Sacerdotes italianos estariam aconselhando pais de homossexuais a levar seus filhos para serem exorcizados. A denúncia foi feita pela Associação Italiana de Homossexuais (Arcigay), que pretende verificar a expansão do fenômeno na Itália.
"Recebemos dezenas de reclamações anônimas, provenientes de várias cidades italianas, através de uma linha telefônica especial que colocamos à disposição", disse à BBC Brasil Aurelio Mancuso, presidente da entidade. "Num episódio recente, o religioso chegou a pressionar uma mãe para que levasse o filho até ele, mesmo à força, para que fosse submetido às orações e ritos", afirmou Mancuso.
Segundo ele, a maioria das pessoas que registram as queixas não fornece informações detalhadas, dificultando uma ação formal de denúncia. "Por enquanto percebemos que o problema existe, e vamos aprofundar a investigação", informa Mancuso.
Casos
Na avaliação dele, há uma relação entre o aumento das denúncias e a emoção provocada pelo recente caso do suicídio de um adolescente italiano, que teria sido vítima de discriminação na escola por sua condição de homossexual.
De acordo com o escritório da associação em Roma, que teria recebido a maior parte das queixas, não é novidade que homossexuais e seus familiares sejam pressionados a se submeter a exorcismo. "O problema surgiu há cerca de seis anos", disse o secretário do escritório, Fábio Marazzo. "Tivemos o caso de um rapaz que foi exorcizado e precisou de ajuda para se recuperar em seguida. Desde então, não soubemos de mais nada e pensamos que o fenômeno tivesse terminado".
Autorização
Segundo o padre Gabriel Amorth, presidente honorário da Associação Nacional de Exorcistas e considerado o exorcista mais famoso da Itália, a prática é admitida pela Igreja Católica, mas só pode ser realizada por religiosos bem preparados e que tenham autorização do bispo de sua diocese.
Em entrevista à BBC Brasil, Amorth disse que não vê relação entre a prática do exorcismo e a condição de homossexual. "O exorcismo é feito para liberar a pessoa da presença do demônio ou de suas influências maléficas. O homossexualismo é outra coisa", explicou.
Na visão de padre Amorth, contudo, não é correto usar o exorcismo com os homossexuais e quem o faz, em sua opinião, "comete um erro". Mas ele avisa: "Quando se está no pecado há sempre risco de cair na possessão demoníaca".
Pecados
Conforme a doutrina da Igreja Católica, "os atos homossexuais são pecados graves, imorais e contrários às leis naturais". Diversos documentos confirmam o ensinamento da Igreja sobre a homossexualidade.
O catequismo distingue entre atos homossexuais e tendências homossexuais. Os atos são considerados pecados e não podem ser aprovados em nenhum caso. Já as tendências homossexuais profundamente radicadas, também são desordenadas. A igreja prevê que pessoas com estas "tendências" devem ser acolhidas com respeito e delicadeza, evitando qualquer discriminação.
Mas na opinião do deputado Franco Grillini, ex-presidente da Arcigay, as denúncias registradas são resultado de uma campanha da Igreja contra os homossexuais. "Vivemos um país onde a presença exagerada do Vaticano faz com que o homossexualismo seja considerada uma identidade errada", disse ele à BBC Brasil.
Conforme o deputado, os ataques freqüentes da hierarquia católica podem favorecer iniciativas de "cura" como o exorcismo. "Em um país normal, seria até engraçado, mas isto pode criar muito sofrimento nas vítimas desses padres", segundo Grillini.
"Recebemos dezenas de reclamações anônimas, provenientes de várias cidades italianas, através de uma linha telefônica especial que colocamos à disposição", disse à BBC Brasil Aurelio Mancuso, presidente da entidade. "Num episódio recente, o religioso chegou a pressionar uma mãe para que levasse o filho até ele, mesmo à força, para que fosse submetido às orações e ritos", afirmou Mancuso.
Segundo ele, a maioria das pessoas que registram as queixas não fornece informações detalhadas, dificultando uma ação formal de denúncia. "Por enquanto percebemos que o problema existe, e vamos aprofundar a investigação", informa Mancuso.
Casos
Na avaliação dele, há uma relação entre o aumento das denúncias e a emoção provocada pelo recente caso do suicídio de um adolescente italiano, que teria sido vítima de discriminação na escola por sua condição de homossexual.
De acordo com o escritório da associação em Roma, que teria recebido a maior parte das queixas, não é novidade que homossexuais e seus familiares sejam pressionados a se submeter a exorcismo. "O problema surgiu há cerca de seis anos", disse o secretário do escritório, Fábio Marazzo. "Tivemos o caso de um rapaz que foi exorcizado e precisou de ajuda para se recuperar em seguida. Desde então, não soubemos de mais nada e pensamos que o fenômeno tivesse terminado".
Autorização
Segundo o padre Gabriel Amorth, presidente honorário da Associação Nacional de Exorcistas e considerado o exorcista mais famoso da Itália, a prática é admitida pela Igreja Católica, mas só pode ser realizada por religiosos bem preparados e que tenham autorização do bispo de sua diocese.
Em entrevista à BBC Brasil, Amorth disse que não vê relação entre a prática do exorcismo e a condição de homossexual. "O exorcismo é feito para liberar a pessoa da presença do demônio ou de suas influências maléficas. O homossexualismo é outra coisa", explicou.
Na visão de padre Amorth, contudo, não é correto usar o exorcismo com os homossexuais e quem o faz, em sua opinião, "comete um erro". Mas ele avisa: "Quando se está no pecado há sempre risco de cair na possessão demoníaca".
Pecados
Conforme a doutrina da Igreja Católica, "os atos homossexuais são pecados graves, imorais e contrários às leis naturais". Diversos documentos confirmam o ensinamento da Igreja sobre a homossexualidade.
O catequismo distingue entre atos homossexuais e tendências homossexuais. Os atos são considerados pecados e não podem ser aprovados em nenhum caso. Já as tendências homossexuais profundamente radicadas, também são desordenadas. A igreja prevê que pessoas com estas "tendências" devem ser acolhidas com respeito e delicadeza, evitando qualquer discriminação.
Mas na opinião do deputado Franco Grillini, ex-presidente da Arcigay, as denúncias registradas são resultado de uma campanha da Igreja contra os homossexuais. "Vivemos um país onde a presença exagerada do Vaticano faz com que o homossexualismo seja considerada uma identidade errada", disse ele à BBC Brasil.
Conforme o deputado, os ataques freqüentes da hierarquia católica podem favorecer iniciativas de "cura" como o exorcismo. "Em um país normal, seria até engraçado, mas isto pode criar muito sofrimento nas vítimas desses padres", segundo Grillini.
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