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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Memória da Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo


   Celebrando hoje a Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo, somos todos convidados a recordar que é o nosso coração, e não edifícios de mármore, o verdadeiro templo de Deus. Ao sermos batizados, fomos libertos do inimigo e dedicados ao Senhor, que desce do alto dos céus para assentar-se em nosso coração como num trono de misericórdia, para estar conosco como um Amigo íntimo e cheio de amor. Assista à homilia desta sexta-feira, dia 18 de novembro, e medite conosco o grande mistério da inabitação trinitária!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Padre Paulo Ricardo - A festa do Halloween

Padre Paulo Ricardo
Neste episódio inédito de “A Resposta Católica”, Padre Paulo Ricardo fala sobre o Halloween. Qual a origem dessa festa e como ela assumiu os contornos que vemos hoje? Ainda seria possível celebrá-la, em nossos dias, de forma cristã? Assista a este vídeo e venha explorar conosco o passado e o presente dessa festividade que já atravessa milênios.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Padre Paulo Ricardo - Memória de Nossa Senhora do Rosário (7 de outubro)

Padre Paulo Ricardo
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 1, 26-38)

Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!"

Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: "Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim".

Maria perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?" O anjo respondeu: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível".

Maria, então, disse: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" E o anjo retirou-se.

O Santo Rosário, uma das maiores riquezas da Igreja e, segundo o testemunho dos santos, a mais poderosa arma cristã contra o demônio, pode parecer a uns poucos desentendidos como coisa de beataria, de fiel simplório e rude, cuja "alma vulgar", incapaz de alçar grandes voos, tem de contentar-se com repetir um sem-número de ave-Marias. Trata-se, no entanto, da mais completa escola de oração, de um verdadeiro compêndio do Evangelho, como bem lhe chamou o Papa São João Paulo II. O Santo Rosário, com efeito, fazendo da repetição litânica da saudação angélica um como que "pano de fundo" musical, permite ao cristão, ao mesmo tempo em que mantém nos lábios o dulcíssimo nome da sempre virgem Mãe de Deus, contemplar com a inteligência os principais mistérios de sua Redenção. Para ser proveitosa, portanto, a récita do Rosário não pode prescindir da meditação; é importantíssimo que o fiel, deixando-se guiar por Maria, deixe também que o seu coração repouse amorosamente em cada cena meditada, um cenário de detalhes cuja riqueza homem nenhum pode exaurir de todo. Peçamos hoje a Nossa Senhora do Rosário que nos alcance de seu divino Filho a graça de sermos constantes na prática desta tão doce devoção, "cadeia que nos prende a Deus, vínculo de amor que nos une aos Anjos, torre de salvação contra os assaltos do inferno" (Beato Bártolo Longo, Súplica à Rainha do Santo Rosário).

quarta-feira, 29 de junho de 2016

São Pedro e o Primado Papal

Deus é o protagonista mas quis contar com a colaboração humana na obra da salvação. Desta forma, é possível compreender com maior clareza o ministério do papa e o seu primado na Igreja: a autoridade e o poder divino foram confiados ao papa pelo próprio Deus, para que pudesse confirmar na fé seus irmãos. Assista:

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Padre Paulo Ricardo: O inferno existe?

O inferno existe? Esta pergunta, aparentemente trivial para um católico praticante, tornou-se discurso comum na boca de muitos teólogos e pregadores que, ora tratam o tema com desdém, ora o consideram inoportuno para o homem moderno.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Solenidade da Natividade de São João Batista

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 1, 57-66.80)

Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém disse: "Não! Ele vai chamar-se João".
Os outros disseram: "Não existe nenhum parente teu com esse nome!" Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: "João é o seu nome". E todos ficaram admirados. No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: "O que virá a ser este menino?" De fato, a mão do Senhor estava com ele. E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Padre Paulo Ricardo - Felizes os que O Senhor encontrar acordados!

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 12, 35-38)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade, eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!"

No Evangelho desta 3.ª-feira, Jesus nos fala da virtude da vigilância, ou seja, a disposição constante e firme para permanecermos acordados, à espera de Nosso Senhor, que há-de voltar a esta terra e deseja encontrar nossos corações preparados para a Sua gloriosa vinda. Como de costume, Cristo recorre a uma comparação bastante expressiva e clara, sobretudo para os judeus da época. Devemos ser, diz-nos o Senhor, como servos cujos rins estejam cingidos, isto é, temos de estar prontos para amar efetivamente a Deus; por outro lado, temos de manter acesas as lâmpadas da fé, sob cuja luz nos guiamos na escuridão de um mundo mergulhado no pecado e cego à glória de Jesus. A nossa esperança na vinda de Cristo, portanto, deve estar bem firmada em duas outras virtudes: a fé e a caridade cristãs.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Padre Paulo Ricardo cantando Regina Coeli (Ouça).

O Regina Coeli ou Regina Caeli é a oração feita pelos católicos às 06h00, 12h00 e às 18h00, durante o Tempo Pascal. Ela substitui a oração do Angelus, feita nos outros dias.

Oração:

V.: Rainha do céu, alegrai-vos! Aleluia!
R.: Porque quem merecestes trazer em vosso seio. Aleluia!
V.:Ressuscitou como disse! Aleluia!
R.: Rogai a Deus por nós! Aleluia!
V.: Exultai e alegrai-Vos, ó Virgem Maria! Aleluia!
R.: Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente! Aleluia.

Conclui-se com a seguinte oração:

V.: Oremos:
Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do Vosso Filho Jesus Cristo, Senhor Nosso, concedei-nos, Vos suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Por Cristo, Senhor Nosso.
R.: Amém!
V.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R.: Como era no princípio, agora e sempre, Amém. (três vezes)

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Pe. Paulo Ricardo - Festa da Natividade de Nossa Senhora - Maria, a porta do Céu.

Entre os inúmeros santos celebrados pela Igreja, apenas dois são dignos de ter o seu nascimento comemorado pela santa liturgia: São João Batista e Nossa Senhora, cuja natividade se festeja hoje. Todos os demais heróis da são relembrados tão somente na data de sua partida ao Céu. Com isso, é confirmada com ainda mais força a importância da Virgem Santíssima na história da salvação.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Padre Paulo Ricardo - Crise econômica e vida espiritual.

Desemprego, arrocho salarial, inflação, carga tributária sufocante... Se você está sofrendo com a atual crise econômica, saiba como enfrentar espiritualmente estas dificuldades. Saiba como transformar este momento difícil numa oportunidade maravilhosa de sua família crescer espiritualmente.



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domingo, 5 de julho de 2015

Padre Paulo Ricardo: Apostólico ou mundano?

Como seria a "igreja" dos sonhos do mundo moderno? Por que a Igreja de Cristo será sempre um sinal de contradição? No dia em que o calendário universal comemora a solenidade dos Santos apóstolos Pedro e Paulo, convidamos você a uma reflexão sobre a apostolicidade da Igreja. Veja como cada um de nós pode trabalhar para garantir que as próximas gerações recebam o tesouro incontaminado da fé apostólica.


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domingo, 5 de abril de 2015

sábado, 6 de dezembro de 2014

2º Domingo do Advento - A virtude da humildade.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos
(Mc 1, 1-8)
O Evangelho deste Domingo apresenta a figura de São João Batista, que foi o precursor (πρόδρομος) de Nosso Senhor. Como disse o próprio Zacarias: "Serás profeta do Altíssimo, ó menino, pois irás andando à frente do Senhor para aplainar e preparar os seus caminhos, anunciando ao seu povo a salvação, que está na remissão de seus pecados" [1].
É com uma citação do profeta Isaías que São Marcos introduz o seu Evangelho. O "Livro da Consolação" – a segunda parte do livro de Isaías – foi escrito à época do exílio do povo de Israel na Babilônia. Depois de muito advertir e ameaçar os israelitas, Deus começa a consolar o seu povo, agora em cativeiro. Assim começa o capítulo 40: "Consolai o meu povo, consolai-o! – diz o vosso Deus". É deste contexto que vem a frase usada pelo Evangelista: "Esta é a voz daquele que grita no deserto: 'Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!'"
Quem examina, porém, a frase de Marcos e a de Isaías, percebe que há uma diferença no modo como estão construídas. O profeta diz que uma voz grita para que se prepare, no deserto, o caminho do Senhor; no Evangelho, ao contrário, é a voz que clama no deserto. Por que essa mudança de pontuação? Porque São Marcos – assim como sempre fizeram os cristãos – lê o Antigo Testamento à luz do Novo. O sentido literal da passagem de Isaías existe e é importante, mas é preciso entendê-la também e principalmente a partir de Cristo. Assim, preparar "o caminho do Senhor" nada mais é que preparar o caminho de Jesus.
Mas, como fazer isso? O exemplo de São João Batista ilustra bem o que Isaías quer dizer com os verbos aplainarnivelar e rebaixar, usados na Primeira Leitura [2]. Ele diz: "Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias". Para preparar "o caminho do Senhor", é necessária a virtude da humildade. Ao pregar ao povo um batismo de conversão e o arrependimento dos pecados, São João quer que os homens reconheçam a sua miséria, desfaçam-se de seu orgulho e de sua soberba, sejam humildes.
Para entender em que consiste essa virtude, é preciso entender que, no homem, existem apetites naturais, que se encontram desordenados por conta do pecado original. O desejo de comer, por exemplo, pode degenerar em gula; o desejo sexual, em luxúria; e, do mesmo modo, o desejo de glória – porque o ser humano foi feito para a glória do Céu – pode transformar-se no vício da soberba, que é justamente um apetite desordenado da própria excelência. A humildade consiste, pois, em refrear esse apetite e imitar Nosso Senhor que, "existindo em forma divina, não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano" [3]. Não é justamente este o mistério que se celebra no Natal – a saber, o do Verbo que se fez carne, do Deus que se rebaixa, se humilha, para salvar a humanidade? Não foi também este o fato que Simeão considerou "causa de queda" e "sinal de contradição" [4] em Israel?
Para sondar a natureza da humildade, é importante recorrer à definição de Santa Teresa de Ávila, em suas Moradas:
"Certa vez, pensando eu por que Nosso Senhor aprecia tanto a virtude da humildade, deparei logo (a meu ver, sem que eu o considerasse, de modo repentino) com o seguinte: sendo Deus a suma Verdade, e a humildade, andar na verdade, eis a razão da sua importância. E é grandíssima verdade o fato de nada de bom proceder de nós; só o fazem a miséria e a insignificância. E quem não entende isso anda na mentira. Quem mais o compreender mais agradará à suma Verdade, porque anda nela. Praza a Deus, irmãs, dar-nos a graça de nunca abandonar esse conhecimento próprio. Amém." [5]
"Andar na verdade", eis o que é a humildade. Não se trata de inventar algo a respeito de si mesmo, vivendo uma espécie de teatro, mas de reconhecer uma "grandíssima verdade": que nada de bom procede de nós, senão "a miséria e a insignificância".
Santo Tomás de Aquino, ao responder se o homem deve, por humildade, sujeitar-se a todos, ensina coisa semelhante:
"Duas coisas podem ser consideradas no homem: o que é de Deus e o que é do homem. É do homem, certamente, tudo o que é falho e é de Deus tudo o que é de salvação e perfeição, conforme está escrito: 'Tua perdição é obra tua, Israel; tua força é somente minha' (Os 13, 9). Ora, a humildade, como se viu, visa, propriamente, à reverência com que o homem se submete a Deus. E, por isso, todo homem, por aquilo que é seu, deve sujeitar-se ao próximo, quem quer que seja, por causa daquilo que é de Deus nessa pessoa."

(...)

"Se preferimos o que há de divino no próximo ao que há de humano em nós mesmos, não podemos incorrer em falsidades. Por isso, comentando o que diz o Apóstolo: 'Considerai os outros superiores a vós' (Fl 2, 3), diz a Glosa: 'Não devemos entender essas palavras, fingidamente; pelo contrário, pensemos que pode haver no outro um bem oculto que o faz superior a nós, mesmo que o nosso bem, pelo qual nos achamos superiores a ele, não esteja oculto'." [6]
Neste tempo do Advento, sigamos o exemplo de São João Batista e coloquemos em prática a virtude da humildade, consciente de que "Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes" [7].

Referências

  1. Lc 1, 76-77
  2. Cf. Is 40, 3-4
  3. Fl 2, 6-7
  4. Lc 2, 34
  5. Castelo Interior, Sextas Moradas, X, 7
  6. Suma Teológica, II-II, q. 161, a. 3
  7. Tg 4, 6; cf. Pr 3, 34




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domingo, 30 de novembro de 2014

1º Domingo do Advento - Convertei-nos, para que sejamos salvos!

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo
Marcos (Mc 13, 33-37)

Diante das infidelidades do povo de Israel, o pedido do profeta Isaías para que Deus "volte atrás" mostra a consciência de que, sem a Sua graça, nada podemos. "Deus é fiel", e é Ele mesmo quem vai garantir, com a Sua graça, que alcancemos a santidade. Para tanto, resta-nos clamar, com o salmista: "Convertei-nos, Senhor, para que sejamos salvos!"


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sábado, 8 de novembro de 2014

O papel da Igreja no mundo político (Vídeo).

“Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” [1], ensinou Nosso Senhor. A separação entre Igreja e Estado é uma das contribuições mais importantes da religião cristã para a história da humanidade. Mas, como promover uma justa laicidade do Estado, sem cair no perigo do “laicismo”? O que se pode esperar politicamente da Igreja, seja qual for o contexto histórico e geográfico em que o mundo se encontre?



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Nos últimos anos, de fato, os Papas têm insistido em que a Igreja tem um papel bem específico para dar à política, qual seja – importa que se diga, desde o começo – o de converter os corações a Cristo. Para mostrar de modo bem concreto como isso acontece, é importante resgatar uma história que se passou na Europa, no século XI, à época do grande Papa São Gregório VII.

Nos anos 1000, a Igreja tinha diante de si a difícil questão das investiduras, em que líderes políticos – senhores feudais, reis e príncipes – tomavam para si o encargo de escolher os cargos eclesiásticos. Essa ingerência política, que afetava desde abades e sacerdotes a bispos e Papas, teve como consequência uma grande decadência moral. Pouco preocupados com o bem espiritual dos fiéis, os poderosos deste mundo colocavam à frente da Igreja pastores verdadeiramente indignos do ofício eclesiástico. Nesses tempos difíceis – com razão associados à imagem das “trevas” –, tinha-se o celibato em pouca conta e, de acordo com a veemente denúncia de São Pedro Damião, em seu Liber Gomorrhianus [2],era preocupante o número de homossexuais no clero.

Para reformar a Igreja, São Gregório VII, eleito ao sólio pontifício em 1057, tinha de enfrentar Henrique IV, o petulante príncipe do Sacro Império Romano Germânico que mandava e desmandava na Igreja da Alemanha. Após um decreto de 1075, em que se condenava toda a investidura laica, a obstinação de Henrique fez Gregório pronunciar contra ele a sentença de excomunhão e depô-lo do trono imperial: “Proíbo o rei Henrique, que, com um orgulho insensato, se levantou contra a Igreja, de governar o reino da Alemanha e da Itália; desligo todos os cristãos do juramento que lhe tenham prestado e proíbo quem quer que seja de reconhecê-lo como rei” [3]. Roma locuta, causa finita. Para recuperar o poder perdido, o soberano do Império Germânico se dirige, então, a Canossa, onde residia o Papa, com uma pequena escolta e sob o inverno rigoroso dos Alpes, em busca do perdão do sucessor de Pedro. Uma cena pitoresca, sem dúvida: o poderoso imperador da Alemanha deposto por um bispo inerme e sem exército, a quem ele agora acorria, prostrado.

Com efeito, como a Igreja conseguiu isso? Como foi capaz de uma influência política de tal monta?

O segredo está num silencioso mosteiro fundado no interior da França, na cidade de Cluny, em 910. Favorecido pela dispensa da jurisdição dos bispos locais e submissão direta ao Romano Pontífice, o mosteiro de Cluny, ao qual se ligou, rapidamente, uma constelação de outras abadias em toda a Europa, tornou-se, em pouco tempo, uma verdadeira escola de santidade. Enquanto o século X passava por uma dolorosa crise do papado, essa Ordem empreendia uma autêntica renovação espiritual em todo o continente, chegando, no início do século XII – momento da sua máxima expansão –, ao impressionante número de 1200 casas. Esse trabalho foi sem dúvida determinante para o fim de questão das investiduras – e para muitos outros problemas com que se deparava a Igreja medieval.

A primeira grande lição de Cluny é que a Igreja produz padres, monges e bispos mais santos quando estes não são frutos de escolhas políticas, mas são eleitos de acordo com suas virtudes. Em muitos lugares e em diferentes épocas, o poder político tentou – e tenta – infiltrar-se na Igreja, submetendo-a às suas rédeas. Esta, no entanto, só é fiel quando serve ao Senhor e rompe seus “votos de vassalagem” com os senhores do mundo. Foi o que ensinaram os monges de Cluny – não sem muito trabalho e combate, é verdade. Afinal, mesmo durante o período em que o monge Hildebrando – futuro Papa Gregório VII – procurou desvincular a eleição do Papa de influências políticas, Henrique III – pai de Henrique IV, de que já se falou –, descontente com as escolhas dos cardeais, depôs três pontífices, em uma amostra clara de como as ingerências mundanas causavam dano à Igreja.

Na verdade, São Gregório VII só conseguiu a submissão de Henrique IV depois de convencer os seus “príncipes eleitores” – que sustentavam o seu poder – a ficarem do seu lado. Ou seja, o poder do Papa só foi efetivo porque suas palavras foram acolhidas por alguns indivíduos. Se, no abismo do século X, Deus enviasse à Igreja um Papa santo, isso pouco efeito concreto teria para solucionar o problema das investiduras, porque os apelos pontifícios certamente não seriam obedecidos. Por isso era necessário Cluny, para civilizar as pessoas, ensiná-las a estudar e meditar sobre a Verdade, de modo que, quando um bom Papa se sentasse no trono de Pedro, seus comandos fossem seguidos na Igreja.

O fato é que, após a peregrinação penitencial de Henrique IV, o imperador voltou a mostrar as suas garras, indicando que não se tinha convertido de verdade. Quando Gregório VII o excomungou novamente, os príncipes eleitores se puseram contra o Papa, que morreu exilado, em 1085.

A lição histórica de Cluny, no entanto, permanece. Da Igreja, não se deve esperar que deponha presidentes e monarcas, como fazia na Idade Média; mas sim, que cumpra a sua missão evangelizadora. Hoje, por exemplo, é urgente lembrar que existe, na Criação, uma estrutura da realidade, uma razão à qual todos os homens – não só os católicos – devem submeter-se. Infelizmente, tem-se substituído cada vez mais a noção de direito natural por uma “ditadura do relativismo”, já denunciada pelo Papa Bento XVI [4], na qual nada é reconhecido como certo e tudo pode ser manipulado ao bel-prazer das pessoas.

O fato de o Estado ser laico não impede esse trabalho profético da Igreja. O termo “Estado laico” significa, simplesmente, que quem deve mandar e decidir as coisas na sociedade civil são os cidadãos, não os Papas e bispos. Mesmo os membros da sociedade civil podem ser evangelizados e, uma vez convertidos, oferecer a sua contribuição para o bem comum e para a política.

Referências

Mt 22, 21
Petrus Damianus, Liber Gomorrhianus, in Documenta Catholica Omnia
Henri Daniel-Rops, A Igreja das Catedrais e das Cruzadas, São Paulo: Quadrante, 2011, p. 204
Cardeal Joseph Ratzinger, Homilia na Missa “pro Eligendo Romano Pontifice”, 18 de abril de 2005

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domingo, 2 de novembro de 2014

Por que rezamos para os mortos no dia de finados?

“Se a morte acha o homem dormindo, vem como ladrão, despoja-o, mata-o e o lança no abismo do inferno; mas, se o encontra vigilante, saúda-o como enviada de Deus, dizendo: O Senhor te espera para as bodas; vem, que te conduzirei ao reino bem-aventurado a que aspirais” (São Tomás de Vilanova).

O Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados, (conhecido ainda como Dia dos Mortos no México), é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de novembro.
Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, Santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apóia em uma prática de quase dois mil anos.

Cantemos:

"Fonte única da vida,
que nos séculos viveis,
aos mortais e réus da culpa
vosso olhar, ó Deus, volvei.
Pai, ao homem pecador
dais a morte em punição,
para o pó voltar ao pó,
submetendo-o à expiação.
Mas a vida, que inspirastes
por um sopro, permanece
como germe imperecível
dum viver que não fenece.
A esperança nos consola:
nossa vida brotará.
O primeiro a ressurgir,
Cristo, a vós nos levará.
Tenham vida em vosso Reino
vossos servos, que Jesus
consagrou no Santo Espírito
e os guiou da fé à luz.
Ó Princípio e Fim de tudo,
ao chegar a nossa hora,
conduzi-nos para o Reino
onde brilha a eterna aurora" (Hino de Matinas, Liturgia das Horas).


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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Padre Paulo Ricardo: Política e Revolução Cultural nas Eleições 2014.

Palestra do Padre Paulo Ricardo sobre Política e Revolução Cultural sobre o que um cristão pode fazer diante do cenário político e cultural revolucionário da atualidade (áudio e imagem melhorados).

A Palestra ocorreu durante o evento organizado pelo grupo "Anistia Pela Vida" em Londrina PR no dia 29/08/2014 com o tema: Desafios atuais para a família na sociedade e na política, com a participação do Professor Felipe Nery, Padre Paulo Ricardo, mediado pelo jornalista Paulo Eduardo Martins.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Mesa Redonda com Padre Paulo Ricardo, Prof. Felipe Nery e Paulo Eduardo Martins.




Desafios atuais para a família na sociedade e na politica. Com Pe.Paulo Ricardo e Prof. Felipe Nery. Mediação: Deputado Federal Paulo Eduardo Martins. Aconteceu no dia 29/08/2014, às 19h30 no Hotel Cristal, em Londrina - PR.

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domingo, 22 de junho de 2014

Padre Paulo Ricardo - A providência divina (Ouça).

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo
Mateus (Mt, 10, 26-33)
Neste Domingo, Jesus envia os Seus apóstolos em missão (a palavra “apóstolo” quer dizer justamente isto: enviado), pedindo-lhes que confiem inteiramente na providência divina. Ele tem consciência de que a situação não é fácil. No mesmo capítulo, um pouco antes, adverte: “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos” [1]. Mesmo assim, Ele pede três vezes aos discípulos para que não tenham medo.
Ora, por que confiar? Para convencer os Seus, Jesus usa um argumento a fortiori: “Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais”.