quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Transformar a Casa de Deus num espetáculo de música setaneja?

Blumenau (SC): Missa sertaneja com Raiz e Sertão, a dupla 100% caipira e religiosa. 

Conforme disse Frei Alberto Beckhäuser, em recente artigo que publiquei aqui no site:

"Hoje em dia muitas celebrações litúrgicas, em vez de levarem ao repouso, conduzem a um verdadeiro cansaço, as Missas estão se tornando insuportáveis devido ao estrépito, à barulheira do canto, dos conjuntos musicais. Ora, a sagrada Liturgia não constitui um espetáculo. Por isso, as nossas celebrações devem voltar a ser mais contemplativas dos mistérios de Cristo que se tornam presentes, onde entrará sobretudo a linguagem da escuta atenta, da acolhida, da contemplação, dos ritos em si mesmos, inclusive, do silêncio".

Também o Arcebispo Dom Ranjith, que entende de Liturgia. Foi, de fato, Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos antes de Bento XVI nomeá-lo, no ano passado, arcebispo de Colombo, no Sri Lanka, recentemente náo permitiu mais os cantos e danças durante a missa. Ele disse o seguinte, a seus sacerdotes e fiéis: "Nenhum padre, conseqüentemente, diocesano ou religioso que seja, proveniente de uma outra arquidiocese ou mesmo do exterior, está autorizado a modificar, adicionar ou suprimir qualquer coisa no rito sagrado da missa. Não se trata de uma novidade, mas de uma decisão tomada em 1963 pela Constituição “Sacrosanctum Concilium” (22, 3), a Constituição Dogmática sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II, posteriormente reiterada várias vezes em documentos como “Sacramentum Caritatis”, de Sua Santidade Bento XVI, e “Ecclesia de Eucharistia” do Papa João Paulo II, de venerada memória. A música desordenada e ensurdecedora, as palmas, os longos discursos e os gestos que perturbam a sobriedade da celebração não são autorizados. Deus fala e nós devemos escutá-Lo; para ouvir bem, o silêncio e a meditação são mais necessários que a exuberância cacofônica; os sacerdotes devem pregar a Palavra de Deus sobre os mistérios litúrgicos celebrados". 

Já o Monsenhor Nicola Bux, declara: “A liturgia é sagrada, divina e gloriosa; ela é vertical no sentido de tender em direção ao Alto, em direção à Beleza e ao Céu. Ela não é algo circular ou horizontal, algum tipo de estádio esportivo, assembléia ou festa. A idéia de uma liturgia frutuosa e criativa inevitavelmente perde o sentido do sagrado e, portanto, nos aliena de Deus e nos leva ao pecado. Celebrar Missas criativas é uma profanação do sentido de sagrado porque isso nos afasta de Deus".

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