sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Satã fala a um Espírita.

Há  tempos, (na década de 1910/1920), um franco-mação convertido publicou no jornal La Vérité , algumas confidências feitas a ele, segundo parece, pelo próprio Satanás a um espírita:

Ei-las:

«....Cubro o mundo de ruínas, inundo-o de sangue e de lágrimas, deformo o que é belo, sujo o que é puro, destruo o que é grande, falo todo o mal que posso  e quereria poder aumentá-lo até ao infinito. Todo eu sou ódio, ódio, simplesmente ódio! Se conhecesses a profundidade, a latitude e a amplitude deste ódio,terias uma inteligência maior que todas as inteligências que existiram deste o princípio da humanidade, ainda mesmo que essas inteligências estivessem todas reunidas muma só!...

..... E quanto mais odeio, mais sofro: o meu ódio e o meu sofrimento são, como eu, imortais: não posso deixar de odiar, como não posso deixar de viver. Mas queres saber o que redobra este sofrimento, o que aumenta este ódio? É que - eu bem o sei! – faço tanto mal inutilmente !... inutilmente? – não!

Não, que eu tenho alegria (se a isto se pode chamar alegria! – e, se o fosse, seria a única alegria que poderia ter) sinto prazer em matar almas, por amor das quais Ele (Jesus) derramou o seu Sangue, morreu, ressuscitou e subiu ao Céu!

Oh! Sim, procuro com a maior tenacidade tornar vãs sua Incarnação, sua Morte – a morte dum Deus! Torno-as vãs para as almas que mato. Compreenderás tudo isto? – Matar uma alma!!! Ele criou-a à Sua imagem, formou-a à Sua semelhança – amou-a com amor infinito a ponto de se deixar crucificar por causa dela!...

E eu arrebato-Lhe essa alma, roubo-Lha, assassino-a, condeno-a às minhas penas, odeio-a raivosamente! Ela preferiu-me ao seu Salvador; e todavia eu não desci do Céu por causa dela, mem morri por amor dela !...

Qual a razão porque  te faço estas confidências? Tu vais fugir-me: vais talvez converter-te – também tu! – em virtude destas imprudentes declarações!  E todavia tenho de tas fazer: Ele (Jesus) a isso me obriga servindo-se de mim contra mim mesmo!

E eu tenho-O sempre diante dos olhos da minha inteligência. Sim, vejo sempre a Deus, tal qual era quando eu O adorava com tão extraordinários transportes de amor, tal que todos os corações de seus santos se despedaçariam, se o tivessem possuído como eu!... Se tu tivesses visto, se te fosse dado ver essa Luz, essa Beleza, essa Bondade, essa Grandeza, essa Perfeição!... E – louco - tudo perdi!

Eu era tão feliz, tão feliz, tão feliz! Agora sou tão desgraçado, tão desgraçado, eternamente desgraçado!... E odeio-O Se soubesses quando O odeio: a Ele, à sua Divindade, à sua Humanidade, aos seus Anjos, aos seus Santos, a sua Mãe, principalmente a sua Mãe! Foi Ela que me venceu!... 

Queres ter uma ideia aproximada de quanto eu sofro e quanto odeio? Repara bem: sou capaz de ódio e de dor na mesma medida em que fui capaz de amor e de gozo. Eu Lúcifer, tornei-me Satanás (aquele que é sempreadversário).

Neste momento tenho toda a terra no meu pensamento todos os povos, todos os governos, todas as leis. Ainda mais: tenho os cordelinhos de todo o mal que se prepara. E todas as minhas maquinações são dirigidas contra esse homem, esse velho que se chama Papa. Ah! Não poder aniquilar o Papa! O Papa aniquilado!!!

Mas podendo, é certo, tentar o homem que é Papa, não posso de modo nenhum levar  este homem a proferir um erro. Se tu compreendesses bem isto! Está com ele o Espírito Santo que lhe assiste. E o Espírito Santo não deixa dizer uma heresia nem ensinar uma doutrina mesmo duvidosa, quando fala como Papa. Oh! Como vês, è uma coisa assombrosa esta: um Papa!

Eu também tenho na terra a minha igreja. Na minha igreja, há também uma Companhia de Satanás, como há entre vós a Companhia de Jesus. Sabes qual é? Não? Pois eu to digo: Os meus “jesuítas” são os Franc-Mações (que bem podiam denominar Satanistas).

Mas eles nada podem contra a Igreja. Podem, é certo, persegui-la como Nero, como Domiciano, como os Jacobinos, mas depois!... depois?!... Que resulta afinal dessas perseguições? – Sei perfeitamente que hei-de de ser sempre vencido!...

Mas, ainda assim, vou conseguindo isto – matar-Lhe almas. Vou-Lhe matando almas: Alma imortais, almas que Jesus comprou a preço de seu Sangueno Calvário!...

Ah! Como são loucos os homens! Tanto custaram a Jesus!... E eu compro-os por um pouco de Orgulho, por um pouco de ouro, por uma pouca de lama! Dize-me: imaginas quanto Ele sofreria, se pudesse sofrer?.. Não me importa: todo o meu empenho é matar-Lhe almas, almas, muitas almas »! 


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