O Papa Francisco recebeu, ao fim da manhã deste sábado, na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 400 membros da Associação “Corallo”, uma rede de comunicação na Itália, que exprime o compromisso da Igreja de estar próxima a todas as pessoas, onde quer que estejam, vivam, trabalhem, amem e sofram.
No seu discurso, entregue aos numerosos presentes, ao término da audiência, o Papa partiu da expressão “rede” de comunicação. Esta imagem nos leva a pensar nos primeiros discípulos de Jesus, que trabalhavam como pescadores, que utilizavam redes para pescar. Jesus os convidou para segui-lo, tornando-os “pescadores de homens”. E o Pontífice exortou:
“Vós também podeis ser ‘pescadores de homens’ com esta vossa rede de rádios e televisões locais, que envolve toda a Itália: uma rede simples, popular, e é bom que permaneça como tal. Atingindo todas as cidades e todos os cantos do país, que as vossas emissoras possam ser instrumentos, para que a voz do Senhor possa ser ouvida por todos”.
As vossas rádios e televisões podem transmitir, através das ondas magnéticas, a voz do Senhor, que fala aos homens e às mulheres que buscam uma palavra de esperança e de confiança para as suas vidas.
Neste sentido, afirmou o Papa Francisco, vós podeis ser a voz de uma Igreja que “não tem medo de entrar nos desertos do homem, de ir ao seu encontro, buscá-lo nas suas inquietudes, nas suas perturbações, dialogando com todos, também com aqueles que, por tantos motivos, se afastaram da comunidade cristã e se sentem distante de Deus.
E o Papa se perguntou: “Em que modo, com esta vossa “rede”, poderíeis colaborar com Jesus Cristo na sua missão, ao anunciar, hoje, o Evangelho do Reino de Deus? E respondeu:
“Antes de tudo, diria, dando ‘atenção às temáticas importantes da vida das pessoas, das famílias, da sociedade’, tratando esses assuntos, não de modo sensacionalista, mas responsável, com sincera paixão pelo bem comum e pela verdade... Muitas vezes, tais temáticas são abordadas de modo espectacular, sem o devido respeito pelas pessoas e seus valores, pois os factos humanos jamais devem ser instrumentalizados”.
A seguir, o Pontífice apresentou o segundo aspecto de como colaborar com o anúncio evangélico nas transmissões radiofónicas e televisivas: a “qualidade humana e ética”, ou seja, ajudar a formar aquele “ecossistema mediático”, que saiba equilibrar o silêncio, as imagens e os sons. E acrescentou:
“Hoje, há muita poluição e o clima mediático também tem as suas formas de poluição, os seus ‘venenos”. As pessoas sabem, percebem, mas, depois, infelizmente, se acostumam a respirar transmissões poluídas, que não fazem bem. É preciso fazer circular ar puro entre as pessoas, para que possam respirar, livremente, o verdadeiro oxigénio para as suas mentes e as suas almas”.
Tudo isso, porém, frisou o Papa Francisco, exige um adequado profissionalismo, uma comunicação em termos de proximidade, que exorta os membros da rede “Corallo” a se tornar rosto de uma Igreja, que seja “bom samaritano”, mediante as suas rádios e televisões.
A parábola do “Bom Samaritano”, concluiu o Santo Padre, poderia ser a “parábola do comunicador”. Por isso, faz votos de que a rede “Corallo” possa se tornar sempre mais uma experiência de proximidade com as pessoas, capaz de dar voz ao Senhor, que aquece o coração e difunde esperança e alegria.
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