ROMA — O arcebispo Carlo Maria Vigano, secretário-geral do Vaticano até 2011, denunciou no ano passado, em cartas enviadas ao Papa Bento XVI, a "corrupção" e a desordem observadas na administração do menor Estado do mundo, informaram nesta quarta-feira meios de comunicação italianos.
O Papa nomeou Vigano como núncio apostólico nos Estados Unidos em agosto de 2011, uma promoção interpretada como um castigo para o prelado, conhecido pelo rigor na gestão do Vaticano durante dois anos.
Os jornais Corriere della Sera e Libero publicaram nesta quarta-feira extratos das cartas ao Papa.
"Minha transferência (para os Estados Unidos) servirá para desanimar os que acreditaram que seria possível limpar o Vaticano de numerosos casos de corrupção e desvios de verba, escreveu Vigano.
Numa das cartas, deu a entender que outros cardeais "conheciam bem a situação", reprovando seus predecessores, mas também os banqueiros italianos que fazem parte do Comitê de Finanças e Gestão, que teriam privilegiado "os próprios interesses".
Em dezembro passado, segundo suas acusações, uma operação financeira desastrada causou uma perda de 2,5 milhões de dólares.
Vigano introduziu cortes drásticos no orçamento, como o da administração dos jardins do Vaticano e o do tradicional presépio de Natal, que em 2009 ficou em 550.000 euros, reduzidos depois para 200.000 euros.
O saneamento promovido por Vigano permitiu ao Vaticano sair de um déficit de oito milhões de euros, em 2009, a um lucro de 34,4 milhões de euros, em 2010.
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