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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Francisco em La Paz: “Devemos construir pontes, em vez de erguer muros" (Ouça).

La Paz (RV) – O Papa discursou à sociedade civil boliviana na Catedral de La Paz no início da noite desta quarta-feira (08/07). Retomando diversos pontos da sua recente encíclica, Francisco convidou os presentes a refletirem sobre uma ecologia integral que considere o homem e a natureza numa relação plena e recíproca. Sobre a questão de uma saída para o mar para o território boliviano, o Papa pediu diálogo: “Devemos construir pontes, em vez de erguer muros”, defendeu o Pontífice.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Papa Francisco: Igreja é ponte que constrói a comunhão (Áudio/Vídeo).



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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira (25/06), na Sala do Consistório, no Vaticano, cerca de cinquenta membros da comunidade da Pontifícia Academia Eclesiástica que concluíram um ano de estudos e vida comunitária. A Pontifícia Academia Eclesiástica é a escola de formação diplomática do Vaticano.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Carta Encíclica Laudato Si, do Santo Padre Francisco (Sobre o cuidado da casa comum).

Foi oficialmente lançada nesta quinta-feira, 18, a nova encíclica do Papa Francisco, “Laudato Si, sobre o cuidado da casa comum”. O título, que significa “Louvado Seja”, remete ao ‘Cântico das Criaturas’ de São Francisco de Assis, religioso que inspirou o Pontífice na escolha do seu nome.

A apresentação do texto foi feita durante coletiva na sala de Imprensa da Santa Sé, da qual participaram o Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, o Metropolita de Pérgamo, John Zizioulas, representando o Patriarcado Ecumênico e da Igreja Ortodoxa; e o fundador e diretor do Potsdam Institute for Climate Impact Research, professor John Schellnhuber.

A encíclica, como disse o Papa Francisco no Angelus de domingo, 14, é direcionada a todos e aborda questões relacionadas ao cuidado com a criação.

O documento é dividido em seis capítulos e possui 192 páginas. Está disponível em italiano, francês, inglês, alemão, polonês, árabe, espanhol e português.

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sábado, 13 de julho de 2013

Editorial: Fim da indiferença (Mp3).

Cidade do Vaticano (RV) - (Clique aqui e baixe o Mp3) Não ser somente um símbolo mas um sinal que indica uma estrada a ser percorrida. O Papa Francisco na última segunda-feira, visitando Lampedusa – ilha situada no extremo-sul da Itália – sacudiu mais uma vez a consciência de todos aqueles que ainda viram o rosto para o outro lado diante das dificuldades do irmão necessitado. Francisco fez um veemente e forte apelo para acabar com a indiferença diante de tantos irmãos que sofrem.

Lampedusa, para melhor nos situarmos, é conhecida como a ilha da esperança para milhares de imigrados africanos que atravessam o Mediterrâneo em busca de um futuro melhor. A chegada desses homens, mulheres e crianças à ilha, à ilha do sonho, do paraíso, da porta de entrada da Europa é precedida por uma viagem longa, desumana, terrível, durante a qual muitos perdem suas vidas: no olhar perdido dos que sobrevivem a essa odisséia sem fim, a recordação da morte de tantos parentes e amigos que não conseguiram atravessar o mar. Em seus corações, a dor por aquilo que deixaram para trás e a esperança por aquilo que virá.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

"A unidade entre os cristãos é dom de Deus, mas devemos cultivar o terreno", afirma o Papa.

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira, em audiência, a delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. Desde 1969, os ortodoxos vêm ao Vaticano para a festa de São Pedro e São Paulo, padroeiros da Igreja de Roma, e uma delegação católica participa da festa de Santo André, padroeiro da Igreja de Constantinopla.

Em seu discurso, o Pontífice recordou que a busca da unidade entre os cristãos é uma urgência à qual, hoje mais do que nunca, não podemos nos subtrair. “No nosso mundo sedento de verdade, amor, esperança, paz e unidade, é importante para o nosso próprio testemunho poder finalmente anunciar a uma só voz a boa nova do Evangelho e celebrar juntos os Mistérios Divinos da vida nova em Cristo! Nós sabemos bem que a unidade é primariamente um dom de Deus para o qual devemos rezar incessantemente, mas a todos nós cabe a tarefa de preparar as condições, de cultivar o terreno do coração, para que esta graça extraordinária seja acolhida.”

sábado, 8 de junho de 2013

Papa ao Presidente Napolitano: Defender e promover a liberdade religiosa para todos.



Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado, no Vaticano, o Presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano.

"A sua visita, Sr. Presidente, se insere numa história de longas relações e mais uma vez confirma, depois de eventos também conturbados e dolorosos, a normalidade e a excelência das relações entre Itália e Santa Sé. Estas relações se desenvolveram especialmente depois da Conciliação e a inserção dos Pactos Lateranenses na Constituição italiana, portanto, numa nova ótica, depois do Concílio Ecumênico Vaticano II e do Acordo de Revisão da Concordata", disse o Santo Padre ao Presidente Napolitano.

"Na Itália, a colaboração entre Estado e Igreja, sempre voltada para o interesse do povo e da sociedade, se realiza na relação cotidiana entre os órgãos públicos e da comunidade católica, representada pelos bispos e seus organismos, de uma forma muito especial pelo Bispo de Roma. Assim, esta primeira visita do Presidente ao Papa, depois de sua participação na missa de início do ministério petrino, pode ser expressa de forma eficaz com a imagem das duas colinas, o Quirinal e o Vaticano que se olham com estima e simpatia", disse o pontífice.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

"Crescer na unidade, crescer na comunhão", Dom Teodoro Mendes.

Fomentar, fortalecer e promover o diálogo entre as diversas Religiões e denominações religiosas. Esse é um dos principais objetivos da nova Pastoral da Arquidiocese de Belém. A Pastoral Ecumênica foi lançada na última sexta-feira, 17, às 15 horas, durante coletiva de imprensa realizada pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém, Dom Teodoro Mendes, na Cúria Metropolitana de Belém. A criação oficial aconteceu ontem, 19, às 19 horas, durante missa, na Igreja da Santíssima Trindade. “Com esta Pastoral, nós pretendemos desenvolver trabalhos de formação e capacitação de pessoas para que a Pastoral seja mais conhecida e, como consequência, assumida por todos”, explicou o Bispo Auxiliar durante coletiva. Para ele, o principal desafio da Pastoral é “a divisão. É um escândalo que a Igreja de Cristo esteja dividida. O lema do ecumenismo reflete justamente sobre isso: crescer para desaparecer, mas crescer na unidade, crescer na comunhão”, completou.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Sambódromo recebe as bênçãos do Arcebispo do Rio de Janeiro e os passes da umbanda: é preciso valorizar a “cultura popular”.

Exortações sobre os divertimentos perigosos, fuga das ocasiões de pecado, especialmente a lascívia, a pornografia, a imodéstia no vestir, as drogas, as falsas religiões e a negação da fé católica presentes nas letras de tantos sambas enredo? Que nada! A ordem do dia é valorizar a cultura popular! São Pio X, rogai por nós!

Arcebispo do Rio de Janeiro envia comitiva de três padres para abençoar o Carnaval do Rio.

Novo Sambódromo é inaugurado com oração.

O Sambódromo, no Centro do Rio, que foi reinaugurado no domingo, 12 de fevereiro, contou com as presenças do Vigário Episcopal para a Comunicação Social, Cônego Marcos William Bernardo, que representou o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, e dos Padres Omar Raposo e Jorge Luiz Neves (Jorjão).
Durante a cerimônia de inauguração, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Jorge Castanheira, pediu que São Sebastião, padroeiro da cidade, proteja a todos e desejou um feliz Carnaval.
Componentes e baianas de diversas escolas de samba se reuniram para a lavagem da pista, e também para um momento de oração com o Cônego Marcos William.
Segundo o Cônego, a Arquidiocese do Rio esteve presente para sublinhar o samba como manifestação popular. Logo depois, pediu a todos que dessem as mãos e rezassem um Pai Nosso. Sambistas e foliões, em silêncio, se uniram na oração e, na sequência, o ator Milton Gonçalves leu uma poesia para homenagear todas as escolas de samba do Grupo Especial, o prefeito Eduardo Paes e o arquiteto Oscar Niemeyer, presentes à cerimônia.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A renovação da fé é prioritária para a Igreja. Também no caminho ecuménico, a fé deve estar no centro: Bento XVI à plenária da Congregação da Doutrina da Fé (27/01/2012).

A prioridade da renovação da fé e a centralidade desta no caminho ecuménico – sublinhadas pelo Papa, ao receber os participantes na assembleia da Congregação para a Doutrina da Fé. Congratulando-se com a colaboração em curso entre esta Congregação e o novo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização na preparação do Ano da Fé, Bento XVI recordou que se trata de um momento propício para propor de novo a todos o dom da fé em Cristo, o ensinamento do Concílio Vaticano II e a síntese doutrinal oferecida pelo Catecismo da Igreja Católica. Uma iniciativa especialmente importante no momento em que, “em vastas zonas da terra a fé corre o risco de se extinguir como uma chama que já não é alimentada”. “Estamos perante um profunda crise de fé, uma perda do sentido religioso que constitui um grande desafio para a Igreja de hoje. A renovação da fé deve portanto ser a prioridade no empenho de toda a Igreja, nos nossos dias.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Depois de anos de discórdia, judeus e católicos se unem pela vida.

Nesta terça-feira, 17, diversas dioceses italianas realizam um dia especial de encontros para promover o diálogo entre católicos e judeus. Nascida em 1990, a iniciativa é da Conferência Episcopal Italiana. Para o presidente emérito da Assembleia Rabina Italiana, rabino Giuseppe Laras, esta iniciativa busca tornar o diálogo mais simples, mas não menos importante.

Ele destaca que estes encontros entre judeus e católicos refletem, sobretudo, questões que ambos enfrentam juntos, como a promoção da paz, da compreensão recíproca, depois de 2000 anos de incompreensão e tantas coisas negativas.

“Por isso é uma data que o mundo católico tem muita atenção, como também o mundo judeu, porque na medida em que este diálogo se reforça e se estende, se enfraquece o risco de anti-semitismo”, destaca o rabino.

O tema deste ano é “não matarás”. O presidente emérito da Assembleia Rabina Italiana conta que alguns anos atrás se encontrou com o presidente da Conferência Episcopal Italiana e concordaram que os temas desses encontros anuais seguiriam os 10 Mandamentos. 

“O imperativo a ‘não matar’ e um imperativo que vai além do pertencimento a uma ou outra religião. É muito importante para o homem o respeito a vida humana, honrar a sacralidade da vida humana. Por tanto, este é um tema bem colocado em nosso tempo, pois em todo mundo a vida humana é muitas vezes negligenciada e violada”, ressalta.

Em entrevista também à Rádio Vaticano, o presidente da Comissão para o Ecumenismo e Diálogo inter-religioso da Itália, Dom Mansueto Bianchi, que o diálogo entre judeus e católicos requer empenho de ambas as partes para que as distonias sejam superadas. Para ele, o mais importante é levar em frente este diálogo construido ao longo dos anos.



domingo, 6 de novembro de 2011

Sacerdote denuncia o perigo da religião universal proposta pela ONU.

O sacerdote, jornalista e doutor em Teologia pela Universidade de Navarra (Espanha), monsenhor Juan Claudio Sanahuja, denunciou como a ONU e outras entidades buscam estrategicamente influenciar os países com políticas anti-vida e a proposta de uma religião universal no congresso pró-vida da Human Life International em São Paulo.

Segundo o sacerdote que também é membro da Pontifícia Academia para a Vida, existe uma nova guerra fria – existe um projeto de poder global- evidente em documentos da Organização das Nações Unidas (ONU) e em pronunciamentos e ações de chefes de Estado em todo o mundo.

“Hoje, se fala do politicamente correto, um pensamento único comum às pessoas de muitas nações. Esse projeto é um conjunto de medidas para implementar um conjunto de regras de como pensar, do que falar e fazer”, advertiu o sacerdote.

Falando concretamente sobre o papel da ONU para influenciar com políticas anti-vida as constituições das nações no mundo inteiro, Mons. Sanahuja explicou em diálogo com a ACI Digital, que “a ONU tem há muito tempo um projeto de poder global”.

“Em grande parte esta onda da cultura da morte vem motorizada pelos desejos dos países do norte de ter grandes reservas de matérias primas e minerais nos territórios países do sul que alimente os opulentos padrões de consumo dos países do norte. (...) Na raiz está isto: o desejo egoísta de domínio , simplesmente, para ter nos países do sul um enorme armazém... que cubra os padrões de consumo dos países do norte.

“Por isso o interesse da ONU de controlar a população mundial, impor a anticoncepção, impor o aborto, impor reformas até mesmo nos códigos éticos das religiões”, afirmou.

Seguindo o diálogo com a nossa agência, Mons. Sanahuja falou que a religião universal, “também pode ser conhecida como novo código ético universal” e que esta vem infiltrando-se nas demais religiões.

“Este código vem marcado pelo desejo dos organismos internacionais da ONU, por exemplo, também de alguns países centrais de mudar as convicções religiosas dos povos, para que seu plano de anticoncepção, de aborto, que eles mesmos chamam de re-engenharia social, seja aceito pelos países menos desenvolvidos”, sublinhou.

Este código ético segundo o Monsenhor “impõe valores relativos”. “Como dizia João Paulo II: o relativismo se converte em um totalitarismo, o relativismo unido à democracia se converte em um totalitarismo visível ou encoberto”.

“Pretende-se substituir as verdades imutáveis da lei natural, da religião cristã, ou das que eles chamam de religiões abraâmicas, por valores relativos de modo que tudo o que for afirmado como um valor imutável, como por exemplo o valor de toda vida humana, na condição que for, ou que o matrimônio só ocorre na união entre homem e mulher, tudo o que for afirmado assim, para eles é totalitarismo e altera a paz social”.

“Portanto isso dá pé a esta nova ordem mundial, para perseguir (se considera necessário) a Igreja e a todos os que tenham convicções imutáveis”, acrescentou.

Em seguida, o sacerdote explicou que a nova religião universal é “este novo código ético que querem impor-nos através da re-interpreação dos direitos humanos” e citou, por exemplo, a ideologia de gênero, como uma das novas manifestações deste código que organismos internacionais querem impor.

Como ícone desta religião universal o sacerdote citou a carta da terra, um documento “nasceu da sociedade civil mundial, envolveu em sua elaboração a mais de cem mil pessoas de 46 países, e já foi assumida em 2003 pela UNESCO ‘como instrumento educativo e uma referência ética para o desenvolvimento sustentável’. Participaram ativamente em sua concepção Mikhail Gorbachev, Maurice Strong e Steven Rockfeller, entre outros.

O autor brasileiro e um dos maiores impulsores da teologia marxista da libertação, Leonardo Boff, defendeu a carta da terra em certa ocasião na Assembleia das Nações Unidas afirmando que “a Terra é a Mãe Universal; a Terra mesma está viva (...). Antigamente era a Mãe Fecunda, para isso surgiu a Carta da Terra, que já foi reconhecida pela UNESCO como instrumento educativo. A Carta da Terra apresenta pautas para salvá-la, olhando para com ela com compreensão, e amor".

"O necessário é a espiritualidade, e não os credos e as doutrinas", afirmou também Boff.

Diante disto o sacerdote denunciou a que a estratégia da ONU e dos organismos que a promovem é que esta “nova religião universal, sem dogmas”; se infiltre nas demais religiões.

Diante deste amplo panorama, Mons. Juan Claudio Sanahuja destacou que é preciso resgatar “a familia humana fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, a defesa da vida humana desde sua concepção até o seu fim natural e os direitos dos pais à educação dos filhos”.

Fonte: ACI

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Notícias dos mundanos: Os hereges únidos numa só "fé".



O sucesso do padre-cantor Fábio de Melo, o artista
que mais vende discos no país atualmente, reafirma
a força da música religiosa – católica e evangélica.
Um mercado que não conhece crise!

Marcelo Marthe e Sérgio Martins
Egberto Nogueira
ELE É FOGO
O padre Fábio de Melo, que exibe um vistoso relógio Diesel no pulso, não gosta de ser fotografado com as mãos em posição de prece. "É piegas", diz. Vindo de uma congregação liberal, a Sagrado Coração de Jesus, Melo manifesta sem medo um dos pecados capitais – a vaidade. Usa calças justas, tem sobrancelhas delineadas e, ainda que não admita em público, já se submeteu a picadas de Botox para remover rugas da testa e dos olhos. Seus cabelos, provavelmente por inspiração do Espírito Santo, emitem reflexos dourados. Apesar disso, rechaça a imagem de padre galã. "Quando as fãs vêm com histeria, logo corto. Não vou acender fogueiras que não posso apagar", diz. O mineiro de 37 anos prefere ser reconhecido por outros dotes – os intelectuais. Ele é mestre em antropologia teológica e autor de seis livros de autoajuda numa linha poético-religiosa. Seu maior incentivador nessa área – amigão do peito, mesmo, do peitoral – é Gabriel Chalita, ex-secretário de estado paulista e autor prolífico. "Gabriel abriu muitas portas para mim", diz. Em maio, lançarão um livro em parceria. Título provisório: Cartas entre Amigos – Medos Contemporâneos.
Semanas atrás, uma plateia composta na maioria por mulheres lotou por duas noites o Canecão, a casa de shows mais tradicional do Rio de Janeiro. Elas estavam ali para assistir à gravação de um DVD do maior fenômeno musical surgido no Brasil ultimamente: o padre-cantor Fábio de Melo. Lançado no fim do ano passado, seu CD Vida bateu nas 542 000 unidades comercializadas em menos de 100 dias (agora, já está perto das 600 000). Com isso, Melo tornou-se o número 1 em vendagem de discos no país em 2008. Ficou à frente do padre Marcelo Rossi, que ocupou o topo do ranking em 2006 e 2007 e caminhava para repetir o feito com os volumes 1 e 2 de seu álbum ao vivo Paz Sim, Violência Não – até ser atropelado pelo colega de batina. Enquanto a indústria fonográfica laica se encontra estagnada, esse mercado – tanto em sua vertente católica quanto na evangélica – desconhece a crise. E, aos poucos, demole o muro que o separa das paradas.
Esse processo começou com a ascensão do padre Marcelo, há coisa de dez anos. E teve outro lance importante em 2007, quando a cantora Aline Barros – o maior fenômeno da música evangélica, com 3 milhões de CDs e DVDs vendidos – emplacou uma faixa numa novela das 8 da Globo. A canção Recomeçar serviria apenas de tema do núcleo evangélico do folhetim Duas Caras. Mas repercutiu tanto que passou a ser tocada até em emissoras de rádio nada religiosas. A Globo agora vai atacar na outra frente: já anunciou que o próximo folhetim das 7, Caras & Bocas, de Walcyr Carrasco, terá na trilha uma música do padre Fábio de Melo (o noveleiro, aliás, é grande amigo do religioso).
Fotos Oscar Cabral
UMA IVETE SANGALO MOVIDA A PRECE
Fernanda Brum é uma artista de opiniões fortes. Por exemplo, ela odeia revelar quantos discos já vendeu. "Não conto moedas, penso apenas nas almas que salvei." Militante antiaborto, ela se decepcionou com Barack Obama ao saber que o presidente americano anulou as restrições ao financiamento de grupos pró-escolha. O ativismo de Fernanda tem também um fundo pessoal. A cantora sofreu quatro abortos espontâneos, e a gestação de Isaac, seu único filho, foi repleta de dificuldades. Quando fala de Isaac, por alguns momentos seu olhar se suaviza e ela abre um sorriso largo. Filha de pais evangélicos, Fernanda, que tem 32 anos e uma voz que lembra muito a de Ivete Sangalo, cantava música popular brasileira. Converteu-se após assistir a um show de um grupo religioso. "Comprei todos os discos deles e cancelei a peça em que iria atuar e o álbum pop que iria gravar", conta.
No lado evangélico, há mais dois artistas que atravessaram fronteiras: Regis Danese e Soraya Moraes. Ex-vocalista de apoio do grupo de pagode Só pra Contrariar, Danese é autor de Faz um Milagre em Mim, canção que está tocando em rádios populares e até foi incorporada ao repertório de artistas católicos. "Gosto de levar a palavra de Cristo a quem ainda não se converteu", diz ele. Soraya, por sua vez, foi o destaque brasileiro do Grammy Latino, no ano passado. Ganhou em categorias específicas de seu mercado, como na de melhor álbum de música cristã – mas também bateu concorrentes seculares como Vanessa da Mata, Jorge Vercilo e Djavan na de melhor canção brasileira, com a faixa Som da Chuva (em que roga: "Deixa Tua glória encher este lugar / Deixa o céu descer sobre nós").
O fenômeno Fábio Melo leva essa aproximação com o universo mundano a um extremo inédito. Marcelo Rossi, o fenômeno da cantoria católica que o Brasil conhecia até então, só sobe ao palco de batina e usa a música e a dança para dar colorido às suas missas. "Não me exponho sem batina. Se o assédio com ela já é grande, imagine sem", diz. Melo vai na direção contrária: não gosta de parecer padre, na acepção tradicional. Bem-apessoado e vaidoso, só usa roupas de grife e cuida da beleza. Cultiva, enfim, uma imagem de homem atraente. Musicalmente, também está a anos-luz da "aeróbica de Jesus" do padre Marcelo, pois tem a pretensão de fazer MPB refinada. O espetáculo no Canecão contou com uma banda de vinte músicos e teve cenografia de superprodução. Na casa de shows carioca, boa parte das fãs recitava de cor suas letras poético-religiosas e entoava com ele covers de artistas conhecidos – como Pai, de Fábio Jr. Algumas, mais atiradas, lançavam ao padre gracejos como "olha para mim" e "gostoso".
Lailson Santos
METALEIROS QUE DIZEM AMÉM
Visto por muito tempo como "coisa do demônio", o heavy metal tem hoje lugar de destaque nos Hallels, os festivais jovens católicos. O filão foi desbravado por bandas como o Eterna, que está na estrada há catorze anos. Assim como outros expoentes do metal cristão, o grupo não transita só por esse circuito: grava discos por uma gravadora independente "laica" e faz shows ao lado de bandas idem. Isso é facilitado pelo estilo: os cabeludos cantam em inglês e são adeptos do metal melódico, aquele que tem influência da música clássica e trata de temas épicos e místicos. Letras que remetem às Escrituras, como as deles, não causam a menor estranheza nos fãs desse tipo de música. No momento, o Eterna prepara um álbum inspirado no filme A Paixão de Cristo – a sanguinolenta versão de Mel Gibson para a via-crúcis. "Será um disco conceitual. Cada faixa narrará uma das doze últimas horas de Jesus", informa o vocalista Leandro Caçoilo. Se for em aramaico, ninguém notará a diferença.
Seria injusto, contudo, creditar o sucesso do padre apenas à sua imagem de bonitão ou à embalagem moderna de sua música. Melo é um religioso articulado, que cativa os fiéis com sermões que traduzem conceitos teológicos e filosóficos em imagens simples. Ele também faz sucesso como autor de livros de autoajuda. Um de seus títulos, Quem Me Roubou de Mim?, totaliza 250 000 exemplares comercializados e tem frequentado a lista dos mais vendidos de VEJA. Outro deles, Mulheres de Aço e de Flores – em que lança um olhar delicado sobre as aflições femininas – já passou dos 80 000. "Estudei muito, pois não queria virar um padre de mídia banal", afirma.
Melo estourou agora graças a um acordo de distribuição de sua gravadora, a LGK, com a Som Livre, braço musical da Globo – o que lhe proporciona spots publicitários na emissora. Mas ele é prova de que um artista religioso pode sobreviver mesmo se entrincheirado em seu meio. O padre está na estrada lá se vão treze anos, sempre com vendagens acima dos 25 000 discos. Isso porque o mercado católico – e mais ainda o evangélico – se autossustenta. A Paulinas-Comep, a maior gravadora católica do país, lançou 28 títulos e cresceu 10% em 2008. Os selos evangélicos também seguem com ótima saúde. O circuito de shows é intenso. Os católicos têm os Hallels, encontros que mesclam catequese e música e atraem mais de 100 000 jovens, em cidades como Franca e Brasília. Em Fortaleza, há o Halleluyah, realizado nas mesmas datas da maior micareta da capital cearense, que tem alcançado público comparável ao dela. Há, ainda, as "cristotecas", raves de música eletrônica católica. No lado evangélico, não faltam eventos de grande porte. Festivais como o Louvorzão, realizado no Rio de Janeiro, chegam a reunir 150 000 jovens.
POP COM RECATO
A cantora Aline Barros destoa do estereótipo da mulher evangélica. Ela não prende os cabelos, muito menos usa saias até os calcanhares. Com 50 quilos distribuídos em 1,60 metro, olhos castanhos e uma farta cabeleira, a carioca Aline, 32 anos, pinta o rosto, anda sempre perfumada e a balança é seu purgatório. No almoço com a reportagem de VEJA, ela beliscou um pequeno bife com fritas e dispensou a sobremesa. "Doce, só no fim de semana." Mas a vaidade, claro, obedece a um mínimo de decoro. Saias e bermudas devem estar na altura dos joelhos, e vestidos de alcinha são cobertos por um casaquinho. Aline é casada com o ex-jogador de futebol Gilmar, do São Paulo. Eles são pais de Nicolas, de 6 anos. "Nós, evangélicos, somos pessoas normais que simplesmente decidiram viver para Jesus de forma linda. Para mim, isso é um privilégio."
Cientes de que a música é uma ferramenta crucial para agregar novas almas a seus rebanhos, não é de hoje que os dois lados travam uma disputa peculiar nesse campo. Isso levou a uma maior profissionalização e à diversificação de estilos – do pop ao heavy metal, do axé ao rap. Mirando-se no mercado de música gospel americano, os evangélicos se destacaram antes nisso. A principal banda de rock dessa área, o Oficina G3, já tem vinte anos de carreira. A produção musical católica é antiga, mas demorou mais a se diversificar. O primeiro sacerdote a se aventurar numa carreira musical foi o padre Zezinho – aquele que cantava em missas munido de violão e pandeiro, para estranheza dos fiéis da década de 70. "Todas as religiões devem investir pesado na música. Ela é o chantilly do bolo da vida", diz o padre, hoje com 67 anos e 118 discos gravados. Só nos anos 80 o pop chegou à Igreja. O ritmo se acelerou para valer na década seguinte, com a ascensão do movimento carismático e suas missas festivas – de que os padres-cantores e demais artistas atuais são tributários diretos. Mas, mesmo para um estudioso como Samuel Araújo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a intensidade que o flerte dos católicos com o profano vem atingindo impressiona. "Um padre com imagem sexualizada é algo espantoso. O que virá a seguir?", pergunta Araújo. Nem Deus sabe.
Divulgação
SEM DECOTES E SEM SEXO
Adriana é o equivalente católico das pastoras-cantoras evangélicas. Como as concorrentes, a artista de 35 anos é recatada: maquiagem carregada e decotes generosos, nem pensar (seu único pecado, e não apenas religioso, são as calças legging). "Não é com meu corpo que vou chamar as pessoas para Deus", diz. Além disso, seu pop meloso por vezes se confunde com música de reunião de grupo de catecismo. Ela é uma das campeãs de vendas do segmento (o CD Adriana ao Vivo, de 2007, teve 50 000 cópias comercializadas). "Comecei a cantar nas missas aos 7 anos, por imposição de minha mãe", conta. A profissionalização veio nos anos 90, quando foi vocalista de uma banda ligada à comunidade carismática Canção Nova. Adriana namora há três anos e acaba de ficar noiva. Como manda a Igreja, garante que não fará sexo antes do casamento. "É difícil, mas não impossível."




UM PAGODEIRO REGENERADO
Na terça-feira passada, durante a gravação do DVD da cantora Mara Maravilha, ninguém estava mais pimpão do que Regis Danese, produtor do show. O intérprete mineiro desfilava com a mulher, grávida de seis meses, numa prova de sua redenção: o casamento, que estava em crise, ganhou uma segunda chance depois que o cantor virou evangélico. Ele deu entrevistas a rádios e TVs e esperou pacientemente pela chegada de Mara para apresentar sua nova composição. Ex-sertanejo e ex-pagodeiro, Danese, de 35 anos, deixou uma carreira de sucesso para trás, em nome da religião. Gravou dois discos religiosos que não venderam e foi esnobado por artistas do segmento divino. Até que a balada Faz um Milagre em Mim estourou nas rádios evangélicas e católicas. "Hoje até o padre Marcelo canta minhas músicas", orgulha-se.




Lailson Santos
A MUSA DO AXÉ DE CRISTO
Jacquelinne Michelly Trevisan – a Jake – é uma Daniela Mercury cristã. A paulistana com jeito de artista baiana é a cantora de Pó Pará com Pó, uma droga de axé com mensagem antidrogas cotada para ser um dos hits do Carnaval de Salvador. Jake, de 29 anos, iniciou a carreira num grupo de jovens católicos e gravou seu primeiro CD há dois anos. O trabalho parecia fadado à obscuridade até que, três meses atrás, uma apresentação da artista numa TV católica tornou-se sucesso no site YouTube. O vídeo de Pó Pará com Pó foi visto quase 600 000 vezes. E Jake ganhou as bênçãos de medalhões como Ivete Sangalo e Caetano Veloso. Sua agenda de micaretas – católicas ou profanas – tem sido intensa. "No começo, o pessoal caçoava: olha lá o melô da Amy Winehouse e do Fábio Assunção", diz ela. "Só depois perceberam que ali há uma lição de vida."




Manoel Marques
CABELUDOS E TATUADOS, MAS BONS MENINOS
Um conselho para quem depara com os integrantes do Oficina G3: desconsidere as tatuagens, os cabelos compridos e o som pesado, que fazem com que o grupo angarie fãs até entre os adoradores do Metallica. Juninho Afram (guitarra), Duca Tambasco (baixo), Jean Carllos (teclados) e Mauro Henrique (vocais) são bons meninos. Tanto que levam mulher e filhos para os ensaios. O quarteto, que existe há vinte anos, tem uma postura aberta. Divide o palco com católicos e até com grupos chegados a um misticismo – em 2001, eles tocaram no Rock in Rio, na mesma noite que o Iron Maiden. E Depois da Guerra, seu mais recente CD, foi produzido por Marcello Pompeu e Heros Trench, do cavernoso grupo de rock Korzus. "Pompeu e Trench não mexeram no nosso discurso. E são boas pessoas, seja lá qual for a religião deles", diz Carllos. A banda vende em média 150 000 cópias de cada disco, mas não há prece que lhe dê chance nas FMs. "Um locutor chegou a dizer que nem recebendo jabá tocaria uma banda que falasse em Deus", afirma Afram. Falta mesmo um santo forte.


Fonte