Sete meninas foram ouvidas pelo Conselho Tutelar.
Todas afirmaram terem sido molestadas por um sacristão.
A Polícia Civil investiga uma denúncia de abuso sexual contra coroinhas de uma paróquia de Paraguaçu Paulista, no interior de São Paulo. Sete meninas já foram ouvidas pelo Conselho Tutelar da cidade. A Diocese de Assis afastou um sacristão, suspeito de ter cometido a violência contra as crianças.Todas afirmaram terem sido molestadas por um sacristão.
Segundo as investigações da polícia, os abusos teriam ocorrido dentro da igreja. Uma menina de 11 anos é uma das supostas vítimas. Ela contou que chegava sempre meia hora antes do início da celebração da missa para ajudar na organização. Em outubro do ano passado teria sido vítima de abuso sexual. Ela aponta um sacristão como o responsável pela violência.
“Ele veio um dia até mim, na missa e pediu para eu ser coroinha. Assim que eu entrei, dois dias depois, ele apertou meio seio, daí eu fiquei quieta, fingi que não senti nada e ele sempre dava beijos e abraços sem graça. Os abraços eram para tentar pegar nos seios das meninas e o beijo para pegar na boca. Ele fazia as mesmas coisas com outras meninas, disfarçava e pegava”, afirma a menina.
Outra menina também diz ter sido vítima da violência. Os abusos, afirma menor de 12 anos, começaram em junho do ano passado.
“Eu tinha sido coroinha em um domingo. Depois ele marcou uma reunião para terça-feira e falou que iria chamar coroinhas de todas as igrejas, para saber os nomes das coisas que vão no altar. Eu cheguei na sacristia, no dia da reunião e não tinha ninguém, só eu e mais uma coroinha. Ele pediu para experimentarmos umas roupas e quando ele veio ajeitá-la pegou no meio seio”, contou a outra menina.
O caso chegou à polícia e ao Conselho Tutelar. O pai de uma das meninas registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher. “Se fosse com filhas de outro não acreditaria, mas como foi minha filha. Eu vi o olhinho dela, cheio de lagrimas contando o que aconteceu, eu não dormi aquela noite, não consegui ir para o trabalho”, lamenta o pai, que preferiu não se identificar.
Um catequista afirma que ficou sabendo dos supostos abusos contra o grupo coroinhas em 2010. Ele disse que alertou o padre responsável pela paróquia e depois, a Diocese. O Conselho Tutelar já ouviu sete meninas. Todas confirmaram sofrer algum tipo de abuso por parte do sacristão.
Por determinação do bispo de Assis, o sacristão foi afastado das atividades da Igreja há um mês. O Conselho Tutelar deve ouvir outras crianças para depois apresentar a denúncia na Delegacia da Mulher e à justiça comum
“O Conselho Tutelar recebeu a denuncia através do disque 100, dos Direitos Humanos, assim como a delegacia também recebeu, o Conselho então fez a notificação destas crianças, elas estão sendo ouvidas. Após esse procedimento, o Conselho encaminha para delegacia da Mulher, onde será feito um Boletim de Ocorrência e posteriormente, será levado ao Ministério Público. As meninas confirmam o caso ,todas falam a mesma coisa, algumas com pouco mais riquezas de detalhes e outras menos”, explicou Rosa Maria Cordeiro da Silva, presidente do Conselho Tutelar.
O suspeito foi procurado na casa onde mora, mas, uma sobrinha informou que ele não iria dar entrevistas e que nega ter cometido abuso sexual contra as crianças.
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