terça-feira, 17 de maio de 2011

Mulher com morte cerebral se recupera depois que marido recusa retirar aparelhos que a mantinham viva.


Uma mulher australiana que foi declarada “cerebralmente morta” recobrou a consciência depois que o marido dela passou semanas lutando contra as recomendações dos médicos para que o equipamento de respiração artificial dela fosse desligado, de acordo com uma reportagem do Northern Territory News

Gloria Cruz, de cinquenta e seis anos, foi levada às pressas para o Hospital Real de Darwin no Território do Norte da Austrália em 7 de março, depois de sofrer um derrame cerebral enquanto estava dormindo.Quando uma tomografia axial computadorizada revelou que Cruz muito provavelmente estava sofrendo de um tumor cerebral, ela passou por uma cirurgia no que inicialmente parecia ser uma tentativa sem êxito de salvar a vida dela.“No momento em que vi minha esposa na Unidade de Tratamento Intensivo achei que ia desmaiar”, disse Tani Cruz, marido de Glória, de acordo com o Northern Territory News. “Eu não conseguia acreditar que estava olhando para a mulher que eu amei durante 27 anos. Ela nem parecia minha esposa. O rosto dela estava inchado. Ela estava sem nenhum cabelo na cabeça. Haviam enfiado sondas na boca dela. Havia uma sonda bem na parte de cima da cabeça dela. Outra nas mãos dela. E ela estava deitada quase que sem vida”.Os médicos disseram ao sr. Cruz que sua esposa morreria dentro de 48 horas, chamando a situação dela de “sem esperança”. Eles recomendaram que o aparelho de respiração artificial que estava mantendo a respiração dela fosse removido.Embora Cruz tivesse ficado num impasse na decisão, ele foi contatado por um assistente social e “advogado de paciente” que o exortou a remover o aparelho de respiração artificial e permitir que sua esposa morresse.“Eu lhe disse que Deus sabe quanto a amo — que não quero que ela sofra, mas não quero que ela nos deixe”, disse Cruz. “Sou católico — creio em milagres”.

Depois de duas semanas, ele permitiu que desligassem o aparelho de respiração, mas insistiu em que uma sonda de respiração fosse introduzida na boca dela de modo que ela pudesse continuar a respirar por conta própria.Três dias mais tarde, Glória Cruz desafiou os especialistas médicos e despertou do coma. De acordo com seu marido, ela está agora alerta, se movendo e a caminho de sua recuperação.“Temos uma forte fé e sempre estávamos crendo que Deus nos ajudaria”, disse Cruz.

Um número cada vez maior de especialistas começou a colocar em dúvida o critério de “morte cerebral” para determinar a morte. Eles argumentam que a morte cerebral é um conjunto arbitrário de critérios desenvolvido em grande parte para garantir a usabilidade de órgãos colhidos de tais pacientes bem como reduzir as despesas médicas envolvidas para se manter vivos pacientes com “morte cerebral” que estão sendo mantidos em equipamentos de sustentação de vida.
Muitos incidentes parecem confirmar esse parecer, inclusive um caso particularmente arrepiante em que um jovem declarado “cerebralmente morto” realmente ouviu os médicos debatendo como colher seus órgãos. Minutos antes de ser transportado para a sala de operação para sofrer a remoção de seus órgãos, ele despertou.


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