quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Mundo: Grande Hospício.

MUNDO: GRANDE HOSPÍCIO

(1 Cor 3, 19)



“... pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus”.



Como um católico, filho de Deus, pode desejar a amizade do mundo inimigo de Deus?

Em Jo 15, 18-19 diz: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro, me odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo e minha escolha vos separou do mundo, o mundo, por isso vos odeia”.

Jesus afirma que entre ELE e o MUNDO como REINO do PECADO não há possibilidade de acordo: quem vive no pecado aborrece a luz: “Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque as suas obras eram más. Pois quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam demonstradas como culpáveis” (Jo 3, 19-20). Por isso perseguiram a Cristo e perseguirão também os Apóstolos: “A hostilidade dos perversos soa como um louvor para a nossa vida, porque demonstra que temos pelo menos algo de retidão enquanto somos incômodos para os que não amam a Deus: ninguém pode ser agradável para Deus e para os inimigos de Deus ao mesmo tempo. Demonstra que não é amigo de Deus quem busca agradar aos que se opõem a Ele: e quem se submete à verdade lutará contra o que se opõe à verdade” (São Gregório Magno).

Se Nosso Senhor Jesus Cristo AFIRMA que entre ELE e o MUNDO como REINO do PECADO não há possibilidade de acordo; por que, então, milhões de católicos insistem em buscar a amizade do mundo? “Se o mundo odeia o cristão, porque tu o amas, a ele que te aborrece, e não preferes seguir a Cristo que te remiu e te ama?” (São Cipriano).

A SABEDORIA desse MUNDO é GRANDE LOUCURA diante de DEUS. Toda a sabedoria do mundo comparada com a sabedoria infinita de Deus é pura ignorância: “Todo o ser das criaturas comparado ao ser infinito de Deus nada é. Resulta daí que a alma, dirigindo suas afeições para o criado, nada é para Deus, e até menos que nada, pois, o amor a assemelha e torna igual ao objeto amado e a faz descer ainda mais baixo. Esta alma tão apegada às criaturas não poderá de forma alguma unir-se ao ser infinito de Deus, porque não pode existir conveniência entre o que é e o que não é. Descendo a alguns exemplos particulares, vemos que toda a beleza das criaturas comparada à infinita beleza de Deus não passa de suma fealdade, segundo diz Salomão nos Provérbios: ‘A graça é enganadora e vã a formosura’ (Pr 31, 30). A alma, presa pelos encantos de qualquer criatura, é sumamente feia diante de Deus, e não pode de forma alguma transformar-se na verdadeira beleza, que é Deus, pois a fealdade é de todo incompatível com a beleza. Todas as graças e todos os encantos das criaturas, comparados às perfeições de Deus, são disformes e insípidos... A alma, prendendo seu coração aos bens deste mundo, torna-se viciosa aos olhos de Deus; e assim como a malícia não pode entrar em comunhão com a bondade, também esta alma não se poderá unir perfeitamente ao Senhor, que é a bondade por essência. Toda a sabedoria do mundo, toda a habilidade humana comparadas à sabedoria infinita de Deus são pura e suprema ignorância” (São João da Cruz), e: “A sabedoria do mundo não é senão falsidade e mentira. É falsa em seu princípio, falsa nas suas virtudes, falsa nos seus vícios... A sabedoria do mundo é falsa em suas virtudes. Ela só se humilha para se exaltar; finge calar-se para que melhor a ouçam; mostra não se importar com as coisas para as obter; sofre as injúrias por não poder vingar-se; é paciente, esperando ocasião de se irritar, caridosa quando lhe convém, religiosa quando é um meio de agradar aos outros; é em tudo falsidade e hipocrisia” (M. Hamon) .

No MUNDO, como REINO do PECADO, não há nada de bom.

Nele não há VERDADE: “Rogarei ao Pai que envie a vós o Espírito da verdade que o mundo não pode nem receber nem conhecer” (Jo 14, 17); não há AMOR: “Como vós não sois do mundo, o mundo vos odeia; ele só ama os seus” (Jo 15, 19); não há PAZ: “Dou-vos e vos deixo a minha paz; não faço como o mundo!” (Jo 14, 27) e não há SALVAÇÃO: “Eu não rogo pelo mundo!” (Jo 17, 9).

Católico, fuja desse mundo inimigo de Deus e das almas imortais... ele não pode lhe oferecer nada de bom: “Vi que a felicidade no mundo não existe, sempre seu trato me deixa um vazio... Por tudo o que vi e ouvi, formei uma idéia muito pouco favorável das festas sociais, pois me pergunto como podem chamar divertida uma coisa assim, onde se ouvem puras tolices... Vejo que tudo o que é do mundo é vaidade... Que papéis tão ridículos deve-se representar nesses salões da sociedade... É inato na criatura o desejo de sobressair. Mas, se pensarmos de que servem esses triunfos sociais que da noite para o dia se dissipem... Esses aplausos fingidos o mais das vezes o que são? O que fica de proveito senão um orgulho secreto na alma?” (Santa Teresa dos Andes), e: “O amor de Deus e o amor do mundo não podem coabitar num mesmo coração; não se pode com um olho olhar o azul do céu e, com o outro, olhar o lodo da terra” (Pe. João Colombo).



Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 30 de agosto de 2011


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