sexta-feira, 24 de junho de 2011

Cristãos sejam cidadãos, e não estrangeiros no Oriente, pede Papa.

Leonardo Meira
Da Redação, com Vatican Information Service (em espanhol - tradução de CN Notícias)


O Papa Bento XVI recebeu os participantes da assembleia anual da ROACO (Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais) na manhã desta sexta-feira, 24.

Ele exortou a nunca esquecer a dimensão eucarística em meio aos objetivos para manter o fluxo da caridade eclesial que deseja chegar especialmente à Terra Santa e Oriente Médio, sustentando a presença cristã nesses lugares.

"Peço-vos que façais todo o possível – inclusive diante das autoridades públicas com as quais estais em contato no âmbito internacional – para que no Oriente onde nasceram, os pastores e os fiéis de Cristo não vivam como 'estrangeiros', mas como 'cidadãos' que dão testemunho de Jesus Cristo, como o fizeram antes que eles os santos do passado, filhos também das Igrejas Orientais. O Oriente é, com justo título, sua pátria terrena. Por sua fé, ali estão chamados também a promover hoje, sem distinções, o bem de todos. Deve-se reconhecer igual dignidade e verdadeira liberdade a toda pessoa que professa essa fé, favorecendo assim uma colaboração ecumênica e inter-religiosa mais frutífera", disse.

Em seu discurso plurilíngue – italiano, francês, inglês e alemão –, o Pontífice recordou que a celebração desta quinta-feira, 23, da Solenidade de Corpus Christi, foi um chamado "à amada cidade de Roma e a toda a comunidade católica a permanecer e caminhar pelas vias, nem sempre fáceis, da história, entre as grandes pobrezas, espirituais e materiais, do mundo para oferecer a caridade de Cristo e da Igreja, que brotam do Mistério Pascal, mistério de amor, de entrega total, que gera vida".

O Bispo de Roma disse que expressa sua proximidade, graças ao trabalho da ROACO, também aos que sofrem e que buscam desesperadamente fugir, aumentando o fluxo da migração, que muitas vezes resulta sem esperança.

"Rezo para que chegue rapidamente a assistência de emergência necessária, mas sobretudo para que se explorem todas as formas possíveis de mediação para que cesse a violência e se restabeleça a harmonia social e a convivência pacífica em todos os lugares, respeitando os direitos das pessoas, bem como das comunidades".

O Santo Padre também recordou a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, aconteceu no Vaticano em outubro passado e que tornou possível perceber sinais novos na época atual. No entanto, poucos meses depois, pessoas indefesas na Catedral sírio-católica de Bagdá foram vítimas de um ato de violência sem sentido, seguidos meses depois por incidentes similares. O papa desejou que os sofrimentos de tantas pessoas sejam semente enriquecedora da fé naquelas terras.

Por fim, agradeceu a todos pelas orações por ocasião do 60º aniversário de sua ordenação sacerdotal, a ser celebrado no próximo dia 29 de junho, Solenidade dos Santos Pedro e Paulo.


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