SOMENTE
A BIBLIA?
A
alegação dos irmãos protestantes de que seguem somente a Bíblia, pode tornar-se
ilusória e até pretexto para fazer precisamente o que a Bíblia proíbe.
Assim,
por exemplo, no INFORME JB do JORNAL DO BRASIL de 10/10/93,
lê-se o seguinte:
Picareta divino
Nasser estava na sala do PP na Câmara quando Itsuo Takayama
anunciou solenemente: "Vou lá (na sala do PSD) pegar os dólares".
Segundo relato de Nasser, Takayama não se abalou diante dos
argumentos de Álvaro Dias para demovê-lo de se vender ao PSD.
— Sou evangélico, li a Bíblia e ali não vi nada que me
impedisse de receber o dinheiro — disse o deputado.
Inventou a Teologia da Corrupção.
Se
esta notícia merece crédito, observa-se que o irmão protestante usou de
sofisma, pois na verdade todo tipo de corrupção é condenado pela Bíblia; confiram-se
os textos de Rm 1,18-32; 1Cor6,9s;GI 5,19-21.
A
Irmã Ivone Gebara, por sua vez, ao defender o aborto, diz simplesmente que
"o Evangelho não trata disso. O Evangelho é um conjunto de histórias que
provoca a misericórdia e ajuda na construção do ser humano" (VEJA, 6/10/1993,
p. 7).
Verdade
é que a Ir. Ivone Gebara, sendo católica, segue a Palavra de Deus, que vem
pelos canais da Tradição oral e da Tradição escrita (Bíblia). Por conseguinte,
não pode basear seu modo de pensar apenas na letra do Evangelho; ela deve saber
que o aborto sempre foi tido como crime pela Tradição cristã. Mesmo que
quisesse seguir apenas o Evangelho, ela não poderia esquecer que em Mt 19,18 Jesus
repete ao jovem rico os mandamentos do Decálogo, entre os quais o de Não matar.
A
Bíblia, sendo um livro, carece da vivacidade da Palavra oral. Daí ser ela
sujeita às interpretações mais variadas e subjetivas. É de crer que muitos
protestantes, julgando estar seguindo a Bíblia, estão seguindo seu próprio
alvitre, abrilhantado por citações bíblicas. Por isto, muito sabiamente o
Senhor Jesus confiou à sua Igreja a missão de guardar e transmitir
autenticamente as Escrituras Sagradas; para tanto, assegurou ao magistério da
Igreja a sua assistência infalível, penhor de genuína interpretação do texto
sagrado; cf. Mt 16,16-19; Lc 22,31s; Jo 21,15-17; Jo 14, 26; 16, 13-15.
Estêvão Bettencourt O.S.B.
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