa ensinou. Todas são filhas de Deus, é certo, mas a opinião delas é dispensável nessas questões. Em um tom ainda mais patético houve quem pretendesse dar lições de sobrevivência a uma instituição com mais de 2.000 anos de existência. A Igreja não precisa dos conselhos dos neófitos (...)”. (grifou-se)
Por derradeiro, tendo-se como verdade que o Diabo é o pai da mentira (João, 8-44), quem será que inspirou Bay a escrever tantas inverdades contra a Igreja Católica?
[1] Sobre esse tema que muito me inquietou durante o meu processo de conversão, recomendo o artigo “Os Pecados da Igreja” de Alice von Hidelbrand, viúva do filósofo Dietrich von Hildebrand, publicado no site da Editora Quadrante. Esta Editora é do Opus Dei, movimento da Igreja Católica que vem sofrendo vários e infundados ataques depois da publicação do abominável Código da Vinci.
[2] Declaração Pastoral Sobre o Fundamentalismo Bíblico da Conferência Nacional dos Bispos dos EUA, consulado em: www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=DOUTRINA&id=dou0482.
[3] AQUINO, Felipe. Falsas Doutrinas seitas e religiões. Editora Cleófas, p. 66.
[4] Idem.
[5] Idem. P. 68.
[8] Idem.
[9] Idem.
[13] www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000806_dominus-iesus_po.html .
[15] ww.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/interelg/documents/rc_pc_interelg_doc_20030203_press-conf-new-age_po.html
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Você sabe quando?
Por Dom Estêvão Bettencourt, OSB
É de crer que, se os cristãos conhecessem melhor a história das denominações protestantes, não adeririam tão facilmente a elas ou as deixariam sem demora, porque perceberiam que são obras de homens que se opõem à intenção de Jesus Cristo; principalmente os católicos não se tornariam protestantes, pois, assim procedendo, abandonam a única Igreja fundada por Jesus Cristo para aderir a comunidades fundadas por homens, quinze ou mais séculos após Jesus.Será a mesma coisa seguir Jesus Cristo e seguir um "profeta" do século XVI ou XVII?
Precisamos, para facilitar aos cristãos a tomada de consciência do hiato histórico que intercede entre Jesus Cristo e as denominações protestantes, publicar a tabela seguinte:
Observações
1. A tabela, ainda que não seja exaustiva, mostra como as denominações protestantes que hoje em dia fazem adeptos no Brasil, estão distantes de Jesus Cristo na linha da história. Antes do século XVI não se falava de Confissão Luterana; antes do século XX não se falava de Assembléia de Deus, Comunidade "Nova Vida", Igreja Socorrista", etc. Não foi Jesus Cristo quem deu origem a tais organizações, mas foram pastores humanos, dos quais alguns disseram ter recebido revelações mais recentes do que as de Jesus Cristo; tal é o caso de Joseph Smith (Mórmons), Charles Taze Russell e Rutherford (Testemunhas de Jeová), Alexandre Freytag (Amigos do Homem)... Quanto mais recente é a denominação protestante, mais tende a trocar o Novo Testamento pelo Antigo, chamando Deus pelo nome de Jeová, negando a Divindade de Cristo e a SS. Trindade, observando o sábado em lugar do domingo, etc.
2. Na raiz de todo este esfacelamento do Cristianismo está o princípio, estipulado por Lutero, segundo o qual a Bíblia deve ser interpretada por cada leitor em "livre exame"; o que quer dizer: cada qual sente e entende a Bíblia como bem lhe pareça; em conseqüência, tira as conclusões que julga adequadas, sem orientação da Igreja. É compreensível que tal princípio, coerentemente aplicado, tenha levado e leve o Protestantismo a se autodestruir cada vez mais, dividindo-se e subdividindo-se em comunidades, das quais as posteriores pretendem sempre reformar as anteriores e são reformadas pelas subseqüentes. Os membros de tais comunidades reformadas seguem tão somente o alvitre subjetivo e imaginoso de um "profeta", e não mais a Palavra de Jesus Cristo como tal. Este fundou uma só Igreja, que Ele confiou a Pedro, dando-lhe garantia de sua assistência infalível até a consumação dos séculos.
3. Talvez, porém, alguém objete que a Igreja fundada por Cristo não tem suas falhas e não necessita de purificação e renovação? É certo que, onde existem seres humanos (e na Igreja eles existem), existe a fragilidade; esta, sem dúvida, exige purificação. Todavia a purificação da Igreja há de se fazer sem ruptura com o passado, sem perda de contato com a linhagem apostólica e a fonte "Jesus Cristo". Qualquer quebra nessa linha é mortal, pois faz da nova comunidade uma obra meramente humana, separada do seu manancial autêntico; a tal comunidade já não se aplica a Palavra, de Cristo, em Mt 28,18-20: "Estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos". A própria Igreja de Cristo, a Igreja Católica, sabe tirar do bojo da sua vitalidade o remédio aos males morais que acometem seus filhos; a Igreja é a Mãe solícita de curar as chagas que os seus filhos lhe infligem à revelia da própria Mãe. Na verdade, o católico peca, porque se afasta dos ensinamentos e da vida da Igreja.
4. Aliás, a razão pela qual não se pode conceber Reforma da Igreja fundada por Cristo (mas apenas reformas em setores disciplinares da mesma), é o próprio conceito de Igreja. Esta não é uma República (como afirmavam reformadores do século XVI), nem é uma sociedade meramente humana, mas é o sacramento que continua o mistério da Encarnação; é Jesus Cristo prolongado em seu corpo através dos séculos - o que significa que, por debaixo da veste humana e defectível que os homens dão à Igreja, existe o próprio Cristo presente com sua autoridade, e indefectibilidade; esta presença atuante de Cristo garante a todos quantos se chegam a Ele na Igreja, a santificação e a vida eterna; é Ele quem batiza, é Ele quem consagra o pão e o vinho, é Ele quem absolve os pecados. Consciente dessa presença indefectível de Cristo na Igreja, podia São Paulo dizer que "Cristo amou a Igreja e se entregou por ela... para apresentar a si mesmo a Igreja gloriosa sem manchas nem rugas ou coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef 5,25-27). Com efeito, a Igreja é santa não por causa da oscilante santidade dos homens que a integram, mas por causa da presença do Santo de Deus ou de Cristo que nela se encontra. Por isso não toca a homem algum refazer a Igreja ou recomeçá-la, mas compete-lhe apenas zelar para que a face externa da Esposa de Cristo seja purificada das falhas que os homens lhe impõem.
Refletindo sobre estas verdades, os fiéis católicos hão de se recordar das palavras do Apóstolo São Paulo, que hoje parecem mais oportunas ainda do que nos tempos da Igreja nascente:
"Rogo-vos, irmãos, que estejais alertas contra os que causam divisões e escândalos contrários à doutrina que aprendestes; afastai-vos deles" (Rm 16,17).
"Alcancemos todos nós a unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, o estado de Homem Perfeito, a medida da estatura da plenitude de Cristo. Assim não seremos mais crianças, joguetes das ondas, agitados por todo vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e da sua astúcia, que nos induz em erro" (Ef 4,13s).
Fonte: Veritatis