quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ano novo vida nova?


ANO NOVO











Católico, assim é a tua vida: "O tempo vem correndo e correndo vai-se embora. Numa das mãos traz os paninhos do teu berço e na outra a mortalha para o teu caixão. Homem orgulhoso, de que te ufanas?" (Petöfi).


Católico, mais UM ANO se PASSOU! O que você FEZ DELE? O que você FEZ do ANO de 2014? O que você fez de cada SEGUNDOMINUTO, HORA, DIASEMANA e MÊS do ANO de 2014?

Católico, mais UM ANO se PASSOU! O que você FEZ DELE? O APROVEITOU para ENTESOURAR TESOUROS no CÉU FAZENDO o BEM, ou JOGOU 365 DIAS FORA? No dia do JUÍZO, que poderá ser HOJE, Deus pedirá conta de CADA GRAÇA JOGADA FORA: “Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado” (Lc 12, 48).

Católico, mais UM ANO se PASSOU! Você se preocupou somente em ENGORDAR SUA CONTA BANCÁRIA e AMPLIAR o seu COMÉRCIO. Quanta loucura! E a sua ALMA; você fez algo por ela ou a mesma anda RAQUÍTICA nas GARRAS de SATANÁS? “De fato, que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar a sua vida?” (Mt 16, 26).

Católico, mais UM ANO se PASSOU! Ele NÃO VOLTARÁ NUNCA MAIS, adeus 2014! Durante esse ano que passou, você foi um PORTADOR de DEUS ou PORTADOR do DEMÔNIO?

Católico, mais UM ANO se PASSOU! Você está tranqüilo para comparecer diante de Deus e prestar conta do ANO de 2014?

Católico, mais UM ANO se PASSOU! Quantas vezes você se aproximou da confissão nesse ano? Quantos terços você rezou? De quantas Missas você participou? Quantos jejuns você fez? Quantas boas obras você praticou? Quantas vezes leu a Bíblia e a vida dos santos?

Católico, mais UM ANO se PASSOU! Com CERTEZA a SUA VIDA ESTÁ MAIS CURTA e a MORTE MAIS PRÓXIMA: “A morte corre velocíssima sobre nós, e nós, a cada instante, corremos para ela” (Jó 9, 25).

FELIZ ANO NOVO!

Eis a SAUDAÇÃO VAZIA que sai da BOCA de todos: pobres e ricos, cultos e ignorantes, pretos e brancos, etc. Só de OUVI-LA causa REPUGNÂNCIA.

FELIZ ANO NOVO! Terá um FELIZ ANO NOVO aquele católico que não se preocupou em deixar os vícios junto com o ano velho?

FELIZ ANO NOVO! Terá um FELIZ ANO NOVO aquele que continua a CARREGAR SATANÁS em sua alma imortal?

FELIZ ANO NOVO! Terá um FELIZ ANO NOVO o católico que permanece em PECADO MORTAL, isto é, mergulhado nas trevas?

FELIZ ANO NOVO! Terá um FELIZ ANO NOVO aquele que vive a correr desesperadamente atrás dos bens materiais e com as costas voltadas para Deus?

Católico, para você ter um FELIZ ANO NOVO é preciso:

1. Expulsar o PECADO MORTAL de sua alma através de uma confissão auricular bem feita, e viver na GRAÇA SANTIFICANTE.

2. Fazer todo o BEM que estiver ao seu alcance.
3. Entrar no Ano Novo com fé firme em Cristo Jesus.
4. Entrar no Ano Novo com forte confiança em Jesus Cristo.
5. Entrar no Ano Novo com sérios esforços para alcançar as virtudes.
6. Entrar no Ano Novo com santo amor ao sacrifício.

Católico, seja sábio! Aproveite o Ano de 2015 para crescer na santidade. Cuidado! Não o jogue fora; quem sabe esse será o seu último ano de vida!

domingo, 14 de dezembro de 2014

Cantate Domino - Gregorian Chant.

Cantate Domino - Gregorian Chant BY:choir of the benedictine nuns of sainte marie de maumont
Track Listings
1. Et nunc sequor - Antiphon
2. Posuit - Antiphon 7th Mode
3. Annulo suo - Antiphon 7th Mode
4. Ecce quod - Antiphon 1st Mode
5. Tibi dixit - Introit 3rd Mode
6. Exaudi, Domine - Introit 1st Mode
7. Adjuvabit eam - Gradual 5th Mode
8. Exsulta satis - Offertory 3rd Mode
9. Exsulta - Communion 4th Mode
10. Hodie Nobis - Christmas Responsory 8th Mode
11. Verbum - Christmas Responsory 8th Mode
12. Adorate Deum - Introit 7th Mode
13. Recordare - Offertory 1st Mode
14. Deus, vitam - Gradual 8th Mode
15. Sciant gentes - Gradual 1st Mode
16. Audi filia - Gradual 7th Mode
17. Cognovi, Domine - Introit 3rd Mode
18. Me exspectaverunt - Introit 2nd Mode
19. Principes - Communion 1st Mode
20. Confundantur - Communion 1st Mode
21. Ego Autem - Introit 1st Mode
22. Confortamini - Offertory 4th Mode
23. Dicite - Communion 7th Mode
24. Caligaverunt - Good Friday Responsory 5th Mode
25. Plange quasi - Holy Saturday Responsory 5th Mode
26. Ecce quomodo - Holy Saturday Responsory 4th Mode
27. Pacha nostrum - Alleluia 7th Mode
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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Pequeno Documentário sobre o Círio 2014, produzido pelo jornalista Frederic Larzabal.




segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Imaculada Conceição (08 de Dezembro).

A Imaculada Conceição é segundo o dogma católico, a concepção da Virgem Maria sem mancha ("mácula" em latim) do pecado original. O dogma diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada por Deus, da falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela estava cheia de graça divina. Também professa que a Virgem Maria viveu uma vida completamente livre de pecado.

A festa da Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi definida como uma festa universal em 1476 pelo Papa Sisto IV. A Imaculada Conceição foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus em 8 de Dezembro de 1854. A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pela Bíblia (por exemplo, Maria sendo cumprimentada pelo Anjo Gabriel como "cheia de graça"), bem como pelos escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão. Uma vez que Jesus tornou-se encarnado no ventre da Virgem Maria, era necessário que ela estivesse completamente livre de pecado para poder gerar seu Filho.

Em sua Constituição Apostólica Ineffabilis Deus (8 de dezembro de 1854), que definiu oficialmente a Imaculada Conceição como dogma, o Papa Pio IX recorreu principalmente para a afirmação de Gênesis 3:15, onde Deus disse: "Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela", assim, segundo esta profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar a luz à Cristo, que reconciliaria o homem com Deus. O verso "Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti" (na Vulgata: "Tota pulchra es, amica mea, et macula non est in te", no Cântico dos Cânticos (4,7) é usado para defender a Imaculada Conceição, outros versos incluem:

"Também farão uma arca de madeira incorruptível; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura." (Êxodo 25:10-11)

"Pode o puro[Jesus]Vir dum ser impuro? Jamais!"(Jó 14:4)

"Assim, fiz uma arca de madeira incorruptível, e alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras; e subi ao monte com as duas tábuas na minha mão." (Deuteronômio 10:3)

Outras traduções para a palavras incorruptível ("Setim" em hebraico) incluem "acácia", "indestrutível" e "duro" para descrever a madeira utilizada. Moisés usou essa madeira porque era considerada muito durável e "incorruptível". Maria é considerada a Arca da Nova da Aliança (Apocalipse 11:19) e, portanto, a Nova Arca seria igualmente "incorruptível" ou "imaculada".

Desde o cristianismo primitivo diversos Padres da Igreja defenderam a Imaculada Conceição da Virgem Maria, tanto no Oriente como no Ocidente.  Os escritos cristãos do século II relatam a doutrina, concebendo Maria como a "Nova Eva", ao lado de Jesus, o "Novo Adão". No século IV, Efrém da Síria (306-373), diácono, teólogo e compositor de hinos, propunha que só Jesus Cristo e Maria são limpos e puros de toda a mancha do pecado.

Já no século VIII se celebrava a festa litúrgica da Conceição de Maria aos 8 de dezembro ou nove meses antes da festa de sua natividade, comemorada no dia 8 de setembro. No século X a Grã-Bretanha celebrava a Imaculada Conceição de Maria.

A festa da Imaculada Conceição de 8 de dezembro, foi definida em 1476 pelo Papa Sisto IV. A existência da festa era um forte indício da crença da Igreja de Imaculada Conceição, mesmo antes da definição do século XIX como um dogma. Na Itália do século XV o franciscano Bernardino de Bustis escreveu o Ofício da Imaculada Conceição, com aprovação oficial do texto pelo Papa Inocêncio XI em 1678. Foi enriquecido pelo Papa Pio IX em 31 de março de 1876, após a definição do dogma com 300 dias de indulgência cada vez que recitado.

Em 8 de dezembro de 1854, Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, fez a definição oficial do dogma da Imaculada Conceição de Maria. Assim o Papa se expressou:

Em honra da santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a nossa, declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser sólida e constantemente crida por todos os fiéis.


sábado, 6 de dezembro de 2014

2º Domingo do Advento - A virtude da humildade.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos
(Mc 1, 1-8)
O Evangelho deste Domingo apresenta a figura de São João Batista, que foi o precursor (πρόδρομος) de Nosso Senhor. Como disse o próprio Zacarias: "Serás profeta do Altíssimo, ó menino, pois irás andando à frente do Senhor para aplainar e preparar os seus caminhos, anunciando ao seu povo a salvação, que está na remissão de seus pecados" [1].
É com uma citação do profeta Isaías que São Marcos introduz o seu Evangelho. O "Livro da Consolação" – a segunda parte do livro de Isaías – foi escrito à época do exílio do povo de Israel na Babilônia. Depois de muito advertir e ameaçar os israelitas, Deus começa a consolar o seu povo, agora em cativeiro. Assim começa o capítulo 40: "Consolai o meu povo, consolai-o! – diz o vosso Deus". É deste contexto que vem a frase usada pelo Evangelista: "Esta é a voz daquele que grita no deserto: 'Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!'"
Quem examina, porém, a frase de Marcos e a de Isaías, percebe que há uma diferença no modo como estão construídas. O profeta diz que uma voz grita para que se prepare, no deserto, o caminho do Senhor; no Evangelho, ao contrário, é a voz que clama no deserto. Por que essa mudança de pontuação? Porque São Marcos – assim como sempre fizeram os cristãos – lê o Antigo Testamento à luz do Novo. O sentido literal da passagem de Isaías existe e é importante, mas é preciso entendê-la também e principalmente a partir de Cristo. Assim, preparar "o caminho do Senhor" nada mais é que preparar o caminho de Jesus.
Mas, como fazer isso? O exemplo de São João Batista ilustra bem o que Isaías quer dizer com os verbos aplainarnivelar e rebaixar, usados na Primeira Leitura [2]. Ele diz: "Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias". Para preparar "o caminho do Senhor", é necessária a virtude da humildade. Ao pregar ao povo um batismo de conversão e o arrependimento dos pecados, São João quer que os homens reconheçam a sua miséria, desfaçam-se de seu orgulho e de sua soberba, sejam humildes.
Para entender em que consiste essa virtude, é preciso entender que, no homem, existem apetites naturais, que se encontram desordenados por conta do pecado original. O desejo de comer, por exemplo, pode degenerar em gula; o desejo sexual, em luxúria; e, do mesmo modo, o desejo de glória – porque o ser humano foi feito para a glória do Céu – pode transformar-se no vício da soberba, que é justamente um apetite desordenado da própria excelência. A humildade consiste, pois, em refrear esse apetite e imitar Nosso Senhor que, "existindo em forma divina, não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano" [3]. Não é justamente este o mistério que se celebra no Natal – a saber, o do Verbo que se fez carne, do Deus que se rebaixa, se humilha, para salvar a humanidade? Não foi também este o fato que Simeão considerou "causa de queda" e "sinal de contradição" [4] em Israel?
Para sondar a natureza da humildade, é importante recorrer à definição de Santa Teresa de Ávila, em suas Moradas:
"Certa vez, pensando eu por que Nosso Senhor aprecia tanto a virtude da humildade, deparei logo (a meu ver, sem que eu o considerasse, de modo repentino) com o seguinte: sendo Deus a suma Verdade, e a humildade, andar na verdade, eis a razão da sua importância. E é grandíssima verdade o fato de nada de bom proceder de nós; só o fazem a miséria e a insignificância. E quem não entende isso anda na mentira. Quem mais o compreender mais agradará à suma Verdade, porque anda nela. Praza a Deus, irmãs, dar-nos a graça de nunca abandonar esse conhecimento próprio. Amém." [5]
"Andar na verdade", eis o que é a humildade. Não se trata de inventar algo a respeito de si mesmo, vivendo uma espécie de teatro, mas de reconhecer uma "grandíssima verdade": que nada de bom procede de nós, senão "a miséria e a insignificância".
Santo Tomás de Aquino, ao responder se o homem deve, por humildade, sujeitar-se a todos, ensina coisa semelhante:
"Duas coisas podem ser consideradas no homem: o que é de Deus e o que é do homem. É do homem, certamente, tudo o que é falho e é de Deus tudo o que é de salvação e perfeição, conforme está escrito: 'Tua perdição é obra tua, Israel; tua força é somente minha' (Os 13, 9). Ora, a humildade, como se viu, visa, propriamente, à reverência com que o homem se submete a Deus. E, por isso, todo homem, por aquilo que é seu, deve sujeitar-se ao próximo, quem quer que seja, por causa daquilo que é de Deus nessa pessoa."

(...)

"Se preferimos o que há de divino no próximo ao que há de humano em nós mesmos, não podemos incorrer em falsidades. Por isso, comentando o que diz o Apóstolo: 'Considerai os outros superiores a vós' (Fl 2, 3), diz a Glosa: 'Não devemos entender essas palavras, fingidamente; pelo contrário, pensemos que pode haver no outro um bem oculto que o faz superior a nós, mesmo que o nosso bem, pelo qual nos achamos superiores a ele, não esteja oculto'." [6]
Neste tempo do Advento, sigamos o exemplo de São João Batista e coloquemos em prática a virtude da humildade, consciente de que "Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes" [7].

Referências

  1. Lc 1, 76-77
  2. Cf. Is 40, 3-4
  3. Fl 2, 6-7
  4. Lc 2, 34
  5. Castelo Interior, Sextas Moradas, X, 7
  6. Suma Teológica, II-II, q. 161, a. 3
  7. Tg 4, 6; cf. Pr 3, 34




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domingo, 30 de novembro de 2014

1º Domingo do Advento - Convertei-nos, para que sejamos salvos!

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo
Marcos (Mc 13, 33-37)

Diante das infidelidades do povo de Israel, o pedido do profeta Isaías para que Deus "volte atrás" mostra a consciência de que, sem a Sua graça, nada podemos. "Deus é fiel", e é Ele mesmo quem vai garantir, com a Sua graça, que alcancemos a santidade. Para tanto, resta-nos clamar, com o salmista: "Convertei-nos, Senhor, para que sejamos salvos!"


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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Por que proíbe a Igreja a cremação dos cadáveres?

A Igreja não proibe a “cremação dos cadáveres”, porque seja intrinsecamente mau, mas porque vai con­tra a tradição dos judeus, continuada desde o princípio pelos cristãos; e porque a sua origem e o seu fim são mais que suspeitos: deram-lhe começo os anticristãos, com o sacrílego intuito de destruir a crença na imor­talidade da alma e na ressurreição do corpo.
Roma publicou 3 “decretos” contra a “cremação”.
No 1° a 16 de Maio de 1886, proíbe aos católi­cos, que se filiem em “sociedades de cremação” e que ordenem que seus corpos sejam queimados.
No 20, a 15 de Dezembro do mesmo ano de 1886, priva de enterro religioso o católico que o faça.
No 30, a 27 de Julho de 1892, proíbe aos sacer­dotes administrar-lhes os últimos sacramentos.
O “Santo Ofício” proibiu por estes 3 “decretos” a “cremação”, não porque ela seja contrária à lei natu­ral 011 divina, mas “como prática pagã detestável in­troduzida por homens de fé duvidosa”, para desfazer na reverência que os católicos têm aos mortos.
Era prática constante dos judeus enterrar os seus mortos na terra, ou em túmulos de pedra (Gen. 15, 15; 23, 19).
Olharam sempre a “cremação” com horror (Amos, 2, 1), e só a prescreviam como pena, em certos casos flagrantes de imoralidade (Gen. 28, 24) ou de saques privados, em tempo de guerra (Jos. 7, 15).
A Igreja Católica adotou este costume judaico desde os seus primórdios, e denunciou “a cremação como costume cruel e atroz” (Tertul.: De Anima, 51; Min. Felix: Octavius, 11; Orig.: Contra Cels. 5, 23).
Os Santos Padres baseavam o costume judaico e cristão de enterrar os mortos no dogma da ressurreição do corpo e no respeito que se lhe deve, por ter sido templo do Espírito Santo (I Cor. 3, 16; 6, 19).
A primeira tentativa, nos tempos modernos, para ressuscitar a “cremação”, f01 feita pelos neopagãos do “Diretório Francês” no quinto ano da República.
O projeto não teve acolhimento favorável, ape­sar de fazer parte do programa revolucionário contra a doutrina, leis e costumes cristãos.
Alguns, depois de terem lavado já as mãos no sangue de sacerdotes, abolido a Missa e o Domingo, inventado o novo culto da Razão, advogaram a “cre­mação”, para mais facilmente destruir as “superstições” da imortalidade da alma e da ressurreição do corpo.
O mundo teve de esperar mais cerca de 75 anos por uma segunda tentativa para introduzir a “crema­ção”.
Era mister que a incredulidade aprofundasse mais as suas raízes na Europa.
Esta segunda tentativa teve mais êxito, do que a primeira.
Começou em Pádua em 1872.
Em seguida às primeiras “cremações” os anticatólicos começaram a fundar “sociedades de cremação” em toda a parte e a defender a sua prática em centenas de livros e folhetos.
A razão deu-a Ghisleri no seu “AImanacco dei Liberi Muratori”; Os católicos têm muita razão em se oporem à “cremação”. Esta purificação dos mortos pelo fogo abala o predomínio das suas fundações, baseado no terror de que cercam a morte.
Outro maçom anticatólico, Gorini, escreveu no seu livro “Purificazione dei Morti”: “A nossa tarefa não termina com a cremação do corpo; queremos destruir e queimar também a própria superstição”.
E depois de advogar ou propor que se vendam as cinzas aos lavradores, acrescenta: “O resultado seria que este material reencarnaria parcialmente nos corpos dos milaneses. É a única ressurreição do corpo que a ciên­cia reconhece”.
Frases semelhantes apareceram com frequência durante 15 anos na imprensa italiana, como que provocando a Igreja a condená-la.
Se a “cremação” fosse adotada, não teriam mais razão de ser nos funerais religiosos muitas orações e cerimónias muito belas e muito significativas.
Absolutamente falando, a Igreja podia alterar o seu “Ritual Funerário”, adaptando-o à “cremação”; pode­mos estar certos, porém, de que o não fará.
Fá-lo-ia, talvez, como opinam alguns canonistas, se o Estado a tornasse obrigatória.
Não faltam também juristas, médicos e membros de “sociedades de seguros” que se oponham à “cre­mação”, porque com ela desapareceriam os vestígios de muitos crimes.
Hoffman chamou a atenção para este lado da ques­tão num artigo que publicou no “Sanitarian” em 1901.
De 528 pessoas que foram queimadas em S. Luís do Missuri, de 1895 a 1899, 64 tinham morrido de aci­dentes, violência ou suicídio.
Ora, autópsias, feitas 3 meses depois de mortas, demonstraram que o defunto tinha sido envenenado e forneceram provas — bastantes para que o autor do crime fosse condenado à morte.
A ciência moderna nega que os cemitérios infeccionem o ar, os poços ou os rios (C. E., 4, 483).
As pestes e epidemias de que reza a história têm sido atribuídas aos vivos, e não aos mortos.
A “cremação” aumentou de 1872 a 1900; todavia, mesmo então, a média anual, nos Estados Unidos, foi de 13.230.
Não há, pois, grande perigo de que se generalize no mundo moderno, porque vai contra o sentimento profundamente enraizado no coração humano e conso­lidado pela prática universal de muitos e muitos sé­culos.
Não é, pois, de presumir o arranque do sopro da pseudociência, nem a algazarra da descrença e impie­dade.
Fonte: Livro “Caixa de Perguntas” do Pe. Bertrand L. Conway, C.S.P.












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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Igreja não pode vender salvação, diz papa Francisco.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco fez uma homília forte durante a missa de Santa Marta nesta sexta-feira (21) e afirmou que Deus não tem nada a ver com dinheiro e que a Igreja Católica não pode ser "exploradora" ou vender a salvação.

"Há duas coisas que o povo de Deus não pode perdoar: um padre ligado ao dinheiro e um padre que maltrate as pessoas", ressaltou o pontífice dizendo que "os laicos" devem fazer denúncias "na cara do pároco" sobre o tráfico de dinheiro nas paróquias.

Segundo a Rádio Vaticana, Francisco usou como exemplo a leitura da Bíblia em que Jesus expulsa os mercadores do Templo.

O pontífice ressaltou que, muitas vezes ao entrar em uma Igreja, ainda hoje há a "lista de preços" para o batismo, para uma benção, para as intenções da Missa e "o povo se escandaliza".

Ele aproveitou para contar um fato que observou enquanto era padre.

"Estava com um grupo de universitários e vários deles queriam se casar. Tinham ido a uma paróquia e queriam fazer o casamento com uma missa. E o secretário paroquial lhes disse: 'Não, vocês não podem'. 'Mas porque não podemos casar com a missa, se o Concilio recomenda fazer sempre com a missa?'. 'Não, não pode porque acrescenta mais de 20 minutos à celebração'. 'Mas por que?'".

"'Porque há outros horários'. 'Mas, nós queremos com a missa'. 'Então, me paguem dois horários'". E, para que eles se casassem, precisaram pagar por dois horários. Isso é um pecado escandaloso!", contou o papa.

Segundo o líder da Igreja Católica, Jesus destruiu os comércios do Templo porque eles haviam "profanado" o local sagrado.

"As pessoas são boas e elas iam ao Templo para buscar Deus, rezar, mas precisavam trocar moedas para fazer as ofertas", destacou o pontífice dizendo que "acha um escândalo" que padres façam "comércio e mundanidade".

Ele também pediu atitude dos fieis católicos para combater esse tipo de corrupção e problemas da entidade, afirmando que "quando aqueles que estão no Templo, sejam sacerdotes, laicos ou secretários, se tornam exploradores" é preciso "ter a coragem de denunciar".

Jorge Bergoglio ainda explicou o motivo de sua revolta com a questão do dinheiro.

"Mas, o que Jesus tem contra o dinheiro? É que a redenção é gratuita. A gratuidade de Deus é trazida por Ele, a gratuidade total do amor de Deus. E quando a Igreja ou as igrejas se tornam exploradoras, se diz que a salvação não é tão gratuita. Por isso, quando Jesus destrói tudo é um rito de purificação no Templo".

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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Palestras de Dom Athanasius sobre seu novo livro “A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja”.

Dom Athanasius Schneider convida para as palestras de lançamento de seu novo livro “A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja”

Dia 27 de novembro, às 19:30, no Mosteiro de São Bento, em São Paulo.

Dia 29 de novembro, às 19:00, na Paróquia da Trindade, em Belém.



Dom Athanasius Schneider - Missa Pontifical na Catedral de Belém (2012).


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Papa: "Cristão não seja preguiçoso; sirva até o fim".

Cidade do Vaticano (RV) – “Temos que lutar sempre contra as tentações que nos afastam do serviço ao próximo”, advertiu Francisco na homilia da manhã desta terça-feira, 11, na Casa Santa Marta. “Como Jesus, nós devemos servir sem pedir nada”, frisou, reiterando que “não podemos nos apropriar do serviço transformando-o numa estrutura de poder”.
Jesus fala da força da fé, mas logo explica que ela deve ser enquadrada no serviço. Baseando-se no Evangelho do dia, que fala do “servo inútil”, ele explicou o que significa ‘servir’, para um cristão. Lucas narra sobre um servo que depois de trabalhar todo o dia, chega em casa e ao invés de descansar, deve ainda servir o seu senhor:
Poderíamos aconselhar este servo a ir ao sindicato e pedir conselhos sobre o que fazer com um patrão assim, mas Jesus disse: ‘Não, o serviço é total, porque Ele fez caminho com sua atitude de serviço; Ele é o servo. Ele se apresenta como o servo, aquele que veio para servir e não para ser servido’: é o que diz, claramente. Assim, o Senhor mostra aos apóstolos o caminho daqueles que receberam a fé, a fé que faz milagres. Sim, esta fé fará milagres no caminho do serviço”.
"O cristão que recebe o dom da fé no Batismo e não leva este dom ao serviço torna-se um cristão sem força, sem fecundidade", prosseguiu o Pontífice, que advertiu: “Ele acaba sendo um cristão para si mesmo, que serve somente a si; e sua vida fica triste, pois as coisas grandes do Senhor são ‘esquecidas’”.
Depois, o Papa lembrou que o Senhor nos disse que “o serviço é único”, que não se pode servir dois patrões: “ou Deus, ou as riquezas”. Prosseguindo, alertou que às vezes nos afastamos deste comportamento de serviço ‘por preguiça’. E ela, afirmou, “amornece o coração; a preguiça nos torna cômodos”.
“A preguiça nos distancia do serviço e nos leva à comodidade, ao egoísmo. Muitos cristãos são assim ... são bons, vão à missa, mas o serviço até aqui... Mas quando eu digo serviço, eu quero dizer tudo: o serviço a Deus na adoração, na oração, no louvor; serviço ao próximo, quando devo fazê-lo; serviço até o fim, porque Jesus nisso é bom: “Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes foi ordenado, digam: Somos servos inúteis'. O serviço é gratuito, sem pedir nada em troca. "
A outra possibilidade de ficar longe da atitude de serviço, acrescentou, “é um pouco ser o dono da situação”. Algo, lembrou o Papa, que “aconteceu com os discípulos, como os próprios apóstolos”: “Eles afastavam as pessoas para que não perturbassem Jesus, mas era para ser mais confortável para eles”. Os discípulos, prosseguiu, “tomavam posse do tempo do Senhor, tomavam posse do poder do Senhor: eles O queriam para o seu grupo”. E então, disse ainda Francisco, “tomavam posse desta atitude de serviço, transformando-a em uma estrutura de poder”. Algo que se entende olhando para a discussão sobre quem era o maior entre Tiago e João. E a mãe, acrescentou Francisco, que “vai pedir ao Senhor que um de seus filhos seja o primeiro-ministro e outro ministro da economia, com todo o poder em suas mãos”. Isso acontece também hoje, quando “os cristãos se tornam patrões: patrões da fé, patrões do Reino, patrões da Salvação". Isso, observou, “acontece, é uma tentação para todos os cristãos”. Em vez disso, “o Senhor nos fala de serviço: serviço na humildade”, “serviço na esperança, e esta é a alegria do serviço cristão”:
“Na vida temos que lutar muito contra as tentações que procuram nos distanciar desta atitude de serviço. A preguiça leva à comodidade: ao serviço à metade; a tomar o controle da situação, e assim de servo tornar-se patrão, que leva à soberbia, ao orgulho, a tratar mal as pessoas, de se sentir importante, porque eu sou cristão, eu tenho a salvação”, e tantas coisas assim. O Senhor nos dê essas duas grandes graças: a humildade no serviço, a fim de sermos capazes de dizer: 'Somos servos inúteis - mas  servos - até o fim’; e a esperança na espera da manifestação, quando o Senhor virá até nós”. (CM-SP)

sábado, 8 de novembro de 2014

O papel da Igreja no mundo político (Vídeo).

“Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” [1], ensinou Nosso Senhor. A separação entre Igreja e Estado é uma das contribuições mais importantes da religião cristã para a história da humanidade. Mas, como promover uma justa laicidade do Estado, sem cair no perigo do “laicismo”? O que se pode esperar politicamente da Igreja, seja qual for o contexto histórico e geográfico em que o mundo se encontre?



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Nos últimos anos, de fato, os Papas têm insistido em que a Igreja tem um papel bem específico para dar à política, qual seja – importa que se diga, desde o começo – o de converter os corações a Cristo. Para mostrar de modo bem concreto como isso acontece, é importante resgatar uma história que se passou na Europa, no século XI, à época do grande Papa São Gregório VII.

Nos anos 1000, a Igreja tinha diante de si a difícil questão das investiduras, em que líderes políticos – senhores feudais, reis e príncipes – tomavam para si o encargo de escolher os cargos eclesiásticos. Essa ingerência política, que afetava desde abades e sacerdotes a bispos e Papas, teve como consequência uma grande decadência moral. Pouco preocupados com o bem espiritual dos fiéis, os poderosos deste mundo colocavam à frente da Igreja pastores verdadeiramente indignos do ofício eclesiástico. Nesses tempos difíceis – com razão associados à imagem das “trevas” –, tinha-se o celibato em pouca conta e, de acordo com a veemente denúncia de São Pedro Damião, em seu Liber Gomorrhianus [2],era preocupante o número de homossexuais no clero.

Para reformar a Igreja, São Gregório VII, eleito ao sólio pontifício em 1057, tinha de enfrentar Henrique IV, o petulante príncipe do Sacro Império Romano Germânico que mandava e desmandava na Igreja da Alemanha. Após um decreto de 1075, em que se condenava toda a investidura laica, a obstinação de Henrique fez Gregório pronunciar contra ele a sentença de excomunhão e depô-lo do trono imperial: “Proíbo o rei Henrique, que, com um orgulho insensato, se levantou contra a Igreja, de governar o reino da Alemanha e da Itália; desligo todos os cristãos do juramento que lhe tenham prestado e proíbo quem quer que seja de reconhecê-lo como rei” [3]. Roma locuta, causa finita. Para recuperar o poder perdido, o soberano do Império Germânico se dirige, então, a Canossa, onde residia o Papa, com uma pequena escolta e sob o inverno rigoroso dos Alpes, em busca do perdão do sucessor de Pedro. Uma cena pitoresca, sem dúvida: o poderoso imperador da Alemanha deposto por um bispo inerme e sem exército, a quem ele agora acorria, prostrado.

Com efeito, como a Igreja conseguiu isso? Como foi capaz de uma influência política de tal monta?

O segredo está num silencioso mosteiro fundado no interior da França, na cidade de Cluny, em 910. Favorecido pela dispensa da jurisdição dos bispos locais e submissão direta ao Romano Pontífice, o mosteiro de Cluny, ao qual se ligou, rapidamente, uma constelação de outras abadias em toda a Europa, tornou-se, em pouco tempo, uma verdadeira escola de santidade. Enquanto o século X passava por uma dolorosa crise do papado, essa Ordem empreendia uma autêntica renovação espiritual em todo o continente, chegando, no início do século XII – momento da sua máxima expansão –, ao impressionante número de 1200 casas. Esse trabalho foi sem dúvida determinante para o fim de questão das investiduras – e para muitos outros problemas com que se deparava a Igreja medieval.

A primeira grande lição de Cluny é que a Igreja produz padres, monges e bispos mais santos quando estes não são frutos de escolhas políticas, mas são eleitos de acordo com suas virtudes. Em muitos lugares e em diferentes épocas, o poder político tentou – e tenta – infiltrar-se na Igreja, submetendo-a às suas rédeas. Esta, no entanto, só é fiel quando serve ao Senhor e rompe seus “votos de vassalagem” com os senhores do mundo. Foi o que ensinaram os monges de Cluny – não sem muito trabalho e combate, é verdade. Afinal, mesmo durante o período em que o monge Hildebrando – futuro Papa Gregório VII – procurou desvincular a eleição do Papa de influências políticas, Henrique III – pai de Henrique IV, de que já se falou –, descontente com as escolhas dos cardeais, depôs três pontífices, em uma amostra clara de como as ingerências mundanas causavam dano à Igreja.

Na verdade, São Gregório VII só conseguiu a submissão de Henrique IV depois de convencer os seus “príncipes eleitores” – que sustentavam o seu poder – a ficarem do seu lado. Ou seja, o poder do Papa só foi efetivo porque suas palavras foram acolhidas por alguns indivíduos. Se, no abismo do século X, Deus enviasse à Igreja um Papa santo, isso pouco efeito concreto teria para solucionar o problema das investiduras, porque os apelos pontifícios certamente não seriam obedecidos. Por isso era necessário Cluny, para civilizar as pessoas, ensiná-las a estudar e meditar sobre a Verdade, de modo que, quando um bom Papa se sentasse no trono de Pedro, seus comandos fossem seguidos na Igreja.

O fato é que, após a peregrinação penitencial de Henrique IV, o imperador voltou a mostrar as suas garras, indicando que não se tinha convertido de verdade. Quando Gregório VII o excomungou novamente, os príncipes eleitores se puseram contra o Papa, que morreu exilado, em 1085.

A lição histórica de Cluny, no entanto, permanece. Da Igreja, não se deve esperar que deponha presidentes e monarcas, como fazia na Idade Média; mas sim, que cumpra a sua missão evangelizadora. Hoje, por exemplo, é urgente lembrar que existe, na Criação, uma estrutura da realidade, uma razão à qual todos os homens – não só os católicos – devem submeter-se. Infelizmente, tem-se substituído cada vez mais a noção de direito natural por uma “ditadura do relativismo”, já denunciada pelo Papa Bento XVI [4], na qual nada é reconhecido como certo e tudo pode ser manipulado ao bel-prazer das pessoas.

O fato de o Estado ser laico não impede esse trabalho profético da Igreja. O termo “Estado laico” significa, simplesmente, que quem deve mandar e decidir as coisas na sociedade civil são os cidadãos, não os Papas e bispos. Mesmo os membros da sociedade civil podem ser evangelizados e, uma vez convertidos, oferecer a sua contribuição para o bem comum e para a política.

Referências

Mt 22, 21
Petrus Damianus, Liber Gomorrhianus, in Documenta Catholica Omnia
Henri Daniel-Rops, A Igreja das Catedrais e das Cruzadas, São Paulo: Quadrante, 2011, p. 204
Cardeal Joseph Ratzinger, Homilia na Missa “pro Eligendo Romano Pontifice”, 18 de abril de 2005

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ATUALIZADO: 4 Horas e meia de Música Católica Popular 2014 (Ouça).






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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Papa adverte para os 'cristãos pagãos': a mundanidade leva à ruína.

Cidade do Vaticano (RV) – Ainda hoje existem “cristãos pagãos” que se comportam como inimigos da Cruz de Cristo. Esta foi a advertência de Francisco na missa matutina celebrada na Casa Santa Marta. O Papa afirmou que devemos evitar as tentações da mundanidade que nos levam à ruína. 
Francisco se inspirou nas palavras de São Paulo aos filipenses e falou sobre os dois grupos de cristãos que ainda existem hoje, como naquela época: “os que persistem na fé e os que se comportam como inimigos. Os dois grupos estavam na Igreja, iam à missa aos domingos, louvavam o Senhor, se diziam ‘cristãos’. Qual era, então, a diferença? Os segundos se comportavam como inimigos da Cruz!”. 
“Eram cristãos mundanos, de nome, com duas ou três coisas cristãs, mas nada mais. Cristãos pagãos, com nome cristão, mas vida pagã, ou seja, pagãos com duas pinceladas de verniz cristã, para parecerem cristãos”: 
Ainda hoje existem muitos! E nós também temos que estar atentos para não incorrermos no caminho dos cristãos pagãos, cristãos de aspecto. E a tentação de se acostumar com a mediocridade é uma ruína, porque o coração vai amornando... e aos mornos, o Senhor diz uma palavra forte: “Você é morno e eu estou a ponto de vomitá-lo da minha boca”. É muito forte! São inimigos da Cruz de Cristo. Tomam o nome, mas não seguem as exigências da vida cristã”.

O Papa prosseguiu explicando que Paulo falava da “cidadania” dos cristãos. “A nossa cidadania está nos céus, somos cidadãos do céu. A deles é terrena. São cidadãos do mundo, com o sobrenome mundano. Cuidado com eles! – advertiu. Francisco observou que todos, inclusive ele mesmo, devemos nos perguntar: “Temos alguma coisa deles. Há algo mundano dentro de mim? Algo de pagão?”.

Eu gosto de me vangloriar? Eu gosto do dinheiro? Eu gosto do orgulho, da soberba? Onde estão as minhas raízes, ou melhor, de onde sou cidadão? No céu ou na terra? No mundo ou no espírito mundano? A nossa cidadania está nos céus e de lá esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo. E a deles? O destino final deles será a perdição! Estes cristãos de fachada terminarão mal… Mas vejam o final: para aonde leva aquela cidadania que você tem no seu coração? Aquela mundana leva à ruína, aquela da Cruz de Cristo ao encontro com Ele”. 
Assim o Papa indicou alguns sinais que estão no coração e que demonstram que se está “escorregando em direção à mundanidade”. “Se amas ou és apegado ao dinheiro, à vaidade e ao orgulho – advertiu o Papa – irás pelo caminho ruim”. Se, ao contrário, prosseguiu Francisco – “você procura amar a Deus e servir aos irmãos, se você é dócil, se você é humilde, se você serve aos outros, irá pela estrada boa. A sua cidadania é boa: é do céu”! A outra, ao contrário, “é uma cidadania que provocará o mal”. E Jesus, recordou o Papa, pedia tanto ao Pai que salvasse os seus discípulos “do espírito do mundo, desta mundanidade, que leva à perdição”. O Papa então, inspirado no Evangelho do dia sobre a parábola do administrador infiel que engana o seu senhor, prosseguiu:
Como este administrador narrado pelo Evangelho chega ao ponto de enganar, de roubar ao seu Senhor? Como chegou a esse ponto, do dia pra noite? Não! Pouco a pouco! Um dia um suborno aqui, outro dia uma propina de lá e, deste jeito, aos poucos, chega-se à corrupção. O caminho da mundanidade destes inimigos da Cruz de Cristo é assim, leva à corrupção! E, enfim, termina como este homem, não? Roubando abertamente...”.
O Papa retomou, em seguida, as palavras de Paulo que pede que se permaneça “firmes no Senhor” não permitindo que o coração fraqueje e “termine no nada, na corrupção”. “É uma boa graça de se pedir esta – disse – permanecer firmes no Senhor. Contém toda a salvação, aí acontecerá a transfiguração em glória. “Firmes no Senhor  – concluiu – e no exemplo da Cruz de Cristo: com humildade, pobreza, docilidade, serviço aos outros, adoração e oração”. (CM/RB)


domingo, 2 de novembro de 2014

Por que rezamos para os mortos no dia de finados?

“Se a morte acha o homem dormindo, vem como ladrão, despoja-o, mata-o e o lança no abismo do inferno; mas, se o encontra vigilante, saúda-o como enviada de Deus, dizendo: O Senhor te espera para as bodas; vem, que te conduzirei ao reino bem-aventurado a que aspirais” (São Tomás de Vilanova).

O Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados, (conhecido ainda como Dia dos Mortos no México), é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de novembro.
Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, Santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apóia em uma prática de quase dois mil anos.

Cantemos:

"Fonte única da vida,
que nos séculos viveis,
aos mortais e réus da culpa
vosso olhar, ó Deus, volvei.
Pai, ao homem pecador
dais a morte em punição,
para o pó voltar ao pó,
submetendo-o à expiação.
Mas a vida, que inspirastes
por um sopro, permanece
como germe imperecível
dum viver que não fenece.
A esperança nos consola:
nossa vida brotará.
O primeiro a ressurgir,
Cristo, a vós nos levará.
Tenham vida em vosso Reino
vossos servos, que Jesus
consagrou no Santo Espírito
e os guiou da fé à luz.
Ó Princípio e Fim de tudo,
ao chegar a nossa hora,
conduzi-nos para o Reino
onde brilha a eterna aurora" (Hino de Matinas, Liturgia das Horas).


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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Papa: abrir-se às surpresas de Deus e não fechar-se aos sinais dos tempos (Ouça).

Cidade do Vaticano (RV) – Abrir-se às surpresas de Deus e não fechar-se aos sinais dos tempos: foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa matutina na Casa Santa Marta, comentando as palavras de Jesus aos doutores da lei.




Muitas vezes, observou o Pontífice, esses doutores pedem sinais a Jesus, e Ele responde que não são capazes de “ver os sinais dos tempos”:

Por que esses doutores da lei não entendiam os sinais dos tempos e pediam um sinal extraordinário (que depois Jesus deu), por que não entendiam? Antes de tudo, porque estavam fechados. Estavam fechados em seu sistema, tinham elaborado a lei muito bem, uma obra-prima. Todos os judeus sabiam o que se podia ou não fazer, até onde ir. Estava tudo arrumado. E eles se sentiam seguros ali”.

Para eles, acrescentou o papa, Jesus fazia “coisas estranhas”: “caminhar com pecadores, comer com os publicanos” – o que para os doutores significava colocar a doutrina em perigo. Eles se esquecim que Deus é o Deus da lei, mas também o Deus das surpresas:

Eles não entendiam que Deus é o Deus das surpresas, que Deus é sempre novo; jamais renega a si mesmo, mas sempre nos surpreende. E eles não entendiam e se fechavam naquele sistema feito com tanta boa vontade e pediam a Jesus: ‘Dê um sinal!’. E não entendiam os muitos sinais que Jesus dava e que indicavam que o tempo estava maduro. Fechamento! Segundo, tinham se esquecido que eles eram um povo em caminho. Em caminho! E quando alguém está em caminho, sempre encontra coisas novas, coisas que não conhecia”.



O Papa acrescentou que “um caminho não é absoluto em si mesmo”, mas é o caminho rumo “à manifestação definitiva do Senhor. A vida é um caminho rumo à plenitude de Jesus Cristo, quando virá pela segunda vez”. Esta geração procura um sinal, mas – afirma o Senhor – não lhe será dado qualquer sinal, a não ser o de Jonas”, ou seja, “o sinal da Ressurreição, da Glória, daquela escatologia rumo à qual caminhamos”. Quando Jesus afirma no Sinédrio ser o Filho de Deus, os doutores leem este sinal como uma blasfêmia E por isso, Cristo os define como “geração má”.

Francisco reiterou que “se a lei não leva a Jesus Cristo, não se aproxima Dele, está morta. E por isso Jesus reprova os doutores, por não serem capazes de conhecer os sinais dos tempos:

E isso deve fazer-nos pensar: eu fico preso às minhas coisas, às minhas ideias, fechado? Ou estou aberto ao Deus das surpresas? Sou uma pessoa estática ou uma pessoa que caminha? Eu acredito em Jesus Cristo – naquilo que Ele fez: morreu, ressuscitou e acabou a história – ou acredito que o caminho prossiga rumo à maturidade, à manifestação de glória do Senhor? Eu sou capaz de entender os sinais dos tempos e ser fiel à voz do Senhor que se manifesta neles? Podemos hoje fazer estas perguntas e pedir ao Senhor um coração que ame a lei, porque a lei é de Deus; mas que ame também as surpresas de Deus e que saiba que esta lei santa não é fim em si mesma”.

Em caminho, reafirmou o Papa, é uma pedagogia “que nos leva a Jesus Cristo, ao encontro definitivo, onde haverá este grande sinal”. 

(BF)



quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Sudão do Sul: outra rádio católica na mira das autoridades.

Wau (RV) – Mais uma rádio católica está sendo ameaçada de fechar no Sudão do Sul. Trata-se de Voice of Hope (‘Voz da Esperança’, na tradução livre) da diocese de Wau, capital do Estado de Western, no oeste do país.

Segundo a Rede Católica de Rádio, o vice-governador daquele Estado, Bahr El Ghazal, ameaçou fechar a estação, intimando a redação a se limitar a fornecer somente informações locais, evitando cobrir os eventos que acontecem em outros Estados do Sudão do Sul, especialmente aqueles relacionados à oposição. O vice-governador definiu Voice of Hope uma ‘estação prejudicial’, acrescentando que o governo tomaria as medidas necessárias se a estação de rádio não se limitasse a transmitir somente ‘homilia e música Gospel’.

Nas semanas passadas, Rádio Bakhita, da Arquidiocese de Juba – a capital federal, foi fechada temporariamente, depois de um ataque na sede da estação, por parte do Serviço de Segurança que tinha, inclusive, detido o redator-chefe por alguns dias. Depois, Rádio Bakhita foi autorizada a retomar as transmissões, mas a estação ainda está fechada, a critério da Arquidiocese que pretende ainda analisar a situação.

O Arcebispo de Juba, Mons. Paulino Lokudu, lamentou que o Serviço de Segurança não alertou que estava para impor o fechamento da estação. “Quando a Rádio foi fechada, não fui consultado, os agentes de segurança não vieram me dizer que estavam fechando a Rádio. Eles simplesmente pegaram as chaves das pessoas que estavam na sede da estação. Penso que isso não seja correto”, disse o Arcebispo, que depois acrescentou: “penso que eles entenderam e nos reconciliamos”.

Organizações pela defesa dos direitos humanos denunciam a censura imposta do governo aos meios de comunicação do Sudão do Sul, desde quando eclodiu a guerra civil entre as facções, respectivamente encabeçadas pelo Presidente, Salva Kiir, e pelo ex-vice-Presidente, Riek Machar. Ainda segundo essas organizações, as restrições à liberdade de informação destinam-se a impedir a publicação das notícias sobre os massacres dos civis na capital. Os jornalistas estão impedidos de visitar hospitais, cemitérios e campos de refugiados. (AC)