Exortações sobre os divertimentos perigosos, fuga das ocasiões de pecado, especialmente a lascívia, a pornografia, a imodéstia no vestir, as drogas, as falsas religiões e a negação da fé católica presentes nas letras de tantos sambas enredo? Que nada! A ordem do dia é valorizar a cultura popular! São Pio X, rogai por nós!
Arcebispo do Rio de Janeiro envia comitiva de três padres para abençoar o Carnaval do Rio.
Novo Sambódromo é inaugurado com oração.
O Sambódromo, no Centro do Rio, que foi reinaugurado no domingo, 12 de fevereiro, contou com as presenças do Vigário Episcopal para a Comunicação Social, Cônego Marcos William Bernardo, que representou o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, e dos Padres Omar Raposo e Jorge Luiz Neves (Jorjão).
Durante a cerimônia de inauguração, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Jorge Castanheira, pediu que São Sebastião, padroeiro da cidade, proteja a todos e desejou um feliz Carnaval.
Componentes e baianas de diversas escolas de samba se reuniram para a lavagem da pista, e também para um momento de oração com o Cônego Marcos William.
Segundo o Cônego, a Arquidiocese do Rio esteve presente para sublinhar o samba como manifestação popular. Logo depois, pediu a todos que dessem as mãos e rezassem um Pai Nosso. Sambistas e foliões, em silêncio, se uniram na oração e, na sequência, o ator Milton Gonçalves leu uma poesia para homenagear todas as escolas de samba do Grupo Especial, o prefeito Eduardo Paes e o arquiteto Oscar Niemeyer, presentes à cerimônia.
Após passar por reformas, que o deixou conforme o arquiteto Oscar Niemeyer projetou há quase 30 anos, a reinauguração do Sambódromo começou com o prefeito cortando, junto com a Confraria do Garoto, a faixa que abre as novas arquibancadas do setor par, ao som do Hino do Rio de Janeiro, “Cidade Maravilhosa”. Logo após, teve início a “Corre Aí na Sapucaí”, onde cerca de mil atletas e foliões participaram de uma corrida de 5,5 quilômetros, que marcou o local como a primeira instalação esportiva das Olimpíadas Rio 2016, onde terão lugar a largada e a chegada da maratona dos Jogos Olímpicos e as provas de tiro com arco nos Jogos Olímpicos e Jogos Paraolímpicos.
Após a premiação da corrida, um painel de ladrilhos com agradecimentos de Oscar Niemeyer ganhou destaque. Na sequência, foram descerradas placas comemorativas de inauguração do novo espaço.
O evento contou com ainda com as presenças do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, e do secretário municipal de Turismo e presidente da Riotur, Antônio Pedro Figueira de Mello.
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Prefeito do Rio: “Nunca tomei tanto passe na minha vida. Agora estou protegido”.
O Globo – O templo do samba recebeu na noite deste domingo as bênçãos dos santos e dos orixás. Com direito a incenso, galhos de arruda, água de cheiro e vassouras de ervas, 680 baianas fizeram, debaixo de chuva, uma lavagem simbólica da pista para trazer boas energias. Numa cerimônia ecumênica, as baianas — todas integrantes de escolas de sambas — mesclaram o ritual dos terreiros de umbanda e candomblé, onde muitas praticam sua fé, à religião católica e fizeram o primeiro grande espetáculo do novo Sambódromo.
Acompanhadas por percussionistas de escolas do Grupo Especial, as baianas atravessaram toda a extensão da Marquês de Sapucaí. Sob o comando do Mestre Casagrande, da Unidos da Tijuca, os ritmistas marcaram o desfile com o som característico dos terreiros, tirado dos atabaques incluídos entre os instrumentos usados pelas baterias das escolas. Além disso, foram tocados sambas clássicos que marcaram a história dos desfiles.
Nesi Noronha, de 63 anos, nascida e criada no Morro do Salgueiro, também participou do evento ecumênico, que contou com uma imagem de São Sebastião, o padroeiro da cidade.
— É muito gostoso participar dessa purificação do Sambódromo. É uma sensação maravilhosa para nós, que somos mães do samba — disse a baiana.
O evento contou com a presença do padre Marcos Willian, representando dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio, que deu a sua benção aos integrantes de todas as agremiações. Também participaram da cerimônia a cantora Alcione, representando a Mangueira; Elimar Santos, representando a Imperatriz Leopoldinense; e Milton Gonçalves, que este ano vai desfilar na Portela.
Beija-flor encerra temporada de ensaios
O prefeito Eduardo Paes também participou da cerimônia e, ao fim do desfile, fez graça:
— Nunca tomei tanto passe na minha vida. Agora estou protegido.
Depois do desfile das baianas, foi a vez de os integrantes da Beija-Flor de Nilópolis, campeã do carnaval de 2011, passarem pela avenida. A escola encerrou a temporada de ensaios técnicos e fez o teste de som e iluminação da avenida.
Com show agendado no interior de São Paulo, Neguinho da Beija-Flor não conseguiu chegar a tempo na Sapucaí para ensaiar com a escola, que este ano homenageia no enredo os 400 anos de São Luís, a capital do Maranhão. Na ausência do intérprete, cantores da azul e branca tomaram conta do carro de som e agitaram com o animado samba os ocupantes das frisas e arquibancadas – segundo a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), 25 mil pessoas compareceram à última noite de ensaio técnico na avenida.
Maranhense, a cantora Alcione, torcedora da verde e rosa Mangueira, prestigiou o treino da agremiação de Nilópolis. Confirmada no desfile, a “Marrom”, que mais cedo havia participado da cerimônia de lavagem da pista, estava emocionada por ter nascido na cidade escolhida como tema da atual campeã do carnaval.
- Esse carnaval está sendo de muita emoção para mim. O enredo da minha Mangueira é maravilhoso, sobre o Cacique de Ramos, e a Beija-Flor ainda resolve falar da minha terra. É emoção demais para uma cantora só. É bom que não vou precisar arrumar pique para aguentar desfilar nas duas escolas, porque isso eu já tenho de sobra – comentou.
Quem também demonstrou ter muito fôlego foi o arquiteto Oscar Niemeyer, que estava na avenida desde a tarde de domingo, para a cerimônia de reinauguração do Sambódromo, e resolveu ficar para o ensaio da Beija-Flor.
Entre os destaques da noite, as alas coreografadas pelo diretor teatral Hilton Castro, que é responsável pelos movimentos de 1.500 componentes da escola, entre eles os “mendigos” que desfilarão no carro que irá representar o “Cristo Mendigo”, alegoria criada por Joãosinho Trinta em 1989, quando deu o vice-campeonato à agremiação com o enredo “Ratos e urubus, rasguem a minha fantasia”. No ensaio, a fim de surpreender o público no desfile oficial, os 260 componentes do carro não estavam vestindo os trapos que usarão no domingo de carnaval.
A porta-bandeira Selminha Sorriso e o mestre-sala Claudinho também foram um show à parte na passagem da Beija-Flor pelo Sambódromo, assim como a comissão de frente comandada por Fábio de Mello [ndr: é ele?!?! Deve ser outro, mas não deixa de ser irônico... Alguém confirme, por favor!] e a bem entrosada bateria, que tinha à frente dos ritmistas a rainha Raíssa Oliveira, sempre aplaudida pelo samba no pé.
Após o ensaio da Beija-Flor, entrou em cena a turma do Cordão da Bola Preta. O bloco tomou conta da pista de desfiles e foi seguido por quem estava nas arquibancadas.
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