Angela Holmes (Olivia Taylor Dudley), de 27 anos, acidentalmente corta seu dedo e vai parar na emergência, quando a infecção do ferimento faz com que ela comece a agir de forma estranha e assombrosamente começa a causar ferimentos graves e até mortes nas pessoas ao seu redor. O Padre Lozano (Michael Peña) examina a moça e acredita que ela está possuída. Ao tentar exorcisar o demônio, o Vaticano descobre que a força satânica em Angela é mais forte do que eles imaginavam.
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sábado, 18 de julho de 2015
terça-feira, 13 de maio de 2014
Denúncia: Plano diabólico do PT cai na internet (MORTE!).
ATENÇÃO! Imagens fortes.
Compartilhe... Não seja omisso, pois omissão é pecado grave.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Livro Padre Júlio Maria de Lombaerde - O Anjo das Trevas.
Lampejos de Doutrina, de Ciência e de Bom Senso
Padre Júlio Maria de Lombaerde
Missionário de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento
Livro de 1950 - 288 págs.
Parece que o fim dos tempos está se aproximando e que o demônio tem pressa em aproveitar o tempo para perder a humanidade.
Ou não percebe também o leitor aquele furacão de revolta, de sensualidade, de ódio, de desatinos que vai pelo mundo.
É o anjo das trevas que se agita e se desdobra em atividade febril para fomentar o mal e levar a perdição por toda a parte.
Não aparece pessoalmente (a não ser em casos raros), mas tem os seus representantes conscientes e inconscientes.
São autênticos agentes do anjo das trevas;
O espiritismo, que é um produtor de loucura;
O protestantismo, dito de ódio;
A maçonaria, de revolta;
O divorcismo, de discórdia;
O sensualismo, de libertinagem;
O comunismo, de escravidão.
Eis a sêxtupla praga com que o anjo das trevas ataca hoje o eterno rochedo da Igreja, procurando derrubar suas instituições e abalar os seus princípios.
Refutar os erros dessas seitas, demonstrar as falsidades de suas doutrinas, orientar as pessoas sensatas contra tais teorias a que muitas vezes dão o aparato de ciência — eis o objetivo desta obra.
Não são lampejos, mas um farol de luz orientadora.
E tudo escrito em estilo fácil, compreensível ao povo, com amenidade e vivacidade, entremeada de casos concretos e seus comentários.
É destes livros que precisa o nosso povo. Dirige-se a todos que, leais e sinceros, querem conhecer a verdade que ilumina a inteligência, estimula a vontade, orienta o coração, forma o caráter.
Não é uma frase única: é uma serie de teses de palpitante atualidade e tomadas no flagrante da vida.
É o clarão da vida, no meio de múltiplos erros que o anjo das trevas vai semeando.
Leiam-no todos. É, além disso, ótimo repositório para o preparo de discursos e conferências de atualidade em associações e círculos de estudo.
Padre Júlio Maria de Lombaerde
Missionário de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento
Livro de 1950 - 288 págs.
Parece que o fim dos tempos está se aproximando e que o demônio tem pressa em aproveitar o tempo para perder a humanidade.
Ou não percebe também o leitor aquele furacão de revolta, de sensualidade, de ódio, de desatinos que vai pelo mundo.
É o anjo das trevas que se agita e se desdobra em atividade febril para fomentar o mal e levar a perdição por toda a parte.
Não aparece pessoalmente (a não ser em casos raros), mas tem os seus representantes conscientes e inconscientes.
São autênticos agentes do anjo das trevas;
O espiritismo, que é um produtor de loucura;
O protestantismo, dito de ódio;
A maçonaria, de revolta;
O divorcismo, de discórdia;
O sensualismo, de libertinagem;
O comunismo, de escravidão.
Eis a sêxtupla praga com que o anjo das trevas ataca hoje o eterno rochedo da Igreja, procurando derrubar suas instituições e abalar os seus princípios.
Refutar os erros dessas seitas, demonstrar as falsidades de suas doutrinas, orientar as pessoas sensatas contra tais teorias a que muitas vezes dão o aparato de ciência — eis o objetivo desta obra.
Não são lampejos, mas um farol de luz orientadora.
E tudo escrito em estilo fácil, compreensível ao povo, com amenidade e vivacidade, entremeada de casos concretos e seus comentários.
É destes livros que precisa o nosso povo. Dirige-se a todos que, leais e sinceros, querem conhecer a verdade que ilumina a inteligência, estimula a vontade, orienta o coração, forma o caráter.
Não é uma frase única: é uma serie de teses de palpitante atualidade e tomadas no flagrante da vida.
É o clarão da vida, no meio de múltiplos erros que o anjo das trevas vai semeando.
Leiam-no todos. É, além disso, ótimo repositório para o preparo de discursos e conferências de atualidade em associações e círculos de estudo.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
O Poder de São Miguel Arcanjo - Quem como Deus?
O Poder de São Miguel.
Bendizei ao Senhor , mensageiros de Deus,
heróis poderosos que cumpris suas ordens,
sempre atentos à sua palavra. (Sl 102, 20)
heróis poderosos que cumpris suas ordens,
sempre atentos à sua palavra. (Sl 102, 20)
> Orações à São Miguel.
“Quem como Deus?”
Travou-se um combate no Céu: Miguel e os seus Anjos lutaram contra o Dragão. O Dragão e os seus anjos lutaram também, mas foram derrotados e perderam o seu lugar no Céu para sempre. Foi expulso o enorme Dragão, a antiga serpente, aquele que chamam Diabo e Satanás, que seduz o universo inteiro foi precipitado sobre a terra e os seus anjos foram precipitados com ele. Depois ouvi no Céu uma voz poderosa que dizia: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e a autoridade do seu Ungido, porque foi precipitado o acusador dos nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus. Eles venceram-no, graças ao sangue do Cordeiro e à palavra do testemunho que deram, desprezando a própria vida, até aceitarem a morte. Por isso, alegrai-vos, ó Céus, e vós que neles habitais». (Apocalipse 12, 7-12ª)
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Orgulho Prometéico.
Hoje em dia o pensamento gnóstico toma conta das mentes, em qualquer parte do mundo. Ésempre aquela historinha de “vamos pensar positivo, vamos mentalizar um mundo melhor”, “vamos acreditar num mundo de paz”, e coisas do tipo. Buscam uma autonomia suicida. É bem como disse o professor Angueth em um post que recomendo a leitura:
“A “Árvore da ciência do bem e do mal”, diz os comentários da minha Bíblia,[1] é um símbolo “da faculdade de determinar o que é bem e o que é mal, privilégio reservado a Deus, única norma suprema à qual todas as leis e a consciência dos homens devem submeter-se. Os progenitores tentaram usurpar, com o pecado, esse privilégio de Deus. Visaram a ter a faculdade de decidirem por si mesmos o que é bom e o que é mau, sem ter que depender de Deus e assim a se tornarem autônomos moralmente. Com essa autonomia o homem negava o seu estado de criatura e subvertia a ordem estabelecida por Deus.”
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Testemunho De Um Ex-Roqueiro (Verídico).
ROCK - A MÚSICA DO INFERNOUM TESTEMUNHO VERÍDICO
Nasci no ano de 1979, no alto da Móoca, em São Paulo. Meus pais moravam em São Vicente, litoral paulista. Meus irmãos moravam também na mesma casa; ao todo, cinco pessoas compunham a minha família.
Meu pai era um grande fã das bandas de “ROCK IN ROLL”. Nesta época ele possuía uma grande coleção de discos. Eu nasci no “BERÇO DO ROCK” e aprendi a gostar desse estilo musical ainda no ventre de minha querida mãe. Com o passar dos anos eu fui conhecendo outras bandas de rock. Cada vez mais meu pai comprava novos discos para ouvir em casa; pois, possuía uma boa aparelhagem de som, e também sabia construir suas próprias caixas amplificadas. Alguns discos eram “ESTRANHOS”, com desenhos de “MONSTROS”, “MORCEGOS”, “MULHERES NUAS” e até mesmo “DEMÔNIOS”. Em casa eu sempre percebia meu pai nervoso, e ás vezes brigava com a gente sem motivo nenhum.
Meu pai era um grande fã das bandas de “ROCK IN ROLL”. Nesta época ele possuía uma grande coleção de discos. Eu nasci no “BERÇO DO ROCK” e aprendi a gostar desse estilo musical ainda no ventre de minha querida mãe. Com o passar dos anos eu fui conhecendo outras bandas de rock. Cada vez mais meu pai comprava novos discos para ouvir em casa; pois, possuía uma boa aparelhagem de som, e também sabia construir suas próprias caixas amplificadas. Alguns discos eram “ESTRANHOS”, com desenhos de “MONSTROS”, “MORCEGOS”, “MULHERES NUAS” e até mesmo “DEMÔNIOS”. Em casa eu sempre percebia meu pai nervoso, e ás vezes brigava com a gente sem motivo nenhum.
Em 1985 meus pais mudaram para a cidade de Suzano, na grande São Paulo. Meu pai, porém, continuou comprando seus discos prediletos. De mês em mês ele comprava um novo disco de rock, e eu ouvia a todos eles. Tentando entender o que os cantores diziam nas músicas, eu comecei a estudar inglês em minha própria casa, através de livros, revistas, fitas k7, vídeos etc…
Aos 12 anos de idade eu comecei a fumar, logo fui perdendo o desejo de estudar; e assim comecei a faltar na escola, pois estava sendo dominado pelas influências satânicas do “ROCK IN ROLL”.
Aos 12 anos de idade eu comecei a fumar, logo fui perdendo o desejo de estudar; e assim comecei a faltar na escola, pois estava sendo dominado pelas influências satânicas do “ROCK IN ROLL”.
Entrei pelo caminho da prostituição aos 14 anos, já fumava e bebia cerveja com os “amigos”. Na tentativa de viver “livre” e em “paz” eu caminhava para o fundo do poço a cada dia que passava. Profanei o leito de meus pais com uma “namorada”, eu com 14 e ela com 12 anos de idade.
Nós nos sentíamos “adultos” e muito “responsáveis” longe dos nossos pais.
Quando completei 15 anos eu abandonei a escola, minha mãe ficou muito triste com essa má decisão. Em casa eu brigava diariamente com minha mãe e discutia com meus irmãos. Sempre dizia para a minha mãe:
“EU ODEIO VIVER, EU QUERO MORRER, EU NÃO PEDI PARA NASCER”.
A minha mente fora apagando em ritmo acelerado, sem que eu pudesse perceber, pois, não havia em mim forças para raciocinar acerca do perigo que me cercava.
Meu irmão era apaixonado pela música eletrônica; este estilo de música também me atraía muito; pois a tendência eletrônica havia contagiado a grande São Paulo no início de 1990, com várias casas noturnas voltadas para esse gênero musical trazido da Europa por diversos dj’s e cantores da dance music.
A música eletrônica é uma das vertentes do ROCK, muitos elementos do “JAZZ” e também do “BLUES” estão misturados na “DANCE MUSIC”, “TECHNO” e na “HOUSE MUSIC”.
Há muito do “ROCK IN ROLL” em outros estilos musicais, mas é do ROCK em especial que eu quero tratar aqui.
Há muito do “ROCK IN ROLL” em outros estilos musicais, mas é do ROCK em especial que eu quero tratar aqui.
No ano de 1997 conheci uma banda de rock muito polêmica; cujo líder é SATANISTA convicto e também HOMOSSEXUAL. Esta banda usa dois nomes de personalidades americanas que fizeram história.
Este grupo tem como figura central:
“MARILYN MANSON”.
Marilyn Manson faz apologia ao SATANISMO e ao HOMOSSEXUALISMO, seus shows são cheios de ALUSÕES AO NAZISMO, ANARQUISMO, REBELDIA, DEPRAVAÇÃO, INSULTOS À FÉ CRISTÃ, VIOLÊNCIA e ao CONSUMO DE DROGAS.
Em 1994 Marilyn Manson (Bryan Warner)
foi consagrado reverendo da “IGREJA DE SATÔ por: “ANTON LA VEY”
foi consagrado reverendo da “IGREJA DE SATÔ por: “ANTON LA VEY”
** FUNDADOR DA IGREJA DE SATÃ EM 1969 EM SÃO FRANCISCO NA CALIFÓRNIA-EUA.
Em 1997 ANTON LA VEY faleceu e MARILYN MANSON assumiu O POSTO DE REVERENDO DE SATÃ.
* ANTICHRIST SUPERSTAR ANTICRISTO SUPERSTAR
A MINHA VIDA MUDOU RADICALMENTE APÓS TER CONHECIDO ESTA BANDA DE ROCK.
COMECEI ENTÃO A DIVULGAR O NOME DESTE GRUPO DE ROCK PARA TODOS OS MEUS “AMIGOS” E PASSEI A ANDAR COM CDS E VÍDEOS DESTA BANDA PARA TODOS OS LUGARES ONDE EU PASSAVA.
EU ESTAVA HIPNOTIZADO PELO ROCK E NÃO PERCEBIA.
EU ESTAVA HIPNOTIZADO PELO ROCK E NÃO PERCEBIA.
Lembro-me de certa feita quando estávamos reunidos na casa de um de nossos “amigos”; ali ouvíamos “rock” e conversávamos sobre o nosso futuro; sobre o que seríamos nos anos seguintes.
Tudo aquilo era muito normal para nós, pois estávamos cegos e longe de uma realidade consciente.
As músicas de Marilyn Manson estavam em nossos lábios diariamente; não conseguíamos nos libertar daquela vida suja e vazia, por mais que lutássemos nosso esforço era em vão. Queimamos vários CDs de rock, porém; era inútil esta atitude, pois, a luta era espiritual e não sabíamos.
Certa feita, meu primo me disse que estava sentindo um grande vazio em sua alma, e naquela época nós estávamos afundando mais e mais no álcool e no rock; buscando uma “paz” que parecia estar fugindo de nós. Aqueles foram os piores dias de nossas vidas. Ao comprarmos uma revista sobre rock, na seção de anúncios lemos a seguinte frase:
“PROCURA-SE SATANISTAS”
Era um anúncio de um jovem procurando músicos para montar sua banda de ROCK – “TRASH METAL”.
Ao ler aquele anúncio ficamos surpresos em saber que alguém era capaz de adorar o próprio satanás. Quanta cegueira espiritual havia em nós naqueles dias!
Ás vezes ficava chocado com a tradução das músicas de rock que escutava.
Ao ler aquele anúncio ficamos surpresos em saber que alguém era capaz de adorar o próprio satanás. Quanta cegueira espiritual havia em nós naqueles dias!
Ás vezes ficava chocado com a tradução das músicas de rock que escutava.
Depois daqueles dias comecei a sentir desejos de suicídio todas as noites; pensava que tirando a minha própria vida eu estaria em paz; mas tudo isso não passava de uma grande investida do diabo para destruir a minha vida. Passei a desenhar figuras de demônios no meu quarto, pintava cenas de lesbianismo, satanismo. Eu escrevia letras de música com teor mórbido, triste e depressivo. Ouvia vozes me chamando mesmo eu estando sozinho em casa ou nas ruas. Sempre vinham aos meus ouvidos as músicas de rock que nós escutávamos.
Cada dia que passava eu me sentia mais vazio por dentro, e pensava somente em SUICÍDIO.
Cada dia que passava eu me sentia mais vazio por dentro, e pensava somente em SUICÍDIO.
CHEGUEI A QUEIMAR POR VÁRIAS VEZES MEUS CDs DE ROCK, MAS NADA ADIANTOU; EU COMPRAVA OUTROS NOVAMENTE.
Para mim estes discos de rock eram como se fosse o meu alimento, me sentia um drogado, aprisionado pelo rock.
Em 1997 o cantor “Marilyn Manson” lançou um disco diabólico intitulado:
ANTICHRIST SUPERSTAR = ANTICRISTO A SUPER ESTRELA.
** EU COMPREI ESTE DISCO; E ESCUTAVA-O VINTE E QUATRO HORAS POR DIA.
ESTE DISCO CONTÉM LETRAS SATÂNICAS QUE DESPREZAM A PESSOA DO NOSSO SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO, TRAZENDO ESCRAVIDÃO ESPIRITUAL, DESTRUIÇÃO E MALDIÇÃO PARA NOSSAS VIDAS.
Porém, eu estava cego; sem nenhuma afeição por AQUELE que morreu na cruz para nos salvar.
** NÃO HAVIA AMOR EM MIM, SÓ ÓDIO E MUITA VONTADE DE MORRER.
Na televisão, pelo canal da “MTV-MUSIC TELEVISION” diariamente o rock e o satanismo é propagado livremente para crianças e adolescentes do mundo inteiro. Assim o diabo conquista a mente e o coração daqueles que são o futuro do mundo. A “mtv” é uma emissora que transmite uma filosofia totalmente contrária à vontade de Deus; destruindo moral e espiritualmente jovens e crianças.
Já envolvido totalmente com o rock; procurava formar uma banda para cantar com os “amigos”; porém, nada deu certo. Depois de muito tempo tentando ser igual aos cantores de rock; comecei então a planejar o suicídio.
Eu levava uma vida desregrada, embriagando-me diariamente, sentindo desprezo pela minha própria vida. Era um escravo dos vícios e do rock, tentando ser feliz; acorrentado pela música satânica.
Lembro-me de dois “amigos” que também amavam o rock,
‘RICARDO E REGINALDO’.
Eles tinham cabelos compridos e se vestiam de preto quando saíam para as “baladas”.
Eles cultuavam o “gótico”; ouviam suas bandas prediletas como: “THE CURE”, “THE CULT”, “THE SMITHS”, “OPERA MULT STEEL” etc… Tocavam em suas casas, tinham uma banda de “ROCK INDUSTRIAL” e assim levavam a vida. Suas músicas prediletas tinham letras sombrias, tristes, depressivas; sem uma perspectiva de futuro.
Ás vezes eu me reunia com eles para ensaiarmos algumas canções, e passávamos várias horas falando de rock in roll. Sempre quando eu ia dormir colocava um CD de rock para eu ouvir durante a madrugada; mas, tinha pesadelos horríveis com freqüência.
Minha música predileta na hora de dormir era “BLOODY KISSES” “BEIJOS SANGRENTOS”, da banda: “TYPE `O` NEGATIVE”.
Uma banda de BLACK METAL com influências góticas também.
Uma banda de BLACK METAL com influências góticas também.
Em sonhos perturbadores pelas madrugadas eu me via em um outro mundo.
ÁS VEZES ESTAVA EM CAVERNAS ESCURAS, TERRAS DESERTAS, outras vezes estava em ALTO MAR; MORRENDO AFOGADO.
Sonhava sempre com “FERAS” correndo atrás de mim para me matar, eram terríveis estas visões enquanto eu dormia.
POR MUITOS ANOS EU VIVI ATORMENTADO POR ESTES SONHOS E PESADELOS DIABÓLICOS.
ÁS VEZES ESTAVA EM CAVERNAS ESCURAS, TERRAS DESERTAS, outras vezes estava em ALTO MAR; MORRENDO AFOGADO.
Sonhava sempre com “FERAS” correndo atrás de mim para me matar, eram terríveis estas visões enquanto eu dormia.
POR MUITOS ANOS EU VIVI ATORMENTADO POR ESTES SONHOS E PESADELOS DIABÓLICOS.
Certa feita eu fui dormir, já de madrugada. Senti que algo havia entrado em minha boca, não sabia o que era, mas comecei a me revirar na cama tentando cuspir aquilo que havia entrado em minha boca. Foi horrível esta experiência. Eu tentava escapar daquela situação, porém, não conseguia.
De repente a minha boca começou a pronunciar palavras em uma espécie de “dialeto” estranho que não pude entender o que eu mesmo falava. Entrei em desespero; comecei a gritar, mas, ninguém me ouvia.
Senti minha alma sair do meu corpo e seguir descendo um profundo abismo escuro; parecia não ter mais fim. Olhava para as paredes rochosas e escuras daquele abismo e já não tinha dúvidas de que eu estava entrando no inferno.
Enquanto descia este abismo desesperado querendo voltar para o meu quarto, ao longe eu ouvia gritos de desespero e dor.
Eu me esforçava para tentar voltar ao meu quarto, á minha cama, mas não conseguia. Aquilo era real, além de um simples sonho, era uma revelação para mim, pois em mim não havia o temor de Deus, por esta razão eu estava passando por aquele:
“VALE DA SOMBRA DA MORTE”.
Isto estava acontecendo pelo fato de eu não ter entregado a minha vida ao Senhor e salvador Jesus Cristo, pois eu vivia a minha vida nas drogas e na prostituição, sem me importar com o Senhor Jesus que morreu na cruz para me salvar.
ESTAVA NUM MUNDO ESPIRITUAL, SOFRENDO PELA MINHA REBELDIA E DESPREZO AO SENHOR JESUS.
ENQUANTO EU AGONIZAVA; UM HOMEM COM LINDAS VESTES BRANCAS RESPLANDECENTES APARECEU PARA MIM DENTRO DAQUELE ABISMO PROFUNDO E ESCURO, pois lá não havia nenhum raio de luz, tudo eram trevas e sofrimento.
Vi quando ao meu lado aquele homem apareceu, segurando a minha mão ele me disse:
Vi quando ao meu lado aquele homem apareceu, segurando a minha mão ele me disse:
“NÃO TENHA MEDO JOVEM! EU ESTOU CONTIGO, NÃO SE DESESPERE!”.
Naquele momento pude sentir uma paz que jamais senti antes em lugar nenhum. Aquele homem era o Senhor Jesus! Ele me levou a um lugar sombrio, e enquanto caminhávamos percebi que havia vários buracos e crateras no solo daquele abismo onde pisávamos.
ENQUANTO ANDÁVAMOS SAÍA FOGO E FUMAÇA DOS BURACOS NO CHÃO, HAVIA UM MAU CHEIRO TERRÍVEL DE CARNIÇA NAQUELE LUGAR.
Eu vi vários vultos negros saindo daqueles buracos e se escondiam nas brechas rochosas das crateras.
Eram demônios, ALI ERA O INFERNO; e eles estavam fugindo daquele homem de vestes brancas que estava segurando em minhas mãos. Ao chegarmos a uma outra parte, aquele homem de vestes brancas me mostrou onde estavam homens e mulheres, todos eles acorrentados e pedindo socorro. Naquela hora senti um grande medo daquele lugar e desejei sair dali o mais rápido possível.
Eram demônios, ALI ERA O INFERNO; e eles estavam fugindo daquele homem de vestes brancas que estava segurando em minhas mãos. Ao chegarmos a uma outra parte, aquele homem de vestes brancas me mostrou onde estavam homens e mulheres, todos eles acorrentados e pedindo socorro. Naquela hora senti um grande medo daquele lugar e desejei sair dali o mais rápido possível.
OS GRITOS ERAM HORRÍVEIS, E VINHAM DE TODA PARTE.
Aquele cenário era iluminado apenas com as chamas avermelhadas do fogo que saíam dos buracos do solo.
Eu vi que alguns homens trajavam roupas rasgadas, surradas, como mendigos e ébrios naquele lugar. Vi também que muitas mulheres estavam nuas, outras estavam com seus seios expostos, outras ainda estavam com roupas sujas e rasgadas.
Eu vi que alguns homens trajavam roupas rasgadas, surradas, como mendigos e ébrios naquele lugar. Vi também que muitas mulheres estavam nuas, outras estavam com seus seios expostos, outras ainda estavam com roupas sujas e rasgadas.
Era horrível aquele cenário, e o mau cheiro era insuportável. Alguns homens olhavam pra mim, bem como algumas mulheres e me pediam socorro clamando em alta voz, em grande agonia.
Neste momento aquele homem com vestes brancas que estava ao meu lado me disse:
“Olha jovem; não estenda a sua mão para ajudá-los; pois estes que estão acorrentados e presos aqui são prisioneiros neste abismo, você não poderá libertá-los; eles nunca poderão sair daqui”.
E seguiu dizendo:
“… Todos estes homens e mulheres viveram suas vidas na terra ao seu “bel prazer” e não se importaram com a salvação de suas almas, por esta razão eles estão presos nestas correntes que você está vendo. Eles me desprezaram durante suas vidas passageiras; não alcançaram à salvação, antes, todos eles me rejeitaram blasfemando e negando o meu nome…”.
Enquanto eu ouvia aquelas palavras, eu olhava para aquelas pessoas e sentia uma profunda agonia ao ver quão terrível é o sofrimento daqueles que vão para o inferno por desprezarem ao Senhor Jesus Cristo.
Eu vi que naquele lugar havia uma galeria para cada grupo de pessoas.
De um lado estavam os homens que não honraram o nome do Senhor Jesus, ali estavam “PASTORES, MISSIONÁRIOS, EVANGELISTAS, PRESBÍTEROS, PADRES, BISPOS E DIÁCONOS”.
Também havia um lugar reservado para os “ASSASSINOS, ESTUPRADORES, ATORES E ARTISTAS PORNOGRÁFICOS, ARTISTAS DE NOVELAS, SEQÜESTRADORES, TERRORISTAS, SUICIDAS, ASSALTANTES E TRAFICANTES”.
Outra ala era reservada para os “BRUXOS, SATANISTAS, FEITICEIROS, MAGOS, ALQUIMISTAS, ENCANTADORES, ESOTÉRICOS, ASTRÓLOGOS, NECRÓFILOS, ADIVINHOS, MÁGICOS, MÉDIUNS, ESPÍRITAS…”.
E outros que mantinham relações com as forças ocultas.
Na galeria das mulheres estavam as “LÉSBICAS, PROSTITUTAS, GAROTAS DE PROGRAMA, AS “TOP MODELS”, MULHERES ASSASSINAS, ABORTISTAS E ADÚLTERAS”.
Todos eles gritavam de dor e desespero.
OS DEMÔNIOS OS ATORMENTAVAM DE TODAS AS MANEIRAS; COM ESPANCAMENTOS, COM ABUSOS SEXUAIS, COM PALAVRÕES E INSULTOS DE TODA ESPÉCIE; O TORMENTO ERA GERAL NAQUELE LUGAR…
Havia ali um portão de bronze enorme; que ficava fechado. Onde nós passávamos percebíamos a revolta dos demônios, que se deslocavam de um buraco para o outro em fração de segundos. Eles voavam por toda parte; sempre fugindo da presença daquele que estava caminhando comigo, cujo aspecto era como relâmpago.
Aproximamos-nos daquele enorme portão que estava trancado, de repente estávamos em frente a um trono de cor escura.
Naquele trono não havia ninguém; nem ao seu lado. Tudo estava em silêncio naquela hora; porém, não vi a mais ninguém. Aquele trono era o trono de satanás, ali era o seu posto, no qual se assentava para observar o sofrimento das almas acorrentadas com grandes cadeias de ferro.
Observei que ali não havia nuvens nem vento algum naquele lugar; apenas escuridão, fogo, fumaça, um clima seco e um calor insuportável. Diante daquele cenário eu pude contemplar entre lágrimas a tamanha crueldade de satanás e seus anjos, percebi também que…
“O INFERNO É REAL”.
“O INFERNO É REAL”.
“O INFERNO É REAL”.
SEMPRE DUVIDAVA DA EXISTÊNCIA DE UM LUGAR DE TORMENTO ETERNO, MAS, DEPOIS DISSO TUDO QUE EU VI, NUNCA MAIS DUVIDEI QUE O INFERNO EXISTISSE E É TÃO REAL QUANTO NOSSAS VIDAS.
Pude observar também que existe um reino organizado por satanás, que trabalha incansavelmente para destruir a humanidade em todas as suas áreas:
SOCIAL, MORAL, ECONÔMICA, MENTAL, FÍSICA, GEOGRÁFICA, PSICOLÓGICA, CULTURAL, CONJUGAL, ESPIRITUAL.
Nestas dez áreas satanás tem centralizado os seus ataques contra a raça humana. Tirando dos homens a imagem e a semelhança de Deus e estampando uma marca diabólica em suas vidas.
Depois de todas estas visões, eu pedia ao Senhor Jesus, para que eu pudesse sair daquele lugar horrível, mas ouvi uma dura repreensão de sua parte; ele me disse:
“Se você me obedecer e procurar uma igreja para ouvir a minha palavra, eu não te deixarei vir para este lugar e passar toda a eternidade em tormentos; porém, se não me obedecer você ficará neste lugar e se ajuntará àqueles que aqui já estão em agonia, e nunca mais voltará para o seu quarto, nem mais verá os seus pais…”.
Eu chorava muito, e pedia perdão por todos os meus pecados, e prometi ser obediente á sua palavra. Naquela madrugada eu acordei assustado no meu quarto; meu irmão dormia tranqüilamente na sua cama ao lado da minha, porém, não ouviu nada. Havia nas paredes do meu quarto, vários desenhos diabólicos com temas de ROCK IN ROLL, SEXO, LESBIANISMO, SATANISMO…
Logo após o tormento que vivi, acordei, e quando abri os meus olhos vi que aqueles desenhos na parede estavam olhando para mim e davam risadas de zombaria e sarcasmo.
Eu chorava muito, e pedia perdão por todos os meus pecados, e prometi ser obediente á sua palavra. Naquela madrugada eu acordei assustado no meu quarto; meu irmão dormia tranqüilamente na sua cama ao lado da minha, porém, não ouviu nada. Havia nas paredes do meu quarto, vários desenhos diabólicos com temas de ROCK IN ROLL, SEXO, LESBIANISMO, SATANISMO…
Logo após o tormento que vivi, acordei, e quando abri os meus olhos vi que aqueles desenhos na parede estavam olhando para mim e davam risadas de zombaria e sarcasmo.
Espantado com aquela cena horrível dentro do meu quarto, não pude mais dormir, porém, não tive coragem de levantar da minha cama e assim fiquei até o dia amanhecer. Quando me levantei pela manhã, fiz uma oração à Deus pedindo paz e proteção. Eu tive a certeza de que estive vivo no inferno, e que aquilo era uma revelação através de um arrebatamento de sentidos. Com o passar do tempo, me envolvi com as drogas mais pesadas; pois havia esquecido o medo que me sobreveio com aquela revelação do inferno.
Saí da cidade de Suzano, onde eu morava, no ano de 1999. Fui para São Vicente, litoral paulista. Comecei a sair pela noite; nesta ocasião morava com minha querida avó, que já descansa na mansão celestial ao lado do Senhor Jesus Cristo. Então eu me reunia com meus “amigos” para “beber” e usar “drogas” durante a madrugada. Nós saíamos em busca de “festas” e “música” por todos os lugares. Nós conhecíamos um “amigo” que na madrugada nos trazia “presentes”.
Nós usávamos estes “presentes” durante a madrugada dentro dos banheiros dos bares e casas por onde passávamos. Sentíamos um “profundo vazio em nossos corações”.
Sempre tentávamos preencher este “GRANDE VAZIO” usando drogas para “DISFARÇAR A NOSSA TRISTEZA”.
Passados alguns meses e este “amigo” que nos trazia “presentes” foi cruelmente assassinado com um tiro dentro do olho quando estava sentado junto ao balcão, bebendo com seus colegas. Morreu tragicamente deixando para trás sua filhinha de apenas três anos e sua esposa.
Nós usávamos estes “presentes” durante a madrugada dentro dos banheiros dos bares e casas por onde passávamos. Sentíamos um “profundo vazio em nossos corações”.
Sempre tentávamos preencher este “GRANDE VAZIO” usando drogas para “DISFARÇAR A NOSSA TRISTEZA”.
Passados alguns meses e este “amigo” que nos trazia “presentes” foi cruelmente assassinado com um tiro dentro do olho quando estava sentado junto ao balcão, bebendo com seus colegas. Morreu tragicamente deixando para trás sua filhinha de apenas três anos e sua esposa.
QUE TRISTE FIM TEVE ESTE PAI DE FAMÍLIA!
Assim, pude perceber que mais um partira desta vida para a eternidade sem volta, e o que é pior, ele partiu sem Jesus Cristo.
Assim, pude perceber que mais um partira desta vida para a eternidade sem volta, e o que é pior, ele partiu sem Jesus Cristo.
Com tudo isso, o rock continuava ativo em minha mente; e eu andava ainda mais pelas madrugadas em busca de “DIVERSÃO” e “LAZER”.
DESDE ENTÃO TODOS OS DIAS EU COMECEI A SENTIR UM FORTE CHEIRO DE NECROTÉRIO A ME PERSEGUIR.
Hoje eu sei com certeza que aquele cheiro estranho era o “CHEIRO DA MORTE”, que seguia meus passos a fim de me tragar.
Algumas vezes alguém me dizia:
“JOVEM JESUS TE AMA”!
Outros ainda me falavam do chamado de Deus para a minha vida. Eu sempre ouvia alguém me dizendo que eu era um “escolhido de Deus” para pregar a sua Santa Palavra.
Eu, porém, não dava muita atenção; pois, estava cego demais para enxergar o amor e a misericórdia do Senhor Jesus Cristo.
Certa feita eu decidi queimar novamente os meus discos e vídeos de rock juntamente com os meus desenhos. Queria dar um pouco de “paz” á minha mente. Eu queimei tudo o que era relacionado ao rock; mas, não demorou muito tempo, e a minha coleção de discos aumentou. Eu comprei novamente todos os discos que eu havia queimado.
O TEMPO PASSOU, E EU VOLTEI A TER DESEJOS DE SUICÍDIO TODOS OS DIAS.
Eu, porém, não dava muita atenção; pois, estava cego demais para enxergar o amor e a misericórdia do Senhor Jesus Cristo.
Certa feita eu decidi queimar novamente os meus discos e vídeos de rock juntamente com os meus desenhos. Queria dar um pouco de “paz” á minha mente. Eu queimei tudo o que era relacionado ao rock; mas, não demorou muito tempo, e a minha coleção de discos aumentou. Eu comprei novamente todos os discos que eu havia queimado.
O TEMPO PASSOU, E EU VOLTEI A TER DESEJOS DE SUICÍDIO TODOS OS DIAS.
Lembro-me quando eu estava preparando o almoço, estava sozinho em minha casa; e uma tristeza invadiu meu coração em fração de segundos.
Nesse momento eu senti uma pessoa encostar do meu lado. Era um demônio, e ouvi quando ele me disse assim:
“COLOQUE VENENO EM SUA COMIDA, E ACABE COM TODOS OS SEUS PROBLEMAS AINDA HOJE…”.
Então, hipnotizado por aquela voz, deixei o meu prato na mesa.
Fui até uma prateleira onde minha mãe guardava seus produtos de limpeza. Queria pegar o veneno de matar ratos para colocar na minha comida e assim me suicidar. Mas, não pude vê-lo ali, pois, havia sumido de repente. Eu tinha certeza de que este veneno estava ali, porém, não podia enxergá-lo entre os demais produtos que estavam organizados naquela prateleira.
Fui até uma prateleira onde minha mãe guardava seus produtos de limpeza. Queria pegar o veneno de matar ratos para colocar na minha comida e assim me suicidar. Mas, não pude vê-lo ali, pois, havia sumido de repente. Eu tinha certeza de que este veneno estava ali, porém, não podia enxergá-lo entre os demais produtos que estavam organizados naquela prateleira.
Sei que foi o SENHOR JESUS que vendou os meus olhos para que eu não pegasse aquele veneno a fim de acabar com a minha própria vida!
Ao Senhor Jesus, seja toda honra e todo louvor eternamente! Deus fez o veneno desaparecer para me salvar da morte!
Não tenho palavras para agradecê-lo.
DEPOIS DISSO, AQUELA AGONIA E TRISTEZA SE AFASTARAM DE MIM POR ALGUNS DIAS…
MAS, QUANDO VOLTAVA, ERA CADA VEZ MAIS FORTE.
MAS, QUANDO VOLTAVA, ERA CADA VEZ MAIS FORTE.
ROCK – A MÚSICA DO INFERNO - A REVELAÇÃO
“O SONHO SATÂNICO”
Lembro-me que certa feita eu me deitei para dormir após ter fumado meu último cigarro. Estava folheando algumas páginas da Bíblia e logo senti um profundo sono. Eu estava perturbado e completamente sem rumo na minha vida. Naquela madrugada, SONHEI QUE EU ESTAVA DENTRO DE UM BAR; eu estava em pé, encostado no balcão e bebia ali algumas doses de bebida alcoólica. Naquele bar só havia duas pessoas: o dono do bar e eu. Eu falava um pouco da minha vida para aquele homem que me ouvia atentamente, porém, não podia fazer nada para me ajudar.
DE REPENTE, NUM PISCAR DE OLHOS, APROXIMAVA-SE DE NÓS UM HOMEM MONTADO NUM CAVALO. SEU CAVALO TINHA PERNAS ENORMES; COMO AS PERNAS DE UM CAMELO.
Era um cavalo negro e totalmente estranho. Vi quando ele parou na porta daquele bar, e o seu cavaleiro inclinou-se para ver quem estava lá dentro. Nesse momento o dono do bar percebeu que aquele cavaleiro estranho me chamava para fora fazendo gestos e sinais com suas mãos.
E assim, o dono do bar agindo com muito medo me expulsou daquele bar e fechou as portas para mim. Eu fiquei durante muito tempo paralisado, em pé do lado de fora daquele bar, de frente para aquele cavaleiro que trajava um manto preto e com seu rosto envolto num capuz. SOBRE SUAS COSTAS HAVIA UMA ENORME FOICE AFIADA.
Ouvi quando ele me disse:
“VOCÊ VIVE A ME CHAMAR; CANTANDO AS MINHAS MÚSICAS…”.
DE REPENTE, NUM PISCAR DE OLHOS, APROXIMAVA-SE DE NÓS UM HOMEM MONTADO NUM CAVALO. SEU CAVALO TINHA PERNAS ENORMES; COMO AS PERNAS DE UM CAMELO.
Era um cavalo negro e totalmente estranho. Vi quando ele parou na porta daquele bar, e o seu cavaleiro inclinou-se para ver quem estava lá dentro. Nesse momento o dono do bar percebeu que aquele cavaleiro estranho me chamava para fora fazendo gestos e sinais com suas mãos.
E assim, o dono do bar agindo com muito medo me expulsou daquele bar e fechou as portas para mim. Eu fiquei durante muito tempo paralisado, em pé do lado de fora daquele bar, de frente para aquele cavaleiro que trajava um manto preto e com seu rosto envolto num capuz. SOBRE SUAS COSTAS HAVIA UMA ENORME FOICE AFIADA.
Ouvi quando ele me disse:
“VOCÊ VIVE A ME CHAMAR; CANTANDO AS MINHAS MÚSICAS…”.
Naquele momento eu fiquei totalmente sem ação. Então ele continuou a dizer:
“VOCÊ FALA DAS MINHAS MÚSICAS PARA OS SEUS AMIGOS? QUANDO VOCÊ LEVAVA OS MEUS DISCOS PARA OUVIR COM SEUS AMIGOS, VOCÊ ESTAVA ME CHAMANDO E CLAMANDO A MIM; POR ISSO EU VIM AO SEU ENCONTRO…”.
Naquele instante eu lhe perguntei:
“Quem é você?”.
E então ele me respondeu:
“Eu sou MARILYN MANSON…”.
E então ele me respondeu:
“Eu sou MARILYN MANSON…”.
Quando ele respondeu quem realmente ele era, percebi que nesse momento levava sua mão ao capuz e descobria o seu rosto esquelético. Pude então notar que aquele cavaleiro estava sendo enviado pelo diabo, para trazer uma mensagem do inferno para mim.
Logo me chamou para cumprir uma “ORDEM”; caso eu me negasse a cumpri-la, eu seria morto. Aquele homem tinha uma imagem cadavérica. Sua semelhança era a de um cadáver, e queria me assustar. Era um cantor de rock satânico. Aquele cavaleiro me chamava para cumprir uma missão; cujo objetivo era:
Logo me chamou para cumprir uma “ORDEM”; caso eu me negasse a cumpri-la, eu seria morto. Aquele homem tinha uma imagem cadavérica. Sua semelhança era a de um cadáver, e queria me assustar. Era um cantor de rock satânico. Aquele cavaleiro me chamava para cumprir uma missão; cujo objetivo era:
“MATAR TODOS OS SEGUIDORES DE JESUS CRISTO QUE EU ENCONTRASSE PELO MEU CAMINHO”.
Imediatamente foi trazido à minha presença um cavalo preto e uma grande foice afiada. No mesmo instante um profundo ódio entrou em meu coração transformando-me em um monstro. Já fora de mim, eu não me controlava mais, só me lembro que fui arrebatado de um lugar para outro na velocidade da luz. Daquele cenário urbano onde havia um bar, fui levado para um grande deserto arenoso e sombrio.
Lembro-me de ter dito a ele que não poderia matar os cristãos; pois, eu também tinha familiares cristãos.
Lembro-me de ter dito a ele que não poderia matar os cristãos; pois, eu também tinha familiares cristãos.
MAS, AQUELE CAVALEIRO GRITOU COM GRANDE IRA E DISSE:
“NÃO FALE NO NOME NEM DO SANGUE DE JESUS CRISTO, POIS, NÓS SOMOS SATANISTAS E ODIAMOS JESUS E VAMOS ACABAR COM O CRISTIANISMO NESTA TERRA E DOMINAREMOS O MUNDO…”.
Então montei naquele cavalo negro, já vestido com uma capa preta e segurando uma enorme foice em minhas mãos; e DOMINADO POR UMA FORÇA SOBRENATURAL, SAÍ CHEIO DE ÓDIO AO ENCONTRO DOS CRISTÃOS PARA MATÁ-LOS.
Ouvi como que um barulho de uma grande cavalaria se aproximando de mim. Quando olhei para os lados vi milhares de cavaleiros vestidos todos com capas pretas e com foices nas mãos. Havia algumas montanhas naquele cenário escatológico, de onde desciam milhares de cavaleiros preparados para uma sangrenta batalha. Eles traziam um símbolo satânico estampado em suas costas, era um raio de cabeça para baixo, de cor vermelha.
Todos eles exaltavam o nome de “ADOLF HITLER”.
Todos eles exaltavam o nome de “ADOLF HITLER”.
E diziam que aquela guerra seria como a segunda guerra mundial. Eles desciam das montanhas com bandeiras nas mãos; todos prontos para o confronto entre “SATANISTAS x CRISTÃOS”.
Nesses momentos de terror eu via muitos cristãos em desespero, fugindo daqueles cavaleiros, para salvarem suas vidas. Muitas mulheres protegiam seus filhos; muitos pastores com suas bíblias nas mãos clamavam em alta voz pedindo proteção ao Senhor Jesus.
LEMBRO-ME QUE EU COMECEI A MATAR A MUITOS HOMENS, MULHERES E CRIANÇAS NAQUELA GUERRA CRUEL.
Não tinha sentimento por ninguém ao meu redor; eu estava terrivelmente possuído pelos demônios que comandavam meu corpo e minha mente; levando-me a fazer aquelas atrocidades sem misericórdia. Algo que jamais faria estando em sã consciência.
Eis aí a razão porque existem tantos crimes bárbaros e cruéis em nossos dias; estes crimes são organizados por satanás, que veio para:
“MATAR, ROUBAR E DESTRUIR A HUMANIDADE”.
Naqueles instantes de verdadeiro terror, eu me convulsionava em minha cama, tentando acordar de qualquer jeito; mas, não conseguia.
Por mais que eu tentasse, era inútil meu esforço. Ainda naquela guerra sangrenta; eu vi muitas pessoas mortas e jogadas pelo chão; e outras que ainda estavam agonizando com ferimentos graves pelo corpo.
Por mais que eu tentasse, era inútil meu esforço. Ainda naquela guerra sangrenta; eu vi muitas pessoas mortas e jogadas pelo chão; e outras que ainda estavam agonizando com ferimentos graves pelo corpo.
Elas pediam socorro, mas, logo suas vozes silenciavam na morte. Eu pude sentir naqueles instantes de terror que o céu se tornou cinzento; e todos aqueles cavaleiros desapareceram de repente. Até mesmo o mentor daquela matança sumiu sem deixar rastros.
Depois de muitos ataques contra aqueles inocentes cristãos, eu me encontrei só. Então queria fugir e pensei:
“PARA ONDE EU IREI?”.
“PORQUE EU MATEI TANTOS CRISTÃOS?”.
“COMO EU VOU RESPONDER POR ISSO?”
“O QUE EU VOU FALAR PARA DEUS?”
“AI DE MIM, CERTAMENTE EU VOU PARA O INFERNO?”
Toda aquela correria havia acabado; e eu solitário, ali, em cima daquele cavalo pensando em escapar daquela situação. Com a foice na mão comecei a chorar amargamente; pensando nas vidas inocentes que eu havia assassinado. E um grande sentimento de culpa invadiu meu coração.
Fiquei desesperado, assustado e trêmulo naquele momento.
Então eu comecei a gritar alto; cada vez mais forte, eu queria sair imediatamente daquela cena horrível e mórbida.
Mas, algo importante estava para acontecer diante dos meus olhos. Então fiquei dando voltas por aquele deserto arenoso; em cuja areia estava o sangue dos fiéis seguidores do SENHOR JESUS CRISTO.
Fiquei desesperado, assustado e trêmulo naquele momento.
Então eu comecei a gritar alto; cada vez mais forte, eu queria sair imediatamente daquela cena horrível e mórbida.
Mas, algo importante estava para acontecer diante dos meus olhos. Então fiquei dando voltas por aquele deserto arenoso; em cuja areia estava o sangue dos fiéis seguidores do SENHOR JESUS CRISTO.
Eu estava ensangüentado e muito abatido. Fiquei abandonado completamente; então voltei ao meu estado normal de consciência, aquela legião de demônios já havia desincorporado de mim.
Assim pude perceber com detalhes as atrocidades que eu havia cometido, e um grande pavor se apoderou de mim.
Em um dado momento; tudo se fez calmo, um profundo silêncio se apoderou daquele cenário grotesco. Olhei a minha volta, a minha direita, a minha esquerda, mas não via mais a ninguém.
Percebi que os corpos mortos eram levados para um outro lugar; pois, foram desaparecendo à medida que uma forte luz cruzava a linha do horizonte e vinha se aproximando da minha direção.
Assim pude perceber com detalhes as atrocidades que eu havia cometido, e um grande pavor se apoderou de mim.
Em um dado momento; tudo se fez calmo, um profundo silêncio se apoderou daquele cenário grotesco. Olhei a minha volta, a minha direita, a minha esquerda, mas não via mais a ninguém.
Percebi que os corpos mortos eram levados para um outro lugar; pois, foram desaparecendo à medida que uma forte luz cruzava a linha do horizonte e vinha se aproximando da minha direção.
Fiquei assustado; notei que eu já não podia me mover; pois aquela forte luz cada vez brilhava mais intensamente. Quando aquela luz se tornou ofuscante; percebi que um homem com compridas vestes brancas caminhava em minha direção.
Contemplei seu aspecto angelical, sublime, alvo como a neve, porém, sua face não pude ver, ela era como uma chama de fogo ardente.
Contemplei seu aspecto angelical, sublime, alvo como a neve, porém, sua face não pude ver, ela era como uma chama de fogo ardente.
Ele se aproximou de mim e, levantando a sua mão para o céu, e disse-me com uma voz suave:
“JOVEM, EU TE CONHEÇO”…
Imediatamente senti minhas pernas grudarem no cavalo em que eu estava montado. Senti meu corpo amolecer; porém da cintura para baixo fiquei paralisado, perdi os movimentos das minhas pernas. A minha foice ensangüentada caiu no chão; senti meus lábios colarem um no outro; e assim já não havia mais boca em minha face.
Enquanto isso eu tentava me justificar diante daquele homem com lindas vestes brancas, cheio de uma luz diferente de todas as luzes naturais que já havia contemplado.
ERA UMA LUZ OFUSCANTE, DIVINA, SOBRENATURAL, CELESTE.
Meu corpo naquele momento entrava em convulsão e numa espécie de ‘TRANSE’ que não sei explicar. Aquele homem, cuja face era uma chama de fogo me disse:
“JOVEM, POR QUE MATAS OS MEUS ESCOLHIDOS? POR QUE PERSEGUES SEM CAUSA OS INOCENTES?”
Neste momento senti que o meu fim havia chegado. Continuava a chorar, quando ele me disse:
“EU TENHO TE CHAMADO PARA PREGAR A MINHA PALAVRA, PORÉM, VOCÊ TEM SIDO REBELDE; AMANDO MAIS AOS ÍDOLOS DESTE MUNDO DO QUE A DEUS”… QUERO TE DIZER QUE EU SEI QUE VOCÊ ME CONHECE, PORÉM NÃO ME OBEDECE.
CUIDADO! EU ESTOU VOLTANDO PARA BUSCAR OS MEUS ESCOLHIDOS…
Neste momento senti meu coração desmanchar-se dentro de mim; e um amor profundo pela palavra de Deus e o evangelho nasceu em minha alma, transformando todo o meu ser.
Eu chorava muito enquanto aquele homem continuava dizendo:
“MUITO EM BREVE EU VOLTAREI, AI DE TI SE NÃO ESTIVER FAZENDO PARTE DO MEU REBANHO. AGORA EU APAGO AS SUAS TRANSGRESSÕES E OS SEUS PECADOS E TE ENVIO PARA PREGAR AOS JOVENS QUE ESTÃO PRESOS PELO ROCK, ADORANDO A SATANÁS. VÁ E PREGUE A MINHA PALAVRA POR QUE O FIM ESTÁ PRÓXIMO. MAS, SE NÃO ME OBEDECER, VOCÊ IRÁ PARA O INFERNO ONDE OS VERMES NÃO MORREM E O FOGO NUNCA SE APAGA”.
Depois destas visões eu fiquei assustado e dobrei meus joelhos no chão entregando os meus passos ao Senhor Jesus, pois essa revelação me abalou muito.
Ouvi também o testemunho de um jovem roqueiro na Holanda, que não conhecia a seu pai havia dezoito anos, pois sua mãe era uma prostituta.
Ouvi também o testemunho de um jovem roqueiro na Holanda, que não conhecia a seu pai havia dezoito anos, pois sua mãe era uma prostituta.
Este jovem usava uma camisa que trazia uma mensagem satânica que dizia:
“EU NASCI PARA IR AO INFERNO”
Mas, ele se converteu ao Senhor Jesus, e tirou sua camisa de rock in roll e a lançou no lixo dizendo:
“Vou para minha casa sem camisa, mas, com Jesus dentro do meu coração…”.
Aquele jovem decidiu viver ao lado de Jesus, e desprezando as artimanhas do diabo, recebeu a Cristo dentro do seu coração e foi para sua casa sem camisa, mas, feliz! Nunca vou me esquecer deste testemunho real que só o Senhor Jesus pode realizar! Ao Senhor Jesus seja toda honra e toda glória para sempre, amém!
Enquanto escrevo este livro, sinto um ataque direto das trevas tentando me calar para que eu não escreva este livro e publique para que muitos jovens o leiam e entregue seus corações ao Senhor Jesus Cristo para receberem assim como aquele jovem holandês, uma outra vida, ao lado de Jesus!
SÓ JESUS É A VERDADEIRA PAZ!
Ainda hoje, ao lembrar de minha conversão e chamado ao ministério, as minhas lágrimas molham os meus olhos que assistiram a tantas perversidades diabólicas.
Agradeço ao SENHOR JESUS pela oportunidade de estar compartilhando com vocês este testemunho sobre a minha vida no submundo do ROCK IN ROLL. Hoje faço parte do rebanho de JESUS CRISTO que muito em breve vai morar nas mansões celestiais.
Aguardo a sua volta em breve, como ele mesmo prometeu em sua palavra dizendo:
“EIS QUE CEDO VENHO”
Agradeço ao SENHOR JESUS pela oportunidade de estar compartilhando com vocês este testemunho sobre a minha vida no submundo do ROCK IN ROLL. Hoje faço parte do rebanho de JESUS CRISTO que muito em breve vai morar nas mansões celestiais.
Aguardo a sua volta em breve, como ele mesmo prometeu em sua palavra dizendo:
“EIS QUE CEDO VENHO”
Apocalipse 22:7.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Afasta-te de mim, satanás!
“21 A partir dessa época, Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que era necessário que fosse a Jerusalém e sofresse muito por parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos escribas, e que fosse morto e ressurgisse ao terceiro dia. 22 Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: ‘Deus não o permita, Senhor! Isso jamais te acontecerá!’ 23 Ele, porém, voltando-se para Pedro, disse: ‘Afasta-te de mim, Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!’ 24 Então disse Jesus aos seus discípulos: ‘Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. 25 Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. 26 De fato, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida? Ou que poderá o homem dar em troca de sua vida? 27 Pois o Filho do Homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com o seu comportamento”.

Em Mt 16, 21 diz: “A partir dessa época, Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que era necessário que fosse a Jerusalém e sofresse muito por parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos escribas, e que fosse morto e ressurgisse ao terceiro dia”.
O Pe. Juan Leal escreve: “Desde agora quer arrancar de uma vez por todas da mente de seus discípulos os pré-juízos que tinham sobre um Messias terreno, glorioso, restaurador da grandeza política de Israel, anunciando-lhes concretamente que havia de ser julgado e condenado à morte pelo Sinédrio, o mais alto tribunal da nação judia, no qual estavam representados os anciãos, os escribas e os sacerdotes. Quão longe estivessem os discípulos de entender estas palavras do Mestre, apesar de sua claridade, o veremos ainda mais tarde, e expressamente o manifestam São Marcos (9, 32) e São Lucas (18, 34)”, e: “Uma vez que os apóstolos haviam já chegado à convicção de que Jesus era o Messias, ‘desde então’ (Mt) – o que não requer uma imediata proximidade histórica com a cena de Cesaréia, mas que pode muito bem referir-se ao período de tempo seguinte a esta data histórica – ‘começou’, pois o faz pela primeira vez abertamente e o repetirá, segundo registram os evangelhos outras duas vezes, a expor-lhes a necessidade de sua morte, segundo o plano de Deus. Ele era o Messias, e eles o reconheciam por tal, e o céu o confirmava com seus milagres (Jo 3, 2). Porém não era o Messias nacionalista, político e triunfador que os judeus esperavam, nem o qual eles acreditavam (At 1, 6). Esta predição de Jesus sobre sua morte é precisa e terminante. 1) Este é o plano de Deus: ‘convém’ (Mc-Lc; cfr. Mt 26, 54). 2) Irá para isso a Jerusalém. A isso refere à resposta que ele manda dar um dia a Antipas: ‘Não pode um profeta morrer fora de Jerusalém’ (Lc 13, 33). 3) Ali será condenado pelos ‘anciãos, os sumos sacerdotes e os escribas’ (Mt). Era o tribunal supremo: o Sinédrio, com suas três classes de componentes. Mc, no lugar dos ‘sumos sacerdotes’ de Mt, põe ‘príncipes dos sacerdotes’. Os que haviam exercido o sumo sacerdócio eram membros natos do Sinédrio e permaneciam com o título de sumos sacerdotes. Na Escritura são chamados também ‘príncipes dos sacerdotes’ (At 4, 5-8). Pode ser que os dois títulos seguissem no uso popular ou que fosse uma citação ‘quoad sensum’. Possivelmente na categoria de sumos sacerdotes se incluíam os membros das famílias, das que se havia escolhido algum membro para o sumo sacerdócio. 4) Ali ‘sofrerá muito’ e será ‘entregue à morte’. Era a profecia de sua paixão: Getsêmani, Sinédrio, Pilatos e Herodes, flagelação, coroa de espinhos, Ecce Homo, via dolorosa, morte de cruz. É sempre a consciência de Cristo, de seu destino, de seu futuro, de seu dia e de sua liberdade. 5) Porém é também, para contrastar este messianismo de dor, o messianismo triunfante de sua ressurreição: ‘Ressuscitarei ao terceiro dia’ (Mt-Lc). Entretanto Mt-Lc citam que a ressurreição será ‘no terceiro dia’, Mc cita ‘depois de três dias’. Em outras passagens neo-testamentárias se usa a fórmula primeira (At 10, 40; 1 Cor 15, 4). A fórmula de Mc resultava um pouco ambígua sobre a precisão dos dias que devia permanecer no sepulcro (Os 6, 3). Acaso fosse isso com motivo, para que prevalecesse a fórmula ‘no terceiro dia’. A importância da ressurreição de Cristo como controle de toda sua obra é tal (1 Cor 15, 14), que Jesus Cristo vai anunciando-a repetidas vezes e com a precisão dos três dias. Já antes falou dela, ao dizer que, se destruíssem o templo de seu corpo, Ele o restauraria em três dias (Jo 2, 19), ou o sinal que deu de si mesmo aludindo aos três dias de Jonas (Mt 12, 39. 40). Jesus vai livremente à morte e à ressurreição” (Pe. Manuel de Tuya), e também: “A partir desse momento, Jesus, que já havia predito a sua paixão e morte, começou a anunciá-la com mais clareza ainda. Queria ele, deste modo, tirar da mente de seus discípulos o preconceito dominante então, de um Messias terreno glorioso, restaurador da grandeza de Israel, e preparar-lhes o ânimo para não se escandalizassem de sua paixão e morte na cruz” (PIB).
O Pe. Juan de Maldonado escreve citando alguns Autores.
A interpretação de São Jerônimo é: quando havia padecido. Porém é manifesto que a intenção do evangelista foi que Cristo, desde o ponto em que Pedro o confessou Filho de Deus, começou a falar de sua morte, e não uma vez, mas muitas, avisando aos apóstolos do que havia de passar, como se dissera que desde aquele momento não teve já Cristo em segredo aos apóstolos sua futura morte e paixão, mas que falava dela claramente.
Poderia perguntar porque desde aquele tempo e não antes. A razão é clara, e a trazem São João Crisóstomo, Eutímio e Teofilacto: porque antes não havia sido reconhecido ou publicamente confessado pelos apóstolos como Filho natural de Deus, e havia que temer, se fazia menção clara da ignomínia da futura morte, se escandalizassem e o deixassem ou se retardasse o progresso de sua fé. Por que depois? Por análoga razão: reconhecido por eles como Filho de Deus, eram idôneos para que se lhes explicasse o mistério de sua morte futura. E necessário que se fizesse, não fora que depois, se viram a Cristo padecer sem prévio anúncio, duvidassem de sua divindade, segundo observa Teofilacto. Assim fez em outra ocasião com semelhante motivo: Digo-vos isto para que não vos escandalizeis: Expulsar-vos-ão das sinagogas (Jo 16, 1-2). Outros dão outras razões: que Cristo quis prevenir com seu exemplo aos apóstolos para que padecessem, como está no versículo 24: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Já o disse São Pedro (1 Pd 2, 21): Cristo padeceu por nós, dando-nos um exemplo, a fim de que sigamos seus passos.
Em Mt 16, 22-23 diz: “Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: ‘Deus não o permita, Senhor! Isso jamais te acontecerá!’ Ele, porém, voltando-se para Pedro, disse: ‘Afasta-te de mim, Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!”
O Pe. Francisco Fernández-Carvajal comenta citando alguns Autores e a Sagrada Escritura.
Os Apóstolos não entendem bem essa linguagem, pois ainda conservam uma imagem temporal do Reino de Deus. “Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: ‘Deus não o permita, Senhor! Isso jamais te acontecerá!” (Mt 16, 22). Levado pelo seu imenso carinho por Jesus, Simão procura afastá-lo do caminho da Cruz, sem compreender ainda que ela será um grande bem para a humanidade e a suprema demonstração do amor de Deus por nós. “Pedro raciocinava humanamente e concluía que tudo aquilo – a Paixão e a Morte – era indigno de Cristo e reprovável” (São João Crisóstomo, Homilias sobre São Mateus, 54, 4).
Pedro encara a missão de Cristo na terra com olhos demasiado humanos, e não chega a entender que, por vontade expressa de Deus, a Redenção se tem de fazer mediante a Cruz e que “não houve meio mais conveniente de salvar nossa miséria” (Santo Agostinho, Tratado sobre a Trindade, 12, 1-5). O Senhor responde energicamente ao discípulo, tratando-o como se estivesse novamente com o tentador do deserto: “Retira-te de mim, Satanás; tu serves-me de escândalo, porque não tens a sabedoria das coisas de Deus, mas das coisas dos homens” (Mt 16, 23).
Em Cesaréia, Pedro tinha falado movido pelo Espírito Santo; agora, deixa-se dominar por uma visão terrena. O anúncio da Cruz, da mortificação e do sacrifício como bem, como meio de salvação, sempre chocará os que a encararem com olhos humanos, como Pedro nesta ocasião. São Paulo teve que prevenir os primeiros cristãos contra aqueles que “procedem como inimigos da cruz de Cristo; o fim deles é a perdição; o deus deles é o ventre; e fazem consistir a sua glória na sua própria confusão, tendo prazer, somente nas coisas da terra” (Fl 3, 17-19).
Pensando apenas com uma lógica humana, é difícil entender que a dor, o sofrimento, aquilo que se apresenta como custoso, possa chegar a ser um bem. Por um lado, a experiência mostra-nos que essas realidades, tão freqüentes no nosso caminho, nos purificam, nos enrijecem e nos tornam melhores. Por outro lado, no entanto, não fomos feitos para sofrer, pois todos aspiramos à felicidade.
O medo à dor, sobretudo, se se trata de uma dor forte ou persistente, é um impulso profundamente arraigado em nós, e a nossa primeira reação é de repulsa. Por isso, a mortificação, a penitência cristã, tropeça com dificuldades; não é fácil, e, ainda que a pratiquemos assiduamente, não acabamos nunca de acostumar-nos a ela.
A fé, no entanto, permite-nos ver — e experimentar que sem sacrifício não há amor, não há alegria verdadeira, a alma não se purifica, não encontramos a Deus. O caminho da santidade passa pela Cruz, e todo o apostolado fundamenta-se nela. É o “livro vivo em que aprendemos definitivamente quem somos e como devemos atuar. Este livro está sempre aberto diante de nós” (João Paulo II, Alocução, 1-4-1980). Devemos aproximar-nos dele e lê-lo; nele aprenderemos quem é Cristo, o seu amor por nós e o caminho para segui-lo. Quem procura a Deus sem sacrifício, sem Cruz, não o encontrará.
“Porque NÃO tens a sabedoria das coisas de Deus, mas das coisas dos homens” (Mt 16, 23). Mais tarde, Pedro compreenderia o profundo significado da dor e do sacrifício; sentir-se-ia alegre com os outros Apóstolos por ter “padecido por causa do nome de Jesus” (At 5, 41).
Nós, cristãos, sabemos que a nossa salvação e o caminho do Céu estão na aceitação amorosa da dor e do sacrifício. Existe por acaso uma vida cristã plenamente fecunda sem sofrimento? “Porventura os esposos estão certos do seu amor antes de terem sofrido juntos? Porventura, a amizade não se torna mais firme pelas provas sofridas em comum ou simplesmente por se ter sofrido junto com os outros o calor do dia, ou por se ter compartilhado com eles a fadiga e o perigo de uma escalada?” (J. Lechercq). Para ressuscitar com Cristo, temos que acompanhá-lo no seu caminho para a Cruz: aceitando as contrariedades e tribulações com paz e serenidade; sendo generosos na mortificação voluntária, que nos faz entender o sentido transcendente da vida e reafirma o senhorio da alma sobre o corpo. Como nos tempos apostólicos, devemos ter em conta que a Cruz que anuncia Cristo é escândalo para uns e loucura e insensatez para outros.
Hoje vemos também muitas pessoas que não sentem as coisas de Deus, mas as dos homens. Têm o olhar posto nas coisas da terra, nos bens materiais, sobre os quais se lançam sem medida, como se fossem os únicos reais e verdadeiros. A humanidade sofre o embate de uma onda de materialismo que parece querer invadir e penetrar tudo. “Este paganismo contemporâneo caracteriza-se pela busca do bem-estar material a qualquer custo, e pelo correspondente esquecimento — melhor seria dizer medo, autêntico pavor — de tudo o que possa causar sofrimento. Com esta perspectiva, palavras como Deus, pecado, cruz, mortificação, vida eterna... acabam por ser incompreensíveis para um grande número de pessoas, que desconhecem o seu significado e sentido” (A. del Portillo).
Sobre o trecho de Mt 16, 22-23, escreve o Pe. Manuel de Tuya: “O quadro era de uma plasticidade tal, de uma precisão como até então não haviam escutado de seus lábios, pois, como disse Mc acusando esta surpresa, ‘isto (condenação, morte e ressurreição) se dizia claramente’, tanto que Pedro, sempre com seu ímpeto e ‘tomando-o’ (Mt-Mc), acaso por seu manto, em todo caso com um gesto precipitado, o repreende, dizendo-lhe que isso jamais sucederá. Era Pedro, que realizava com a espontaneidade de seu enorme afeto a Cristo; porém, fazia, com efeito, da ‘carne e do sangue’. O interpretava bem São Jerônimo, ao dizer que Pedro, ‘ainda que errasse no sentido, não errou no afeto’. Lc omite todo este episódio. A expressão de São Pedro que transmite Mt, já que Mc se limita em dizer que Pedro ‘começou a censurá-lo’, é duplo, e, contudo, ambas são fundamentalmente sinônimas. A resposta de Cristo a Pedro é forte. Se ‘voltou’ (Mt) a ele – no caminho?, no gesto?, é recurso literário? – para ‘repreender-lhe’ (Mc). Manda Pedro apartar-se d’Ele, chamando-lhe ao mesmo tempo ‘Satanás’ (Mt 4, 10). Satanás era considerado na concepção demoníaca desta época como um ser pessoal, superior, que recebe diversos nomes, e que é ser hostil por excelência a Deus e a sua obra. Naturalmente, não é que Pedro o fosse nem que Satanás influía (Jo 13, 2), mas que sua expressão era digna da missão de Satanás: que era desfazer sua autêntica obra messiânica, e que já o havia planejado nas ‘tentações’ do deserto. Por isso, a expressão de Pedro a Jesus, que surge forte de afeto, é para ele ‘escândalo’ (Mt)... Pedro não olhava ‘as coisas de Deus, mas as dos homens’ (Mt-Mc)”.
O Pe. Juan Leal comenta: “As palavras de Cristo deixaram desconcertados os apóstolos. São Pedro, como mais ardente e impetuoso, se atreve a demonstrar com expressões veementes... Falam em suas palavras a carne e o sangue, isto é, os pré-juízos messiânicos, que ainda estão arraigados em seu coração, porém fala também o amor que sente por Jesus. O Senhor se volta então para Pedro e para todos os apóstolos, como adverte São Marcos (8, 33), e em tom severo repele suas insinuações, dirigindo-lhe umas palavras parecidas às que disse ao mesmo Satanás quando o tentou (Mt 4, 5-10). Lhe chamou Satanás, porque, como este, se opunha aos planos de seu Pai; e neste mesmo sentido, lhe disse que é para ele um tropeço, enquanto suas palavras se opunham como um obstáculo no caminho que Deus havia determinado a seu Messias”.
O Pe. Juan de Maldonado escreve citando alguns Autores.
E tomando-o. – Que todos interpretam apartando-o, chamando-o em segredo, como se não se atrevesse a repreender a Cristo diante dos demais (São João Crisóstomo, São Jerônimo, São Beda e Eutímio). Parece-me que é uma frase semelhante à castelhana quando quer um repreender a outro: ‘O tomou por sua conta’. Só que não me atrevo a afirmar que seja exato, pois não posso sustentar com exemplos tomados do hebraico, ainda que observando em Números 16, 1, que o verbo hebraico que corresponde ao grego original desta passagem significa falar ou começar a falar: e tomando-lhe Coré, etc.
Aos que não agrada esta interpretação, ofereço outra, que se lhes agradar, não agrada a mim. Este tomar se entende muitas vezes nos escritos dos apóstolos por compadecer-se: Ao enfermo na fé, disse São Paulo, tomai (Rm 14, 1); quer dizer compadecei. Pelo qual diz em outro lugar: Tomai uns aos outros (Rm 15, 7), isto é, tende misericórdia de uns e de outros. Também este sentido concorda com a ação de Pedro, que, ouvindo da futura paixão de Cristo, tomou-o, isto é, compadecendo intimamente, começou a repreendê-lo. E é o sentido que parece dar a este lugar São Jerônimo: tomando-o, isto é, tomando-o em seu afeto.
Começou a censurá-lo.- Não lhe repreendendo, mas aconselhando-o, como fazem os amigos, segundo São Beda e Eutímio notaram.
São João Crisóstomo e São Jerônimo dizem que Pedro, antes, ao chamar a Cristo Filho do Deus vivo, demonstrou que tinha mais fé n’Ele que os demais, agora demonstrou para com o Mestre maior amor.
Satanás.- Santo Hilário recusa admitir que este Satanás se dirija a Pedro. De maneira que separa assim as palavras. Primeiro disse a Pedro: “Afasta-te de mim”, e logo, dirigindo-se a Satanás, como se fosse o tentador do protesto do apóstolo, exclama: “Satanás, tu me serves de pedra de tropeço”. O que mais admira, é que o mesmo Santo Hilário em outro lugar disse que Pedro foi chamado Satanás.
Com razão poderia alguém se espantar do que chamou a atenção de Santo Agostinho: que em tão breve espaço de tempo, ao mesmo Pedro, chamava Cristo bem-aventurado e Satanás.
Santo Agostinho e Teofilacto dizem que Pedro era bem-aventurado, quando o Pai o revelava e não a carne nem o sangue, e Satanás, quando não sabia senão o humano e desconhecia o divino.
Não chamou, pois, a Pedro de Satanás como se ele fosse o diabo, mas com o significado de adversário, porque o era naquela ocasião, opondo-se que o Salvador morresse pelos homens.
Edições Theologica comenta: “Jesus opõe-Se com energia aos protestos bem intencionados de São Pedro. O Senhor dá-nos a entender assim a importância capital que tem para a salvação o aceitar a cruz (cfr. 1 Cor 1, 23-25). Pouco antes (Mt 16, 17) Jesus tinha elogiado Pedro: ‘Bem-aventurado és Simão’; agora repreende-o: ‘Afasta-te de Mim, Satanás!’; ali tinha falado Pedro movido pelo Espírito Santo, aqui pelo seu próprio espírito de que não se tinha despojado totalmente”, e: “Satanás pode ter aqui o sentido etimológico de ‘adversário, opositor’ ou ser apelativo próprio do diabo tentador, aplicado a alguém que lhe imita a ação de tentar, afastando do bem ou incitando para o mal. Em todo o caso, é injúria gravíssima e mostra até que ponto Jesus havia abraçado de coração sua dolorosa paixão para salvar os homens” (PIB), e também: “Retira-te de minha frente, Satanás, tu és para mim um obstáculo, teus pensamentos não são de Deus mas dos homens!’ Tremendo contraste entre estas palavras e as que ouvira o apóstolo em Cesaréia quando confessara a messianidade e divindade de Jesus. Lá: ‘Bem-aventurado és!’ e a concessão do primado; aqui, o apelativo de Satanás e a repulsa. O motivo é único; a oposição à paixão e morte do Senhor. Mais fácil é reconhecer, em Jesus, o Filho de Deus, que aceitar vê-lo morrer como malfeitor. Mas quem se escandaliza de sua cruz, escandaliza-se d’Ele; quem sua paixão recusa, a ele recusa, porque Cristo é o Crucificado” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena), e ainda: “Ainda há pouco, falava Pedro sob a inspiração divina, agora fala como homem e segundo a carne. Não compreendendo o mistério do Filho de Deus aniquilado e calcado aos pés como um verme da terra, quer desviá-lo, em boa fé, da obediência à vontade de Deus. Por isso Jesus lhe chama Satanás, isto é, adversário, mau conselheiro – Note-se que, nesta passagem, o Divino Mestre nos ensinou ainda a obrigação de não darmos ouvidos a quem quer que nos desvie dos nossos deveres. Seja embora um amigo, é Satanás, é um mau conselheiro” (Dom Duarte Leopoldo).
Em Mt 16, 24 diz: “Então disse Jesus aos seus discípulos: ‘Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Quem segue a Cristo deve aceitar não só a cruz de Cristo, mas também a própria; “imediatamente o diz Jesus para ensinar aos discípulos que seria ilusão pensar em segui-lo sem levar com ele a cruz: ‘Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me acompanhe’. Após o pecado, é a única via de salvação para cada pessoa e para a humanidade inteira... O cristão não leva sua cruz à força; é um grande voluntário que a aceita com amor para fazer de si um sacrifício ‘vivo e santo’, em união com a cruz de Cristo, para a glória do Pai e redenção do mundo. Tal é, porém, impossível sem aquela profunda transformação de mentalidade que leva o cristão a pensar ‘à maneira de Deus’ e por isso o torna capaz de ‘discernir qual seja a vontade de Deus e de não se escandalizar perante o sofrimento” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena), e: “Renunciar a si mesmo, isto é, às más inclinações da natureza corrompida; tomar a sua cruz, isto é, a que nos foi imposta pela Providência, e não outra; e aceitar, com coragem, as penas, trabalhos, sofrimentos e misérias da vida; seguir a Jesus é tomar o caminho por ele santificado” (Dom Duarte Leopoldo), e também: “Se alguém quer me seguir’ – é o mesmo que dizer: - se alguém quer se salvar, se alguém quer ter parte comigo na glória eterna. ‘Se alguém quer me seguir’ – é uma proposta que o Filho de Deus fez a todos os homens. O segui-lo ou não, deixa à nossa vontade, porque não quer forçar ninguém a entrar no céu. ‘Negue-se a si mesmo’ – E negar-se a si mesmo o que é? É dizer não aos gostos e inclinações terrenas do nosso coração. Negar-se a si mesmo é não guiar-se alguém pelos conselhos de sua natureza depravada, mas pelos ditames da razão iluminada com a luz da fé. Negar-se a si mesmo é não dar ouvido às vozes que do interior se levantam, pedindo prazeres e deleites sensuais e satisfação completa de todos os apetites desordenados. ‘Tome a sua cruz’: - eis a condição sem a qual não se pode chegar a Cristo. A cruz não falta a ninguém: é tomá-la e seguir com ela a Jesus até à morte. Cruz é tudo o que nos contraria ou torna a vida difícil. São as dores do corpo, tédio e agonia da alma, reveses da fortuna, estragos do tempo, prejuízos do inimigo, tudo, enfim, que nos aflige, tudo que nos arranca lágrimas e confrange o coração. ‘Toma a tua cruz’ – nos diz a todos Jesus Cristo – porque o discípulo não é mais que seu mestre, nem o servo mais que seu senhor; porque se foi necessário que Jesus carregasse com ela para entrar na sua glória, muito mais nos é necessário a nós levá-la para podermos entrar numa glória, que só o combate nos fará nossa. Seguir a Cristo levando com Ele a nossa cruz, é preciso para salvar a nossa alma” (Pe. Alexandrino Monteiro), e ainda: “Parece dura e pesada a ordem do Senhor: quem quiser segui-lo, tem de renunciar a si mesmo. Mas não é duro nem pesado o que ordena, pois ele próprio nos ajuda a cumprir seu preceito... Que significa: Tome a sua cruz? Quer dizer: suporte tudo o que custa, e então me siga. Na verdade, quem começar a seguir meus exemplos e preceitos, encontrará muitos que o critiquem, que o impeçam, que tentem dissuadi-lo, mesmo entre os que parecem discípulos de Cristo” (Santo Agostinho, Sermões).
São João Crisóstomo escreve: “Depois de Pedro ter dito: ‘Tem compaixão de ti, Senhor, nada disso acontecerá contigo’ (Mt 16, 22), e o Senhor o repreendeu: ‘Afasta-te de mim, Satanás!’ (Mt 16, 23) o Senhor não se contentou só com esta repreensão, mas quis fazer-lhe ver de uma maneira excessiva a inconveniência de suas palavras e manifestar-lhe o fruto de sua paixão. Por isso disse: ‘Então disse a seus discípulos: se alguém quer vir após mim’, que equivale a dizer: Tu me dizes: Tem compaixão. Pois eu te digo que não só te será prejudicial que eu evite minha paixão, mas que tu não poderás salvar sem padecimento, se não morreres e não renunciares para sempre a sua vida” (Homiliae in Matthaeum, hom. 55, 1), e: “Porque o que não se nega a si mesmo não pode aproximar-se daquele que está sobre ele. Porém, se nos abandonamos a nós mesmos, para onde iremos fora de nós? Somos uma coisa caída pelo pecado e outra por nossa natureza original. Nós nos abandonamos e nos negamos a nós mesmos, quando evitamos o que fomos pelo homem velho, e nos dirigimos para onde nos chama nossa natureza regenerada” (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 32, 2), e também: “Nega-se a si mesmo, aquele que repara sua má vida e começa a ser o que não era e deixa de ser o que era” (Idem., Homiliae in Hiezechihelem prophetam, hom. 10), e ainda: “Nega-se a si mesmo, aquele que pisoteando seu vão orgulho se apresenta diante dos olhos de Deus, diferente a si mesmo” (Idem., Moralia, 23), e: “Ainda que pareça que algum se abstém de pecar, entretanto, se não tomar a cruz de Cristo, não se pode dizer que está crucificado com Cristo ou que está abraçado à sua cruz. Por isso disse: ‘E toma sua cruz” (Orígenes), e também: “Devemos, pois, seguir ao Senhor, tomando a cruz de sua paixão, se não for na realidade, ao menos com a vontade” (Santo Hilário, in Matthaeum, 16), e ainda: “Como os ladrões sofrem também muito, o Senhor, a fim de que ninguém tenha por idôneo essa classe de sofrimentos dos maus, expõe o motivo do verdadeiro sofrimento, quando diz: ‘E me siga’. Devemos sofrer tudo por Ele e d’Ele devemos aprender as virtudes. Porque o seguir a Cristo consiste em ser zeloso pela virtude e sofrer tudo por Ele” (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 55, 2), e: “Podemos tomar a cruz de duas maneiras. Dominando nosso corpo com a abstinência, ou carregando nosso espírito com a compaixão que inspiram as misérias do próximo. Porém, como muitas vezes se misturam alguns vícios com a virtude, devemos tomar em consideração que algumas vezes a vanglória acompanha a mortificação da carne e a virtude se faz visível e digna de louvor, porque aparece a secura no corpo e a palidez no rosto. E quase sempre, há uma falsa piedade que se compadece da alma, e que nos arrasta com freqüência a condescender com os vícios. O Senhor a fim de evitar tudo isso disse: ‘E siga-me” (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 32, 3), e também: “Ou de outra maneira, toma sua cruz o que está crucificado para o mundo e segue ao Senhor crucificado” (São Jerônimo).
O Pe. Juan Leal escreve: “Tomando Jesus Cristo ocasião da cena anterior, proclama agora a lei da mortificação e da renúncia de si mesmo. Por isso, como adverte São Marcos, estas palavras as dirigiu não só aos apóstolos, mas à multidão que fez chamar para que as escutasse (Mc 8, 34), como querendo significar que esta doutrina de seu reino era para todos. E antes (Mt 10, 38) encontramos o mesmo pensamento, ainda que ali falta a expressão de renunciar-se a si mesmo”.
O Pe. Manuel de Tuya comenta: “Este ensinamento que Cristo faz, e que em Mt se dirige a seus ‘discípulos’, é mais claro em Mc. Cristo, ‘chamando à multidão junto com seus discípulos, lhes diz...’ Que é o que resume Lc dizendo: ‘e dizia a todos’.
Necessidade da abnegação própria. – O primeiro ensinamento que Cristo faz aqui é a necessidade absoluta de ‘negar-se a si mesmo’ para entrar ou permanecer em seu reino, é dizer, desprezar tudo aquilo que obstaculiza as exigências para entrar no reino”.
O Pe. Juan de Maldonado escreve citando alguns Autores.
Se alguém quer. – Com razão São João Crisóstomo, Eutimio e Teofilacto advertiram que com essas palavras se confirma a existência do livre arbítrio.
Negue-se a si mesmo.- Em que consiste semelhante negação o explicam de diversas maneiras os autores. São Jerônimo, São Beda e São Gregório, acreditam que não é outra coisa que despir-se do homem velho e vestir-se do novo. ‘Então – disse São Beda – negamos a nós mesmos, quando evitamos o que fomos e insistimos na nova vida a que fomos chamados’.
Em Mt 16, 25-27 diz: “Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida? Ou que poderá o homem dar em troca de sua vida? Pois o Filho do Homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com o seu comportamento”.
O cristão não pode passar por alto estas palavras de Jesus Cristo. Deve arriscar-se, jogar a vida presente em troca de conseguir a eterna: “Que pouco é uma vida para oferecê-la a Deus!” (São Josemaría Escrivá, Caminho, n° 420).
A exigência do Senhor inclui renunciar à própria vontade para a identificar com a de Deus, não aconteça que, como comenta São João da Cruz, tenhamos a sorte de muitos “que queriam que Deus quisesse o que eles querem, e entristecem-se de querer o que Deus quer, e têm repugnância em acomodar a sua vontade à de Deus. Disto vem que muitas vezes, no que não acham a sua vontade e gosto, pensam não ser da vontade de Deus e, pelo contrário, quando se satisfazem, crêem que Deus Se satisfaz, medindo também a Deus por si, e não a si mesmos por Deus” (Noite Escura, Liv. I, cap. 7, n° 3).
Edições Theologica comenta Mt 16, 26-27: “As palavras de Cristo são de uma clareza meridiana: situam cada homem, individualmente, diante do Juízo Final. A salvação tem, pois, um caráter radicalmente pessoal: ‘remunerará a cada um segundo as suas obras’ (v, 27). O fim do homem não é ganhar os bens temporais deste mundo, que são apenas meios ou instrumentos; o fim último do homem é o próprio Deus, que é possuído como antecipação aqui na terra pela graça, e plenamente e para sempre na Glória. Jesus indica qual é o caminho para conseguir esse fim: negar-se a si mesmo (isto é, tudo o que é comodidade, egoísmo, apego aos bens temporais) e levar a cruz. Porque nenhum bem terreno, que é caduco, é comparável à salvação eterna da alma”, e: “O menor bem da graça é superior a todo o bem do universo” (Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, I-II, q. 113, a. 9), e também: “Quando se trata da salvação da alma, devemos sempre colocar-nos em face da morte, diante do juízo final, tremendo e inexorável, desse momento em que O Filho do Homem há de vir com seus anjos, na glória de seu Pai, para julgar a todos os homens. Quão diferentemente havemos de apreciar as coisas da vida, quando chegar a hora da nossa morte!” (Dom Duarte Leopoldo).
São João Crisóstomo escreve: “Que coisa dará o homem por sua alma?’ Que vale tanto como dizer: se perderes as riquezas, poderás dar outras riquezas para comprá-las; porém, se perderes tua alma, não poderás dar outra alma e nenhuma outra coisa qualquer” (Homiliae in Matthaeum, hom. 55, 3), e: “Ao ordenar o Senhor a seus discípulos que se negassem a si mesmos e tomassem sua cruz, todos os que o escutavam se encheram de terror; porém a estes pensamentos tristes sucede a alegria com as palavras do Senhor. ‘Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai’. Temeis a morte? Ouvi a glória de seu triunfo. Tens medo da cruz? Escutai a quem servem os anjos” (São Jerônimo), e também: “Agora veio o Filho do homem, porém não em sua glória, porque não era oportuno que viesse em sua glória carregado de nossos pecados; porém virá em sua glória, quando houver preparado seus discípulos e os houver feito semelhantes a Ele e participantes de sua glória” (Orígenes, Homilia 2 in Matthaeum), e ainda: “Mas não disse Ele: em tal ou qual glória do Pai, a fim de evitar que se suspeitasse que houvesse duas glórias; mas na glória do Pai, para manifestar que falava de uma mesma glória. E se a glória é uma só, claro é que também a essência é uma só. Por que tens, ó Pedro, medo da palavra morte? Então me verás na glória, mas se eu estou na glória, também o estarão vocês; porém ao falar da glória, insinua coisas terríveis, pondo-nos diante ao juízo pelas palavras: ‘E então dará a cada um segundo suas obras” (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 55, 4), e: “E o Senhor disse isso, não só para recordar aos pecadores os males, conseqüência de seus pecados, mas também as recompensas e as coroas dos justos” (Idem., Homiliae in Matthaeum, hom. 55, 4), e também: “O Senhor querendo manifestar o que é a glória que viria depois, a revelou aos apóstolos na vida presente (enquanto lhes era possível compreender), a fim de que não se abatessem com o pensamento da morte do Senhor” (Idem., Homiliae in Matthaeum, hom. 56, 1), e ainda: “Isto que se diz aqui, foi cumprido àqueles três discípulos, diante dos quais se transfigurou o Senhor na montanha, mostrando-lhes as alegrias da recompensa eterna: eles o viram do modo em que virá em seu reino, isto é, brilhando com a claridade, na qual o verão todos os santos depois do juízo” (Remígio).
O Pe. Paulo Segneri comenta o trecho de Mt 16, 26.
Cristo não fala propriamente de perda total, mas apenas de prejuízo, de dano para a alma. Isto significa que não só perdendo a alma não se lucra nada por um bem qualquer deste mundo, como também nem sequer convém sofrer qualquer dano espiritual por amor dos bens deste mundo: fossem mesmo os maiores. Realmente: quando será que poderás dar à alma o equivalente que lhe tiras? Sabes, por acaso, qual é o valor de um mínimo grau de glória? Vale certamente muito mais que todas as monarquias do mundo, em todos os tempos, consideradas juntas. Tanto que, se tu, para conseguir um domínio sobre todas elas, tivesses que cometer um pecado venial, serias um imprudente. Não só: és também um imprudente, quando sentes dificuldades em oferecer a Deus qualquer grande sacrifício de algo a que não estás obrigado sob pena de pecado: pois que, o que poderás oferecer a Deus que Ele mesmo um dia já não te tenha dado e que um dia também não irá te retribuir com imensa vantagem para ti? “Em suas terras terão partes dobradas” diz Isaías 61, 7, a respeito dos eleitos que se mortificam por amor de Deus.
Talvez, porém, esta medida pareceu a Jesus muito pouco expressiva, tanto que Ele a apresentou nestes outros termos: “No seio vos será lançada uma medida boa, e cheia, e recalcada, e sacudida” (Lc 6, 38). Já presenciaste alguma vez a venda de um saco de trigo realizada de amigo para amigo? Antes de tudo ele escolhe um saco que não seja defraudado: “medida boa”; em seguida enche de trigo o saco, mas até em cima, fazendo ainda pressão com as mãos: “medida cheia”; depois sacode o saco, para que, se possível, ajeitando bem o trigo no fundo, haja ainda um pouco de lugar: “medida recalcada”; e, por fim, ainda põe mais trigo, que chega até a sair fora do saco: “medida sacudida”. Poder-se-ia imaginar algo de mais benévolo e superabundante? E é essa a medida que o Senhor usará também contigo ao te retribuir todas as coisas que tiveres feito por seu amor, cada palavra, cada passo, cada sacrifício. O Senhor é bom.
Não há pois nenhuma dúvida possível a respeito da sentença que estamos meditando: “Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se vier a sofrer prejuízo sua alma?” E que deveríamos dizer, quando se tivesse que pensar sobre a ruína total da própria alma?
Pensemos, pois, também, na perda de nossa alma, com relação aos bens deste mundo. Que te adiantará tudo quanto tiveres gozado em prazeres, grandezas, glória, se fores condenado? Acreditas, por acaso, que se houver algum imperador condenado no inferno, ele sinta algum refrigério ao pensar nos bens que teve nesta terra, nos seus velhos tesouros, nos seus antigos triunfos? Antes, não pode ser senão o contrário: o bem perdido somente poderá ser causa de maior aflição. E se, como no caso dos condenados, o bem terreno foi precisamente o início da perdição, quanto maior será a dor para quem perdeu os bens e a alma para sempre! “Será abatida a arrogância dos homens e humilhada a altivez dos grandes”, diz Isaías 2, 17: castigo em contraste direto com o pecado cometido sobre a terra.
Não há dúvida: nada te adiantará tanto esforço para subir, para acumular, para exaltar loucamente a condição de tua casa: perdendo a alma, tudo isso redundará em humilhação ainda maior para ti.
Diz o texto: que aproveitará? Mesmo presentemente que te aproveita? Devemos pensar, pois, que não só não aproveitará para a eternidade, como também não aproveita nem aqui nesta terra, o conseguir lucros com prejuízo para a própria alma. De fato, que te aproveitará qualquer bem se isso resultasse em perigo para ti? “Que dará o homem em troca de sua alma?” (Mt 16, 26): nenhuma compensação. O risco é por demais grave, para que possamos nos permitir de aceitá-lo ou mesmo até de pensá-lo. Que dizem aqueles que agora se encontram no inferno por causa dos próprios pecados? “De que nos aproveitou a soberba? De que nos serviu a vã ostentação das riquezas?” (Sb 5, 8). É a constatação experimental da relatividade de valores. Por conseguinte, para quem deve ainda viver nesta terra, é de grande importância a pergunta: que aproveitará? Que importa a tua posição destacada? Que importa a mitra? Que importa a púrpura? Que importa até mesmo uma tiara se com isso vieres a sofrer algum prejuízo em tua alma ou ficares exposto a perigos de condenação eterna?
Mas, na maioria das vezes, a medida dos homens é diversa: “São mentirosos os filhos dos homens postos na balança” (Sl 61, 10): eles fazem continuamente prevalecer o temporal sobre o eterno: eles não mantêm as justas proporções. Não se encontrarão, porém, balanças que dêem resultados assim tão enormemente errados: mentirosos são os homens, não as balanças, os homens, que até diante dos outros homens dão como lhes parece melhor, a inclinação da balança, opondo-se a toda e qualquer evidência da razão: “Rebeldes à luz” (Jó 24, 13).
Por mais que o Senhor tenha dito: Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, etc., apesar disso não haverá nenhum que será condenado por ter conquistado todo o mundo. A maioria condena-se por ter conseguido migalhas tão diminutivas e miseráveis deste mundo, que pensando bem, dá vontade de chorar. Nunca acontece que o demônio apanhe alguém pelos cabelos e o conduza até o alto do Olimpo ou a qualquer outro monte e mostrando-lhe “todos os reinos do mundo” diga-lhe: “Dar-te-ei tudo isso se prostrado me adorares” (Mt 4, 8-9). Os homens satisfazem-se com muito menos para dobrarem seus joelhos e prestarem-lhe homenagem: uma pequena vinha, como Acab, uma mísera igreja, um modesto cargo, uma pequena bolsa, como Judas; por tão pouca coisa não conseguirão abster-se de oprimir os pobres, das simonias, dos perjúrios, das traições. E, além disso, poder-se-á encontrar coisas piores: verás aqueles que nada exigirão como pagamento para cometerem seus pecados, mas pelo contrário, eles mesmos pagam: recomendam-se de certo modo ao demônio para que os compre, a ele que preferia ser comprado.
Vê aqueles que se perdem porque vão atrás dos seus prazeres sensuais, que não conseguem nem se “alegrar”...: o demônio ri, e deixa que esse esforcem em busca de novas invenções para despertarem os sentidos quase mortos. Vê quantos há que quase explodem de tanta raiva e apesar disso não conseguem vingar-se dos que os ofenderam. Vê como se debatem por causa da inveja e apesar disso não realizam um contrato proveitoso. Vê os que perdem a paciência com tanta ambição, e, todavia, não encontram um clima que lhes seja favorável. Todos esses, o que experimentam no pecado? Unicamente o amor doloroso da escravidão. Quanto ao resto, não encontram quem lhes pague mesmo que seja uma bagatela: “... não haverá comprador” (Dt 28, 68).
Católico, cuide bem da sua alma imortal: “Quem perde a própria alma já não está em condições de a resgatar. É no juízo final, no qual Jesus dará a cada um o que tiver merecido, manifestar-se-á quão grande e irreparável é a perda da alma” (PIB).
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 27 de agosto de 2008

Em Mt 16, 21 diz: “A partir dessa época, Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que era necessário que fosse a Jerusalém e sofresse muito por parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos escribas, e que fosse morto e ressurgisse ao terceiro dia”.
O Pe. Juan Leal escreve: “Desde agora quer arrancar de uma vez por todas da mente de seus discípulos os pré-juízos que tinham sobre um Messias terreno, glorioso, restaurador da grandeza política de Israel, anunciando-lhes concretamente que havia de ser julgado e condenado à morte pelo Sinédrio, o mais alto tribunal da nação judia, no qual estavam representados os anciãos, os escribas e os sacerdotes. Quão longe estivessem os discípulos de entender estas palavras do Mestre, apesar de sua claridade, o veremos ainda mais tarde, e expressamente o manifestam São Marcos (9, 32) e São Lucas (18, 34)”, e: “Uma vez que os apóstolos haviam já chegado à convicção de que Jesus era o Messias, ‘desde então’ (Mt) – o que não requer uma imediata proximidade histórica com a cena de Cesaréia, mas que pode muito bem referir-se ao período de tempo seguinte a esta data histórica – ‘começou’, pois o faz pela primeira vez abertamente e o repetirá, segundo registram os evangelhos outras duas vezes, a expor-lhes a necessidade de sua morte, segundo o plano de Deus. Ele era o Messias, e eles o reconheciam por tal, e o céu o confirmava com seus milagres (Jo 3, 2). Porém não era o Messias nacionalista, político e triunfador que os judeus esperavam, nem o qual eles acreditavam (At 1, 6). Esta predição de Jesus sobre sua morte é precisa e terminante. 1) Este é o plano de Deus: ‘convém’ (Mc-Lc; cfr. Mt 26, 54). 2) Irá para isso a Jerusalém. A isso refere à resposta que ele manda dar um dia a Antipas: ‘Não pode um profeta morrer fora de Jerusalém’ (Lc 13, 33). 3) Ali será condenado pelos ‘anciãos, os sumos sacerdotes e os escribas’ (Mt). Era o tribunal supremo: o Sinédrio, com suas três classes de componentes. Mc, no lugar dos ‘sumos sacerdotes’ de Mt, põe ‘príncipes dos sacerdotes’. Os que haviam exercido o sumo sacerdócio eram membros natos do Sinédrio e permaneciam com o título de sumos sacerdotes. Na Escritura são chamados também ‘príncipes dos sacerdotes’ (At 4, 5-8). Pode ser que os dois títulos seguissem no uso popular ou que fosse uma citação ‘quoad sensum’. Possivelmente na categoria de sumos sacerdotes se incluíam os membros das famílias, das que se havia escolhido algum membro para o sumo sacerdócio. 4) Ali ‘sofrerá muito’ e será ‘entregue à morte’. Era a profecia de sua paixão: Getsêmani, Sinédrio, Pilatos e Herodes, flagelação, coroa de espinhos, Ecce Homo, via dolorosa, morte de cruz. É sempre a consciência de Cristo, de seu destino, de seu futuro, de seu dia e de sua liberdade. 5) Porém é também, para contrastar este messianismo de dor, o messianismo triunfante de sua ressurreição: ‘Ressuscitarei ao terceiro dia’ (Mt-Lc). Entretanto Mt-Lc citam que a ressurreição será ‘no terceiro dia’, Mc cita ‘depois de três dias’. Em outras passagens neo-testamentárias se usa a fórmula primeira (At 10, 40; 1 Cor 15, 4). A fórmula de Mc resultava um pouco ambígua sobre a precisão dos dias que devia permanecer no sepulcro (Os 6, 3). Acaso fosse isso com motivo, para que prevalecesse a fórmula ‘no terceiro dia’. A importância da ressurreição de Cristo como controle de toda sua obra é tal (1 Cor 15, 14), que Jesus Cristo vai anunciando-a repetidas vezes e com a precisão dos três dias. Já antes falou dela, ao dizer que, se destruíssem o templo de seu corpo, Ele o restauraria em três dias (Jo 2, 19), ou o sinal que deu de si mesmo aludindo aos três dias de Jonas (Mt 12, 39. 40). Jesus vai livremente à morte e à ressurreição” (Pe. Manuel de Tuya), e também: “A partir desse momento, Jesus, que já havia predito a sua paixão e morte, começou a anunciá-la com mais clareza ainda. Queria ele, deste modo, tirar da mente de seus discípulos o preconceito dominante então, de um Messias terreno glorioso, restaurador da grandeza de Israel, e preparar-lhes o ânimo para não se escandalizassem de sua paixão e morte na cruz” (PIB).
O Pe. Juan de Maldonado escreve citando alguns Autores.
A interpretação de São Jerônimo é: quando havia padecido. Porém é manifesto que a intenção do evangelista foi que Cristo, desde o ponto em que Pedro o confessou Filho de Deus, começou a falar de sua morte, e não uma vez, mas muitas, avisando aos apóstolos do que havia de passar, como se dissera que desde aquele momento não teve já Cristo em segredo aos apóstolos sua futura morte e paixão, mas que falava dela claramente.
Poderia perguntar porque desde aquele tempo e não antes. A razão é clara, e a trazem São João Crisóstomo, Eutímio e Teofilacto: porque antes não havia sido reconhecido ou publicamente confessado pelos apóstolos como Filho natural de Deus, e havia que temer, se fazia menção clara da ignomínia da futura morte, se escandalizassem e o deixassem ou se retardasse o progresso de sua fé. Por que depois? Por análoga razão: reconhecido por eles como Filho de Deus, eram idôneos para que se lhes explicasse o mistério de sua morte futura. E necessário que se fizesse, não fora que depois, se viram a Cristo padecer sem prévio anúncio, duvidassem de sua divindade, segundo observa Teofilacto. Assim fez em outra ocasião com semelhante motivo: Digo-vos isto para que não vos escandalizeis: Expulsar-vos-ão das sinagogas (Jo 16, 1-2). Outros dão outras razões: que Cristo quis prevenir com seu exemplo aos apóstolos para que padecessem, como está no versículo 24: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Já o disse São Pedro (1 Pd 2, 21): Cristo padeceu por nós, dando-nos um exemplo, a fim de que sigamos seus passos.
Em Mt 16, 22-23 diz: “Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: ‘Deus não o permita, Senhor! Isso jamais te acontecerá!’ Ele, porém, voltando-se para Pedro, disse: ‘Afasta-te de mim, Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!”
O Pe. Francisco Fernández-Carvajal comenta citando alguns Autores e a Sagrada Escritura.
Os Apóstolos não entendem bem essa linguagem, pois ainda conservam uma imagem temporal do Reino de Deus. “Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: ‘Deus não o permita, Senhor! Isso jamais te acontecerá!” (Mt 16, 22). Levado pelo seu imenso carinho por Jesus, Simão procura afastá-lo do caminho da Cruz, sem compreender ainda que ela será um grande bem para a humanidade e a suprema demonstração do amor de Deus por nós. “Pedro raciocinava humanamente e concluía que tudo aquilo – a Paixão e a Morte – era indigno de Cristo e reprovável” (São João Crisóstomo, Homilias sobre São Mateus, 54, 4).
Pedro encara a missão de Cristo na terra com olhos demasiado humanos, e não chega a entender que, por vontade expressa de Deus, a Redenção se tem de fazer mediante a Cruz e que “não houve meio mais conveniente de salvar nossa miséria” (Santo Agostinho, Tratado sobre a Trindade, 12, 1-5). O Senhor responde energicamente ao discípulo, tratando-o como se estivesse novamente com o tentador do deserto: “Retira-te de mim, Satanás; tu serves-me de escândalo, porque não tens a sabedoria das coisas de Deus, mas das coisas dos homens” (Mt 16, 23).
Em Cesaréia, Pedro tinha falado movido pelo Espírito Santo; agora, deixa-se dominar por uma visão terrena. O anúncio da Cruz, da mortificação e do sacrifício como bem, como meio de salvação, sempre chocará os que a encararem com olhos humanos, como Pedro nesta ocasião. São Paulo teve que prevenir os primeiros cristãos contra aqueles que “procedem como inimigos da cruz de Cristo; o fim deles é a perdição; o deus deles é o ventre; e fazem consistir a sua glória na sua própria confusão, tendo prazer, somente nas coisas da terra” (Fl 3, 17-19).
Pensando apenas com uma lógica humana, é difícil entender que a dor, o sofrimento, aquilo que se apresenta como custoso, possa chegar a ser um bem. Por um lado, a experiência mostra-nos que essas realidades, tão freqüentes no nosso caminho, nos purificam, nos enrijecem e nos tornam melhores. Por outro lado, no entanto, não fomos feitos para sofrer, pois todos aspiramos à felicidade.
O medo à dor, sobretudo, se se trata de uma dor forte ou persistente, é um impulso profundamente arraigado em nós, e a nossa primeira reação é de repulsa. Por isso, a mortificação, a penitência cristã, tropeça com dificuldades; não é fácil, e, ainda que a pratiquemos assiduamente, não acabamos nunca de acostumar-nos a ela.
A fé, no entanto, permite-nos ver — e experimentar que sem sacrifício não há amor, não há alegria verdadeira, a alma não se purifica, não encontramos a Deus. O caminho da santidade passa pela Cruz, e todo o apostolado fundamenta-se nela. É o “livro vivo em que aprendemos definitivamente quem somos e como devemos atuar. Este livro está sempre aberto diante de nós” (João Paulo II, Alocução, 1-4-1980). Devemos aproximar-nos dele e lê-lo; nele aprenderemos quem é Cristo, o seu amor por nós e o caminho para segui-lo. Quem procura a Deus sem sacrifício, sem Cruz, não o encontrará.
“Porque NÃO tens a sabedoria das coisas de Deus, mas das coisas dos homens” (Mt 16, 23). Mais tarde, Pedro compreenderia o profundo significado da dor e do sacrifício; sentir-se-ia alegre com os outros Apóstolos por ter “padecido por causa do nome de Jesus” (At 5, 41).
Nós, cristãos, sabemos que a nossa salvação e o caminho do Céu estão na aceitação amorosa da dor e do sacrifício. Existe por acaso uma vida cristã plenamente fecunda sem sofrimento? “Porventura os esposos estão certos do seu amor antes de terem sofrido juntos? Porventura, a amizade não se torna mais firme pelas provas sofridas em comum ou simplesmente por se ter sofrido junto com os outros o calor do dia, ou por se ter compartilhado com eles a fadiga e o perigo de uma escalada?” (J. Lechercq). Para ressuscitar com Cristo, temos que acompanhá-lo no seu caminho para a Cruz: aceitando as contrariedades e tribulações com paz e serenidade; sendo generosos na mortificação voluntária, que nos faz entender o sentido transcendente da vida e reafirma o senhorio da alma sobre o corpo. Como nos tempos apostólicos, devemos ter em conta que a Cruz que anuncia Cristo é escândalo para uns e loucura e insensatez para outros.
Hoje vemos também muitas pessoas que não sentem as coisas de Deus, mas as dos homens. Têm o olhar posto nas coisas da terra, nos bens materiais, sobre os quais se lançam sem medida, como se fossem os únicos reais e verdadeiros. A humanidade sofre o embate de uma onda de materialismo que parece querer invadir e penetrar tudo. “Este paganismo contemporâneo caracteriza-se pela busca do bem-estar material a qualquer custo, e pelo correspondente esquecimento — melhor seria dizer medo, autêntico pavor — de tudo o que possa causar sofrimento. Com esta perspectiva, palavras como Deus, pecado, cruz, mortificação, vida eterna... acabam por ser incompreensíveis para um grande número de pessoas, que desconhecem o seu significado e sentido” (A. del Portillo).
Sobre o trecho de Mt 16, 22-23, escreve o Pe. Manuel de Tuya: “O quadro era de uma plasticidade tal, de uma precisão como até então não haviam escutado de seus lábios, pois, como disse Mc acusando esta surpresa, ‘isto (condenação, morte e ressurreição) se dizia claramente’, tanto que Pedro, sempre com seu ímpeto e ‘tomando-o’ (Mt-Mc), acaso por seu manto, em todo caso com um gesto precipitado, o repreende, dizendo-lhe que isso jamais sucederá. Era Pedro, que realizava com a espontaneidade de seu enorme afeto a Cristo; porém, fazia, com efeito, da ‘carne e do sangue’. O interpretava bem São Jerônimo, ao dizer que Pedro, ‘ainda que errasse no sentido, não errou no afeto’. Lc omite todo este episódio. A expressão de São Pedro que transmite Mt, já que Mc se limita em dizer que Pedro ‘começou a censurá-lo’, é duplo, e, contudo, ambas são fundamentalmente sinônimas. A resposta de Cristo a Pedro é forte. Se ‘voltou’ (Mt) a ele – no caminho?, no gesto?, é recurso literário? – para ‘repreender-lhe’ (Mc). Manda Pedro apartar-se d’Ele, chamando-lhe ao mesmo tempo ‘Satanás’ (Mt 4, 10). Satanás era considerado na concepção demoníaca desta época como um ser pessoal, superior, que recebe diversos nomes, e que é ser hostil por excelência a Deus e a sua obra. Naturalmente, não é que Pedro o fosse nem que Satanás influía (Jo 13, 2), mas que sua expressão era digna da missão de Satanás: que era desfazer sua autêntica obra messiânica, e que já o havia planejado nas ‘tentações’ do deserto. Por isso, a expressão de Pedro a Jesus, que surge forte de afeto, é para ele ‘escândalo’ (Mt)... Pedro não olhava ‘as coisas de Deus, mas as dos homens’ (Mt-Mc)”.
O Pe. Juan Leal comenta: “As palavras de Cristo deixaram desconcertados os apóstolos. São Pedro, como mais ardente e impetuoso, se atreve a demonstrar com expressões veementes... Falam em suas palavras a carne e o sangue, isto é, os pré-juízos messiânicos, que ainda estão arraigados em seu coração, porém fala também o amor que sente por Jesus. O Senhor se volta então para Pedro e para todos os apóstolos, como adverte São Marcos (8, 33), e em tom severo repele suas insinuações, dirigindo-lhe umas palavras parecidas às que disse ao mesmo Satanás quando o tentou (Mt 4, 5-10). Lhe chamou Satanás, porque, como este, se opunha aos planos de seu Pai; e neste mesmo sentido, lhe disse que é para ele um tropeço, enquanto suas palavras se opunham como um obstáculo no caminho que Deus havia determinado a seu Messias”.
O Pe. Juan de Maldonado escreve citando alguns Autores.
E tomando-o. – Que todos interpretam apartando-o, chamando-o em segredo, como se não se atrevesse a repreender a Cristo diante dos demais (São João Crisóstomo, São Jerônimo, São Beda e Eutímio). Parece-me que é uma frase semelhante à castelhana quando quer um repreender a outro: ‘O tomou por sua conta’. Só que não me atrevo a afirmar que seja exato, pois não posso sustentar com exemplos tomados do hebraico, ainda que observando em Números 16, 1, que o verbo hebraico que corresponde ao grego original desta passagem significa falar ou começar a falar: e tomando-lhe Coré, etc.
Aos que não agrada esta interpretação, ofereço outra, que se lhes agradar, não agrada a mim. Este tomar se entende muitas vezes nos escritos dos apóstolos por compadecer-se: Ao enfermo na fé, disse São Paulo, tomai (Rm 14, 1); quer dizer compadecei. Pelo qual diz em outro lugar: Tomai uns aos outros (Rm 15, 7), isto é, tende misericórdia de uns e de outros. Também este sentido concorda com a ação de Pedro, que, ouvindo da futura paixão de Cristo, tomou-o, isto é, compadecendo intimamente, começou a repreendê-lo. E é o sentido que parece dar a este lugar São Jerônimo: tomando-o, isto é, tomando-o em seu afeto.
Começou a censurá-lo.- Não lhe repreendendo, mas aconselhando-o, como fazem os amigos, segundo São Beda e Eutímio notaram.
São João Crisóstomo e São Jerônimo dizem que Pedro, antes, ao chamar a Cristo Filho do Deus vivo, demonstrou que tinha mais fé n’Ele que os demais, agora demonstrou para com o Mestre maior amor.
Satanás.- Santo Hilário recusa admitir que este Satanás se dirija a Pedro. De maneira que separa assim as palavras. Primeiro disse a Pedro: “Afasta-te de mim”, e logo, dirigindo-se a Satanás, como se fosse o tentador do protesto do apóstolo, exclama: “Satanás, tu me serves de pedra de tropeço”. O que mais admira, é que o mesmo Santo Hilário em outro lugar disse que Pedro foi chamado Satanás.
Com razão poderia alguém se espantar do que chamou a atenção de Santo Agostinho: que em tão breve espaço de tempo, ao mesmo Pedro, chamava Cristo bem-aventurado e Satanás.
Santo Agostinho e Teofilacto dizem que Pedro era bem-aventurado, quando o Pai o revelava e não a carne nem o sangue, e Satanás, quando não sabia senão o humano e desconhecia o divino.
Não chamou, pois, a Pedro de Satanás como se ele fosse o diabo, mas com o significado de adversário, porque o era naquela ocasião, opondo-se que o Salvador morresse pelos homens.
Edições Theologica comenta: “Jesus opõe-Se com energia aos protestos bem intencionados de São Pedro. O Senhor dá-nos a entender assim a importância capital que tem para a salvação o aceitar a cruz (cfr. 1 Cor 1, 23-25). Pouco antes (Mt 16, 17) Jesus tinha elogiado Pedro: ‘Bem-aventurado és Simão’; agora repreende-o: ‘Afasta-te de Mim, Satanás!’; ali tinha falado Pedro movido pelo Espírito Santo, aqui pelo seu próprio espírito de que não se tinha despojado totalmente”, e: “Satanás pode ter aqui o sentido etimológico de ‘adversário, opositor’ ou ser apelativo próprio do diabo tentador, aplicado a alguém que lhe imita a ação de tentar, afastando do bem ou incitando para o mal. Em todo o caso, é injúria gravíssima e mostra até que ponto Jesus havia abraçado de coração sua dolorosa paixão para salvar os homens” (PIB), e também: “Retira-te de minha frente, Satanás, tu és para mim um obstáculo, teus pensamentos não são de Deus mas dos homens!’ Tremendo contraste entre estas palavras e as que ouvira o apóstolo em Cesaréia quando confessara a messianidade e divindade de Jesus. Lá: ‘Bem-aventurado és!’ e a concessão do primado; aqui, o apelativo de Satanás e a repulsa. O motivo é único; a oposição à paixão e morte do Senhor. Mais fácil é reconhecer, em Jesus, o Filho de Deus, que aceitar vê-lo morrer como malfeitor. Mas quem se escandaliza de sua cruz, escandaliza-se d’Ele; quem sua paixão recusa, a ele recusa, porque Cristo é o Crucificado” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena), e ainda: “Ainda há pouco, falava Pedro sob a inspiração divina, agora fala como homem e segundo a carne. Não compreendendo o mistério do Filho de Deus aniquilado e calcado aos pés como um verme da terra, quer desviá-lo, em boa fé, da obediência à vontade de Deus. Por isso Jesus lhe chama Satanás, isto é, adversário, mau conselheiro – Note-se que, nesta passagem, o Divino Mestre nos ensinou ainda a obrigação de não darmos ouvidos a quem quer que nos desvie dos nossos deveres. Seja embora um amigo, é Satanás, é um mau conselheiro” (Dom Duarte Leopoldo).
Em Mt 16, 24 diz: “Então disse Jesus aos seus discípulos: ‘Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Quem segue a Cristo deve aceitar não só a cruz de Cristo, mas também a própria; “imediatamente o diz Jesus para ensinar aos discípulos que seria ilusão pensar em segui-lo sem levar com ele a cruz: ‘Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me acompanhe’. Após o pecado, é a única via de salvação para cada pessoa e para a humanidade inteira... O cristão não leva sua cruz à força; é um grande voluntário que a aceita com amor para fazer de si um sacrifício ‘vivo e santo’, em união com a cruz de Cristo, para a glória do Pai e redenção do mundo. Tal é, porém, impossível sem aquela profunda transformação de mentalidade que leva o cristão a pensar ‘à maneira de Deus’ e por isso o torna capaz de ‘discernir qual seja a vontade de Deus e de não se escandalizar perante o sofrimento” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena), e: “Renunciar a si mesmo, isto é, às más inclinações da natureza corrompida; tomar a sua cruz, isto é, a que nos foi imposta pela Providência, e não outra; e aceitar, com coragem, as penas, trabalhos, sofrimentos e misérias da vida; seguir a Jesus é tomar o caminho por ele santificado” (Dom Duarte Leopoldo), e também: “Se alguém quer me seguir’ – é o mesmo que dizer: - se alguém quer se salvar, se alguém quer ter parte comigo na glória eterna. ‘Se alguém quer me seguir’ – é uma proposta que o Filho de Deus fez a todos os homens. O segui-lo ou não, deixa à nossa vontade, porque não quer forçar ninguém a entrar no céu. ‘Negue-se a si mesmo’ – E negar-se a si mesmo o que é? É dizer não aos gostos e inclinações terrenas do nosso coração. Negar-se a si mesmo é não guiar-se alguém pelos conselhos de sua natureza depravada, mas pelos ditames da razão iluminada com a luz da fé. Negar-se a si mesmo é não dar ouvido às vozes que do interior se levantam, pedindo prazeres e deleites sensuais e satisfação completa de todos os apetites desordenados. ‘Tome a sua cruz’: - eis a condição sem a qual não se pode chegar a Cristo. A cruz não falta a ninguém: é tomá-la e seguir com ela a Jesus até à morte. Cruz é tudo o que nos contraria ou torna a vida difícil. São as dores do corpo, tédio e agonia da alma, reveses da fortuna, estragos do tempo, prejuízos do inimigo, tudo, enfim, que nos aflige, tudo que nos arranca lágrimas e confrange o coração. ‘Toma a tua cruz’ – nos diz a todos Jesus Cristo – porque o discípulo não é mais que seu mestre, nem o servo mais que seu senhor; porque se foi necessário que Jesus carregasse com ela para entrar na sua glória, muito mais nos é necessário a nós levá-la para podermos entrar numa glória, que só o combate nos fará nossa. Seguir a Cristo levando com Ele a nossa cruz, é preciso para salvar a nossa alma” (Pe. Alexandrino Monteiro), e ainda: “Parece dura e pesada a ordem do Senhor: quem quiser segui-lo, tem de renunciar a si mesmo. Mas não é duro nem pesado o que ordena, pois ele próprio nos ajuda a cumprir seu preceito... Que significa: Tome a sua cruz? Quer dizer: suporte tudo o que custa, e então me siga. Na verdade, quem começar a seguir meus exemplos e preceitos, encontrará muitos que o critiquem, que o impeçam, que tentem dissuadi-lo, mesmo entre os que parecem discípulos de Cristo” (Santo Agostinho, Sermões).
São João Crisóstomo escreve: “Depois de Pedro ter dito: ‘Tem compaixão de ti, Senhor, nada disso acontecerá contigo’ (Mt 16, 22), e o Senhor o repreendeu: ‘Afasta-te de mim, Satanás!’ (Mt 16, 23) o Senhor não se contentou só com esta repreensão, mas quis fazer-lhe ver de uma maneira excessiva a inconveniência de suas palavras e manifestar-lhe o fruto de sua paixão. Por isso disse: ‘Então disse a seus discípulos: se alguém quer vir após mim’, que equivale a dizer: Tu me dizes: Tem compaixão. Pois eu te digo que não só te será prejudicial que eu evite minha paixão, mas que tu não poderás salvar sem padecimento, se não morreres e não renunciares para sempre a sua vida” (Homiliae in Matthaeum, hom. 55, 1), e: “Porque o que não se nega a si mesmo não pode aproximar-se daquele que está sobre ele. Porém, se nos abandonamos a nós mesmos, para onde iremos fora de nós? Somos uma coisa caída pelo pecado e outra por nossa natureza original. Nós nos abandonamos e nos negamos a nós mesmos, quando evitamos o que fomos pelo homem velho, e nos dirigimos para onde nos chama nossa natureza regenerada” (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 32, 2), e também: “Nega-se a si mesmo, aquele que repara sua má vida e começa a ser o que não era e deixa de ser o que era” (Idem., Homiliae in Hiezechihelem prophetam, hom. 10), e ainda: “Nega-se a si mesmo, aquele que pisoteando seu vão orgulho se apresenta diante dos olhos de Deus, diferente a si mesmo” (Idem., Moralia, 23), e: “Ainda que pareça que algum se abstém de pecar, entretanto, se não tomar a cruz de Cristo, não se pode dizer que está crucificado com Cristo ou que está abraçado à sua cruz. Por isso disse: ‘E toma sua cruz” (Orígenes), e também: “Devemos, pois, seguir ao Senhor, tomando a cruz de sua paixão, se não for na realidade, ao menos com a vontade” (Santo Hilário, in Matthaeum, 16), e ainda: “Como os ladrões sofrem também muito, o Senhor, a fim de que ninguém tenha por idôneo essa classe de sofrimentos dos maus, expõe o motivo do verdadeiro sofrimento, quando diz: ‘E me siga’. Devemos sofrer tudo por Ele e d’Ele devemos aprender as virtudes. Porque o seguir a Cristo consiste em ser zeloso pela virtude e sofrer tudo por Ele” (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 55, 2), e: “Podemos tomar a cruz de duas maneiras. Dominando nosso corpo com a abstinência, ou carregando nosso espírito com a compaixão que inspiram as misérias do próximo. Porém, como muitas vezes se misturam alguns vícios com a virtude, devemos tomar em consideração que algumas vezes a vanglória acompanha a mortificação da carne e a virtude se faz visível e digna de louvor, porque aparece a secura no corpo e a palidez no rosto. E quase sempre, há uma falsa piedade que se compadece da alma, e que nos arrasta com freqüência a condescender com os vícios. O Senhor a fim de evitar tudo isso disse: ‘E siga-me” (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 32, 3), e também: “Ou de outra maneira, toma sua cruz o que está crucificado para o mundo e segue ao Senhor crucificado” (São Jerônimo).
O Pe. Juan Leal escreve: “Tomando Jesus Cristo ocasião da cena anterior, proclama agora a lei da mortificação e da renúncia de si mesmo. Por isso, como adverte São Marcos, estas palavras as dirigiu não só aos apóstolos, mas à multidão que fez chamar para que as escutasse (Mc 8, 34), como querendo significar que esta doutrina de seu reino era para todos. E antes (Mt 10, 38) encontramos o mesmo pensamento, ainda que ali falta a expressão de renunciar-se a si mesmo”.
O Pe. Manuel de Tuya comenta: “Este ensinamento que Cristo faz, e que em Mt se dirige a seus ‘discípulos’, é mais claro em Mc. Cristo, ‘chamando à multidão junto com seus discípulos, lhes diz...’ Que é o que resume Lc dizendo: ‘e dizia a todos’.
Necessidade da abnegação própria. – O primeiro ensinamento que Cristo faz aqui é a necessidade absoluta de ‘negar-se a si mesmo’ para entrar ou permanecer em seu reino, é dizer, desprezar tudo aquilo que obstaculiza as exigências para entrar no reino”.
O Pe. Juan de Maldonado escreve citando alguns Autores.
Se alguém quer. – Com razão São João Crisóstomo, Eutimio e Teofilacto advertiram que com essas palavras se confirma a existência do livre arbítrio.
Negue-se a si mesmo.- Em que consiste semelhante negação o explicam de diversas maneiras os autores. São Jerônimo, São Beda e São Gregório, acreditam que não é outra coisa que despir-se do homem velho e vestir-se do novo. ‘Então – disse São Beda – negamos a nós mesmos, quando evitamos o que fomos e insistimos na nova vida a que fomos chamados’.
Em Mt 16, 25-27 diz: “Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida? Ou que poderá o homem dar em troca de sua vida? Pois o Filho do Homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com o seu comportamento”.
O cristão não pode passar por alto estas palavras de Jesus Cristo. Deve arriscar-se, jogar a vida presente em troca de conseguir a eterna: “Que pouco é uma vida para oferecê-la a Deus!” (São Josemaría Escrivá, Caminho, n° 420).
A exigência do Senhor inclui renunciar à própria vontade para a identificar com a de Deus, não aconteça que, como comenta São João da Cruz, tenhamos a sorte de muitos “que queriam que Deus quisesse o que eles querem, e entristecem-se de querer o que Deus quer, e têm repugnância em acomodar a sua vontade à de Deus. Disto vem que muitas vezes, no que não acham a sua vontade e gosto, pensam não ser da vontade de Deus e, pelo contrário, quando se satisfazem, crêem que Deus Se satisfaz, medindo também a Deus por si, e não a si mesmos por Deus” (Noite Escura, Liv. I, cap. 7, n° 3).
Edições Theologica comenta Mt 16, 26-27: “As palavras de Cristo são de uma clareza meridiana: situam cada homem, individualmente, diante do Juízo Final. A salvação tem, pois, um caráter radicalmente pessoal: ‘remunerará a cada um segundo as suas obras’ (v, 27). O fim do homem não é ganhar os bens temporais deste mundo, que são apenas meios ou instrumentos; o fim último do homem é o próprio Deus, que é possuído como antecipação aqui na terra pela graça, e plenamente e para sempre na Glória. Jesus indica qual é o caminho para conseguir esse fim: negar-se a si mesmo (isto é, tudo o que é comodidade, egoísmo, apego aos bens temporais) e levar a cruz. Porque nenhum bem terreno, que é caduco, é comparável à salvação eterna da alma”, e: “O menor bem da graça é superior a todo o bem do universo” (Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, I-II, q. 113, a. 9), e também: “Quando se trata da salvação da alma, devemos sempre colocar-nos em face da morte, diante do juízo final, tremendo e inexorável, desse momento em que O Filho do Homem há de vir com seus anjos, na glória de seu Pai, para julgar a todos os homens. Quão diferentemente havemos de apreciar as coisas da vida, quando chegar a hora da nossa morte!” (Dom Duarte Leopoldo).
São João Crisóstomo escreve: “Que coisa dará o homem por sua alma?’ Que vale tanto como dizer: se perderes as riquezas, poderás dar outras riquezas para comprá-las; porém, se perderes tua alma, não poderás dar outra alma e nenhuma outra coisa qualquer” (Homiliae in Matthaeum, hom. 55, 3), e: “Ao ordenar o Senhor a seus discípulos que se negassem a si mesmos e tomassem sua cruz, todos os que o escutavam se encheram de terror; porém a estes pensamentos tristes sucede a alegria com as palavras do Senhor. ‘Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai’. Temeis a morte? Ouvi a glória de seu triunfo. Tens medo da cruz? Escutai a quem servem os anjos” (São Jerônimo), e também: “Agora veio o Filho do homem, porém não em sua glória, porque não era oportuno que viesse em sua glória carregado de nossos pecados; porém virá em sua glória, quando houver preparado seus discípulos e os houver feito semelhantes a Ele e participantes de sua glória” (Orígenes, Homilia 2 in Matthaeum), e ainda: “Mas não disse Ele: em tal ou qual glória do Pai, a fim de evitar que se suspeitasse que houvesse duas glórias; mas na glória do Pai, para manifestar que falava de uma mesma glória. E se a glória é uma só, claro é que também a essência é uma só. Por que tens, ó Pedro, medo da palavra morte? Então me verás na glória, mas se eu estou na glória, também o estarão vocês; porém ao falar da glória, insinua coisas terríveis, pondo-nos diante ao juízo pelas palavras: ‘E então dará a cada um segundo suas obras” (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 55, 4), e: “E o Senhor disse isso, não só para recordar aos pecadores os males, conseqüência de seus pecados, mas também as recompensas e as coroas dos justos” (Idem., Homiliae in Matthaeum, hom. 55, 4), e também: “O Senhor querendo manifestar o que é a glória que viria depois, a revelou aos apóstolos na vida presente (enquanto lhes era possível compreender), a fim de que não se abatessem com o pensamento da morte do Senhor” (Idem., Homiliae in Matthaeum, hom. 56, 1), e ainda: “Isto que se diz aqui, foi cumprido àqueles três discípulos, diante dos quais se transfigurou o Senhor na montanha, mostrando-lhes as alegrias da recompensa eterna: eles o viram do modo em que virá em seu reino, isto é, brilhando com a claridade, na qual o verão todos os santos depois do juízo” (Remígio).
O Pe. Paulo Segneri comenta o trecho de Mt 16, 26.
Cristo não fala propriamente de perda total, mas apenas de prejuízo, de dano para a alma. Isto significa que não só perdendo a alma não se lucra nada por um bem qualquer deste mundo, como também nem sequer convém sofrer qualquer dano espiritual por amor dos bens deste mundo: fossem mesmo os maiores. Realmente: quando será que poderás dar à alma o equivalente que lhe tiras? Sabes, por acaso, qual é o valor de um mínimo grau de glória? Vale certamente muito mais que todas as monarquias do mundo, em todos os tempos, consideradas juntas. Tanto que, se tu, para conseguir um domínio sobre todas elas, tivesses que cometer um pecado venial, serias um imprudente. Não só: és também um imprudente, quando sentes dificuldades em oferecer a Deus qualquer grande sacrifício de algo a que não estás obrigado sob pena de pecado: pois que, o que poderás oferecer a Deus que Ele mesmo um dia já não te tenha dado e que um dia também não irá te retribuir com imensa vantagem para ti? “Em suas terras terão partes dobradas” diz Isaías 61, 7, a respeito dos eleitos que se mortificam por amor de Deus.
Talvez, porém, esta medida pareceu a Jesus muito pouco expressiva, tanto que Ele a apresentou nestes outros termos: “No seio vos será lançada uma medida boa, e cheia, e recalcada, e sacudida” (Lc 6, 38). Já presenciaste alguma vez a venda de um saco de trigo realizada de amigo para amigo? Antes de tudo ele escolhe um saco que não seja defraudado: “medida boa”; em seguida enche de trigo o saco, mas até em cima, fazendo ainda pressão com as mãos: “medida cheia”; depois sacode o saco, para que, se possível, ajeitando bem o trigo no fundo, haja ainda um pouco de lugar: “medida recalcada”; e, por fim, ainda põe mais trigo, que chega até a sair fora do saco: “medida sacudida”. Poder-se-ia imaginar algo de mais benévolo e superabundante? E é essa a medida que o Senhor usará também contigo ao te retribuir todas as coisas que tiveres feito por seu amor, cada palavra, cada passo, cada sacrifício. O Senhor é bom.
Não há pois nenhuma dúvida possível a respeito da sentença que estamos meditando: “Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se vier a sofrer prejuízo sua alma?” E que deveríamos dizer, quando se tivesse que pensar sobre a ruína total da própria alma?
Pensemos, pois, também, na perda de nossa alma, com relação aos bens deste mundo. Que te adiantará tudo quanto tiveres gozado em prazeres, grandezas, glória, se fores condenado? Acreditas, por acaso, que se houver algum imperador condenado no inferno, ele sinta algum refrigério ao pensar nos bens que teve nesta terra, nos seus velhos tesouros, nos seus antigos triunfos? Antes, não pode ser senão o contrário: o bem perdido somente poderá ser causa de maior aflição. E se, como no caso dos condenados, o bem terreno foi precisamente o início da perdição, quanto maior será a dor para quem perdeu os bens e a alma para sempre! “Será abatida a arrogância dos homens e humilhada a altivez dos grandes”, diz Isaías 2, 17: castigo em contraste direto com o pecado cometido sobre a terra.
Não há dúvida: nada te adiantará tanto esforço para subir, para acumular, para exaltar loucamente a condição de tua casa: perdendo a alma, tudo isso redundará em humilhação ainda maior para ti.
Diz o texto: que aproveitará? Mesmo presentemente que te aproveita? Devemos pensar, pois, que não só não aproveitará para a eternidade, como também não aproveita nem aqui nesta terra, o conseguir lucros com prejuízo para a própria alma. De fato, que te aproveitará qualquer bem se isso resultasse em perigo para ti? “Que dará o homem em troca de sua alma?” (Mt 16, 26): nenhuma compensação. O risco é por demais grave, para que possamos nos permitir de aceitá-lo ou mesmo até de pensá-lo. Que dizem aqueles que agora se encontram no inferno por causa dos próprios pecados? “De que nos aproveitou a soberba? De que nos serviu a vã ostentação das riquezas?” (Sb 5, 8). É a constatação experimental da relatividade de valores. Por conseguinte, para quem deve ainda viver nesta terra, é de grande importância a pergunta: que aproveitará? Que importa a tua posição destacada? Que importa a mitra? Que importa a púrpura? Que importa até mesmo uma tiara se com isso vieres a sofrer algum prejuízo em tua alma ou ficares exposto a perigos de condenação eterna?
Mas, na maioria das vezes, a medida dos homens é diversa: “São mentirosos os filhos dos homens postos na balança” (Sl 61, 10): eles fazem continuamente prevalecer o temporal sobre o eterno: eles não mantêm as justas proporções. Não se encontrarão, porém, balanças que dêem resultados assim tão enormemente errados: mentirosos são os homens, não as balanças, os homens, que até diante dos outros homens dão como lhes parece melhor, a inclinação da balança, opondo-se a toda e qualquer evidência da razão: “Rebeldes à luz” (Jó 24, 13).
Por mais que o Senhor tenha dito: Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, etc., apesar disso não haverá nenhum que será condenado por ter conquistado todo o mundo. A maioria condena-se por ter conseguido migalhas tão diminutivas e miseráveis deste mundo, que pensando bem, dá vontade de chorar. Nunca acontece que o demônio apanhe alguém pelos cabelos e o conduza até o alto do Olimpo ou a qualquer outro monte e mostrando-lhe “todos os reinos do mundo” diga-lhe: “Dar-te-ei tudo isso se prostrado me adorares” (Mt 4, 8-9). Os homens satisfazem-se com muito menos para dobrarem seus joelhos e prestarem-lhe homenagem: uma pequena vinha, como Acab, uma mísera igreja, um modesto cargo, uma pequena bolsa, como Judas; por tão pouca coisa não conseguirão abster-se de oprimir os pobres, das simonias, dos perjúrios, das traições. E, além disso, poder-se-á encontrar coisas piores: verás aqueles que nada exigirão como pagamento para cometerem seus pecados, mas pelo contrário, eles mesmos pagam: recomendam-se de certo modo ao demônio para que os compre, a ele que preferia ser comprado.
Vê aqueles que se perdem porque vão atrás dos seus prazeres sensuais, que não conseguem nem se “alegrar”...: o demônio ri, e deixa que esse esforcem em busca de novas invenções para despertarem os sentidos quase mortos. Vê quantos há que quase explodem de tanta raiva e apesar disso não conseguem vingar-se dos que os ofenderam. Vê como se debatem por causa da inveja e apesar disso não realizam um contrato proveitoso. Vê os que perdem a paciência com tanta ambição, e, todavia, não encontram um clima que lhes seja favorável. Todos esses, o que experimentam no pecado? Unicamente o amor doloroso da escravidão. Quanto ao resto, não encontram quem lhes pague mesmo que seja uma bagatela: “... não haverá comprador” (Dt 28, 68).
Católico, cuide bem da sua alma imortal: “Quem perde a própria alma já não está em condições de a resgatar. É no juízo final, no qual Jesus dará a cada um o que tiver merecido, manifestar-se-á quão grande e irreparável é a perda da alma” (PIB).
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 27 de agosto de 2008
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