terça-feira, 12 de maio de 2009

Testemunho de Conversão Francisco Almeida Araújo – Ex-Pastor Protestante.


Autor: Francisco Almeida Araújo

O autor do livreto “Em Defesa da Fé”, o agora diácono católico Francisco Almeida Araújo, publicou (na mesma obra) o seguinte testemunho, intitulado“Nossa Senhora do Marrom Glacê”.


Nossa Senhora possui muitos títulos. Afinal, ela é Rainha por ser a Mãe do Rei dos Reis, Nosso Senhor Jesus Cristo. Como Rainha, é natural que tenha tantos títulos, sendo, no entanto, ela a única e mesma pessoa.
Esse inusitado, e até exótico título: “Nossa Senhora do Marrom Glacê estou dando para narrar um pouco do muito amor que a Virgem Maria tem demonstrado por mim, pobre pecador. Seria longo contar todo o meu itinerário religioso.
Não cabe fazê-lo aqui, nesse artigo. Pretendo contar toda a minha vida num livrete que estou preparando. Há certas passagens desse itinerário que não posso dele orgulhar-me.
São tempos de contradição, paradoxais mesmo. Sei, no entanto, que Deus me permitiu tantas experiências para hoje reconhecer sua Misericórdia e poder melhor orientar alguns irmãos.
Na minha ignorância escrevi, ensinei e preguei contra a Igreja, o santo Padre, o Papa, seus Ministros, Eucaristia, a Virgem Maria...
Tempos obscuros, esses de cegueira espiritual. Nessa caminhada cheguei a ser ordenado Pastor protestante e professor de teologia em algumas Faculdades Protestantes.
Por que deixei de ser protestante e agora sou católico pela graça de Deus? É o que pretendo narrar aqui, mesmo que de forma muito resumida. Tudo aconteceu por causa de um estudo que fiz sobre a Ceia do Senhor, em (I Coríntios 11,23-32) passagem que já havia pregado tantas vezes, que tinha estudado com seriedade. Ao ler os versículos 23 e 24: “Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o Pão, e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu Corpo que é entregue por vós...” Volto a afirmar: quantas vezes havia lido, estudado e pregado esse texto! Mas nesse dia foi diferente. As palavras do Senhor falaram fundo ao meu coração: “Isto é o meu Corpo”.
Eu havia aprendido com meus professores de teologia, estudado nos compêndios clássicos da teologia protestante que o texto devia ser entendido com “representa” o meu corpo, “simboliza” o meu corpo. Eu havia aprendido ainda que tudo aquilo era um mero memorial, nem mesmo era sacramento, mas uma simples ordenança...
Mas ali estava a Palavra de Deus dizendo claramente; “Isto é o meu Corpo”. Sem deixar transparecer tudo o que se passava em meu coração, sem nada revelar a ninguém, iniciei um estudo mais sério, mais cuidadoso, sobre o assunto. Li e reli várias vezes os Evangelhos e todo o restante do Novo Testamento em busca de uma resposta que acabasse com aquela dúvida em meu coração.
Após algum tempo de estudos, regados de lágrimas e orações, estando um dia de joelhos em meu quarto, a sós, com a Bíblia aberta sobre a cama, estudando no Evangelho de (João 6,25-71), descobri a maravilha verdade sobre a Eucaristia. Caí em prantos de alegria incontida. Havia, há poucas horas, me ajoelhado como um Pastor protestante, embora com o coração aflito, cheio de dúvidas, e eis que agora me levanto como Católico Apostólico Romano!
Deus seja bendito para sempre!
Eu sabia que somente a Igreja Católica ensinava a verdade sobre a Eucaristia: a presença real do Cristo na Hóstia e no Vinho consagrados. É uma longa história contar como foi minha confissão para minha esposa e filhos... Todos bem integrados no Protestantismo: dois de meus filhos, os mais velhos, como co-pastores em Curitiba. Uma filha estudando teologia e um outro filho trabalhando também no meio protestante. Isso fica para o meu livrete. Também a reação dos meus irmãos Protestantes. O que devo dizer é que sofri muito... Minha família também. Fui então procurar um Padre e confessar a ele a minha decisão e também dúvidas sobre tantos outros assuntos como: imagens, purgatório, comunhão dos Santos, virgindade perpétua de Nossa Senhora... Deus me guiou ao bom Monsenhor José Lélio Mendes Ferreira, pároco da igreja de São João Batista, em Atibaia, Estado de São Paulo. Ele me recebeu com muito amor e atenção, o que é próprio desse servo do Deus altíssimo. Apresentou-me ao piedoso e culto Bispo, meu grande bom amigo, Dom Antonio Pedro Misiara.
Fiz minha caminhada até reencontrar o Cristo na Eucaristia e ver posteriormente filhos fazendo a Primeira Comunhão. Quando deixei os Protestantes era mês de outubro. Fiquei portanto desempregado... Logo as economias se acabaram. Não conseguia emprego embora professor formado pela Universidade... Tudo porque era final de ano letivo. Sem que Mons. Lélio ou Senhor Bispo soubessem, eu e minha família ficamos sem alimentos... Como morávamos numa chácara, passamos a comer somente mandioca que ali existia. Acabaram-se as boas amigas mandiocas e ficamos dois ou três dias sem alimento algum. Rezávamos intensamente pedindo ajuda de Deus.
Com muito estudo, descobri na Palavra de Deus , a Bíblia, todas as maravilhas verdades sobre a Virgem Maria e sobre as santas doutrinas de nossa Igreja Católica. Tudo obra da graça de Deus.
Num desses dias de jejum forçado, uma de minhas filhas, a Susan (na época tínhamos oito filhos e hoje nove, graças a Deus) me disse: “Papai, estou morrendo de fome, mas sinceramente o meu maior desejo é comer um pedaço de marrom glacê ”. É o doce preferido dela. Em resposta e sem pensar, lhe disse: “Pois vá ao seu quarto, dobre seus joelhos e peça à Virgem Maria uma lata de marrom glacê ”. Ela respondeu firme: “Pois eu vou pedir agora mesmo, e quero ver se a Virgem Maria ouve mesmo orações” . Um esclarecimento: já éramos católicos, mas dado ao bloqueio psicológico, devido aos anos de pregações ouvidas e livros lidos contra Nossa Senhora, não éramos capazes de rezar a “Ave Maria” ou outra oração Mariana, com convicção, com o coração. Tinha Nossa Senhora na mente, mas não sabia que faltava vir ao coração.
Eu não sei, confesso-o, como transmitir aqui o que se passava comigo nesse sentido. Espero que o leitor me entenda. Voltando ao momento em que ouvi aquela resposta de minha filha Susan, minha esposa que também a ouviu e o que havia dado como resposta à Susan, disse-me: “Você não devia ter dito isso, pois a Susan pode pedir uma lata de doce marrom glacê e não receber. Quem sabe Deus quer provar mais ainda nossa fé”. Ela tinha razão e muito séria, o que contarei no meu livrete. Respondi então à minha esposa: “Vamos, então, para o nosso quarto pedir a Nossa Senhora que não permita a Susan perder sua fé, tão nova e ainda pequena”. Susan já estava fazendo o pedido em seu quarto. Eu e minha esposa nos ajoelhamos em nosso quarto, e rezamos uma “Ave Maria” e uma oração espontânea dirigida à Virgem Maria. Pedimos que guardasse a fé de Susan. É claro que não pedimos o marrom glacê.
No outro dia de manhã, alguém bate palmas lá no portão de entrada de nossa chácara. Pelo vitrô vi que era um jovem de barbas e com um crucifixo bem visível numa corrente ao pescoço. Vi logo que não eram os meus irmãos Protestantes que novamente vinham discutir Bíblia comigo, na vã tentativa de demover-me de ser católico. Meu filho Alden correu e abriu o portão. Ele, o jovem, se fazia acompanhar de também uma jovem senhora. Estavam num carro “Fusca” amarelo. Eu, esposa e filhos já estávamos na varanda para recebê-los. O jovem então disse: Pastor Francisco, eu sou o Padre José Carlos Brilha” (o meu bom amigo Padre Brilha!) e essa é a ‘Magui’ (apelido carinhoso de Maria Guilhermina Michele). Disse então, do prazer em conhecê-los. Ainda na varanda, Magui me disse que estava trazendo de presente para nós alguns alimentos.
Mal acabando de dizer essas palavras, abriu a porta do seu carro, do lado do motorista, reclinou o banco e de uma das caixas que se encontravam sobre o banco traseiro, retirou uma lata e olhando para minha filha Susan, Disse: “E essa lata de doce foi Nossa Senhora que lhe mandou”. Era uma lata de marrom glacê!
Nossa Senhora atende orações sim. Ali estava a prova. Ela atendeu o pedido de Susan.
Oito filhos, e abaixo da Susan um filho e uma filhinha. Por que logo para Susan? Sim, eu sei a resposta. Era a Mãe do Céu que queria entrar no meu coração, no coração daquela família. Não bastava tê-la em nossa mente. Aquele momento foi de lágrimas e de louvor ao Altíssimo Deus por nos ter dado tão sublime Mãe. Naquele momento, nosso amor e nossa fé na Virgem Maria cresceu profundamente. Foi como o desabrochar de uma flor. Desde aquela data, estamos trabalhando no Reino de Deus, falando das glórias da Virgem Maria onde quer que vamos. Muitas e muitas graças eu e minha família temos recebido pelas mãos de Nossa Senhora.
Pelas mãos da Mãe do Céu viemos residir em Anápolis, Goiás, e aqui pelas mãos santas do nosso muito amado Bispo Dom Manoel Pestana Filho, esse culto e inteligente defensor da sã doutrina, nosso orientador espiritual, nosso líder da Fé, recebemos a Ordenação ao Diaconato Permanente. Somos Diácono de Cristo a serviço de Nossa Senhora. Sou Diácono da Virgem Maria. Glória a Deus!
Penso que os leitores entenderam agora a razão do título que dei à Virgem Maria neste artigo. Voltaremos, se Deus nos permitir, a falar das glórias da Virgem Maria.


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