Bento XVI chega ao encontro com o clero de Roma, em 14 de fevereiro de 2013
Temos acompanhado nestes últimos anos, com muita solidariedade, a Via Sacra que o Papa tem percorrido em seu intenso Pontificado. Quanto sofrimento! Quantos dissabores ele enfrentou com os escândalos dos pedófilos, com as críticas dos seus discursos que incomodaram os muçulmanos, que louvaram os evangelizadores dos índios ou reafirmaram a santidade do matrimônio e o valor da vida do nascituro… A quantos bispos ele não irritou quando fez publicar o Summorum Pontificum ou quando buscou a reconciliação com a Fraternidade S. Pio X? Mesmo tendo “feito esforço para agradar”, o Papa continuou sendo considerado pela mídia em geral, um “Papa retrógrado”, um “homofóbico”, uma figura não menos antipática do que apresentava quando estava à frente da Congregação para a Doutrina da Fé. De fato, quando visitou este Dicastério, após ser eleito Papa, ele citou aquela passagem em que Nosso Senhor disse a Pedro: “Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres.” (Jo 21,18)
Confesso que tenho dificuldade de acreditar que o Papa está mesmo tomando esta decisão livremente… Qualquer um de nós pode perceber o quanto aquele homem que se demonstrava tão alegre e entusiasmado nas Jornadas da Juventude foi definhando e se encolhendo sob o peso de uma pressão descomunal. Observei como ele falava com tristeza em sua homilia de Natal; naquela que deveria ser uma Noite Feliz… Pois, de fato, a força da Igreja Católica sempre foi capaz de transformar as noites escuras das mazelas humanas em “noites felizes”. Mas agora parece que não… Como que se cumprindo as profecias e os avisos que escutamos em Fátima e em outros lugares, o Sumo Pontífice sobe a montanha desse Calvário, seguido pelo povo de Deus que procura permanecer fiel à verdadeira Igreja de Cristo. Ele poderia ouvir agora as mesmas palavras que Samuel: “O Senhor disse-lhe: Ouve a voz do povo em tudo o que te disseram. Não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, pois já não querem que eu reine sobre eles.” (I Sam. 8,7) Em vista de tudo isso, nos é lícito supor que sob “livre e espontânea” pressão, o Papa resolveu deixar o Ministério de Pedro. Seria isto o que Deus lhe pede? Seria correto que se elegesse um Papa enquanto o outro ainda está vivo sobre a terra? Este Papa seria legítimo? O que devemos fazer? Estas questões estarão surgindo no coração de muitos católicos em todo o mundo… Seria muito ousado de nossa parte chegar a um veredito. Entretanto, considerando o momento crítico que estamos atravessando, exortamos todos à vigilância, oração e jejum.
Canite tuba in Sion! Talvez tenha soado a trombeta que anuncia esta provação final que está prevista para a Igreja…
Fr. Tiago de S. José, Carmelita Eremita
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