quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

CD`s de Cantos Gregorianos.


O Canto Gregoriano é um gênero de música vocal monofônica, monódica (só uma melodia), não acompanhada, ou acompanhada apenas pela repetição da voz principal com o organum com o ritmo livre e não medido, utilizada pelo ritual da liturgia católica romana, a idéia central do cantochão ocidental.

As características foram herdadas dos salmos judaicos, assim como dos
modos (ou escalas, mais modernamente) gregos, que no século VI foram selecionados e adaptados por Gregório Magno para serem utilizados nas celebrações religiosas da Igreja Católica.
Somente este tipo de prática musical podia ser utilizada na liturgia ou outros ofícios católicos. Só nos finais da Idade Média é que a polifonia (harmonia obtida com mais de uma linha melódica em contraponto) começa a ser introduzida nos ofícios da cristandade de então, e a coexistir com a prática do canto gregoriano.





Papa Gregório I, o qual implementou o canto que leva seu nome no ritual cristão.



Desde seu surgimento que a música cristã foi uma oração cantada, que devia realizar-se não de forma puramente material, mas com devoção ou, como dizia Paulo (Apóstolo): "cantando a Deus em vosso coração". O texto era, pois, a razão de ser do Canto Gregoriano. Na verdade, o canto do texto se baseia no princípio - segundo Santo Agostinho - de que "quem canta ora duas vezes".
O canto Gregoriano jamais poderá ser entendido sem o texto, o qual tem primazia sobre a melodia, e é quem dá sentido a esta. Por isso, ao interpretá-lo, os cantores devem haver compreendido bem o sentido dele. Em conseqüência, deve-se evitar qualquer impostação de voz de tipo operístico, em que se busca o destaque do intérprete.
Deste canto procedem os modos gregorianos, que dão base à música ocidental. Deles vêm os modos maior (Ionian) e menor (Aeolian), e outros cinco, menos conhecidos (Dorian, Phrygian, Lydian, Mixolydian e Locrian).



O Canto Gregoriano faz sentir a unidade da Igreja, declara Bento XVI
Eucharistie Miséricordieuse
ROMA, 5 de março de 2007 – (E.S.M.) – “Não há dúvida de que o Canto Gregoriano”, escreveu o Papa João Paulo II no Breve “Jubilari Feliciter” de 1980, “continua a ser o liame musical que une os católicos”, e “que faz sentir a unidade da Igreja”, como declarou o Papa Bento XVI.
VATICANO – Elementos fundamentais da liturgia romana: O gregoriano, o silêncio e ... a sineta.
O Canto Gregoriano, pelo próprio fato de que ele não distrai a atenção dos fiéis, é adaptado ao espírito da liturgia romana, como os ícones o são para a liturgia bizantina. O Padre Guilmard, monge de Solesmes, escreveu recentemente que é preciso manter o sentido do texto, a forma musical, o andamento geral do desenvolvimento melódico, a forma de ornamentação, o próprio modo, o sentido musical do conjunto. E não esquecer: o grau de competência do coral, a acústica do lugar, o número de cantores e não subestimar a voz.
O Canto Gregoriano, que une o corpo e a alma foi composto por monges contemplativos, mais do que por grandes artistas: ainda assim, ele inspirou Palestrina e pode sempre inspirar a música sacra dos tempos vindouros. “Não há dúvida de que o Canto Gregoriano”, escreveu o Papa João Paulo II no Breve “Jubilari Feliciter” de 1980, “continua a ser o liame musical que une os católicos”, e “que faz sentir a unidade da Igreja”, como declarou o Papa Bento XVI.
A celebração deve conservar um equilíbrio fônico homogêneo; para isso, nos cantos e nas orações, uma voz suave é mais adaptada, ela corresponde mais à atitude de humildade e de discrição que nós devemos ter diante de Deus. É preciso, portanto, evitar com cuidado as palavras “urradas”, mas utilizar frases ditas com suavidade, que são as frases próprias da oração feita no segredo (cf. Mateus 6, 5). Nesse sentido, a liturgia monástica beneditina deve ser considerada como o tipo no qual devemos nos inspirar. É por isso, que se está voltando, a começar pelo padre que guia o Povo de Deus, principalmente nas solenidades, a cantar em Gregoriano o Ordinário da Missa – agora já conhecido em cada língua – e por que não? – partes do Próprio da Missa.
Há também o silêncio durante a liturgia, que é fundamental para escutar a Deus que fala a nosso coração. A alma não foi feita par o ruído e para as discussões, mas para o recolhimento; a prova é que o ruído perturba. Antes de tudo é preciso devolver à Igreja sua dignidade de Casa de Deus, onde ninguém fala em voz alta, a começar pelos padres e pelos ministros, que devem dar o exemplo. A igreja é o lugar onde todos se dirigem a Deus, em um silêncio humilde, e em voz baixa.
Tudo isso constitui o rito, que é um termo que significa reiteração, e do qual não se deve ter medo, porque o fiel tem necessidade dele para lembrar-se de Cristo. Os ritos ajudam os fiéis a se familiarizar com a linguagem litúrgica, graças à repetição dos gestos e dos cantos: é uma escolha de estilo constante e homogêneo para realizar nossa identidade de “orantes” (pessoas que rezam e adoram) da Majestade de Deus. Tais gestos e cantos são tão diferentes da vida quotidiana ensurdecedora, da fragmentação das linguagens e dos estilos que desviam a atenção do caráter central do mistério.
A título de exemplo, são errôneas e falaciosas as Orientações e Normas para os Acólitos e Leitores, preparadas por uma Comissão Litúrgica diocesana italiana. A respeito do momento da consagração, após haver lembrado a possibilidade de incensar o Cálice e a Hóstia consagrados, está escrito, com um zelo que tem a pretensão de estar fazendo o melhor possível: “Não se devem acrescentar nesse momento velas, sinetas, ceroferários e outros auxiliares da Missa, que não fariam mais que substituir as antigas “mesas da Comunhão”, impedindo de ver e de participar do Mistério que se celebra sobre o altar. Para a utilização da sineta, é preciso dizer que o número 150 do “Cerimonial dos Bispos” declara que é preciso levar em conta os costumes locais; mas, em nossa Igreja diocesana, não há mais esse costume”.
Além de pôr no mesmo pé as pessoas e as coisas, e da ignorância sobre a significação e a função da “clausura” (balaustradas no Ocidente e iconostase no Oriente) que, desde a época judaica e paleocristã distinguia o Santuário ou Presbitério da nave ou sala, parece, para aquele que redigiu essas notas, que o Mistério deve ser visto melhor sem essa “parte” – atualmente se utiliza a palavra “presbiteral” ou “ministerial” – e que portanto, dele se poderá participar melhor. Pobres ceroferários, pobres “mesas da Comunhão” – não falemos da iconostase, porque não é correto falar mal dos orientais – culpados, [segundo o texto], de não fazer os fiéis participarem. Em toda parte onde, com uma idiotice sem nome, elas foram suprimidas, não parece que a fé tenha aumentado. Nós salvaremos o patrimônio da fé, deixando-as precisamente em seu habitat que é a liturgia, e não as relegando aos museus diocesanos ou aos concertos nas igrejas.
Quanto à sineta, em uma decisão sem apelação, como em numerosos outros casos, uma só pessoa decide por todos que “esse costume não existe mais”. Mas, se a gente circula um pouco, ainda é possível ouvi-la porque, ao que parece, apesar de todos os esforços dos ministros, pode acontecer que os fiéis venham a se distrair e que a sineta, muito mais discreta que um apelo verbal, ajude-os a se recolherem no momento mais solene. A sineta, irmã mais nova dos sinos – com seu timbre sonoro, lembra que Deus se lembra eternamente de nós. Então, será que nós queremos mesmo abolir a sineta? Felizmente, no fim, as Indicações e Normas concluem nesses termos: “A Igreja não nos oferece liturgias intangíveis reguladas por normas rígidas”... Cada um, portanto, vire-se como puder. “Será que é esse o espírito da liturgia de que falam Romano Guardini e Joseph Ratzinger, atual Papa Bento XVI, e entre esses dois teólogos o Concílio? Se a liturgia não é o “opus dei” [“obra de Deus”], feita em louvor de sua glória, onde o “ars celebrandi” [“arte de celebrar”] encontra seu fundamento? É urgente ocupar-se da formação dos futuros padres, da educação dos fiéis e, em primeiro lugar, das “equipes de liturgia”.

AS PALAVRAS DA DOUTRINA, do Padre Nicola Bux e do Padre Salvatore Vitiello



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5 comentários:

  1. O Canto Gregoriano, além de deixar a celebração eucarística bela, deixa o ambiente com uma ar de sagrado, de amplitude da alma e proximidade de Deus. Quisera que todas as comunidades cultivassem o uso desse canto.

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  2. Esses cantos são realmente muito lindos,acho que eles sempre deveriam existir nas celebrações atuais.

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  3. Canto Gregoriano é o genuíno canto CATÓLICO, digno do Santo Sacrifício da Missa, e não essa profanação ou dessacralização que vemos hoje em dia.

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