quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vaticano: Bento XVI defende uma «nova era de evangelização social».

Papa toma parte num Congresso Internacional sobre 50 anos da encíclica «Mater et Magistra», considerada um marco na Doutrina Social da Igreja


LIsboa, 18 mai 2011 (Ecclesia) – Bento XVI defende que o mundo precisa de uma “nova era de evangelização social, que evidencie as implicações de uma justiça que deve ser realizada universalmente”.

Esta convicção foi expressa pelo Papa durante uma audiência concedida a todos os participantes do Congresso Internacional sobre “Justiça e Globalização”, que assinala os 50 anos da encíclica “Mater et Magistra”, e que está a decorrer desde segunda-feira no Vaticano.

Aquele documento, publicado por João XXIII a 15 de maio de 1961, é considerado como um marco importante da Doutrina Social da Igreja, na resposta aos problemas sociais da época e, para Bento XVI, conserva ainda hoje “grande atualidade”.

“Sem um pensamento moral” que favoreça o desenvolvimento de uma “cultura humanista aberta à transcendência”, alicerçada em Cristo e na “lei nova do Evangelho”, não será possível ao homem de hoje “aceder ao conhecimento do verdadeiro bem humano” sublinhou o Papa aos 200 participantes do Congresso.

Segundo a Rádio Vaticano, lembrou ainda que, tal como em 1961, “a verdade, o amor e a justiça indicados pela Mater et Magistra, juntamente com o princípio do destino universal dos bens, podem ser “pilares para interpretar e solucionar os desequilíbrios atuais”.

Como principais pontos de alerta, Bento XVI apontou a área económica, onde “após uma fase mais aguda da crise, se voltaram a praticar com frenesim contratos de crédito que conduzem a uma especulação sem limites”.

Situações que depois, acrescentou ainda, “se repetem em áreas como a distribuição equitativa dos alimentos, da água e da terra, empobrecendo ainda mais aqueles que já se debatem com situações de grave precariedade”.

O Congresso Internacional, organizado pelo Conselho Pontifício “Justiça e Paz”, termina esta quarta-feira, e conta com delegados vindos de todo o mundo.

Para o presidente daquele dicastério, cardeal Peter Turkson, a Igreja tem pela frente o desafio de “mostrar que a mudança é possível, e que a sua Doutrina Social pode ser aplicada nos dias de hoje”.

“É preciso uma pequena mudança do coração para fazer com que tudo isso se torne uma experiência universal. Foi para isso que nos reunimos neste Congresso”, concluiu.

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