No seu discurso, o Papa Francisco sublinhou que esta troca de visitas é antes de mais um sinal de amizade, mas também do excelente estado das relações entre Estado e Igreja na Itália.
Bergoglio recordou a visita do seu predecessor, Bento XVI ao Quirinal em 2008, saudando-o, e retomando a sua definição – naquela ocasião – do Quirinal como “Casa simbólica de todos os italianos”. E deste “lugar cheio de símbolos e de história – disse Francisco - “desejo bater à porta de cada habitante deste país, onde se encontram as raízes da minha família terrena, e oferecer a todos a palavra sempre nova do Evangelho”.
No que diz respeito estritamente às relações entre o Estado italiano e a Santa Sé, o Papa salientou a inserção na Constituição da República italiana dos Pactos Lateranenses e do Acordo de revisão da Concordata assinado há trinta anos – instrumentos – prosseguiu o Papa Francisco – para o desenvolvimento sereno das relações entre Estado e Igreja na Itália, a favor da pessoa humana e do bem comum.
Realçando as numerosas questões que preocupam seja o Estado, seja a Igreja, cujas respostas podem ser convergentes, o Pontífice disse que é necessário multiplicar os esforços para aliviar as consequências da crise económica e do desemprego, e para captar e intensificar todo e qualquer sinal de retomada do crescimento econômico.
O Papa frisou ainda que a missão primária da Igreja é dar testemunho da misericórdia de Deus e de encorajar generosas respostas de solidariedade, a fim de levar a um futuro de esperança – esperança que é fonte de energia e empenho para a construção de uma ordem social e civil mais humana e mais justa e de um desenvolvimento sustentável e saudável.
Por fim, o Papa recordou as visitas pastorais que já realizou dentro da Itália, a começar por Lampedusa, Cagliari e Assis – visitas em que “viu de perto as feridas que afligem hoje em dia muita gente”.
No centro das dificuldades e esperanças está a família, que a Igreja continua a apoiar com convicção, convidando indivíduos e instituições a fazerem o mesmo, já que esta precisa de estabilidade para poder desenvolver-se plenamente e realizar a sua missão de célula primária de formação e crescimento da pessoa humana.
O Papa despediu-se do Presidente Napolitano expressando o desejo de que a Itália se sirva do seu patrimônio de valores civis e espirituais para promover o bem comum e a dignidade da pessoa humana, dando também o seu contributo para a paz e a justiça no mundo.
(DA/BF)
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