Bastou que o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, relembrasse o que todos sabiam - isto é, que as pessoas engajadas num aborto provocado ficam excomungadas segundo o Direito Canônico - que começou uma gritaria concertada dos abortistas que fingem nada saberem da religião católica.
O caso se prestava para a demagogia abortista: uma menina de apenas 9 anos, concebeu de um padrasto que abusou dela.
O crime repugnante não suscitou indignações proporcionadas. A fim de contas, o abortismo, o “vale tudo”, o “proibido proibir”, o “inventem perversões sexuais novas” da Revolução de Maio de 68, formam uma coisa só.
O rasgar de vestiduras foi quando o arcebispo de Olinda relembrou o que todos os abortistas estão fartos de tripudiar: os que assassinam uma criança no ventre materno caem fora da Igreja, na mesma hora de praticar o ato infame.
“A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos, é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor”, esclareceu o arcebispo de Recife.
Todas as pessoas que participaram do aborto, com exceção da mãe-criança, não pertencem mais à Igreja. “Para incorrer nessa penalidade eclesiástica, é preciso maioridade”, acrescentou D. Sobrinho.
A diretora do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), Fátima Maia, uma das excomungadas, bancou não ter arrependimento. Como se justificasse a violência de assassinar uma criancinha por nascer indefesa, ela alegou: “abomino a violência e teria feito tudo novamente”.
A incoerência ovante é de praxe nos sórdidos ambientes do aborto. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que acostuma destratar a religião, qualificou a excomunhão “lamentável”. É o ministro do Meio-Ambiente, Carlos Minc, se disse “revoltado”.
Por sua parte, o presidente Lula que conta com grandes apoios no clero progressista criticou o arcebispo de Olinda e Recife que defendeu a boa posição católica.
Em Vitória (ES), Lula argüiu que “a medicina está mais correta que a igreja”, informou a "Folha de S.Paulo". Como se o assassinato da criança inocente estivesse mais certo que a Igreja de Jesus Cristo e da sua moral de origem divino, e que espelha plenamente o Direito Natural.
O presidente que vinha de distribuir a esmo preservativos no sambódromo do Rio durante o Carnaval, ainda disse, segundo “O Estado de S.Paulo”: “Como cristão e católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja Católica tenha um comportamento conservador como esse”. Se a moral da Igreja está errada por ser conservadora, qual é a moral que postula o presidente?
Por sua vez, o presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, cardeal Giovanni Battista Re, julgou “justa” a excomunhão dos médicos que praticaram dito aborto.
Toda a verdade sobre os fatos: o relatório abafado
A grande imprensa que abriu espaço para as vozes seudo-católicas, anti-católicas e anti-vida, entretanto, abafou relatório indispensável para se compreender bem o acontecido.
Ele foi lavrado pelo pároco de Alagoinha (PE) a cidade onde se deu o fato lutuoso, Pe. Edson Rodrigues (padreedson@hotmail.com). O documento pode ser lido na íntegra no site de apologética Veritatis Splendor.
Nele, o pároco narra que a avó da criança morta se opunha ao aborto da filha - afirmava “ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus”. Também a Conselheira Tutelar Maria José Gomes recusou assinar termo autorizando esse “crime abominável, vergonha para a humanidade” (S.S.Joao Paulo II, Rio de Janeiro, 04/10/97).
Dois dias depois, o sacerdote encontrou todo mudado no IMIP, Instituto Médico Infantil de Pernambuco.
Ele descreve uma série de fatos irregulares e um trabalho para fazer a cabeça da avó, analfabeta mas responsável legal.
Dom José Cardoso Sobrinho convocou, então, uma equipe de médicos, advogados, psicólogos, juristas e profissionais para estudar a legalidade ou não do acontecido. Na reunião estava presente o Sr. Antonio Figueiras, diretor do IMIP que, constatando o abuso das atitudes da assistente social ligou ao hospital e mandou que fosse suspensa toda e qualquer iniciativa que favorecesse o aborto.
Foi então a vez de uma ONG chamada Curumim, feminista pró-aborto, que acompanhada de dois técnicos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, convenceram a mãe a assinar um pedido de transferência da criança para outro hospital, o CISAM, onde o aborto foi praticado. Nesse hospital, o pároco foi impedido de entrar em contato com a família .
O Pe. Edson está convencido se tratar de “ato de manipulação da consciência”.
O abortismo precisava forjar um caso assim para relançar as tentativas de impor a extensão das causais do aborto a um Brasil que não quer isso.
O governo petista precisava... A mídia sensacionalista também...
Coincidências demais...
É hora de rezarmos e nos prepararmos porque a ofensiva anti-vida vem apelando a recursos suspeitos e medularmente anti-católicos.
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