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domingo, 6 de setembro de 2015

A Igreja Católica alterou os Mandamentos?

M. A. F. (Caxias): "A Igreja Católica não terá alterado os mandamentos da Lei de Deus consignados em Êxodo 20, 1-17? Parece ter omitido o segundo e dividido o décimo".

Em vista de toda a clareza possível, coloquemo-nos ante os olhos o mencionado texto de Ex 20,1-17:
20, 1 “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
2 Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
3 Não terás outros deuses diante de mim.
4 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.
6 E faço misericórdia em milhares, aos que me amam e guardam os meus mandamentos.
7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9 Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.
10 Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas.
11 Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e no sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado e o santificou.
12 Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
13 Não matarás.
14 Não adulterarás.
15 Não furtarás.
16 Não dirás falso testemunho do teu próximo.
17 Não cobiçarás a casa do teu próximo, Não cobiçarás à mulher do teu próximo, nem. o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo".
Que dez sejam os mandamentos acima enunciados, é um fato de que nem judeus nem cristãos jamais duvidaram, pois a S. Escritura mesma ensina que dez foram os preceitos dados por Deus ao homem; cf. Ex 34,28; Dt 4,13; 10,4.
Todavia, como se depreende do texto, a S. Escritura não numera os mandamentos ao enunciá-los. Por isto, desde os- antigos tempos judeus e cristãos propuseram diversos modos de os distinguir e numerar.

1) A primeira tentativa escrita de distinguir os dez mandamentos deve-se a Filon (+ ca. 40 d.C.), judeu de Alexandria, e Flávio José. historiador judaico contemporâneo seu. Conforme estes autores, o primeiro mandamento inculca o culto de um só Deus, o monoteísmo, abrangendo os versos 20,2-3; o segundo preceito proíbe a idolatria (20,4-6); o terceiro manda honrar o nome do Senhor (20,7); o quarto preceitua a observância do dia do Senhor (20,8-11); os seis restantes têm por objeto as relações do homem com seu próximo, de tal modo que o nono proíbe a mentira (20,16) e o décimo, a cobiça da casa, da esposa, dos servos, animais e demais bens do próximo (20,17).

Esta divisão foi aceita por escritores cristãos antigos como Orígenes, Tertuliano, S. Gregório Nazianzeno, Cassiano. Também os luteranos, calvinistas e anglicanos a adotaram.

2) Tal divisão, porém, não prevaleceu entre os judeus. Os escritos chamados "Targumim", que referem a exegese dos- rabinos, mais autoritativa que a de Filon e fruto de antiquíssimo ensinamento, propõem como primeiro preceito o texto de Ex 20,2: seria o mandamento de prestar culto ao verdadeiro Deus; o segundo preceito proibiria o culto de falsos deuses e de ídolos (20,3-6); o terceiro mandaria honrar o nome de Deus (20,7) e o décimo proibiria a cobiça de qualquer bem alheio (20,17). É esta a divisão geralmente aceita pelos judeus até hoje.

3) A terceira divisão deve-se a Santo Agostinho (+430), um dos maiores doutores do Cristianismo. Agostinho (Quaest. LXXI in Exod. ed. Migne 34,620s) julgava que os preceitos de prestar culto ao verdadeiro Deus e de não adorar deuses falsos e ídolos não são, em verdade, senão um só mandamento formulado positiva e negativamente; por isto estendia o primeiro mandamento do verso 2 ao verso 6 (de fato, prestar culto ao verdadeiro Deus exclui o culto de outros deuses). No verso 17, porém, Agostinho via dois preceitos distintos: o nono e o décimo. Já isto lhe parecia insinuado pela repetição da mesma fórmula no v. 17: "Não cobiçarás...". Ora a fórmula enunciada duas vezes coíbe duas paixões do homem: a paixão sexual, que cobiça a mulher do próximo, e a paixão de possuir, que cobiça os outros bens do próximo; por isso Santo Agostinho via nessas duas fórmulas dois mandamentos distintos (o fato de estarem hoje estes dois mandamentos dentro de um só verso nada significa, pois sabemos que a atual divisão da Bíblia em capítulos e versos, longe de ser original, só foi introduzida no século 13 por Estêvão Langton, arcebispo de Cantuária). — A divisão assim ensinada por S. Agostinho já fôra proposta no séc. 2 por Teófiío de Antioquia e, provavelmente, Clemente de Alexandria. Tornou-se comum entre os escritores cristãos da Idade Média.

Ora a Igreja adotou no seu Catecismo, editado no século 16, a divisão sancionada pela autoridade de S. Agostinho e dos grandes doutores medievais. Adotou-a, porque dentre as três- divisões que, como vimos, os exegetas haviam proposto, nenhuma era de autoridade divina (ensinada pela própria S. Escritura); todas as três se baseavam sobre razões suficientes, não, porém, decisivas; a divisão de S. Agostinho era a que se apresentava mais lógica, mais plausível. — Fazendo isto, teria a Igreja alterado a Escritura Sagrada? Deveremos responder que a Igreja a "alterou" tanto quanto os protestantes a “alteram” quando inculcam a sua divisão. A divisão dos Protestantes não tem mais autoridade do que a de S. Agostinho e do Catecismo Católico, pois também ela não é ensinada tal qual pela S. Escritura, nem é a dos rabinos antigos nem a dos judeus atuais (doutro lado, quão grande autoridade Lutero e os antigos protestantes atribuíam a S. Agostinho!).

Em conclusão: quer se distingam os preceitos como Filon de Alexandria, quer como os Rabinos, quer como S. Agostinho, o que deve importar a todos, católicos e protestantes, é que se ponha em prática tudo que o texto sagrado de Ex 20,1-17 preceitua. Sabemos com certeza que Deus quer que o homem adore o seu Criador e somente a Este, não cobice nem a mulher do próximo nem os bens alheios. Que ele o faça porque tal é o mandamento primeiro, segundo, nono ou décimo, isto importa pouco aos olhos do Senhor; faça-o porque é mandamento divino; o Pai do céu já se contenta com isto. — E principalmente que ninguém condene o próximo sem conhecimento de causa! É esta a lei da caridade, o primeiro e máximo preceito do Cristianismo.

Dom Estêvão Bettencourt (OSB)

terça-feira, 14 de julho de 2015

O que é a Maçonaria?

HISTÓRIA
PERGUNTE E RESPONDEREMOS
HELENO (Maringá): “Que é a Maçonaria? Quais as suas relações com as escolas de sabedoria antigas? Poderá um católico ser maçom?
A Maçonaria vem a ser uma sociedade secreta, de caráter internacional, que visa remodelar a vida dos povos dentro de moldes estritamente humanitários e leigos. Exporemos sucessivamente as origens da Maçonaria hoje existente, as principais teses doutrinárias que a orientam e, por fim, a atitude que perante ela compete ao católico.

terça-feira, 25 de março de 2014

Faz de conta.

Recentemente uma professora, que veio da Polônia para o Brasil ainda muito jovem proferia uma palestra e, com muita lucidez, trazia pontos importantes para reflexão dos ouvintes.
"Já vivi o bastante para presenciar três períodos distintos no comportamento das pessoas", dizia ela.
"O primeiro momento eu vivi na infância, quando aprendi de meus pais que era preciso ser. Ser honesta, ser educada, ser digna, ser respeitosa, ser amiga, ser leal".
"Algumas décadas mais trade, fui testemunha da fase do ter. Era preciso Ter. Ter boa aparência, ter dinheiro, ter status, ter coisas, ter e ter...".
"Na atualidade, estou presenciando a fase do faz de conta".
Analisando sob esse ponto de vista, chegaremos à conclusão de que a professora tem razão.
Hoje, as pessoas fazem de conta e está tudo bem.
Pais fazem de conta que educam, professores fazem de conta que ensinam, alunos fazem de conta que aprendem.
Profissionais fazem de conta que são competentes, governantes fazem de conta que se preocupam com o povo e o povo faz de conta que acredita.
Pessoas fazem de conta que são honestas, líderes religiosos se passam por representantes de Deus, e fiéis fazem de conta que têm fé.
Doentes fazem de conta que têm saúde, criminosos fazem de conta que são dignos e a justiça faz de conta que é imparcial.

segunda-feira, 24 de março de 2014

A Pedra.

O distraído nela tropeçou...
O bruto a usou como projétil.
O empreendedor, usando-a, construiu.
O camponês, cansado da lida, dela fez assento.
Para meninos, foi brinquedo.
Drummond a poetizou.
Já Davi matou Golias,
e Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura...
E, em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem! Não existe "pedra" no seu caminho que você não possa aproveitar para o seu próprio crescimento.

A história do lápis.

O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E, por acaso, é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele quando crescesse.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz. Note bem, primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas nunca deve esquecer que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Um Padre na Sibéria.

Heroísmo oculto:

Um Padre na Sibéria

Em síntese: O frade sacerdote franciscano lituano Pe. Frei Paulo Bitautas, com vinte e oito anos de idade, recém-ordenado, pediu aos Superiores que o enviassem para Novosibirsk na Sibéria, onde se sentia chamado a exercer sua missão. Apesar do descrédito dos Superiores, Frei Paulo recebeu a autorização solicitada e dirigiu-se para seu campo de trabalho. A princípio encontrou uma população amedrontada pelas represálias que a Polícia fazia a cidadãos religiosos. Mas a disponibilidade e o bom ânimo do padre tranqüilizaram os fiéis e os indiferentes, que aos poucos se foram agrupando na pequena igreja da Imaculada Conceição, construída pouco antes pela população católica da cidade (população descendente de poloneses e alemães exilados). O padre foi cativando mais e mais os habitantes, fazendo a ponte entre a parte operária e a parte intelectual ou acadêmica da cidade. Chegou mesmo a ser convidado para lecionar História da Igreja na Akademgorodok, centro universitário que produziu dirigentes importantes para a URSS. A irradiação do trabalho do padre ultrapassou a cidade de Novosibirsk e seus arredores, estendendo-se a cidades e aldeias mais distantes, onde o missionário encontrava camponeses oriundos de famílias alemãs católicas à espera de sua obra apostólica.
perestroika instaurada pelo Governo Gorbachev tem facilitado o trabalho de Frei Paulo, que hoje é um testemunho vivo de fé heróica e ardente zelo pastoral para o clero e os fiéis católicos do mundo inteiro.

Nos últimos dezoito meses, têm vindo à tona numerosos casos de heroísmo de cristãos ocultos sob a pressão de regimes marxistas. O conhecimento de tais figuras corajosas beneficia o mundo e, de modo especial, os demais cristãos. Os que têm a graça de usufruir de liberdade, correm o risco da acomodação, que há de ser sempre sacudida pelo testemunho de coragem e coerência dos irmãos perseguidos.

Entre os muitos vultos notáveis que têm vindo à luz, está o do Pe. Saulius ou Pavel Bitautas, lituano, único sacerdote católico da Sibéria, que em Novosibirsk serve a uma paróquia, cuja vitalidade e irradiação se fazem sentir à distância. Eis alguns dos dados que lhe concernem.

1. A conquista da Sibéria pelos russos

terça-feira, 18 de março de 2014

Legalização do Aborto na Bélgica.

Candente discussão:
LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NA BÉLGICA
Na imprensa cotidiana colhemos duas noticias referentes à legalização do aborto na Bélgica. A primeira exalta a medida legislativa, fornecendo dados numéricos. A segunda denuncia a tendenciosidade e o sofisma da notícia anterior. Donde se vê, mais uma vez, quão necessário se faz um certo senso crítico a todo leitor de jornais, pois não poucas informações divulgadas pela imprensa obedecem a preconceitos e procuram persuadir o leitor de que o mal é um bem.
Eis os dois tópicos extraídos do JORNAL DO BRASIL:
1) 19/10/94:
DESCRIMINANDO O ABORTO
Legalização fez casos caírem pela metade na Bélgica.

O que é a Síndrome pós-Aborto?

Em sínteseO artigo, devido a dois especialistas nas áreas da Psicologia e da Medicina, revela conseqüências traumatizantes do aborto na mulher que passe por esta intervenção. Em tom muito vivo, descreve os males que tais pessoas vêm a padecer como seqüela do morticínio cuja realidade cedo ou tarde aflora à mente da mulher. Observa a autora que muitas das mulheres submetidas ao aborto são vítimas de imposição e constrangimento; há, porém, aquelas que espontaneamente procuram o aborto, sem talvez imaginar quanto isto fere o psiquismo da mulher, que foi feita para ser mãe carinhosa. Possam as observações da Dra. Wanda Franz Ph.D. serem úteis a quantas e quantos são interessados pela problemática!
-=-=-
Publicamos, a seguir, um artigo de índole estritamente científica sobre as conseqüências do aborto no ânimo da mulher que a ele se submete. É artigo forte e talvez incômodo. Vai publicado, porém, porque reflete a experiência profissional de dois especialistas em Psicologia e Medicina; não é diretamente a palavra de um moralista nem de um teólogo que tenha preconceitos contra o aborto, ou seja, partidário de uma filosofia fechada e mesquinha.
A redatora do artigo é a Dra. Wanda Franz Ph.D., Professora Associada de Recursos Familiares, Universidade de West Virgínia, Morgantown, WV 26505, U.S.A. Redigido em inglês, o trabalho foi publicado em National Right To Life News 14(1): 1-9, 1987 com o título What is post-abortion Syndrome?
O artigo foi traduzido para o português e cedido a PR pelo Dr. Herbert Praxedes, Professor Titular de Hematologia Clínica do Departamento de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense. A este ilustre mestre e profissional, a redação de PR agradece a gentileza de sua colaboração valiosa.
O artigo merece atenção porque refere fatos e fenômenos geralmente pouco comentados; pode assim tornar-se útil a todos os interessados em tão candente problema.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Papas Deuses?

V. M. (Nova Venécia) e OUROPRETANO (Minas): Os dois amigos transcrevem passagens de periódicos e panfletos em que são citados autores medievais e modernos a endeusar aparentemente os Pontífices Romanos; seriam testemunhos de aberrações cometidas pelos fiéis católicos no decorrer dos séculos. Perguntam-nos: que pensar desses trechos?

Já que dispomos de pouco espaço, analisaremos apenas o principal documento citado; o resultado da análise mostrará quão pouco fidedignas e convincentes são as outras citações.

O mais importante trecho aduzido é de S. Roberto Belarmino (1542-1621), doutor da Igreja. — Para dar uma idéia de quanto os adversários do Catolicismo são, por vezes, mal informados ao fazerem as suas objeções, transcrevemos aqui o teor original de tal texto e do seu respectivo contexto. Tratando do segundo objeto da infalibilidade papal (a Moral), escreve o S. Doutor:

Batismo de Crianças.

J. B. (Dores do Indaiá): “A Igreja Católica não se afastou da doutrina da Sagrada Escritura pela sua praxe batismal?
a) Batiza as crianças, que não parecem precisar disto nem são capazes de receber instrução prévia;
b) Batiza por infusão, e não por imersão”.

1. No tocante ao primeiro ponto

a) deve-se dizer que na antiga Igreja o batismo era frequentemente administrado a adultos — o que se entende pelo fato de que o Cristianismo se recrutava em uma sociedade preponderantemente pagã, após a pregação do Evangelho feita a adultos. Não era, porém, excluído o batismo de crianças; admite-se que se tenha verificado, por exemplo, nos casos referidos pela Sagrada Escritura em que uma família inteira era batizada: foi que se dou com Lídia, a vendedora de púrpura de Tiatira, e todos os seus (cf. At 16,15); com o guarda do cárcere de Filipes e toda a sua casa (cf. At 16,33); com Crispo, o Chefe da sinagoga de Corinto, e toda a sua família (cf. At 18,8); com Estefanaz e todos os seus (cf. 1 Cor 1,16).

"Os católicos são pagãos"?

Zelo polêmico e inverdades:

"OS CATÓLICOS SÃO PAGÃOS"?

Em síntese: Uma apostila de pastor protestante injuria os católicos na base de inverdades que tiram a autoridade do autor de tal escrito. Acusações marcadas por contradições não têm valor; antes, depõem contra o acusador, como se verá a seguir.

O pastor Joel Santana é professor de Teologia Sistemática, História Eclesiástica e Heresiologia em vários Seminários Teológicos (Protestantes) no Rio de Janeiro. Publicou uma densa apostila (sem título) na qual em quinze capítulos profere as mais graves injúrias contra o Catolicismo; não somente classifica os católicos como pagãos, mas afirma que "a Igreja Católica é um ninho de cobras, do qual saímos na Reforma Protestante do século XVI; mas as cobras continuaram lá e vêm dando filhotes... Mantenha, pois, distância. Não se iluda pensando que estão mudadas" (cap. 12, não paginado).

"Nossa culpa".

Alega-se:

"NOSSA CULPA" por Marcos Tavares

Em síntese: Há quem acuse o Cristianismo de fomentar o complexo de culpa e a tristeza. Ora isto é falso. A alegria é um dos frutos do Espírito Santo; cf. Gl 5, 22. O pecador sente dor de haver pecado, mas alegra-se por sentir tal dor, visto que ela é dom de Deus.

Marcos Tavares no JORNAL DA PARAÍBA, edição de 09/03/05, p. 3, faz-se porta-voz de uma concepção do Cristianismo erroneamente difundida: seria fonte de complexo de culpa e tristeza. Eis as palavras do escritor:

“Nossa culpa

Somos tão culpados que, segundo a liturgia católica já nascemos em pecado e só o batismo nos liberta. Essa tradição judaico/cristã da culpa é uma das responsáveis pelas inúmeras neuroses desse mundo onde respirar, sorrir, ser feliz é motivo de arrependimento, como se o nosso Deus nos tivesse posto no mundo apenas para deleitar-se com nosso sofrimento...
Não há culpa em amar, em sorrir, em desejar o belo, em querer ser melhor e maior. Nascemos para isso, para crescer e subir como gente. Para isso a natureza nos dotou de um cérebro eficiente e de uma capacidade de análise regular.
Fôssemos para ser infelizes, culpados, não precisaríamos de Deus nem de sua misericórdia, não precisaríamos da razão nem da sensibilidade, seríamos irracionais, vivendo para a reprodução e a alimentação. Nossa condição de pensantes nos leva e encaminha à felicidade, ao prazer, razão única de vida e de nossa passagem neste planeta. Por isso sexo é bom, amar é bom, sorrir é bom. Comer é bom e não ter culpa é ainda melhor”.

Sexo no além?

Concepções espíritas:

SEXO NO ALÉM?

Em síntese: O espiritismo admite que, no além, haja desejos sexuais e até mesmo casamentos heterossexuais. Tal concepção é baseada na tese de que no ser humano existem espírito, perispírito ou corpo fluídico e corpo físico; o perispírito seria a sede da cobiça sexual. - Respondemos que a concepção cristã entende o ser humano como composto de corpo material e alma espiritual apenas. A morte separa esses dois integrantes e faz que a alma subsista sem corpo até o dia da ressurreição da carne no fim dos tempos. A alma separada não experimenta as necessidades da vida vegetativa (comer, dormir, genitalidade...) - necessidades aliás que nem mesmo após a ressurreição da carne a afetarão, pois diz o Senhor Jesus: "Serão como anjos de Deus" (Mt 22, 30).

A REVISTA ESPÍRITA ALLAN KARDEC, edição de abril/junho 2000, pp. 17-20, publicou um artigo intitulado "Sexo no além". Pelas ideias estranhas que apresentam, estas páginas merecem comentários.

A seguir, transcreveremos os trechos do artigo que interessam (com certa amplidão, para que se perceba claramente o pensamento espírita), ao que serão acrescentadas algumas reflexões.

A Pedra Angular, o Papa Dâmaso I e Jesus dos 12 aos 30 anos.

Respondendo a um jornalista:

A PEDRA ANGULAR, O PAPA DÂMASO I E JESUS DOS 12 AOS 30 ANOS

Em síntese: Um jornalista de Londrina (PR) lançou ao público três perguntas relativas aos temas declinados acima. Em resposta está dito que Pedro é a Rocha visível sobre a qual Cristo constrói a sua Igreja. Rocha que tem sua firmeza no próprio Cristo. O Papa Dâmaso I não alterou as Escrituras, como se depreende do exame de antigos códices da Bíblia. Jesus dos 12 aos 30 anos, levou a vida de um carpinteiro em Nazaré, como atestam Mc 6, 3 e Mt 13, 55.

Um jornalista de Londrina, PR, lançou ao público três perguntas que, segundo um leitor, poderão ser assim formuladas:

1) Por que os protestantes não aceitam a Igreja Católica erguida sobre Pedro e a insistência nessa tal "pedra angular"? O que vem a ser isso? O que querem dizer com isso?

2) O que dizer a respeito do Papa Dâmaso, que terá alterado as Escrituras ao sabor de suas vontades e desejos? E sobre a violência desse Papa? O que é verdade e o que é mito?

3) O que dizer sobre a insistência desse jornalista sobre a vida oculta de Jesus, dos 12 aos 30 anos? Ele afirma que Jesus viveu com os essênios (baseando-se nos documentos do Mar Morto), budistas, etc... e retornou aos 30 anos em Jerusalém, onde começou sua vida pública.

Nas páginas seguintes proporemos a resposta a tais interrogações.

"O Grande conflito".

Livro polêmico:



Em síntese: Os adventistas do sétimo dia têm por obra fundamental da sua fé religiosa a obra da Sra. Ellen Gould White intitulada "O Grande Conflito". Ataca a Igreja Católica e o Papa como agentes do demônio neste mundo e enfatiza a proximidade do retorno do Senhor Jesus para instaurar um reino de bonança. O livro se vale de falsas afirmações, preconceitos e das "visões" que a autora diz ter recebido do Senhor.

O livro "O Grande Conflito", devido à autoria da sra. Ellen Gould White é um compêndio da que os cristãos adventistas professam. A obra já estava na 13a edição em 1973 numa tiragem total de 300 milheiros.

O Adventismo foi fundado quando William Miller, simples camponês; predisse aos seus compatriotas norte-americanos a pretensa data exata do fim do mundo primeiramente para 1843 e, posteriormente, para 1844. Embora nada do predito tenha até hoje acontecido, os adventistas esperam para os próximos tempos a segunda vinda de Cristo. A sra. Ellen assumiu a posição de doutrinadora da comunidade adventista mediante livros, dos quais o mais famoso é o que passa a ser apresentado.

"Orações todo-poderosas".

Dobrar Deus?

"ORAÇÕES TODO-PODEROSAS"

Em síntese: Não há orações todo-poderosas, como por vezes se diz na linguagem popular. Desde toda a eternidade, Deus já decretou que Ele quer dar, e a sua vontade é imutável. Rezamos então não para o dobrar Deus, mas para colaborar com Ele, visto que, ao decretar dar-nos algo, Ele o fez incluindo a nossa oração: Ele quer dar, mas quer que o peçamos.

Encontram-se por vezes nas Igrejas folhas de papel portadoras de orações "todo-poderosas", desde que a maneira de proceder ali indicada seja fielmente cumprida. Passamos a analisar essa temática.

1. Análise de exemplares

Apresentaremos três modelos de oração dita infalível:

1.1. Oração das 13 almas

"Oh! minhas 13 almas benditas, sabidas e entendidas, a vós peço pelo amor de Deus, atendei o meu pedido. Minhas 13 almas benditas, sabidas e entendidas, a vós peço pelo sangue que Jesus derramou, atendei o meu pedido, pelas gotas de suor que Jesus derramou do seu sagrado corpo, atendei o meu pedido. Meu Senhor Jesus Cristo, que a vossa proteção me cubra, vossos braços me guardem no vosso coração e me protejam com os vossos olhos, Oh! Deus de bondade, vós sois meu advogado na vida e na morte, peço-vos que atendei os meus pedidos e me livrai dos males e dai-me sorte na vida. Segui meus inimigos que os olhos do mal não me vejam, cortai as forças dos meus inimigos. Minhas 13 almas benditas, sabidas e entendidas se me fizerem alcançar esta graça, ficarei devota de vós e mandarei imprimir 200 desta oração mandando também rezar uma missa.
Reza-se 13 Pai Nossos e 13 Ave Marias, 13 dias."

Fora da Igreja há salvação?

DA SILVA (de Sorocaba) pergunta :

As pessoas que não são católicas vão para o inferno?

É tradicional dizer-se: “Fora da Igreja, não há salvação”. O axioma, à primeira vista, causa espanto a muitos, parecendo-lhes expressão de mentalidade estreita, pouco condizente com a Misericórdia de Deus. Devidamente entendida, porém, tal máxima desvenda um pouco da infinita Bondade do Criador.

Em análise sumária, a proposição acima quer dizer que não há salvação se não por meio do Cristo e da obra redentora de Cristo. Ora Cristo vive através dos séculos e se prolonga na Igreja, donde se segue que toda salvação se obtém por contato com a Igreja de Cristo. — Esta dedução é assaz lógica : se o Filho de Deus se dignou tornar-se o Salvador dos homens, compreende-se que não haja graça que não seja graça de Cristo, outorgada através do “Corpo de Cristo que é a Igreja” (cf. Col 1,29).

Dito isto, note-se que o indispensável contato com a Igreja de Cristo, longe de se estabelecer por uma só via, pode ser alcançado de diversas maneiras :

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Sem o pecado original, dar-se-ia da mesma forma a reprodução do gênero humano?

Antes do mais, é preciso frisar bem que pouca ou nenhuma probabilidade tem a tese segundo a qual a falta de Adão e Eva foi pecado sexual. Esta sentença carece de fundamento no texto bíblico (cf, Gên 2-3). Os principais argumentos induzidos para defendê-la seriam :

a) a expressão “do conhecimento do bem e do mal”, que designa o fruto proibido (cf. Gên 2,17). Visto que “conhecer sua esposa” em Gên 4,1.17.25 significa “ter relações conjugais”, julgam alguns que o conhecimento vedado em Gên 2-3 tem o mesmo sentido.

Como se vê, a hipótese é gratuita ; porque se teria o autor sagrado expresso tão veladamente se as relações matrimoniais de fato ocasionaram a catástrofe do gênero humano? De resto, o consórcio conjugal foi particularmente abençoado por Deus logo após a criação do primeiro casal (cf. Gên 1,28).

Além disto, observe-se que a proibição de ter relações matrimoniais seria totalmente incompreensível a Adão quando o Senhor lhe impôs o preceito paradisíaco, pois então ainda não fora criada a primeira mulher (cf. Gên 2,17.21-22) ;

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

'É Elias que há de vir', reencarnação?

Queira explicar o texto do Evangelho de São Mateus: 'E, se me quereis dar crédito, ele (João Batista) é Elias que há de vir’ (Mt 11,14) e dizer algo sobre a reencarnação.

1- Abordemos primeiramente o texto citado. Como refere a Sagrada Escritura em 2Rs 2,11, o profeta Elias, do Antigo Testamento, não morreu, mas foi arrebatado vivo aos céus.

Em consequência, os judeus julgavam que havia de voltar à terra nos tempos do Messias, a fim de preparar os homens a receber o Salvador; o profeta Malaquias parecia corroborar essa esperança, anunciando em nome de Deus: “Eis que vos envio Elias, o profeta, antes que venha o dia do Senhor, grande e terrível. Reconduzirá os corações dos pais aos filhos e os corações dos filhos aos pais” (4,5).

Ora é a esta expectativa que Jesus alude no texto de S. Mateus acima transcrito. Diz que o Precursor encarregado de preparar as vias do Messias já está presente (nos tempos de Cristo), pois é João Batista mesmo ; este, de fato, podia ser tido como novo Elias, pois possuía a têmpera forte e destemida, as qualidades características de Elias. Note-se, porém, que tinha apenas os predicados para desempenhar missão semelhante à de Elias, não era Elias em pessoa, como João mesmo declarou formalmente quando o interrogaram a esse respeito: “Não sou Elias” (cf. Jo 1,21).

Se é proibido evocar os espíritos, por que os santos têm visões?

Se é proibido evocar os espíritos, por que os santos têm visões ?

Bem diferentes dos fenômenos espíritas são as visões que os santos têm.

Estas são totalmente gratuitas, não resultando de ritos prèviamente executados para as provocar. Não há dúvida, tais visões podem ser a resposta do Senhor a preces justas desejosas de obter um sinal sobrenatural. Contudo, assim como o Senhor Deus pode atender a essas orações (caso isso concorra para o bem dos fiéis), pode também não as deferir; nunca será lícito ao cristão crer que dispõe de meio seguro para se comunicar com as almas dos defuntos ; todo o nosso intercâmbio com eles se realiza mediante insondável e soberana permissão de Deus. Mesmo quando uma pessoa devota julga estar sendo agraciada por visões, os mestres da vida espiritual aconselham-lhe toda a cautela na interpretação de tais fenômenos, pois Satanás não raro se dissimula em “anjo de luz” !(Cf 2 Cor 11,14). As autênticas aparições de santos ou almas neste mundo (mesmo não provocadas) não são tão frequentes quanto propalam as notícias !