quarta-feira, 27 de julho de 2011

Porque devemos comungar na boca e de joelho?

Essa é uma pergunta que as pessoas, os padres… fazem muito! Eles também dizem: O certo é receber a comunhão na mão! E muitos de nós respondemos: não comungamos na mão pelo simples fato de não sermos dignos. Mas eles tornam a responder: se você peca com a mão, dez vezes mais você peca com a língua, falando besteiras e até mal do irmão.
Iremos esclarecer melhor está problemática da seguinte forma:
Em primeiro lugar, se é certo receber a Sagrada Comunhão nas mãos eu não posso afirmar agora, mas por que a Santa Igreja deu o Corpo de Nosso Senhor por muitos séculos nos lábios dos fiéis? Boa pergunta! Veremos se é errado receber o Santíssimo Sacramento nos lábios. Leia atentamente o que a Igreja diz a esse respeito: “Todo fiel leigo tem o direito de escolher se ele quer receber o Corpo de Nosso Senhor na boca ou nas mãos e a Santa Igreja adverte que, se houver perigo de profanação o corpo de Nosso Senhor não deve ser dado nas mãos” (cf. Ins Redemptionis Sacramentum n° 92).
Em segundo lugar, qual é a mão de um fiel leigo que por mais purificada que esteja, seja digna de tocar o Santíssimo Corpo de Cristo? Nós não tocamos no Corpo de Nosso Senhor por falta de higiene ou por causa do pecado, é pelo simples fato de que somente os Ministros Ordinários (Bispo, Sacerdote, Diácono) possuem o direito de tocar com as mãos no Corpo de Nosso Senhor. “O senso litúrgico da Santa Igreja tem o ato de evitar tocar no Sagrado como sinal de reverência. No Antigo Testamento, Deus proíbe que se toque na Arca da Aliança que Ele manda fabricar (Ex 25,10-22; 2Sm 6,6-7). A este respeito também que Santo Tomás de Aquino, doutor da Santa Igreja, na Summa Teológica (Summa, III pars, q.82, art. 3), afirma que ‘por reverência a este sacramento, nada o toca, a não ser o que é consagrado; portanto, o corporal e o cálice são consagrados, e da mesma forma as mãos do sacerdote, para tocarem este sacramento’” (Site - Veritatis Splendor. Dr. Rafael Vitola Brodbeck,Pelotas, RS Apostila de Liturgia, 2007). Entretanto, se o que, o senso litúrgico da Santa Igreja nos diz e a pessoa de um doutor não nos é suficiente, então recorramos a voz do papa João Paulo II:“Tocar as Sagradas Espécies e distribui-las com as próprias mãos é um privilegio dos ordenados.” (Dominicae Cenae, 24 de fevereiro de 1980). Eles foram ordenados pela Santa Igreja a transubstanciar a matéria do pão e vinho, no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo (a Consagração) e do mesmo modo a entregar o pão dos anjos a cada fiel, que no mínimo de sensatez, deve estar dignamente preparado e paramentado (com roupas adequadas) para recebê-lo.
Existem irmãos que dizem: mas nós também pelo batismo participamos do sacerdócio de Cristo. Pois bem, se assim o é, porque estes batizados (frustrados) não trazem o Filho do Homem no altar para o Sacrifício da Cruz. O sacerdócio que todo batizado participa é o sacerdócio comum, que não pode ser, de maneira nenhuma, confundido com o sacerdócio ordinário - que é o do padre. Cada vocação tem a sua função especifica, deixemos as funções dos sacerdotes para eles e aproveitemos do banquete celeste, que a nós foi preparado com muito carinho por Deus Pai.
Mas a minha maior indignação não é com os fiéis que querem receber o Corpo de Nosso Senhor nas mãos, mas sim, com os Sacerdotes que além de não exortar ao povo a recebê-lo na boca, muitas das vezes proíbem e impedem aqueles que querem piedosamente receber de joelho e na boca o Corpo de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. As normas litúrgicas da Santa Mãe Igreja são bem objetivas e claras em afirmar que “os fiéis jamais serão obrigados a adotar a prática da comunhão na mão.” (Notificação da Sagrada Congregação para os Sacramentos e Culto Divino, de Abril de 1985). Não existe um sacerdote no mundo que possua o poder de mudar aquilo que pelo próprio Deus na pessoa de seus Bispos normalizou para o bem de seu próprio Corpo Eucarístico e Eclesial. O próprio Deus nos fala pela sua Igreja e vem confirmando pelos séculos aquilo que ele realmente quer, por isso o Papa Paulo VI, na instrução Memoriale Domini, de 29 de maio 1969 (posterior ao Concílio Vaticano II, portanto), recomenda-nos a respeito da Santa Comunhão na boca e de joelho: “Levando em conta a situação atual da Igreja no mundo inteiro, essa maneira de distribuir a santa comunhão deve ser conservada.”O nosso Papa apesar de ter dito isto a 50 anos atrás me parece estar bem atual, vocês não concordam.
Prossigamos, enquanto na carta de S. Paulo aos Filipenses 2, 10 o Apostolo S. Paulo diz: “a fim que ao nome e Jesus todo joelho se dobre nos céus, sobre a terra e debaixo da terra”, por qual motivo não dobraríamos os nossos joelhos para receber nosso Salvador vivo e presente no meio de nós. Na linguagem bíblica não se faz distinção do nome para pessoa, tudo é o mesmo. Portanto, diante do Sacrossanto Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo imolado no altar e que merece toda a nossa reverência, devem-se dobrar todos os joelhos nos céus, sobre a terra e nos inferno, para glória de Deus Pai.
Mediante a está colocação, não gostaria que cada um de vós se apegasse ao que digo, só por parecer piedoso. Não! Mas porque está é a voz da Santa Igreja na qual nós seguimos e que diz:“Assim sendo, não é licito negar a Santa Comunhão a um fiel pela simples razão, por exemplo, de que ele queria receber a Eucaristia de joelho ou em pé” (Redemptionis Sacramentum n° 91).
Quero lembrar também, somente esse discurso de defesa em prol do zelo para com o Corpo de nosso Deus não é suficiente, tem que vivencia-lo. Ah aqueles que vão receber o Corpo de nosso Salvador com os mais belos atos de piedade, enquanto a alma esta inundada de pecados (não estou aqui para julgar ninguem), entretanto, tem maior mérito no céu aquele que o recebe-lo em estado de graça . A vocês amado de Deus, que busca e se esforça sempre para estar em estado de graça, ousa-me e reflita: se a Santa Mãe Igreja nos permite receber o Corpo de Nosso Senhor de joelho e na boca que desculpa teríamos para recebê-lo de pé e nas mãos. Há se nós tivéssemos a consciência do quanto nós agradamos Nosso Senhor quando nos inclinamos para o recebemos de joelho e na boca, nós nos humilharíamos cada vez mais, para receber o Santíssimo pão do anjos, o próprio Deus feito Carne e que habita no meio de nós em prol da nossa Salvação.
Nos dias de hoje temos a graça, o privilégio de receber Jesus Cristo como a Virgem Santíssima o recebeu, em tamanha humildade e, ficamos escolhendo como recebê-lo!
Quanto mais nos humilhamos – no sentido de humildade, mais seremos dignos de estar com Jesus no nosso peito, “Aquele que se exalta será humilhado, e aquele que se humilha será exaltado” (Mt 23, 2). Lembremos que a palavra de Deus não é para embelezar o nosso texto, mas para ser vivida e esta palavra é uma promessa do nosso Senhor para nós, “… aquele que se humilha será exaltado” (Mt 23, 2b).
Deus nos de força para sermos verdadeiros Guardiões do Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo.
Juliano de Azevedo
In Cordes Iesu

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