sábado, 29 de agosto de 2009

Telemaníacos.


No meio do caminho tinha uma Lan house
No meio do caminho tinha uma Lan house;
tinha uma Lan house no meio do caminho;
No meio, no começo e no fim!
Valha-me Deus, quantas Lan houses, minha cidade tem?


Sei lá quantas, se eu fosse contar demoraria um bom tempo, porque quando estive de férias em janeiro deste ano, percebi que essa mania pegou de verdade e já não é de hoje. O negócio dá dinheiro e têm muitos pais deixando filhos noites inteiras jogando videogame nessas casas que ficam abertas madrugada adentro. O número de Lan houses, deve corresponder à procura de pais que não sabem o que fazer com crianças, adolescentes e jovens que curtem essa mania.

No meio de joguinhos inocentes e divertidos, existem aqueles que fazem da violência o maior canal de entretenimento. Pare um pouco e sinta o cheiro do sangue que jorra da tela do computador, ou da TV, porque a violência está cada vez mais presente nos games e programas televisivos.

Para quê criar, produzir e comercializar esse tipo de game e programa? Quem está envolvido nesse processo de criação, produção e publicidade, tem com certeza, capacidade de reflexibilidade, o que nas crianças está ainda por se desenvolver; elas não têm consciência plena e não sabem quais as reais conseqüências do assistir programas violentos. A faixa etária dos freqüentadores das Lan houses é cada vez menor e, as crianças não conseguem distinguir a fantasia da realidade.

A exposição à violência brutal é capaz de fazer com que a criança perca a sensibilidade diante das fatalidades da vida. Dizer que é de "mentirinha" ou que é "só brincadeirinha e não faz mal", não funciona pois existem muitos estudos de especialistas que comprovam a mudança no comportamento de quem joga esses games ou assiste aos programas violentos de TV.

"O escritor equatoriano Oscar Echevérri costuma ser referência em pesquisas sobre violência urbana. Na obra 'La Violencia: ubicua, elusiva, prevenible', de 1994, Echevérri já afirmava que mais de 3 mil estudos mostram uma correlação entre assistir à violência e possuir uma conduta violenta. Os jogos com armas contribuem, segundo o autor, para legitimar condutas violentas e podem ajudar na formação de personalidades anti-sociais.

[...] O doutor em Sociologia, Valmor Bolan, em artigo publicado na Internet, explica que existe uma certa empolgação nos adolescentes vinda de jogos que estimulam fantasias extravagantes. Jogando, eles supostamente dão asas a desejos que não podem se manifestar no mundo real, geralmente expressões de transgressão e crueldade: eliminar adversários, estraçalhar corpos, ensangüentar vítimas, exterminar criaturas. E o problema, na opinião de Bolan, é quando certos jovens não conseguem deixar esse mundo da fantasia e querem repetir os atos no mundo real." (http://webinsider.uol.com.br/vernoticia.php/id/2327)

Há excesso de realismo nos videogames mais jogados pela galera. Vou citar alguns: No 'GTA', a criança para ganhar, precisa traficar drogas, roubar carros e matar policiais. O 'Counter-Strike' é muito parecido, porque neste, os terroristas lutam contra os policiais. Existem muitos outros games sangrentos e que atiçam a galera como o 'Doom 3', 'Half-Life 2', 'Pacific Assault', 'Carmageddon', 'The Thing' e 'Requiem'.

Há quem diga que esses jogos, ainda que "ultra-hiper-mega-violentos", desenvolvem nas crianças coordenação motora, liderança, fraternidade, raciocínio, etc... e enumeram muitos outros benefícios desse tipo de entretenimento. Vamos parar um pouquinho e pensar!

É preciso tanta violência para desenvolver esses benefícios apontados pelos defensores de jogos violentos? Os fins justificam os meios? Vale tudo para alcançar o objetivo? E qual é objetivo? Produzir entretenimento de qualidade ou ganhar dinheiro usando a mania de jogar com elementos violentos durante todo o tempo? Jogos interessantes com cenas envolventes e histórias eletrizantes, sem excesso de violência, existem e podem ser encontrados, mas o que mais se divulga é justamente esse gênero violento.

Os pais precisam estar atentos, trancafiar os filhos numa jaula na própria casa é algo horrível e desnecessário, mas educá-los é tarefa urgente! Saber conquistar, saber propor e produzir em cada filho consciência crítica diante da televisão e do videogame. Quem ama, educa sem ameaças, coloca limites sem imposições. Os filhos precisam de limites assim como o rio precisa de margens. Rio sem margens vira pântano. Criança sem limites perde o equilíbrio, não amadurece e deixa-se manipular facilmente pelos apelos da mídia que coloca a violência como a melhor e mais lucrativa forma de entretenimento.

Os videogames e programas de TV estão saturados de violência. A maioria deles é um pesadelo de brutalidade, agressão gratuita e sangue; e o pior, sem limites! O problema não está somente nas badaladas noites em casas de jogos para adolescentes e crianças chamadas de Lan houses, a violência entrou nos lares sem pedir licença.

Criando "brinquedinhos" que imitam armas, que imitam a própria violência faz-se um mal que frustra o ser humano como pessoa, desviando-o do processo de sua realização. Frases como "o prêmio é de quem matar mais pessoas, atropelando, arrancando o pescoço,..." tornam-se mais freqüentes na sala de muitas casas onde existem crianças. Enquanto a violência der dinheiro e for útil, os games/programas que jorram sangue continuarão sendo criados, produzidos e exibidos. O utilitarismo aqui é MACABRO!

Quem investe contra a vida humana, luta contra o próprio Deus! Pais, por favor não financiem este tipo de entretenimento! É preciso educar para o amor e não para a violência! Que esta campanha da fraternidade faça-nos viver a cultura da paz e do amor, banindo de nosso meio todo tipo de violência manipuladora, ódio e indiferença!
"Felizes os que promovem a paz!"

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