terça-feira, 11 de agosto de 2009

Padres moderninhos aplicam a hermenêutica da ruptura: ainda sobre Padre Fábio de Melo e Padre Joãozinho.


Orlando Fedeli
Recentemente a Montfort criticou declarações heréticas de um Padre modernista, infelizmente muito conhecido por se apresentar como um galã de novela, Padre Fábio de Melo. Nas afirmações feitas num livro escrito por ele, em parceira com Gabriel Chalita, esse Padre mostra que, de fato, não acredita na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia e coloca dúvidas na Ressurreição de Jesus como fato histórico. Duas heresias típicas do Modernismo.


Padre Fábio de Melo, temendo perder popularidade, pois se sentiu desmascarado pela Montfort, procurou se justificar em um programa de TV, no qual ele dialoga com outro sacerdote conhecido pelo diminutivo de Padre Joãozinho. (Como esses padres de diminuto valor gostam de se colocar em diminutivo!).


Informaram-me que esse tal Padre Joãozinho teria já obtido três doutorados em Roma...


Se for verdade, que doutorais desastres!


Pois, assistindo seu diálogo com o exibido Padre Fábio de Melo, fica-se com uma péssima impressão desses doutorados romanos. Porque a “muralha” de fumaça que ele levanta para defender os erros doutrinários de seu entrevistado é tão fina, que através dela se vê a heresia tentando se ocultar sob os véus dos sofismas. O que compromete e desprestigia seus diplomas romanos.


Lamentável.


Quem quiser confirmar o que dizemos, veja o link: http://www.youtube.com/watch?v=ujp5U6ND1W4&feature=related


(No final deste artigo, transcrevemos o texto da entrevista-diálogo desses dois padres moderninhos e modernistas).


*****


A defesa feita por esses sacerdotes daquilo que dizem é bem interessante, pois se constitui um exemplo concreto de leitura do Vaticano II na linha da hermenêutica da ruptura, uma leitura segundo o chamado “espírito do Concílio”, que Bento XVI vem repetidamente condenando por romper com a doutrina sempre ensinada pela Igreja.


Foi no Discurso à Cúria Romana pelo Natal de 2005, que o Papa Bento XVI condenou o chamado “espírito do Concílio” com sua “hermenêutica da descontinuidade e da ruptura” que rompia com doutrina que a Igreja sempre ensinou no passado.


“Os problemas da recepção [do Vaticano II] derivaram do fato de que duas hermenêuticas contrárias se embateram e disputaram entre si. Uma causou confusão, a outra, silenciosamente, mas de modo cada vez mais visível, produziu e produz frutos. Por um lado, existe uma interpretação que gostaria de definir "hermenêutica da descontinuidade e da ruptura"; não raro, ela pôde valer-se da simpatia dos mass media e também de uma parte da teologia moderna. Por outro lado, há a "hermenêutica da reforma", da renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos concedeu. (,,,) A hermenêutica da descontinuidade corre o risco de terminar numa ruptura entre a Igreja pré-conciliar e a Igreja pós-conciliar. Ela afirma que os textos do Concílio como tais ainda não seriam a verdadeira expressão do espírito do Concílio”.
“Seriam o resultado de compromissos em que, para alcançar a unanimidade, foi necessário arrastar atrás de si e confirmar muitas coisas antigas, já inúteis. Contudo, não é nestes compromissos que se revelaria o verdadeiro espírito do Concílio, mas, ao contrário, nos impulsos rumo ao novo, subjacentes aos textos: somente eles representariam o verdadeiro espírito do Concílio, e partindo deles e em conformidade com eles, seria necessário progredir. Precisamente porque os textos refletiriam apenas de modo imperfeito o verdadeiro espírito do Concílio e a sua novidade, seria preciso ir corajosamente para além dos textos, deixando espaço à novidade em que se expressaria a intenção mais profunda, embora ainda indistinta, do Concílio. Em síntese: seria necessário seguir não os textos do Concílio, mas o seu espírito”. (Bento XVI, Discurso à Cúria Romana pelo Natal de 2005).


Padre Joãozinho e Padre Fábio de Melo seguem a linha da hermenêutica da ruptura, porque eles lêem a letra da Sacrossanctum Concilium, n0 7 (documento do Vaticano II), expondo as várias formas da presença de Cristo, conforme o que ela insinua em sua ambigüidade. A Sacrossanctum Concilium não esclareceu que usava o termo “presença” de modo analógico.
Esses padres se aproveitam, então, dessa imprecisão do Concílio para romper com o que a Igreja sempre ensinou, quer sobre a presença real de Jesus Cristo na hóstia consagrada, quer sobre os vários graus de sua presença nos fiéis, na Sagrada Escritura, e etc.


O caso criado por esses dois padres de péssima doutrina é bem oportuno para que se conheça como os seguidores da hermenêutica da descontinuidade e da ruptura agem para corromper a fé católica.


Além dessa questão da presença real de Cristo na hóstia consagrada, Padre Fábio de Melo, em seus escritos e “pregações”, defende escandalosamente outras heresias, quer sobre a Ressurreição de Cristo, quer contra a imutabilidade dos dogmas e da Fé. Ele se atreveu até a dizer que é “bom”, e mesmo, “maravilhoso” perder a Fé. Segundo ele, “a Fé é uma coisa feita para ser perdida”, (Cfr. http://www.fabiodemelo.com.br/videos/religiao.wmv)


Coisa costumeiramente ensinada por certos padres professores do Seminário de São Paulo, que se alegram por escandalizar seus alunos com suas teses heréticas.


O termo “presença” é analógico, isto é, tem vários sentidos diferentes com alguma relação entre si. Assim o termo “pé”, pode significar, em primeiro lugar, uma parte do corpo humano. Mas pode significar também o pé de um animal ou o pé de uma cadeira. Nesses três casos, a palavra “pé” tem algo em comum: a idéia de sustentar. Mas o pé de um animal e o pé da cadeira são “pés” em sentido analógico. Não são “pés” em sentido próprio indicativo do pé humano. Tanto que o pé de um animal propriamente é chamado de pata e nenhum pé de cadeira usa meia.


Usar um termo analógico como se fosse unívoco, isto é, como tendo um único e mesmo sentido, pode levar a erros gravíssimos. Foi esse o erro de Parmênides com relação ao termo “ser”.


Também o termo “Ser” é análogo e não termo unívoco. Qualquer estudante de um curso de Filosofia sério ou qualquer pessoa de conhecimentos gerais de Filosofia sabe que Parmênides defendeu o Panteísmo ao dizer que, sendo pedra ser, e sendo Deus ser, pedra então seria Deus. Para Parmênides, o ser da pedra e o ser de Deus teriam o mesmo e único sentido.


Paralelamente, Padre Dr. Joãozinho e Professor Padre Fábio de Melo usam a palavra “presença” univocamente. Daí, Cristo estaria tão presente na hóstia quanto na Igreja, num irmão, na comunidade, na Bíblia, e etc.


Desse modo, Cristo estaria presente em todas as coisas. Tudo seria eucaristia. Tudo seria sacramento. Por isso, Padre Joãozinho afirma que “somos eucarísticos”.


Análoga ou univocamente?


Para eles, na hóstia, Cristo teria uma presença apenas ”máxima” ou “ maior”. Portanto, Cristo estaria presente de mesmo modo na Hóstia consagrada como nas demais coisas citadas.


Para tornar ainda mais clara a explicação e caridosamente atender padres moderninhos, filósofos que nunca estudaram metafísica, damos outro exemplo. Quando dizemos que o Everest é a montanha de máxima altitude, colocamos o Everest como ser maior numa qualidade que ele tem em comum com as outras montanhas. Se a presença de Cristo na hóstia fosse apenas “máxima” ( como disse Pe Fábio de Melo) ou “maior” (como afirmou Pe Joãozinho), essa presença seria de mesma natureza que a presença de Deus em todas as coisas. E isso é tomar o termo “presença” como unívoco e não análogo.


É o que dá, esses padres ignorarem a metafísica tomista.


*****


Passemos à análise das palavras desses padres na entrevista-diálogo transcrita integralmente no final deste artigo.


Padre Fábio de Melo inicia sua auto-defesa nessa entrevista diálogo de modo hesitante, salpicando-a de “nés” infantis e pouco doutorais:


“Pe. Fábio de Melo: “Inclusive padre, eu quero... a gente foi... eu particularmente fui acusado por um site conservador que você conhece bem, que é a Associação Montfort né, que eles são muito tradicionalistas, acusaram de um determinado momento do livro que eu disse que eu não acredito na presença real de Jesus na Eucaristia. Um absurdo, pegaram uma parte do texto né, mas não leram no contexto. Eu tava [sic] dizendo assim que 'Gabriel, nós não podemos limitar a presença real de Jesus no corpo e no sangue' é muito mais do que isso que sugere, né? estou dizendo, é também presença real de Jesus... o corpo e o sangue, mas é também, e aí vou desdobrando tudo o que a Eucaristia nos sugere como uma continuidade desse acontecimento que não termina.” (O sublinhado é nosso).


O “Gabriel” citado nessa frase é Gabriel Chalita, co-autor em parceria com ele do citado livro herético.


Que dupla!


Herege pego em franca heresia em um texto, sempre procura fugir para... o “ contexto”. ...“Né”?


Sublinhemos o termo “sugere”. Para Padre Fábio de Melo a Eucaristia sugere mais do que a presença de Cristo na hóstia consagrada...


E Padre Fábio enfatiza mais o que a Eucaristia lhe sugere do que o que ela é: o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo.


Sugere o quê?


Padre Joãozinho responde a essa pergunta, e confirma o sofisma de seu comparsa, dizendo de modo insinuante, que nós é que nós somos “eucarísticos”:


“Pe. Joãozinho: “sim o próprio Sto. Agostinho dizia isso: "Cristão receba aquilo que você é". Ou seja: eu, você, nós somos eucarísticos...”.


Nós somos eucarísticos?


Que quer dizer isso?


E como nós, sendo eucarísticos, continuamos, “numa continuidade desse acontecimento que não termina”, a presença de Cristo na hóstia consagrada em Corpo, Sangue, Alma e Divindade?


Que doutrina estranha é essa que “contextualmente” procura se colocar como sendo continuadora e acima daquilo que a Igreja sempre ensinou sobre a presença de Jesus Cristo na hóstia consagrada?


O diminutivado Padre João vai tentar “explicar” isso mais adiante...


“Pra”... para começar, Padre Joãozinho convoca o “Povo” da Montfort a ler o Vaticano II:


Padre Joãozinho: “Povo do Montfort! Leia o Concílio Vaticano II . Eles não querem ler o concílio Vaticano II”.


Ora, padre, se alguém no Brasil leu e estudou o Vaticano II e procurou mostrar – desmascarar-- o que esse Concilio pastoral ensinou em sua ambigüidade “diplomática” e fenomenológica, foi a Montfort. Leia, Padre João, o que a Montfort escreveu. Leia o que o Padre John Kobler, padre favorável ao Vaticano II, explica da Fenomenologia aplicada no Concílio.
O Padre Kobler afirma que muito pouca gente entende o que o Vaticano II quis dizer e que a tarefa primordial, hoje, seria explicar o que realmente o Vaticano II disse, nas dobras de suas ambigüidades...


Ou o senhor conhece e aprova o que está semi escondido nessas dobras ambígüas dos textos conciliares?


Padre Joãozinho procura justificar seu entendimento de “presença eucarística”, citando o Vaticano II:


Pe. Joãozinho: “Sacrossanctum Concilium número 7 diz "as diversas formas da presença de Jesus são: Eucaristic.... a Eucaristia em primeiro lugar, é a presença “maior” (O destaque do termo “maior” é nosso).


Enquanto isso, Padre Fábio de Melo vai concordando, salpicando o que dizia seu interlocutor com os seus “inteligentes” e vulgares “nés”:


Pe. Fábio de Melo:”Máxima né”.(O destaque é nosso).


“Pe. Joãozinho: Agora, o irmão é presença eucarística, muitas vezes não se quer reconhecer... né? O irmão é presença eucarística”.


(Parece que o “né”, tal como a gripe suína, pega).


“Pe. Fábio de Melo: A palavra.”


“Pe. Joãozinho: A palavra, a comunidade reunida: "dois ou três eu estarei no meio deles". Principalmente o pobre. Jesus disse, Mateus 25, "Ó Lembra, tive nu...estive doente.. eu estive na prisão e você foi me visitar". Quer dizer, aquela frase que Deus diz a bíblia inteirinha "Eu estarei convosco" é um sinônimo de Eucaristia, a presença de Deus”.


Padre Joãozinho resumiu aí o que está escrito no número 7 da Constituição Sacrossanctum Concilium. Mas essa explicação é bem criticável por se aproveitar da anfibologia conciliar no sentido condenável da hermenêutica da ruptura, pois usa a palavra “presença” – um termo analógico (termo que tem sentidos parecidos mas não idênticos) — que Padre Joãozinho usa univocamente, isto é, com um só sentido (o mesmo e o único).


Que quer dizer estar presente?


O catecismo – que os Padres Fábio e Joãozinho deviam ler e saber – ensina que Deus está presente em toda a parte. Será que esses doutores alguma vez estudaram o catecismo?


Duvidamos.


Deus está presente no inferno por sua justiça. Mas não está lá presente pessoal e substancialmente.


Cristo está presente num crucifixo por sua figura. Mas ele não está presente no crucifixo de modo eucarístico ou sacramental. Jesus não está presente num crucifixo de modo real e substancial.


Deus está presente na Sagrada Escritura pela Verdade que Ele revelou sobre si mesmo. Mas, Ele não está presente na Sagrada Escritura de modo pessoal, real e substancial. Certos sacerdotes tratam a Sagrada Escritura como se Deus estivesse nelas eucaristicamente. Para tais Padres, Cristo se encadernou, e não se encarnou.


Deus está presente nos seres minerais pela ordem atômica que Deus colocou nesses seres, pelo bem e verdade que há neles. Pelas leis que os regem. Mas Deus não está substancial e pessoalmente presente nos minerais.


Deus está presente nos vegetais pela ordem celular, pela vida. Mas Deus não está presente pessoal e substancialmente nas plantas.


Deus está presente nos animais pela ordem superior que há neles, que lhes permite sentir e mover-se instintivamente. Mas Deus não está substancial e pessoalmente presente nos animais.


Deus está presente nos seres inteligentes — homens e anjos — por sua imagem, pois lhes deu inteligência e vontade livre. E pode estar neles também por semelhança, quando esses seres inteligentes possuem a graça santificante, a vida divina, neles. Mas Deus não está presente pessoal e substancialmente nos homens e nos anjos.


Deus está presente por sua graça, quando dois ou mais fiéis se reúnem em seu nome. Mas Deus não está presente pessoal e substancialmente nesse grupo de fiéis.


Mas na hóstia Consagrada, Nosso Senhor Jesus Cristo está real e substancialmente presente sob as espécies ou aparências (acidentes) de pão e de vinho.


Se alguém quiser conhecer melhor esse problema da presença de Deus em todas as coisas, consulte a Suma Teológica de s”ao Tomás, I, Q. 8, a, 1 a 4. No artigo 3 dessa questão 8, que trata da ubiqüidade de Deus, São Tomás ensina:


“Diz-se que está por presença em tudo que seu olhar atinge, e deste modo tudo quanto há numa casa está presente, àquele que, entretanto, não está em substância em cada uma de suas partes” (...) “Deus está em todos os seres por potência,porque tudo está submetido a seu poder. Está por presença, porque tudo está patente e nu ante seus olhos. Está por essência, porque Deus atua em todos como causa de seu ser”(São Tomás, Suma Teológica , I, q. 8, a 3).


O que esse padres fazem, iludidos ou fundamentando-se pela ambigüidade “diplomática” do texto da Sacrossanctum Concilium, é igualar a presença real de Cristo na eucaristia com a presença de Cristo em todas a coisas, de modo análogo e não substancial.


Nesse ponto da entrevista, Padre Fábio de Melo pegou em seu livro, feito em parceria como “o Gabriel” e leu:


"Essa mística nos permite uma aproximação ainda mais interessante da eucaristia, acontecimento ritual que nós católicos chamamos de "a presença real de Cristo". O que é a presença real? a matéria consagrada? o pão e o vinho somente?" Não estou dizendo que não é né? Estou dizendo: só isso? É só nisso que acreditamos a presença real? Não:


"juntamente com as duas substâncias está o bonito e sugestivo significado da ausência." Por que é aqui que a eucaristia coloca a sua força”.( O destaque é nosso)


Pe. Joãozinho: É o mistério. O que você chama de ausência é mistério...”.


Note-se bem: a mística da eucaristia, para Padre Fábio de Melo, é “acontecimento ritual que nós católicos chamamos de "a presença real de Cristo".


Nós católicos chamamos a eucaristia de "a presença real de Cristo".


Chamamos não significa cremos.


Daí, vem um trecho já criticado pelo senhor Ronaldo Mota no site Montfort:


“O que é a presença real? a matéria consagrada? o pão e o vinho somente?" Não estou dizendo que não é né? Estou dizendo: só isso? É só nisso que acreditamos a presença real?”.


E a essa pergunta errada Padre Fábio de Melo dá uma resposta absurda:


“Não: "juntamente com as duas substâncias está o bonito e sugestivo significado da ausência." Porque é aqui que a eucaristia coloca a sua força”.


Na Eucaristia, "juntamente com as duas substâncias” (pão e vinho), estaria o significado não da presença de Cristo, mas de sua “ausência”.


Dizer que na Eucaristia há duas substâncias é herético.


E o “bonito” da Eucaristia, a sua “força” viria da “ausência” de Cristo. Além de heresia, isso é um absurdo.


Tudo isso é doutrina contrária à fé católica.


Padre Fábio de Melo não é católico. É um exibido galã herege. Especialista em maquiagem e xampus.


Padre Fábio de Melo vai além em sua ousadia, ao dizer:


“Mas a presença real de Jesus sugere que está no corpo, no pão e no vinho, mas que quando eu comungo este corpo e o vinho eu me transformo nesta presença de Cristo na história também”.


Se Padre Fábio de Melo é hoje a presença de Cristo no mundo, fica pelo menos em parte explicado porque o mundo vai tão mal.


E em sua presunçosa sapiência modernistóide esse Padre diz ainda:


“Gente, o bonito da eucaristia é claro, o que se desdobra de tudo aquilo que nós acreditamos, que é o estar juntos. A última ceia é isso”.(Os destaques são nossos)


Parece até que, quando e Padre Fábio de Melo diz que algo é bonito, ele atingiu o máximo de sua capacidade intelectual de sua adjetivação. A eucaristia seria o que se desdobra, que acreditamos, que é “o estar juntos”.


Lindo, né?


Mas confuso, esquisito e muito ambiguamente errado.


Pior: naturalismo rasteiro e heresia completas.


Quem crê que a Eucaristia é só algo bonito perdeu o sentido mais profundo da Fé na Eucaristia. Reduziu a Eucaristia a um valor natural. Pois Padre Melo não tem Fé. Ele até acha que “a fé é uma coisa feita para ser perdida” (Cfr. http://www.fabiodemelo.com.br/videos/religiao.wmv)


Padre Fábio de Melo expressa escandalosamente sua noção modernista de fé.


Fé, para esse padre, é algo que precisa mudar sempre, precisa mesmo ser perdida. Citamos o que ele diz em um vídeo, no qual ele, enquanto diz heresias, vaidosamente expõe, em close, partes do rosto dele…


“Por isso é que a natureza da religião é mover. Ela move e faz com que a gente se desinstale o tempo todo. Por isso que eu acho maravilhoso, quando as pessoas dizem:


“Padre, eu acho que eu estou perdendo a fé”


- “Que bom!”


“Fé foi feita para ser perdida, porque o tempo todo nós precisamos de uma nova expressão de Fé.


“E eu não posso continuar com uma fé, se eu não perco aos poucos aquela compreensão que tive. Porque fé é amadurecimento. É processo humano de crescimento, né.


“Não posso admitir a possibilidade de ficar tendo a mesma fé que a minha mãe me ensinou, Aquela eu já perdi há muito tempo”.


Em resposta a uma carta que lhe foi enviada, Padre Melo escreveu:


“O que sabemos do Cristo é processual. É assim que o Espírito Santo trabalha na vida da Igreja. A Teologia está a caminho. A grandeza da Revelação não cabe nos documentos que temos, nem tampouco na Teologia que já sistematizamos. O dogma evolui, pois é verdade santa. Tudo o que é santo, movimenta, porque é vivo” (http://exsurge.wordpress.com/2009/07/20/resposta-a-carta-aberta-pe-fabio-de-melo/)


Ai está escarrapachada a heresia modernista da evolução do dogma, condenada por São Pio X, na Pascendi.


Padre Melo perdeu a Fé, porque tem um conceito evolutivo de fé. A heresia modernista é que ensina que a Fé muda continuamente e sempre. E a Fé católica é imutável, pois Nosso Senhor disse que passariam o céu e a terra, mas que suas palavras permanecem eternamente.


Padre Fábio de Melo é um herege completo. Ele não é católico. E se Padre Joãozinho defende esse mesmo conceito de fé de Padre Melo, ele também é herege como ele.


Padre Fábio de Melo é herege confesso. E com o aplauso e apoio doutoral do Padre Joãozinho.


Depois disso, na tal entrevista citada, veio a negação de que não temos provas da Ressurreição de Jesus:


“Padre Fábio de Melo: “Até mesmo a Ressurreição de Jesus, nós não temos provas materiais da Ressurreição de Jesus, isso é um fato. É Fé. Se nós tivéssemos a prova concreta não precisaríamos ter Fé. Nós acreditamos na Ressurreição sobretudo por causa do testemunhos dos apóstolos. Isso também é prova de Ressurreição, mas não é essa prova empírica, material que muitas vezes as pessoas querem ter, padre”.


É verdade que cremos na Ressurreição pela palavra de Maria Madalena e dos Apóstolos registradas nos Evangelhos. Mas dizer que não se tem prova da ressurreição de Jesus é lançar dúvida sobre esse fato. Prova testemunhal é prova também. E o testemunho dos Evangelhos é divino.


Padre Fábio de Melo, pelo que diz da ausência de prova empírica da ressurreição, insinua heresia tão grosseira, tão bruta, que nem é preciso responder.


Veja-se o que disse Padre Joãozinho sobre o testemunho da Ressurreição de Jesus dado por Santa Maria Madalena:


“Pe. Joãozinho: Só queria lembrar nesse contexto Maria Madalena, Fábio, é fantástico né? Primeiro, ela diz assim "levaram meu Senhor e não sei onde O puseram". Eu acho que a Maria Madalena anda dizendo isso quando vê as igrejas vazias na Europa, quando vê as congregações morrendo na Holanda, na Bélgica, né? "Levaram o meu Senhor". Quando vem alguns teólogos ateus, não é? defendendo uma teologia medíocre, dizem assim "Levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram"... mas depois ela diz "Eu vi o Senhor". Quer dizer, a experiência da fé que vê para além da ausência. É isso.”.


Pe. Fábio de Melo: “Isso é muito lindo”.


Dizer que a Fé é uma experiência é tese da heresia modernista condenada pela encíclica Pascendi de São Pio X.


Em resposta à crítica de um padre, que, como nós, acusou Padre Joãozinho de ensinar doutrina contrária à da Igreja sobre a ressurreição de Cristo, o acusado respondeu confirmando que a “a experiência de fé da Igreja passou pela experiência de fé de Maria Madalena”.


Eis a resposta de Padre Joãozinho a Padre Elílio:


“Padre Elilio


“Não acredito ter afirmado que “A Ressurreição foi simplesmente fruto das ’saudades’ dos discípulos ou de uma ‘intuição’ de Madalena”. Seria simplória heresia. O programa foi gravado próximo do dia 22 de julho, festa de Santa Maria Madalena. Sem dúvida ela foi a PRIMEIRA a ver o Redentor ressuscitado (cf. Mc 16,9). Seu testemunho foi muito importante para a Igreja dos primórdios. Conforme diz a coleta deste dia: “Ó Deus, o vosso Filho confiou a Maria Madalena o primeiro anúncio da alegria pascal; dai-nos, por suas preces e a seu exemplo, anunciar também que Cristo vive…” Neste sentido podemos dizer que a experiência de fé da Igreja passou pela experiência de fé de Maria Madalena”.(Polêmicas no debate com Pe. Fábio de Melo http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/ on agosto 4th, 2009. Os destaques são nossos).


A Igreja, de seu lado, sempre cantou que:


“Credendo est magis soli
Mariae veraci,
quam judaeorum
turbae fallaci”.(Sequência Victimae paschali.)


[Deve-se acreditar mais em Maria que era veraz,
Do que nas turbas falazes dos judeus].


Poder-se-ia cantar que, hoje, se deve crer, sem comparação, muito mais em Santa Maria Madalena, que é veraz, do que na falácia dos exibidinhos doutores de teologia modernista e de tantos professores de seminário, doutores de dúvida e de mentiras...


*****


Para concluir queremos agradecer a Deus por ter permitido que, na própria tentativa de defender seus erros, esses padres tenham manifestado ainda mais claramente a sua heterodoxia, deixando patente serem seguidores da hermenêutica da ruptura do espírito do Concílio Vaticano II, condenada por Bento XVI.


Deus seja louvado, porque assim ficou demonstrado que é nas ambigüidades da letra do Vaticano II que nasce a leitura do “espírito do Concílio” condenado por Bento XVI e adotado por esses padres.


Deus seja louvado e a Virgem Maria bem agradecida, por permitir pôr a nu os sofismas e a ignorância metafísica desses pobres doutores de dúvida, de ambigüidade e de mentira.


São Paulo, 8 de Agosto de 2009.
Orlando Fedeli


Adendo:


Entrevista herética do Pe. Fábio de Melo.
A partir do 1min32seg da gravação como postada em http://www.youtube.com/watch?v=ujp5U6ND1W4&feature=related


(...)


Pe. Fábio de Melo: Inclusive padre, eu quero... a gente foi... eu particularmente fui acusado por um site conservador que você conhece bem, que é a Associação Montfort né, que eles são muito tradicionalistas, acusaram de um determinado momento do livro que eu disse que eu não acredito na presença real de Jesus na Eucaristia. Um absurdo, pegaram uma parte do texto né, mas não leram no contexto. Eu tava [sic] dizendo assim que 'Gabriel, nós não podemos limitar a presença real de Jesus no corpo e no sangue' é muito mais do que isso que sugere né? Estou dizendo, é também presença real de Jesus... o corpo e o sangue, mas é também, e aí vou desdobrando tudo o que a Eucaristia nos sugere como uma continuidade desse acontecimento que não termina.


Pe. Joãozinho: sim o próprio Sto. Agostinho dizia isso: "Cristão receba aquilo que você é". Ou seja: eu, você, nós somos eucarísticos...


Pe. Fábio de Melo: Então se você teve contato com o texto, não se preocupe, as pessoas, é o que o Pe. Joãozinho estava dizendo: nem sempre as pessoas estão preparadas mesmo pra... para...


Pe. Joãozinho interrompe: É que padre... “Povo do Montfort! Leia o Concílio Vaticano II. Eles não querem ler o Concílio Vaticano II”.


Pe. Fábio de Melo: Eles não querem, eles não aceitam.


Pe. Joãozinho: Sacrosantum Concilium número 7 diz "as diversas formas da presença de Jesus são: Eucaristic.... a Eucaristia em primeiro lugar, é a presença maior


Pe. Fábio de Melo: Máxima né.


Pe. Joãozinho: Ele diz assim: "o ponto mais alto, a fonte de tudo"


Pe. Fábio de Melo: o ponto alto.


Pe. Joãozinho: Agora, o irmão é presença eucarística, muitas vezes não se quer reconhecer... né? O irmão é presença eucarística.


Pe. Fábio de Melo: A palavra...


Pe. Joãozinho: A palavra, a comunidade reunida: "dois ou três eu estarei no meio deles". Principalmente o pobre. Jesus disse, Mateus 25, "Ó Lembra, tive nu... estive doente... eu estive na prisão e você foi me visitar". Quer dizer, aquela frase que Deus diz a Bíblia inteirinha "Eu estarei convosco" é um sinônimo de Eucaristia, a presença de Deus.


Pe. Fábio de Melo: Padre, e porque depois eu digo também, leio aqui [Nesse momento o
Pe.. Fábio de Melo pega o seu livro e começa a ler um trecho]: "Essa mística nos permite uma aproximação ainda mais interessante da eucaristia, acontecimento ritual que nós católicos chamamos de "a presença real de Cristo". O que é a presença real? A matéria consagrada? O pão e o vinho somente?" Não estou dizendo que não é né? Estou dizendo: só isso? É só nisso que acreditamos a presença real? Não: "juntamente com as duas substâncias está o bonito e sugestivo significado da ausência." Por que é aqui que a eucaristia coloca a sua força.”


Pe. Joãozinho: É o mistério. O que você chama de ausência é mistério...


Pe. Fábio de Melo: É Jesus que diz "Fazei isto até que eu volte" não é verdade? "Celebrai esse mistério até que eu retorne", certo? Mas a presença real de Jesus sugere que está no corpo, no pão e no vinho, mas que quando eu comungo este corpo e o vinho eu me transformo nesta presença de Cristo na história também”.


Pe. Joãozinho: Mas sabe, Fábio, tem gente que quer ser tão ortodoxo que acaba se tornando herege... É, veja por exemplo: uma pessoa me disse durante a expocatólica há algum tempo, lá no Anhembi em São Paulo, me deixou assustado isso, disse assim, que "imagina, se eu beber o sangue de Cristo, por mais que eu beba eu não estarei bebendo nenhuma bebida alcoólica, eu estou bebendo sangue."
"Pera aí", eu falei "você está bebendo vinho, materialmente. Substancialmente você está se alimentando do Sangue de Cristo. Sangue na Bíblia significa vida. Então se você beber dois litros de vinho consagrado de Sangue de Cristo você vai ficar alcoolizado, porque aquele vinho consagrado continua sendo alcóolico". Então, a pessoa confundiu transubstanciação com transmaterialização. Tanto que lá naquele milagre eucarístico de Lanciano, no norte da Itália, o Corpo e o Sangue de Cristo viraram carne e sangue... É um milagre eucarístico, tá até hoje preservado lá. Só que a Igreja não preserva mais no sacrário. E ninguém poderia comungar aquilo. A Igreja tem consciência de que aquilo não é mais Eucaristia. Opa! Não é Eucaristia por quê? Porque não é mais pão e vinho. Agora é carne e sangue. Nós não somos antropófagos, a Eucaristia não é antropofagia. Não é comer carne e beber sangue.


Pe. Fábio de Melo: Eu falo isso aí também na carta.


Pe. Joãozinho: né?


Pe. Fábio de Melo: Justamente.


Pe. Joãozinho: É alimento, é sacrifício. Não é sofrimento. Muita gente diz assim, confunde sacrifício com sofrimento. "O sofrimento de Cristo me salvou". Não foi o sofrimento de Cristo que te salvou. Foi a entrega, ou seja, o sacrifício. Sacrifício é diferente, muito diferente de um sofrimento. Aí cria o dolorismo cristão. No fundo esse pessoal é materialista.


Pe. Fábio de Melo: Porque acredita que a presença real de Jesus é material, e que nós temos ali e que aquilo esgota o significado da Eucaristia. Gente, o bonito da eucaristia é claro, o que se desdobra de tudo aquilo que nós acreditamos, que é o estar juntos. A última ceia é isso.


Pe. Joãozinho: Vamos supor que na última ceia, ao invés da última ceia, em outro momento, Jesus cortasse um pedaço do seu dedo e deixasse para os apóstolos e dissesse: "Ó, cada vez que vocês sentirem saudade de mim, olhem para um pedaço do meu dedo". Ele não fez isso, Ele pegou pão e vinho e disse "isso é o meu corpo" e "isto é o meu sangue". Pela fé nós acreditamos que substancialmente a Pessoa de Jesus está presente no vinho, não o dedo de Jesus.


Pe. Fábio de Melo: E mesmo porque se fosse assim, a Igreja não iria recomendar que os padres que tenham problema com alcoolismo, possam celebrar com suco de uva. Não é verdade?


Pe. Joãozinho: É verdade.


Pe. Fábio de Melo: Em situações extremas, o padre está em tratamento, ele não vai beber do sangue, do álcool.


Pe. Joãozinho: Ou se tomar algum remédio, não pode...


Pe. Fábio de Melo: Ou então tem... Eu por exemplo, na época que eu tive hepatite eu não podia, e até hoje eu tomei o hábito de não ficar tomando grandes quantidades do vinho, porque eu preciso cuidar da minha saúde. A Igreja me possibilita isso. Então se a gente fosse prender a essa materialidade da Eucaristia, nós temos muito poucos recursos para acreditar né? Até mesmo a Ressurreição de Jesus, nós não temos provas materiais da Ressurreição de Jesus, isso é um fato. É Fé. Se nós tivéssemos a prova concreta não precisaríamos ter Fé. Nós acreditamos na Ressurreição sobretudo por causa do testemunhos dos apóstolos. Isso também é prova de Ressurreição, mas não é essa prova empírica, material que muitas vezes as pessoas querem ter, padre. É muito triste quando nós vemos que, quando a gente percebe que a religião está cada vez mais materializada. Engraçado que isso é uma tendência ocidental né? Nós ocidentais temos muita necessidade de pegar, de provar. Os orientais não. Se você pega os escritos dos grandes místicos orientais você vai ver o tanto que eles são capazes de lidar com as metáforas, sem pensar que a metáfora é uma mentira, mas ao mesmo tempo sem levar a metáfora ao pé da letra. É o que ela sugere que é o ponto mais importante.


Pe. Joãozinho: É sensibilidade com relação ao mistério. Que o mundo moderno tem dificuldade...


Pe. Fábio de Melo: A palavra é essa: "sensibilidade com o mistério", perfeito.


Pe. Joãozinho: O mundo moderno, ele é racional, ele acredita nas razões, né? mas "o coração tem razões" Blaise Pascal já disse né? "que a própria razão desconhece".


Pe. Fábio de Melo: padre...


Pe. Joãozinho: Só queria lembrar nesse contexto Maria Madalena, Fábio, é fantástico né? Primeiro, ela diz assim "levaram meu Senhor e não sei onde O puseram". Eu acho que a Maria Madalena anda dizendo isso quando vê as igrejas vazias na Europa, quando vê as congregações morrendo na Holanda, na Bélgica, né? "Levaram o meu Senhor". Quando vem alguns teólogos ateus, não é? defendendo uma teologia medíocre, dizem assim "Levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram"... mas depois ela diz "Eu vi o Senhor". Quer dizer, a experiência da fé que vê para além da ausência. É isso.


Pe. Fábio de Melo: Isso é muito lindo.


Pe. Joãozinho: E ela foi a primeira. É da fé, é da visão de Maria Madalena que bebeu Pedro, João, Tiago e até Tomé...


Pe.. Fábio de Melo: Você acha que a gente pode falar de que hoje, por exemplo, essa materialização da fé, isso é uma involução? Quando nós precisamos materializar demais, se eu não vejo a imagem que chora, se eu não vejo um milagre, eu não consigo acreditar em Deus. Isso é uma forma de involuir do ponto de vista espiritual.


Pe. Joãozinho: Involução e é fetichismo.


Pe. Fábio de Melo: Porque essa sensibilidade espiritual, isso foi muito interessante, essa "sensibilidade ao mistério" que foi a expressão que você usou. Quando você percebe que algumas pessoas simples não carecem disso para crer. A sensibilidade ao mistério é tão grande que...[vinheta do programa interrompe].


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