Por Emerson de Oliveira
Esta é uma série de respostas ao site http://br.geocities.com/iapro_piedade/iap_estudo_24.html, que tenta defender a guarda do sábado. O texto do site está em preto e minhas respostas em azul. Muitas das minhas respostas aqui devo ao excelente livro de D. M. Canright, O Adventismo do Sétimo Dia Renunciado, de 1914.Vamos tratar de um assunto relevante, o Sábado. Um estudo cuidadoso a este respeito, tanto do ponto de vista doutrinário como histórico, deixará bem claro que o dever do homem de guardar o Sábado permanece enquanto ele existir sobre a terra.
Um estudo sério e cuidadoso demonstrará que não é bem assim. Um estudo superficial e de poucas linhas jamais bastará para se chegar ao ponto sobre o sábado. A questão envolve linguagens bíblicas, exegese e hermenêutica, pontos que, como demonstraremos, a denominação deixa muito a desejar.
A palavra "Sábado" vem do hebraico "Shabath", significa: desistir, cessar, acabar, pausar, interromper, de onde vem a idéia de descanso. Logo depois que se completou a grande obra da criação, foi instituído o Sábado (Gn 2:1-3), e, por causa da sua origem divina, é dia que se deve santificar perpetuamente.
Os sabatistas pensam que o quarto mandamento designa o dia idêntico no qual o próprio Deus descansou. Mas isto não é tão claro quanto eles alegam. "O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus" Ex. 20:10. Quer dizer, o dia de descanso do Senhor; por isso, deve ser o dia no qual ele descansou, eles dizem. Mas não é bem assim. A linguagem simplesmente alega esse dia como pertencente a Deus. Veja o dia da Páscoa: "No primeiro mês, aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor" Nm. 28:16. O Senhor manteve a Páscoa nesse dia? Não. Veja: "São estas as festas fixas do Senhor". Lv. 23:4. O Senhor festejou nesses dias? Não. A linguagem afirma que esses dias eram simplesmente sagrados para Deus e isso é tudo aquilo que Ex. 20:10 afirma para o sétimo dia. A Versão Revisada dá a idéia claramente: "O sétimo dia é um sábado PARA O SENHOR teu Deus".
I- A INSTITUIÇÃO DO SÁBADO - GÊNESIS 2:1-3.1.
O Sábado foi instituído no fim da Criação.
No fim da semana da Criação, quando os três reinos (mineral, vegetal e animal), foram criados com absoluta perfeição pela Palavra de Deus, o Criador estabeleceu o Sábado.
Como bem disse Canright:
"O sábado não é mencionado por nome no livro de Gênesis, nem até o tempo de Moisés. Gn. 2:1-3 diz que Deus terminou a criação em seis dias e descansou no sétimo dia; e que ele abençoou e santificou o sétimo dia "porque nele tinha descansado". Nisto comentamos: 1.) O dia não foi santo em si mesmo. 2.) O descanso de Deus neste dia não o fez santo. 3.) Deus santificou ou fez santo o sétimo dia porque nele TINHA descansado. O descanso terminou e passou antes que ele abençoasse o dia. 4.) Sobre QUANDO Deus abençoou o dia, o registro não declara claramente. Alguns alegam que ele santificou o dia já no Éden. Outros dizem que isto não foi feito até o êxodo. Argumentos plausíveis são usados em ambos os lados; mas o simples fato que a maioria dos homens mais religiosos e instruídos discordaram sobre a instituição do sábado em Éden deveria nos ensinar a tomar cuidado sobre como nós construímos uma teoria em um texto debatido, tão escasso em claridade e tão longe no tempo. Com toda a justiça, deve ser deixado claro que tempo definido quando o sábado foi santificado não pode ser determinado deste texto".
Ne. 9:13-14 diz que o sábado "foi conhecido" no Sinai (cf. Ez. 20:10-12).
Além disso, Gn. 1:3 diz que Deus descansou. Nada aqui diz Adão ou seus descendentes o guardaram. Pura conjectura adventista.
Até mesmo se nós admitirmos que Deus quis que o homem guardasse o sábado no Éden isto não significa que Ele quis que os cristãos o guardassem. Os sacrifícios de animais também começaram em Gênesis (Gn. 4:4; 8:20; 22:1-13; 31:54).
A observância do Sábado não era desconhecida antes da entrega da Lei no Sinai, como supõem muitos cristãos. O Sábado é uma instituição que existe desde a Criação.
Errado totalmente. Isto é pura suposição! O Dicionário Bíblico Smith de fato diz: "é em Ex. 16:23-29 que encontramos a primeira instituição incontrovertível do dia". Art. Sábado. Sobre o argumento de Gn. 2:1-3 para a instituição do Sábado no Éden diz: "O argumento inteiro é muito precário". Não há nenhuma ordem em Gn. 2 para guardar o sábado. Temos que procurar em outro lugar. A santificação do sétimo dia ali mencionada é afirmada por alguns por antecipação.
Ex. 20:8 diz: "lembre-se do dia de sábado", etc. Os sabatistas afirmam que isto mostra que o sábado existiu desde a criação. Não prova isto, porque o sábado só tinha sido dado algumas semanas antes do Decálogo ser entregue. Assim, isto só pode se referir a Ex. 16, quando o sábado foi entregue pela primeira vez. Ou que é evidentemente a real verdade sobre isto, pode se referir a manter o sábado como vem semana por semana. "Lembre-se", não se esqueça, de guardar o dia de sábado.
O grande John Milton disse: "Se sua instituição [a do sábado] foi conhecida a Adão, ou se qualquer mandamento sobre sua observância foi dado antes da entrega da lei no monte Sinai e muito menos se qualquer coisa dessas foi dada antes da queda do homem, não pode ser comprovado". Um Tratado sobre a Doutrina Cristã, Vol. I, página 299.
Vamos imaginar que o sábado foi dado a Adão no Éden. Só por causa disso não significa que todos os homens têm que guardá-lo agora. Olhe o que Adão fazia: 1º. Adão teve permissão de só comer a fruta de árvores e plantas. Gn. 1:29. A primeira permissão para comer carne foi dada a Noé. Gn. 9:3. 2º. Adão teve um jardim. Gn. 2:15. 3º. Proibiram-lhe a árvore do conhecimento. Gn. 2:17. 4º. Ele teve acesso à árvore da vida. Gn. 2:16. 5º. Adão andava nu. Gn. 2:25. Tudo isso foi no Éden antes da Queda. Todos os homens agora têm que comer, trabalhar e se vestir da mesma maneira que Adão fez no Éden? Ninguém acredita nisso. Então não significa que nós temos que guardar o sétimo dia, mesmo se Adão o guardou. Este simples fato faz demolir todo o argumento sabatista.
2. O Sábado foi abençoado e santificado por Deus.
Após haver concluído todo o trabalho da Criação, Deus descansou no sétimo dia e lhe conferiu a benção e a santificação, dois atributos que nenhum outro dia da semana possui. O Criador descansou, não porque estivesse cansado, mas, para dar exemplo ao homem criado (Is 40:28). Deus o separou dos demais dias para nele o homem também santificar o Seu nome.
Santo ou santificado quer dizer: separado para o fim do que é santo.
Outro fato que os sabatistas se esquecem é que o ato de Deus descansar num dia não lhe confere santidade. Gn. 2:3, diz: "E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele DESCANSOU de toda a obra que, como Criador, fizera" . Assim, Ex. 20:11: "ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou". Primeiro, Deus descansou no dia, mas isso não o fez santo. Depois disso, ele o abençoou mas ainda não era santificado. Terceiro, ele o consagrou, fez-lhe santo. Assim, o dia não foi santo em si mesmo nem o descanso de Deus nesse dia o fez santo.
O Senhor fez outros dias santos, dias nos quais ele nunca descansou. O Dia do Perdão era tão santo quanto o sábado semanal. Assim: "tereis santa convocação.... Nesse mesmo dia, nenhuma obra fareis, porque é o Dia da Expiação, para fazer expiação por vós perante o SENHOR, vosso Deus. Porque toda alma que, nesse dia, se não afligir será eliminada do seu povo. Nenhuma obra fareis.... Sábado de descanso vos será". Lv. 23:27-32. Assim, havia sete destes dias santos anuais. Elder Smith, adventista, diz: "A palavra SÁBADO significa DESCANSO. Isso é só uma vaga idéia do significado que tem, primeiro, último, e tudo entre - cessação do trabalho, descanso. Aqui, estes sete dias anuais nos quais havia uma suspensão inteira de trabalho, eram sábados ou não? Se eles não foram, alguém pode nos falar por que eles não eram?" What Was Nailed to the Cross, página 11.
Assim, então, segundo a Bíblia e os argumentos dos próprios adventistas, diferentes dias podem se tornar dias de sábado santos sem o Senhor descansar neles ou até mesmo os abençoar, porque ele não fez nenhum destes dias.
II- O SÁBADO NO ANTIGO TESTAMENTO
1. O Sábado foi observado por Abraão, o pai da fé (Gn 26:5).
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, a experiência de Abraão é apresentada como grande exemplo de justiça pela fé em Cristo (Gl 3:6-14). Abraão obedeceu, porém, às Leis de Deus. A observância do Sábado não era uma experiência legalista para ele. Constituía uma benção, pois era um ato de fé no seu Criador.
Errado. Este é um dos versículos mais usados pelos adventistas (mormente os IAPs) para dizer que Abraão guardava os mandamentos (e, portanto, o sábado). Mas seu uso é errado. Como sempre, TUDO parte do erro dos IAPs em não entenderem que os judeus não separam lei moral e lei cerimonial. Para eles é tudo uma só, a TORÁ. Também é o erro IAP de sempre que vê "mandamentos", liga imediatamente aos 'Dez Mandamentos' (só que a Bíblia nunca os chama assim!).
Portanto, o que Abraão guardou então? Como disse Canright:
Assim, Abraão guardou as leis de Deus, Gn. 26:5, mas certamente não "a lei que foi dada quatrocentos e trinta anos depois" Gl. 3:17. Tudo isso claramente mostra que Deus tinha uma lei antes do código do Sinai ser dado.
Seja a forma ou maneira que Deus escolheu comunicar Sua vontade aos homens, estas seriam "seus mandamentos, estatutos e as leis". Gn. 26:5. Paulo disse: "Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo". Um desrespeito para com Sua vontade seria ficar sem lei - no pecado. Mas afirmar que Deus deu para os patriarcas Sua lei na forma e palavras exatas dos dez mandamentos é uma suposição sem provas, ao contrário da razão e de todos os fatos no caso.
Em nenhum momento fala que Abraão guardou o sábado. Isto é pura especulação. Não se pode dizer algo que o texto não diz. O concerto com Israel só foi efetivado no Monte Sinai, com a entrega das tábuas do testemunho. Por isso o sábado não poderia ter sido conhecido antes (o sábado foi dado para relembrarem do cativeiro de 430 anos). Abraão não esteve cativo.
Mas o mais importante: a IAP faz um tremendo erro de tradução aqui. A palavra em português "mandamentos", em Gn. 26.5, em hebraico é mitzvah. Esse é o erro IAP. Veja o que diz a Wikipédia:
Mitzvah (hebraico:?????, "mandamento"; plural, mitzvot,; de ???, tzavah, "comandar") é uma palavra usada no judaísmo para se referir (a) os mandamentos, do qual há 613, dados na Torá (os primeiros cinco livros da Bíblia hebraica) ou (b) qualquer lei judaica. O termo também pode se referir à realização de um mitzvah como definido acima.
Portanto, Abraão NÃO GUARDOU OS DEZ MANDAMENTOS de Ex.20, mas somente as INSTRUÇÕES DO SENHOR, como se desviar da idolatria, etc.
2. O Sábado foi observado antes de ser dada a Lei no Monte Sinai (Êx 16:4,5,16-30).
Os israelitas foram lembrados do Sábado antes da entrega dos Dez Mandamentos no Sinai. Eles deviam colher uma porção dobrada de maná no sexto dia, a fim de santificar o Sábado no sétimo dia. O período de escravidão no Egito (400 anos) interrompera a prática de sua observância religiosa. Depois do Êxodo, o Senhor reapresentou o Sábado.
Note atentamente as palavras "prova" e "lei" no verso 4. Elas indicam claramente a existência da lei e do Sábado como prova de lealdade antes do Sinai.
De novo, é preciso lembrar aos adventistas que os judeus (e a Bíblia) NUNCA separam, como fazem, a Lei em Moral e cerimonial. Se eles pudessem entender isso, a confusão se solucionaria. Mas o caso fica complicado porque dividem, sem autorização bíblica, a lei em duas. Não há evidência disso que os IAPs disseram.
Primeiro, não há nenhuma evidência interna de alguém guardando o sábado antes do Sinai. Segundo, se toda a humanidade tivesse sido ordenada para guardar o sábado, a declaração nesta lei incluindo estrangeiros (não israelitas) que estavam dentro de seus portões como aqueles que deviam guardar, mostra que aqueles que não estavam dentro dos portões estavam isentos. Se a ordem do sábado estivesse em vigor desde a criação, requerida para toda a humanidade, esta declaração não faria nenhum sentido.
"O período de escravidão no Egito (400 anos) interrompera a prática de sua observância religiosa" é pura especulação sem apoio bíblico. Não valem aquelas citações de 'Abraão guardou minhas leis e meus estatutos, etc.' sendo que nada aí fala do sábado. Os adventistas exigem que se dêem provas objetivas, normativas (como sempre pede o pr. Genésio Mendes) mas não usam esta regra quando aplicam a si mesmos, como o caso de Gn. 26.5).
Estes argumentos não parecem ter qualquer mérito. Primeiro, estas instruções do Sábado vieram só algumas semanas antes do Sinai, e o fato de que elas vieram antes não é mais significativo que o fato que os sacrifícios da Páscoa foram ordenados antes do Sinai, e o Festival de pães ázimos foi ordenado antes do Sinai, e a consagração e redenção de animais primogênitos e humanos foram ordenadas antes do Sinai. Todos estes pertencem à velha aliança, a Lei de Moisés, a lei dada 430 anos depois de Abraão, a lei que agora está obsoleta. Não há nenhum significado teológico na diferença de algumas semanas.
Segundo, a leitura em Êxodo 16 não pressupõe que os israelitas sabiam qualquer coisa sobre o sábado antes disto. Em primeiro lugar, o relato é abreviado – foi escrito bem depois dos eventos, para pessoas que já conheciam os detalhes da ordem do sábado, e a história inteira não precisava ser explicada neste capítulo. Nem toda palavra de Deus tem que ser repetida.
"Prova" e "lei" no v.4 prova somente que eles conheciam o sábado pouco tempo só antes do Sinai. A primeira observância do sábado registrada data de aproximadamente 1450 a.C. na ocasião quando o maná era dado no deserto do Sinai. Pouco tempo depois, Deus fez o regulamento do Sábado conhecido aos israelitas quando Ele os deu a velha aliança:
"Desceste sobre o monte Sinai, do céu falaste com eles e lhes deste juízos retos, leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. O teu santo sábado lhes fizeste conhecer; preceitos, estatutos e lei, por intermédio de Moisés, teu servo, lhes mandaste". (Ne. 9:13-14)
3. A observância do Sábado foi incluída no quarto Mandamento da Lei de Deus (Êx 20:8-11).
Quando Deus entregou Sua Lei na forma escrita, incluiu o Sábado como dia de repouso. Entre os Dez Mandamentos só no 4º pode-se identificar o Criador do Universo. É o centro da Lei e sinal entre Deus e o Seu povo (Êx 31: 12-17; Ez 20:12,20). Entre os Dez Mandamentos, o 4º é o mais citado pelos escritores sagrados, demonstrando que Deus teve o cuidado de sempre lembrar ao homem o seu dever de santificá-lo.
É interessante esta suposta evidência do sábado pelos adventistas. Possivelmente isto foi herdado do adventismo do Sétimo Dia que, em sua fundadora, Ellen White, colocava muita ênfase sobre o sábado.
O que é o sábado no Decálogo? Ele é mais importante que os outros? Ele é uma lei moral ou cerimonial? Algumas destas perguntas serão respondidas neste site, mas por hora basta notarmos que o sábado foi colocado no Decálogo para lembrar o povo israelita do cativeiro de 430 anos no Egito.
III- CRISTO E O SÁBADO
1. O Sábado foi observado por Jesus em Seu ministério terreno (Lc 4:14-16,31).
A visita de Jesus à sinagoga da cidade em que Ele residiu ocorreu no fim de uma série de pregações e ensinos aos sábados. Em regra, tanto a presença de Jesus como a de Paulo, numa sinagoga, indicam a observância do Sábado. O "costume" (gr. Nomos: observância conforme a Lei) de Jesus era frequentar, regularmente, a sinagoga ao sábados, enfatiza o escritor Lucas.
Aqui entramos no Novo Testamento. A questão sobre "Jesus observar o sábado". Para entendermos esta e outras questões é sempre bom lembrar uma regra básica de interpretação bíblica: 'nem sempre se ler a Bíblia ao pé da letra, de forma fundamentalista e sem profundidade'. Infelizmente, o adventismo faz isso. Vê um verso, isolado, e o toma como autoridade. Tomam palavras ao pé da letra mas não se importam com o contexto ou o que ela quer dizer (principalmente nas línguas originais onde, infelizmente, a denominação deixa muito a desejar). Passemos ao versículo.
Mas quem agora pensa de fazer todas estas coisas porque Jesus fez? Ninguém. Jesus foi circuncidado. Os sabatistas circuncidam? Não. Então por que escolhem o sétimo dia dentre todos os outros dias santos e ritos e se agarram nele, rejeitando todas as outras coisas que ele também observou? Parece que um homem sincero tem que admitir que este argumento para o sábado judaico não tem sucesso.
A presença de Jesus e Paulo nas sinagogas não autoriza sua observância pelos cristãos. Cristo viveu segundo a lei. Jesus veio trazer uma Nova Aliança (a antiga era representada pelas tábuas dos Dez Mandamentos, ou tábuas do testemunho). Com a abertura do Evangelho veio o período mais glorioso da história da Igreja. O próprio Filho Deus se colocou diante de nós vestido com toda a autoridade do céu. (Mt. 28:8). Ele veio introduzir o Evangelho, "um novo e vivo caminho" (Hb. 10:20), "a nova aliança", "uma melhor aliança" (Hb. 8:6,8).
Os adventistas precisam se lembrar que Jesus nasceu como judeu e estava sob a lei. Então, de um ponto de vista "legalista", alguém poderia afirmar que já que Ele guardou o sábado, então nós devemos. O que torna isto interessante é o uso da palavra costume. Não era seu “costume” guardar o sábado; era seu “costume” entrar nas sinagogas para orar. Usando a mesma lógica sabatista aqui, nós também deveríamos entrar nas sinagogas nos dias de sábado e pregar para os para judeus. E que erro feio este de dizer que "costume" em grego é nomos! Não é. É etho, que significa "costume, hábito".
2. O Sábado, e todos os demais mandamentos, foram defendidos por Jesus (Mt 5:17-20).
Jesus respondeu as acusações farisaicas de que estava destruindo a lei e os profetas ( as duas partes mais importantes do Antigo Testamento), dizento que não veio para abolir a Lei ou os Profetas.
Este é um dos textos mais utilizados pelos sabatistas. E é muita forçada a interpretação que dão pois Mt.5.17ss não fala do sábado, mas da LEI E DOS PROFETAS. Mas é verdadeira sua interpretação? Os adventistas ensinam que Jesus está dizendo: "eu não vim para destruir os Dez Mandamentos, parar de cumprí-los, mas eu vim ensinar como continuar cumprindo e praticando até o fim dos tempos". Isso é um absurdo e vai contra a interpretação do texto. Os adventistas sutilmente se esquecem de que Jesus falou também "PROFETAS". Ora, se ele não veio destruir a lei também não veio destruir os profetas. E nós sabemos que o tempo da lei e dos profetas durou até João (Mt.11.13). Então, segundo os IAPs, Jesus MENTIU! É claro que Ele não mentiu, pois não está falando isso o que querem.
Os IAPs tem uma leve dificuldade em entender que TUDO o que se encontra nos 5 livros de Moisés é chamado de TORÁ (experimente perguntar isso para algum deles e veja se responde). TODA a TORÁ foi extinta no Novo Testamento. Jesus acabou com o cerimonialismo e a pressão que a lei exercia e trouxe uma nova lei de amor (por cerimonialismo não me refiro a mesma divisão que os IAPs fazem de "lei moral e cerimonial"). Jesus CUMPRIU todas as exigências que a LEI E OS PROFETAS traziam sobre Ele pois, afinal, Jesus é o fim da lei (Rm.10.4). A palavra "fim" aqui em grego é telos, que significa "terminação, o limite ao qual uma coisa deixa de ser" (Strong). A lei terminou em Cristo. Cristo pôs uma parada na lei como um meio de salvação (Rm. 6:14; 9:31; Ef. 2:15; Cl. 2:14).
É claro que Cristo "não aboliu" a lei e os profetas porque ELE é o cumprimento dessas profecias! Mas o "cumprir" aqui não significa "continuar guardando o sábado" como ensina a IAP. Bastaria um adventista ler Mt. 1.22 para entender o sentido de "cumprir" aqui.
Ele não veio para abolir mas para cumprir. Cumprir não significa apenas levar a efeito as predições, mas a realização da intenção da Lei e dos Profetas.
Não é bem assim. A palavra plerosai em grego aqui tem o mesmo sentido de Mt.1.22: "Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse...". A palavra é a mesma. Você interpretaria Mt.1.22 como "Ora, tudo isto aconteceu para que se praticasse..."? Veja, não dá.
Dessa forma Ele reafirma que nem um só "i" (iota: letra menos do alfabeto grego), nem um só "til"(um pequeno acento que formava parte de uma letra hebraica) passariam, mas que a Lei toda iria ser cumprida.
O entender IAP é que enquanto durar o céu e a terra, os Dez Mandamentos vão existir. Mas isto é falso e não tem nada a ver com o que o versículo está dizendo. Parafraseando Mt. 5:17-18 teríamos: "a lei e os profetas durarão para sempre a menos que sejam cumpridas primeiro". Vejam a péssima interpretação da IAP: 1. A IAP admite que Jesus cumpriu e terminou o que eles chamam de lei cerimonial. Ele a aboliu na cruz. Bem, ele veio destruir aquela lei? Certamente não, e mesmo assim ele a aboliu. Assim, então, uma coisa é destruir uma lei, e totalmente outra trazê-la no sentido de cumprir. Ele diz que ele veio cumprir a lei. 2. O v. 18 não diz que todo jota ou til da lei durarão até que o céu e a terra durem mas diz que não irão passar até que tudo seja cumprido. Isto ensina que tudo seria cumprido e passaria algum dia. A idéia é que seria mais fácil o céu e a terra passarem do que uma letra da lei deixar de ser cumprida (em Jesus). As palavras de Lucas deixam claro este assunto:
"E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei" (Lc.16.17)
Daí vemos a má interpretação adventista. Não diz nada da lei (mesmo a que eles erradamente chamam de "lei moral") durar até que os céus e a terra passem mas que seria mais fácil o céu e a terra passarem do que a lei deixar de ser plenamente realizada em Cristo.
Mt. 5:17 usa "a lei e os profetas", "a lei" e "os mandamentos" de forma intercambiável e lista 6 leis que diz que das quais não passará um só i ou til até serem cumpridas. Só que somente duas são dos Dez Mandamentos! As outras quatro não são!
Os sabatistas não acreditam no que eles pensam que o versículo está dizendo. Se a Lei duraria para sempre, então "os profetas" também durarão! A expressão "os profetas" é uma referência à "lei de Moisés" ou a lei cerimonial.
SE os sabatistas admitirem os profetas então eles tem que guardar toda a lei de Moisés! Mas pouco da Torá trata de profecias.
3. Jesus reafirmou a verdadeira instituição do Sábado (Mc 2:23-28).
Os rabis haviam publicado, no Talmude, uma lista de 39 grandes trabalhos proibidos no Sábado. Cada um desses trabalhos de divida em outross menores,que também eram proibidos. Colher, debulhar e joeirar, faziam parte desta lista. Foi por isso que os fariseus acusaram a Jesus de não reprimir Seus discípulos. Então Jesus disse: "O Sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do Sábado." O Sábado foi estabelecido para ser uma benção, benefício, não um fardo. Por esta razão, Jesus, que instituiu o Sábado, não o cobriu de muitas ordens negativas e positivas. Ele expôs um princípio que todo indivíduo deve interpretar por si mesmo. O preceito positivo de Cristo para a observância do Sábado é o seguinte: "é lícito fazer o bem aos sábados" (Mt 12:12). A ocasião em que Ele proferiu estas palavras foi durante a cura, no Sábado, do homem da mão ressequida.
O estudo sobre Mc. 2.27 é muito interessante. De novo, não é o que quer dizer os adventistas. Os adventistas obrigados a guardá-lo. Eles afirmam que Mc. 2:27, diz que o sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado, o que prova que o sábado não foi dado só para Israel, mas para toda a humanidade.
O uso sabatista deste texto é diretamente ao contrário de seu significado mais claro. Jesus não estava dando uma história da origem do sábado, nem defendendo sua santidade contra a profanação, dizendo que ele era para toda a humanidade. Nem este é seu pensamento. Ele não está afirmando o sábado judeu como seu dia, como o dia consagrou a ele. Não foi como Deus, o Criador que ele afirmou ser seu Senhor; mas foi como o FILHO DE HOMEM, o representante do homem, que ele afirmou ser o senhor do sábado.
Sim, o sábado foi feito para o homem. Assim também o foram os outros seis dias da semana. Jesus repreende os críticos porque eles pensavam que o homem era feito para o sábado. Eles tiveram suas prioridades invertidas.
Isto foi antes de Cristo morrer e abolir o Velho Testamento, que continha o sábado (Hb.. 9:15-17; 8:6, 13). Não diz nada sobre o sábado ser requerido sob o Novo Testamento.
1. O Sábado foi observado pelos seguidores de Jesus após sua morte (Lc 23:54-56).
"Preparação" é a palavra judaica para sexta-feira. Nessa época do ano, o Sábado começava, aproximadamente, às 18:00 h. As mulheres prepararam as especiarias e ungüentos (substâncias aromáticas usadas para ungir o corpo dos mortos), antes do Sábado, enquanto esperavam uma primeira oportunidade para uma visita ao túmulo. Porém, "No Sábado repousaram conforme o mandamento". Como Mateus relata que a primeira visita deu-se ao pôr-do-sol no dia de Sábado (MT 28:1), entende-se que o verdadeiro Sábado Bíblico é o período de vinte e quatro horas do pôr-do-sol da Sexta-feira ao pôr-do-sol do Sábado (Lv 23:32; Ne 13:19; Mc 1:21).
Errado novamente! Elas guardaram o sábado "conforme o mandamento" porque Jesus AINDA NÃO HAVIA RESSUSCITADO! Não se encontra relato no NT dos discípulos guardando o sábado depois da ressurreição de Cristo. A velha idéia judaica ainda estava em suas mentes e por isso elas ainda não tinham conhecimento total da missão de Jesus. Logo antes disto Jesus disse: "Além disso, eu tenho muito que vos dizer: mas vós não o podeis compreender agora." (Jo 16:12 - Sy)
Mateus só mencionou que elas guardavam o sábado porque ele estava relatando um evento passado, como um relato.
Não é errado descansar no sábado mais que guardar quaisquer das outras práticas do Velho Testamento (At. 16:3; 21:23-26). Isso não significa que elas tinham que continuar guardando o sábado. Elas nem mesmo tinham o Espírito Santo para guiá-las até Pentecostes, 50 dias depois (At. 2). Elas certamente não se juntaram para comer na Ceia do Senhor como em At. 20:7; 1Cor. 11:17 - 34.
2. O Sábado foi observado pelos apóstolos em Antioquia (Atos 13:14,15; 42-44).
Essas reuniões de Sábado ocorreram durante um período de dez anos (cerca de 45 a 55 D.C.). Por que Lucas relatou todas essas reuniões que os apóstolos realizaram no Sábado, sem dizer uma só palavra sobre alguma mudança em relação ao Dia do Senhor?
Por certo, se houvesse algum conselho inspirado para prestar culto em outro dia, ou para não prestar culto em dia algum, Lucas teria mencionado isso.
Esta alegação de que Paulo guardou o sábado (ou os apóstolos) é muito infundada e baseada numa má interpretação. Vamos desmascarar alguns dos argumentos:
- Atos 13:14. Em Antioquia da Pisídia, Paulo e Barnabé ensinaram na sinagoga. Esta era uma reunião judaica, não uma reunião da igreja.
- Atos 13:42-44. Quase a cidade inteira dos gentios se juntaram para escutar Paulo em dois sábados. Isto estava em acordo com a ordem: "primeiro o judeu e depois o grego (At. 13:46; Rm. 1:16; 2:9). Eles estavam acostumados a se encontrar no sábado. O sábado era um feriado. Esse era o tempo lógico para se reunir. Esta era uma oportunidade para pregar aos pagãos, não uma assembléia da Igreja Cristã.
E muito mais. Eles dizem que o sábado é nomeado 59 vezes no Novo Testamento, o que é prova de que ainda era de grande importância e deveria ser guardado. Bem, o Templo é mencionado no Novo Testamento 115 vezes; a circuncisão, 55 vezes,; sacrifícios, 38 vezes,; a Páscoa judaica, 28 vezes, etc. Então eu suponho que nós também devemos guardar tudo isto no Evangelho!
É preciso que os IAPs entendam que os discípulos (a Igreja) só foram entender mais tarde a missão de Jesus, que era cumprir a lei, trazendo uma nova (como diz o ditado latino: "Novus rex, nova lex"). O sábado era uma lei cerimonial, não moral, senão teria sido repetido junto com os outros 9 no NT! Os sabatistas gastam grande esforço tentando tirar conclusão do número de vezes que o sábado mencionado. Porém, eles não podem citar uma única ocasião na qual uma reunião da Igreja ocorreu nesse dia.
3. O Sábado era observado mesmo onde não havia Igreja (Atos 16:12-15).
Em Filipos, Paulo e seus auxiliares guardaram o Sábado "junto do rio". Eles não foram lá porque o lugar era conveniente para se encontrarem com judeus, e sim, porque nesse local lhes "pareceu haver um lugar de oração". O relato demonstra que os apóstolos observavam o Sábado como dia de oração e testemunho.
Atos 16:13. O "lugar de oração" (At. 16:13), eram lugares foram providos pelos judeus quando não havia bastante homens (10) para estabelecer uma sinagoga. Esta não era obviamente nenhuma reunião da Igreja Cristã.
4. O Sábado foi também observado em Tessalônica e Corinto (Atos 17:1,2; 18: 1,4,11).
Alguns cristãos crêem que Paulo ia às sinagogas na dia de sábado só porque podia encontrar ali uma assistência de judeus dispostos a ouvir o evangelho. Sem dúvida, Paulo usava as sinagogas como centro evangelístico; mas ele guardava o Sábado, quer fosse à sinagoga, quer não, conforme vimos no ponto anterior.
O ponto anterior não fala nada de reunião da Igreja. Um exame cuidadoso do que os discípulos realmente fizeram por muitos anos depois da ressurreição mostrará que eles guardaram toda a lei mosaica, inclusive dias de festa, o dia de sábado, sacrifícios, circuncisão, votos e todo o ritual judaico. Mas eles fizeram isto como judeus, de acordo com sua lei nacional e o costume estabelecido. Lembre-se de que os judeus mesmo dizem que os Dez Mandamentos (e toda lei judaica) são só para eles (http://www.jewfaq.org/10.htm). Que eles não fizeram disto um dever cristão é manifesto no fato que os cristãos gentios não foram exigidos que observassem estas coisas. Atos 15:19-28; 21:25.
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1. Diferença entre o Sábado Moral (4º Mandamento) e os Sábados cerimoniais (Ezequiel 20: 12,20; Oséias 2:11).
As Escrituras Sagradas fazem referência clara a dois Sábados.
A saber:
Sábado Moral (Mandamento)
Sábado Cerimonial (Festa Judaicas)
Faz mesmo? Em todos os meus estudos eu descobri que não, principalmente do fato de que a adventista ignora totalmente o judaísmo, que diz que a Torá (a qual inclui o Decálogo) são só para eles (http://www.jewfaq.org/10.htm). Não se pode inventar algo que nem os judeus (os portadores da revelação do AT) faziam. O adventismo CRIA uma divisão imaginária. Não existe "sábado moral". O sábado é uma lei cerimonial, estando ele no Decálogo ou não. "Descansar no sábado" não é uma "lei moral" escrita no coração dos homens" (veja Rm. 2:12-15).
Para ilustrar isso veja esta comparação:
Imagine que você está voando sozinho sobre o oceano quando seu avião começa a ter problemas no motor e você é obrigado a se chocar na terra em uma ilha abandonada. Durante vários dias - você não sabe por quantos dias - você fica inconsciente. Quando você recupera sua consciência, não sabe exatamente em que dia da semana está e não tem nenhum meio de contatar o mundo externo. Mas você tem sua Bíblia! Com sua Bíblia como seu único guia, como você saberá quando o "sábado" vai chegar para que possa guardar fielmente o mandamento do sábado "no sábado"? |
Este ensino adventista das "duas leis" é relativamente fácil de refutar. Primeiro, a teoria das duas leis não é bíblica. Havia só um "livro da lei" e continha aspectos morais e cerimoniais para a lei. A pessoa só tem que ler algumas passagens do AT como em Levíticos, para ver que há muita moral ensinada fora dos 10 Mandamentos. E eles não discutiriam que estes serão descartados. Além disso, na prática, eles têm também as leis dietéticas judaicas e os dízimos, que não estão contidos nos 10 mandamentos.
Um é o Sábado do sétimo dia da semana. O outro ocorria em datas fixas do ano, como se fosse um feriado nacional, visto que em hebraico não existe um termo para a expressão "feriado", pois a própria palavra "shabath" significa cessar, pausar (veja êxodo 5:4-5, onde se usa a mesma palavra no original), denotando, portanto, um descanso religioso (como os que temos no Brasil).
Claro que essa divisão imaginária só existe na mente adventista, pois a Bíblia, o judaísmo e o cristianismo não vêem isso de "sábado moral e sábado cerimonial". Na Bíblia, a Torá é uma coisa só: a reunião de tudo o que está no Pentateuco. Quem inventou essa imaginária divisão foram os adventistas.
Muitas das idéias adventistas da promessa vieram, aparentemente, do livro 'Subtilezas do Erro', de Arnaldo Christianini. Infelizmente, este livro está cheio de falácias, que impregnaram a IAP. Por que, os dias santos anuais eram seus dias? Os judeus os designaram? Não; o Senhor os designou da mesma maneira que fez com o sábado, e os deu para Israel guardar, da mesma maneira que ele lhes deu o sábado para guardar. Conseqüentemente, de um ponto de vista, eles são do Senhor, mas por outro lado, eles são os dias deles. Deus, como os ordenou; eram deles, porque foram dados a eles.
Assim é, que em forma ampla, "shabath" assinalava certos dias de festa, instituídos por quando se exigia a pausa do trabalho, mas que necessáriamente, não caíam no dia da semana cognominado Sábado (Lv 16:29-31). Esses Sábados Cerimoniais eram em numero de sete. Eles tinham uma finalidade:
Notem de novo a falsa aplicação do "cerimonial", algo sem apoio bíblico. Mas a Bíblia está repleta de exemplos que, num lugar, diz que certas coisas "são do Senhor" e em outro lugar diz que "são deles". Ex.: "Minha casa" - Isa. 56:7; "sua casa" - Mt.. 23:38; "Os sacrifícios do Senhor" - "Lv. 10:13; "minhas ofertas e meu pão para meus sacrifícios" - Nm. 28:2; "suas ofertas queimadas e seus sacrifícios, e seus dízimos" - Deut. 12:6. Estas citações são suficientes mostrar a falácia de tentar fazer uma distinção entre "meus sábados" e "seus sábados".
2. O Sábado que foi abolido por Deus (Cl 2:14-17).
Como já dissemos anteriormente, todos aqueles Sábados cerimoniais apontavam para um futuro, ou seja, para Cristo, sendo dessa forma cravados na cruz do calvário, uma vez que já tinham cumprido o seu propósito profético.
Notem a separação que a IAP tenta fazer aqui, algo que não é bíblico. Primeiro, vimos que não existe divisão na lei. Depois vimos que não existe isso de "meus sábados" e "seus sábados". Agora vamos ver que Cl.2.16 fala do sábado sim. O argumento IAP basicamente é:
"O sábado em Cl.2.16 é cerimonial".
Acontece que eles se esquecem de que esses 'sábados cerimoniais' (na verdade, dias de festa) já estão mencionados nos 'dias de festa' do versículo. A evidência é tão forte que até a ASD tentou várias explicações para isto. Mesmo o erudito adventista Samuelle Bacchiocchi concorda que aqui é o sábado semanal.
“O sábado em Colossenses 2.16: O tempo sagrado prescrito por falsos mestres referem-se como sendo ‘um sábado festival’ ou a lua nova ou um sábado. – ‘eortes e neomnia o sabbaton.’ (2.16). O consenso unânime de comentaristas é que estas três expressões representam uma lógica e progressiva seqüência (anual, mensal e semanal). Este ponto de vista é válido pela ocorrência desses termos... Um outro significativo argumento contra os sábados cerimoniais ou anuais é o fato de que estes já estão incluídos nas palavras ‘dias de festa...’Esta indicação positivamente mostra que a palavra SABBATON como é usada em Cl 2.16 não pode se referir aos sábados festivais, anuais ou cerimoniais.” (Bacchiocchi, "Do sábado para o domingo", pg. 358-360)
3. A instituição do Domingo como dia de guarda (Dn 7:25).
"Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo."
Daniel 7:25
A Adventista da Promessa foi muito influenciada pela IASD e aqui podemos ver esta prova. Isto nada mais é do que uma péssima interpretação bíblica da IAP. Eles lêem sem qualquer exegese e hermenêutica no texto, somente isolando um versículo fora do contexto para ensinar um falso ensino (de que aqui se fala de Constantino/ou o Papa mudando o sábado para o domingo - somente com a diferença que NUNCA puderam dizer que Papa fez isso:))
Na primeira parte do quarto século, Constantino, o imperador romano, se tornou cristão. Ele ainda era pagão quando decretou que os escritórios do governo, cortes e as oficinas dos artesãos deveriam fechar no primeiro dia da semana, "o venerável dia do Sol", como era chamado.
É comum para a IAP apontar à lei de Constantino como o fator de mudança do sábado a domingo. Nunca houve qualquer verdade nesta alegação; mas Elder Waggoner (um adventista) confessou que isto não tem nada a ver com uma "mudança" do sábado. "Constantino, em seus decretos, não disse uma palavra sobre guardar ou não o sábado da Bíblia". "É seguro afirmar que não houve nada feito na época de Constantino, seja por ele ou qualquer outro, que tivesse a ver com a aparência de mudar o sábado". Respostas para Elder Canright, página 150. Isso é a verdade e uma boa confissão, mas contradiz tudo aquilo que eles disseram antes. Basta apenas estudarmos História para vermos que Constantino não teve nada a ver com uma "mudança" do sábado ao domingo. Isso é mentira da IAP aos novatos! O que a IAP não lhe conta é que o domingo já estava sendo guardado há séculos!
Com esse falso ensino de que "Constantino mudou o sábado para o domingo" (algo não acreditado por nenhum historiador sério) a IAP quer passar a idéia de que TODOS os cristãos estavam guardando o sábado até 321, quando Constantino o mudou. Nada mais mentiroso!
E foi naquele mesmo século que o Concílio de Laodicéia (321 D.C.) expressou a preferência pelo domingo.
MENTIRA! O "Concílio de Laodicéia" foi em 363-364 e não em 321. O estudo adventista é péssimo. Aliás, essa teoria do "Concílio de Laodicéia" foi a última jogada malfadada adventista para tentar enganar as pessoas sobre a tal mudança. Mas não deu certo. Por que? Por algumas razões:
1) No ano 324, ou só 40 anos antes do Concílio de Laodicéia, Eusébio, bispo de Cesaréia, Palestina, escreveu sua célebre História do Cristianismo. Ele teve toda oportunidade possível para saber o que os cristãos fizeram ao longo do mundo. Ele diz: "E todas as coisas que eram dever para fazer no sábado, estas nós transferimos para o Dia de Senhor, como mais honrado que o sábado judaico". Citou em Manual do Sábado, página 127.
2) Laodicéia não é Roma. É situada na Ásia Minor, a mais de 1,000 km de Roma. Foi na Ásia na Europa. Era uma cidade oriental, não ocidental, nem uma cidade latina.
2. Era uma cidade grega, não romana.
Portanto, mesmo antes da IAP usar a teoria do "Concílio de Laodicéia" de antemão avisamos aos que querem ser bem-informados de que ele não se adequada ao que eles querem dizer.
Uma vez que muitos cristãos tinham sido adoradores do Sol, antes de sua conversão ao cristianismo (os adoradores do Sol guardavam o primeiro dia da semana há séculos), tornar o domingo um costume cristão seria uma vantagem para a igreja.
A declaração da IAP é totalmente falsa. Cada dia da semana era nomeado segundo algum deus e, em um certo sentido, era dedicado à adoração daquele deus, como segunda-feira para a lua, sábado para Saturno, domingo para o Sol, etc. Mas eles cessaram as obras nestes dias? Não; se eles tivessem parado teriam que parar em todos os dias. Eles observaram o domingo deixando de trabalhar? Não, de fato. Isto nunca foi ensinado ou foi praticada pelos romanos. Eles não tinham nenhum dia de descanso semanal.
O Prof. A. Rauschinbusch, do Seminário Teológico de Rochester cita Lotz: "É uma coisa vã tentar provar que os gregos e romanos tinham qualquer coisa semelhante ao sábado. Esta opinião é refutada até mesmo por isto, que os escritores romanos ridicularizavam o sábado como algo peculiar para os judeus". Os pagãos NUNCA GUARDARAM O DOMINGO. Era um dia de trabalho comum como os outros dias da semana. A idéia e o costume de guardar o domingo como um dia de descanso se originou com os cristãos, não com os pagãos.
Num tempo em que não existiam adventistas nem protestantes, a Carta de Barnabé (do ano 74 - bem dentro dos tempos apostólicos) rezava:
"Nós guardamos no oitavo dia [domingo] com alegria, o dia no qual Jesus ressuscitou dos mortos" (Carta de Barnabé 15:6–8). Portanto, não eram "adoradores do Sol" coisa nenhuma.
Clemente de Alexandria foi um do mais célebres Pais da Igreja. Ele escreveu em cerca de 194 d.C.. Ele diz: "Ele, em cumprimento do preceito, guarda o dia do Senhor quando ele abandona uma má disposição, supondo dos gnósticos, glorificando a ressurreição de Senhor em si mesmo". Livro 7, Capítulo XII. O dia do Senhor, visto aqui e desde o princípio, é o dia da Ressurreição. Clemente viveu, não em Roma, mas no Egito. Assim, a guarda do domingo não foi um uso unicamente romano, como clamam os adventistas.
O que o site IAP diz é totalmente mentiroso e só engana desinformados. Os cristãos já estavam observando o domingo como comemoração do dia da Ressurreição (não no modo legalista do sábado). Só a Adventista da Promessa continua ensinando essa falsa teoria não aceita por nenhum historiador de que 'Constantino mudou o sábado para o domingo', sendo que mesmo os IASD já reconhecem que isto é falso.
Assim, por vários séculos, ambos os dias foram observados lado a lado. Essa prática paralela continuou até o séculos VI com o verdadeiro Sábado sendo observado em muitas áreas do mundo cristão. Mas com o paganismo se infiltrando na Igreja, sob a influência, tanto da popularidade como da perseguição, o domingo foi enfatizado (tomando força), cada vez mais, e o Sábado cada vez menos.
Sim, por algum tempo, os judeus cristãos continuavam a guardar o sábado ainda, mas também a circuncisão e outros costumes judaicos. Então, pela lógica adventistas, deveríamos continuar guardando a circuncisão? Lógico que não. Mas com o tempo esses cristãos foram percebendo que o sábado estava perdendo a força (lembre-se que esses cristãos eram judeus e o sábado só foi dado aos judeus) como pela leitura de Cl.2.16 (que os adventistas da promessa evitam comentar).
O que a IAP fala é pura alegação. Não mostra que as evidências para a guarda do domingo (como um memorial da nova Criação, não um novo sábado) são abundantes enquanto que para a guarda do sábado não há nada. Os verdadeiros cristãos sempre guardaram o domingo e para isso há provas contra as quais a alegação IAP não pode se sustentar.
O sábado já havia sido abandonado desde o primeiro século. Todos os Pais da Igreja e os testemunhos primitivos atestam que a Igreja já não guardava o sábado (e isso não por causa de uma falsa teoria de "paganismo", mas pela ordem de At.20.7; ICo.16.2; C..2.16, etc.).
Os escritos dos pais da Igreja primitiva nos contam a história.
- Eles traçaram o caminho da apostasia.
- Eles registraram as práticas da Igreja Primitiva.
- Nenhum escritor eclesiástico dos primeiros três séculos atribuiu a origem da observância do domingo a Cristo nem aos apóstolos.
A embaralhada IAP aí não deixa claro se estão falando contra ou a favor dos Pais da Igreja. Independente disso, os Pais da Igreja são autoridades da mais alta responsabilidade, foram cristãos reconhecidos e autênticas testemunhas dos primeiros séculos do cristianismo, admirados até mesmo pelos protestantes. A IAP é aversa a estudos e por isso pode deixar essa margem de dúvida quanto aos Pais. Os Pais "traçaram o caminho da apostasia"? Se for isso o que o Manual Doutrinário IAP quer dizer então nada mais pode ser infantil ou sofismático. Os Pais da Igreja foram católicos e cristãos. A Adventista da Promessa, que surgiu em 1932, é que deve se perguntar se tem alguma ligação com a Igreja primitiva.
"Nenhum escritor eclesiástico dos..." Mais um argumento falso e mentiroso. Qualquer pessoa de boa índole e estudiosa vai ver as provas ao contrário.
O ensino dos Apóstolos, 90-100 obra siríaca: Encontramos um testemunho muito interessante na obra citada, que data da segunda metade do século III, segundo a qual os apóstolos de Cristo foram os primeiros a designar o primeiro dia da semana como dia do culto cristão: “Os apóstolos determinaram, ainda: no primeiro dia da semana deve haver culto, com leitura das Escrituras Sagradas, e a oblação. Isso porque no primeiro dia da semana o Senhor nosso ressuscitou dentre os mortos, no primeiro dia da semana o Senhor subiu aos céus, e no primeiro dia da semana vai aparecer, finalmente com os anjos celestes” (Pais Ante-Nicenos, 8668).(Enciclopédia Vida, Archer)
- Justino Mártir (ano 140): "Mas domingo é o dia em que todos nós temos nossa reunião comum, porque Jesus Cristo, nosso Salvador, nesse mesmo dia ressuscitou dos mortos". Apologia, Capítulo LXVII.
Augusto Neander, um dos principais historiadores da era cristã, escreveu: "O festival do domingo, como todos os outros festivais, era apenas uma ordenança humana, e estava longe da intenção dos apóstolos estabelecer um mandamento divino a esse respeito. Não era intenção deles nem da Igreja Apostólica primitiva transferir as Leis do Sábado para o Domingo".
(Ref: A História da religião e da Igreja Cristã, pág 186)
Não sei se Neander foi citado corretamente mas não importa. O que importa é que as provas ao domingo são avassaladoras e para o sábado nenhuma. Neander não parece ser bom estudioso bíblico senão perceberia que Cl.2.16 diz que o sábado foi abolido. E também historiador não parece pois não vê que At.20.7 mostra que os cristãos já tinham o hábito de se reunirem no primeiro dia da semana (o nosso domingo) para partir o pão (a Eucaristia, como diz a versão Peshita).
Fonte: Veritatis
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