quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Papa no Quirinal: "Bato à porta de cada habitante da Itália". Crise econômica e família no centro do discurso.

Roma (RV) - O Santo Padre deslocou-se nesta quinta-feira, às 11 horas, ao Quirinal, sede da República italiana, para uma visita ao Presidente Jorge Napolitano, em reconhecimento da visita que o Chefe de Estado italiano fizera ao sucessor de Pedro em junho passado no Vaticano.

No seu discurso, o Papa Francisco sublinhou que esta troca de visitas é antes de mais um sinal de amizade, mas também do excelente estado das relações entre Estado e Igreja na Itália. 

Bergoglio recordou a visita do seu predecessor, Bento XVI ao Quirinal em 2008, saudando-o, e retomando a sua definição – naquela ocasião – do Quirinal como “Casa simbólica de todos os italianos”. E deste “lugar cheio de símbolos e de história – disse Francisco - “desejo bater à porta de cada habitante deste país, onde se encontram as raízes da minha família terrena, e oferecer a todos a palavra sempre nova do Evangelho”.

No que diz respeito estritamente às relações entre o Estado italiano e a Santa Sé, o Papa salientou a inserção na Constituição da República italiana dos Pactos Lateranenses e do Acordo de revisão da Concordata assinado há trinta anos – instrumentos – prosseguiu o Papa Francisco – para o desenvolvimento sereno das relações entre Estado e Igreja na Itália, a favor da pessoa humana e do bem comum. 

Realçando as numerosas questões que preocupam seja o Estado, seja a Igreja, cujas respostas podem ser convergentes, o Pontífice disse que é necessário multiplicar os esforços para aliviar as consequências da crise económica e do desemprego, e para captar e intensificar todo e qualquer sinal de retomada do crescimento econômico. 

O Papa frisou ainda que a missão primária da Igreja é dar testemunho da misericórdia de Deus e de encorajar generosas respostas de solidariedade, a fim de levar a um futuro de esperança – esperança que é fonte de energia e empenho para a construção de uma ordem social e civil mais humana e mais justa e de um desenvolvimento sustentável e saudável. 

Por fim, o Papa recordou as visitas pastorais que já realizou dentro da Itália, a começar por Lampedusa, Cagliari e Assis – visitas em que “viu de perto as feridas que afligem hoje em dia muita gente”. 

No centro das dificuldades e esperanças está a família, que a Igreja continua a apoiar com convicção, convidando indivíduos e instituições a fazerem o mesmo, já que esta precisa de estabilidade para poder desenvolver-se plenamente e realizar a sua missão de célula primária de formação e crescimento da pessoa humana. 

O Papa despediu-se do Presidente Napolitano expressando o desejo de que a Itália se sirva do seu patrimônio de valores civis e espirituais para promover o bem comum e a dignidade da pessoa humana, dando também o seu contributo para a paz e a justiça no mundo. 

(DA/BF)

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